LizandraFicar no quarto remoendo tudo o que tinha acontecido nas últimas horas estava me deixando com os nervos à flor da pele. Eu não estava conseguindo ficar parada, só pensando no quanto tudo foi surpreendente e maravilhoso, ao mesmo tempo em que me sentia culpada pelo fim do relacionamento de Catarina e Heitor.O fato de ter tentando olhar as redes sociais e ter visto uma frase que se encaixava perfeitamente com a minha situação atual só contribuiu para me sentir ainda pior sobre tudo o que houve. A frase dizia algo sobre “ninguém ser feliz fazendo a infelicidade de outra pessoa”. Parece um sinal de que estou indo pelo caminho errado e que preciso me afastar do Heitor, o pensamento gritou em minha mente.Antes que pudesse realmente pensar sobre aquilo,
CatarinaEra segunda-feira e estávamos voltando de helicóptero para o Rio. Bernardo e eu tínhamos adiado ao máximo aquele momento, principalmente após ter a confirmação de que Heitor tinha chegado bem em sua casa. Eu mesma tinha confirmado essa informação com o senhor Vicente ontem à tarde.Além de tudo o que estava à nossa espera em casa, ainda tínhamos enfrentado um outro problema: Foi realmente complicado explicar para Heloísa o motivo pelo qual Heitor partiu repentinamente de Angra sem revelar o verdadeiro motivo, mas ela acabou se conformando com a desculpa de uma discussão de casal. Por mais que tudo indicasse que Heitor iria expor para todos o verdadeiro motivo da nossa briga, afinal, não ficou nada para a imaginação dele, eu ainda tenho
HeitorComo sempre acontece em dias de reunião da diretoria, meu avô saiu da enorme sala de conferências com o intuito de ir até a sala de alguns colaboradores mais próximos, pessoas as quais ele admira e tem afeição pessoal. Entre elas estão Bernardo e Catarina.Não me incomodou saber disso, muito pelo contrário. Ele iria conversar com Catarina e espero sinceramente que Catarina ouça primeiro o que o vovô tem a dizer e não exponha o que de fato aconteceu ontem na casa dos Mendonça. Sei que é uma atitude covarde da minha parte esperar que outras pessoas façam aquilo que deve ser feito por mim, mas só estou sendo recíproco ao devolver covardia com covardia. Catarina não teve coragem de contar a verdade para mim, o seu namorado há dois
Lizandra Antes mesmo de abrir a porta eu já sabia que se tratava de Heitor. Era intuitivo. Sempre acontece quando ele está por perto, uma palpitação alarmante e uma estranha ansiedade. Então, não me surpreendi ao vê-lo quando abri a porta. Mas meu coração parece estar na garganta— Posso entrar?Olhei em torno do quarto e fiquei em dúvida. — O que acha de conversar na sala? — sugeri incerta — Estou cansada de ficar no quarto.Aquela desculpa deve ter soado muito tola aos ouvidos de Heitor, mas eu não achava uma boa ideia ficar sozinha com ele, ainda mais em um quarto. Ao menos não agora, quando ainda estamos começando algo. Eu não me considero forte o bastante para resistir aquele Heitor encantador e charmoso que ele se tornou agora que decidiu ficar comigo. A noite passada foi um bom indicativo deste fato.— Não será necessário — Ele disse, mas pareceu ficar desconfiado agora — Pensei em sairmos para jantar. — Um jantar? — Eu repeti de maneira boba.— Só você e eu.— Um encontro?
Heitor Após alguns minutos debatendo sobre qual dos filmes que estavam em cartaz nós iríamos ver e muita insistência de Lizandra para que eu decidisse isso por nós dois, eu acabei optando por um filme de terror sobre bruxas que ouvi alguns funcionários comentando no refeitório da empresa alguns dias atrás. Aparentemente, eu tinha errado feio na minha escolha.— Não está gostando? — Perguntei no tom mais baixo e ao mesmo tempo audível que consegui.Lizandra estava quieta e nos primeiros minutos eu cheguei a acreditar que ela estava apenas concentrada no filme. Suas muitas mudanças de postura na cadeira me fizeram pensar o contrário agora.— Estou sim — Ela disse com um sorriso claramente forçado.— Pode falar a verdade… — Shiiii! — Alguém disse ao nosso lado.Foi inevitável não olhar com raiva para o moleque chato ao nosso lado. Recebi o mesmo olhar zangado em resposta. Voltei a olhar para o telão do cinema exatamente no momento do filme em que as duas bruxas apareciam repentinament
LizandraOs momentos quentes e atordoantes entre Heitor e eu dentro da sala de cinema me fizeram sorrir envergonhada. Como eu pude passar quase o filme todo entregue aos beijos e carinhos do Heitor? Mas logo respondi a minha própria questão. O filme tinha sido péssimo. Eu jamais poderia imaginar que assistir um filme de terror pudesse ser uma experiência tão desagradável. Mas não poderia culpar Heitor por isso, quando ele insistiu tanto para que eu fizesse a escolha e mesmo assim eu a deixei em suas mãos.É difícil para alguém que não tinha o hábito de ir a cinemas ou até mesmo ver filmes em casa, saber o que realmente gosta de assistir. No pouco tempo livre que eu tinha, sempre optei pela leitura. Ler me fazia esquecer completamente da minha realidade e do quanto a m
CatarinaHeloísa tinha me convidado para ir ao shopping e mesmo sem desejar encontrar a minha amiga por medo de todas as perguntas que eu tinha certeza de que ela me faria, acabei por concordar em acompanhá-la. Sabiamente, insiste que estava desejando muito ver um filme que tinha sido lançado há alguns dias e a convenci a assistir comigo.A sala de cinema não permitia conversas e eu tinha optado por um filme em que o protagonista era justamente o ator preferido de Heloísa. Assim, ela ficou completamente vidrada na tela de cinema e me esqueceu. Quando saímos, Heloísa não cansava de comentar sobre como o ator era lindo e tudo o mais sobre o filme. Esqueceu-se assim de bisbilhotar a minha vida.— Vamos comer uma pizza? — Ela sugeriu animada
LizandraEu não gostei da forma como Heitor se comportou durante o encontro com Catarina e Heloísa. Não gostei mesmo e isso me aborreceu terrivelmente. Ainda assim, esperei chegar ao carro para dizer isso para o Heitor e o fiz antes mesmo que ele ligasse o veículo.— Está bem claro pela sua cara que não gostou — Heitor teve a decência de parecer embaraçado — Espero que isso não te faça desistir de nós.— Devo entender isso como um pedido de desculpas? — Falei incrédula.— Tudo bem, Lizandra… Eu peço desculpas se agi como um babaca diante da minha ex. Eu n&a