POV: KEENANO som da batida na porta se repetiu, mais insistente, provocando um rosnado baixo de frustração em meu peito. — Inferno! Não conseguem ver que estou ocupado?— Perdão, Alfa, é urgente! — A voz de Alisson atravessou a porta com um tom sério e preocupado, quebrando o momento com irritante precisão.— Você deve ir. — Yulli murmurou suavemente, a mão pousando em meu peito enquanto deslizava um carinho breve, seguido por um suspiro profundo. — É melhor assim.— Nós não terminamos nossa conversa, bruxinha. — Ressoei firme deixando claro que aquela interrupção era temporária. Meus olhos semicerrados capturaram o dela, que desviava ligeiramente, mas não sem antes soltar um suspiro pesado de frustração.— Você sabe o quanto é teimoso, não sabe, pulguento? — Resmungou, ajustando o vestido contra o corpo, mas antes que pudesse vesti-lo completamente, tomei o tecido de suas mãos. Com movimentos deliberados, passei o vestido por seus ombros e a ajudei a se cobrir, enquanto um sorriso tr
POV: KEENANAntes de entrar no carro, senti a força esmagadora do Alfa Supremo. Sua presença era intensa, pulsando em ondas que faziam o chão vibrar e o ar parecer mais denso. Alisson grunhiu, o corpo arqueando em submissão enquanto abaixava a cabeça, claramente incapaz de resistir à autoridade natural que emanava dele.— Aaron... — Chamei, sem me virar, sentindo sua aproximação enquanto o carro estacionava próximo. Esperei até que ele parasse ao meu lado, sua sombra engolindo a minha, e o som da porta do veículo se abrindo em nossa direção.— Fez uma bela apresentação lá dentro. — Sua voz carregava uma força controlada, baixa e ameaçadora, mas havia um tom de aprovação velada que só alguém tão familiar quanto eu poderia captar. Ele manteve os olhos em mim, desafiadores. — Vai entrar por vontade própria ou terei que jogá-lo como um filhote rebelde?Sorri com presunção, virando a cabeça de leve para encará-lo. Aaron sempre foi direto, mas nunca sutil.— Sutilezas não são o seu ponto for
POV: KEENAN— Por que me trouxe aqui, Aaron? — Questionei, encarando-o enquanto os ventos frios da montanha cortavam a tensão entre nós.De cima da montanha, a visão era de tirar o fôlego. A alcateia central se estendia como uma tapeçaria viva, delimitada pelas fronteiras naturais e cortada pelo rio que serpenteava lá embaixo. O frio da noite fazia os pelos do meu lobo se eriçarem enquanto eu erguia o focinho para a lua, que parecia próxima o suficiente para ser tocada. O céu estrelado brilhava intensamente, mas a tensão entre nós era palpável.Aaron se aproximou, sua presença era tão marcante quanto o peso de sua posição. Sentando-se sobre as patas traseiras, ele seguiu meu olhar, deixando um rugido contido vibrar no ar.— Sou o seu rei, Alfa do Norte, mas também... — Ele pausou, a força de suas palavras ressoando. — Sou um amigo.Soltei uma risada curta, carregada de sarcasmo.— Olha só, nos tornamos lobos sentimentais. — Respondi, com um sorriso presunçoso. — Mas não posso desistir
POV: KEENAN— E os presságios? — Mutamos para a forma humana ao nos aproximarmos dos veículos, o tom grave de sua voz me alertando. — O que eles mostram?Aaron ficou em silêncio por um momento antes de soltar um suspiro pesado.— O fim dos Lupinos, causado por uma relação proibida. Nossos filhos... mortos. — Sua voz quebrou levemente, mas manteve o tom firme, como o líder que precisava ser. — Eu perdia o controle da minha fera e os massacrava, um por um. Era como se minha própria essência fosse corrompida.Minha mente girou com a informação. A conexão com Callie e seus presságios agora fazia muito mais sentido.— Por isso ela reagiu daquele jeito com a Yulli? — Perguntei, ligando os pontos rapidamente. — Ela estava com medo. Medo de perder todos que ama, com pavor de que seus presságios se tornassem reais.Aaron me encarou, seu olhar carregando um misto de autoridade e vulnerabilidade, antes de assentir levemente.— Alfa, não vou permitir que nada aconteça a você, Callie, ou seus filho
POV: YULLIA noite parecia interminável, e Keenan não dava sinais de retorno. Caminhava de um lado para o outro no quarto, os passos ecoando no silêncio, enquanto a bandeja com a refeição intocada permanecia sobre a mesinha. Não conseguia pensar em comida, apenas no vazio que sentia em sua ausência e no desconforto crescente que fazia meu peito apertar.— A senhora aceita um chá? — A voz da governanta me alcançou, interrompendo o fluxo de pensamentos. Seu tom era calmo, mas seu olhar avaliador não passou despercebido.— Não, obrigada. — Respondi sem rodeios, lançando um breve olhar para ela antes de me virar novamente para a imensa janela. A visão era ampla, o vidro quase tocando o teto, e o parapeito que antes fora palco de um momento íntimo entre mim e Keenan agora parecia frio e vazio. — Sabe me dizer quando o seu alfa irá retornar?— Não, senhora. — Disse a mulher com profissionalismo, inclinando levemente a cabeça antes de recuar para a porta. — Se precisar de algo, avise ao guard
POV: YULLIUm grunhido baixo escapou de sua garganta, e a vibração reverberou pelo meu corpo. Sua mão no meu cabelo apertou de forma possessiva, puxando-me para ainda mais perto. Senti sua outra mão deslizar pela alça do meu vestido, deixando-o cair por meu ombro com uma suavidade contrastante. Seus lábios abandonaram os meus apenas para traçar um caminho pela curva do meu pescoço, o nariz deslizando em minha pele enquanto ele inalava profundamente, quase como se quisesse gravar meu cheiro em sua alma. Suas presas roçaram contra meu ombro exposto, enviando uma onda de arrepios por todo o meu corpo.— Keenan... fale comigo. — Minha voz saiu como um gemido suave enquanto mordi os lábios, tentando conter as sensações que seu toque provocava. — O que está acontecendo?Ele não respondeu imediatamente, mas sua boca encontrou meu ombro, seus beijos se demorando ali antes de mordiscar a pele com delicadeza. Havia algo diferente nele, uma energia mais crua, mais selvagem, mais poderosa. Seus ol
POV: YULLISua voz veio como um comando, uma ordem impossível de desobedecer, tão firme que parecia uma parede invisível entre nós. A ferida em sua barriga começou a sangrar mais intensamente, o líquido escuro escorrendo ao chão em um fluxo constante.A porta foi aberta com violência, batendo contra a parede antes de ser fechada com igual brutalidade. O som de passos pesados no corredor foi seguido pelo estrondo de móveis sendo derrubados, e um rosnado animalesco ecoou perigosamente, como se a fera de Keenan estivesse em total descontrole. A pressão no ar mudou, tornando-se opressiva e carregada de uma energia obscura. Meu coração disparou, e os pelos de minha nuca se arrepiaram.Olhei para a poça de sangue que se formava no chão. Entre o líquido escuro, raízes negras começaram a se entrelaçar, serpenteando como algo vivo. Cai de joelhos, o olhar fixo naquele fenômeno enquanto minha respiração se tornava descompassada. Toquei a poça com a ponta dos dedos, o frio atravessando minha pele
POV: YULLISussurrei, meus olhos escaneando a destruição à minha volta. O silêncio era inquietante, interrompido apenas pelo som de minha respiração. A luz da lua atravessava a janela, projetando sombras longas e sinistras no ambiente.Avancei com cuidado, meus pés evitando os pedaços de madeira quebrada espalhados pelo chão. Cada passo era calculado, mas ainda assim minha pele se arrepiou quando algo passou rapidamente por mim, um vulto silencioso que cortou o ar como um aviso.— Keenan? — Chamei hesitante, girando o corpo para tentar localizá-lo. Não havia nada visível, apenas o eco de meus próprios passos e o ruído suave da madeira estalando sob meu peso.Continuei andando para o fundo da biblioteca, tentando manter a calma enquanto o som de garras arranhando as paredes começou a se intensificar. Pareciam cercar o espaço, movimentando-se rapidamente de um lado para o outro, como se quisessem me desorientar.— Droga, sabe que odeio ser caçada... Olson, venha aqui agora! — Exigi, minh