POV: YULLICorri até o banheiro, afastando-me aos poucos do salão sem que ninguém percebesse, nem mesmo o beta do norte. O desconforto no meu estômago crescia com intensidade, algo que eu sabia não ser provocado apenas pela tensão no baile. Assim que cheguei, entrei na primeira cabine, ajoelhei-me diante da privada e vomitei, o gosto ácido queimando minha garganta.Fel ronronava em minha mente, tentando me consolar, mas seu resmungo baixo me deixava inquieta. Era raro ela ficar assim, e isso fazia meu estômago revirar ainda mais. Respirei fundo, tentando acalmar o tremor nas mãos, limpando a boca com o dorso.Enquanto me levantava, a porta do banheiro se abriu. Os passos eram leves, mas o som ecoou no espaço silencioso. Um aroma familiar e, ao mesmo tempo, carregado de algo errado atingiu meus sentidos. Fel rosnou de imediato, seu tom hostil e protetor. Meu corpo ficou tenso.Lentamente, me aproximei da pia, evitando fazer movimentos bruscos. Abri a torneira, deixando a água correr en
POV: YULLIMeu coração disparou enquanto seus olhos transbordavam acusação e um sorriso cruel se curvava em seus lábios. Callie ainda estava fraca e desnorteada demais para dizer algo, e a presença de Ayla atraía passos apressados do lado de fora. Eu estava prestes a ser cercada, culpada por um crime que não cometi."Fel," pensei, sentindo minha loba ronronar em alerta, "precisamos sair daqui."O som das portas do banheiro sendo escancaradas por várias convidadas me tirou o foco por um breve segundo. Antes que eu pudesse reagir, senti um impacto violento contra minhas costelas, arrancando o ar dos meus pulmões. Não olhei. Minhas mãos ainda estavam firmemente segurando a cabeça de Callie enquanto a magia fluía de mim, lutando contra a escuridão que a possuía.Outro chute acertou atrás do meu joelho, fazendo minha perna ceder
POV: KEENANGritos abafados e pedidos de socorro vieram da direção do banheiro, cortando o caos ao redor. Virei o rosto, franzindo o cenho ao perceber uma agitação incomum ali. Meu instinto disparou.— Rigan, Alisson, comigo! — Ordenei com firmeza, avançando em passos largos, seguido por meus homens e alguns guardas que se aproximavam.Ao chegar, a porta tremia sob os impactos de golpes vindos de dentro. Girar a maçaneta foi inútil; estava trancada. Foi então que algo mais chamou minha atenção.Uma poça de sangue escorria lentamente por debaixo da porta, tingindo o piso.— Merda! — Rosnei, recuando um passo antes de erguer a perna e chutar a porta com toda a força, derrubando-a em um estalo seco e deixando o som ecoar no ambiente.A visão que se revelou &agrav
POV: YULLICom dedos trêmulos, disquei seu número uma última vez. Meu corpo doía, não apenas pelos ferimentos, mas por todo peso das decisões que me trouxeram até aqui, aos portões ancestrais do clã das bruxas.— Alô? — Sua voz grave e familiar fez meu coração apertar.— Me perdoe, pulguento... — sussurrei direta, enquanto o vento gélido cortava minha pele. Uma lágrima teimosa escorria por meu rosto, mordi os lábios, tentando conter um soluço. — Não consegui ficar fora de confusão.— Yulli? Onde você está? — A preocupação em seu rosnado me fez quase desistir de tudo.— Preciso que pare de me procurar, vira-lata. — Endureci minha voz, mesmo que por dentro estivesse despedaçada. Ergui o queixo, como se ele pudesse me ver. — Siga com sua vida, encontre uma Luna e seja feliz. Não venha mais atrás de mim!Desliguei antes que sua voz pudesse me fazer mudar de ideia. O celular encontrou seu fim sob meus pés, cada pedaço quebrado simbolizando o fim desta história. Com passos pesados, entrei na
POV: YULLIDei alguns passos para o lado, meus olhos se arregalando enquanto ele se aproximava com uma confiança elegante e um ar de preguiçosa superioridade. Keenan andava como um predador que não se preocupava com a reação de suas presas, cada movimento calculado, mas desdenhoso. Atrás dele, seus lacaios seguiam em silêncio, todos vestidos com trajes formais, cada um emanando uma aura de ameaça controlada.— Fiquei chateado, encrenca. — Sua voz gotejava sarcasmo enquanto ele me olhava de cima a baixo, o olhar predatório fixo em mim. — Não recebi o convite para o seu casamento. — Seus lábios se curvaram em um sorriso insuportavelmente autoconfiante. — A propósito, você está linda.— Keenan, o que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter minha voz firme, embora o nervosismo me atravessasse. Com os olhos semicerrados enquanto ameaçava me aproximar dele, mas o feiticeiro supremo se colocou entre nós, bloqueando meu caminho. — Eu disse para não vir atrás de mim!Keenan apenas
POV: KEENANAntes de adentrar o carro, uma dor lancinante atravessou minhas costas até meu peito. O ar escapou de meus pulmões e cambaleei, apoiando-me na porta do carro para não cair. Um rosnado feroz escapou de minha garganta enquanto meus seguranças rapidamente formavam uma barreira protetora atrás de mim.Virei-me lentamente, minhas presas expostas, e encarei Drevan parado à distância. O feiticeiro exibia um sorriso triunfante, seus lábios e dentes manchados com sangue vermelho-ferrugem.— Vocês pagarão por isso! — ameaçou ele.— Mal posso esperar — respondi com um sorriso irônico, minha voz áspera pela dor. Com esforço, abri a porta do carro e empurrei Yulli para dentro, ignorando sua resistência. Entrei em seguida e suspirei pesadamente ao notar o líquido viscoso que escorria do ferimento, manchando o tecido. — Droga, era meu terno preferido.— Qual é o seu problema?! — Yulli gritou, acertando um tapa em meu ombro.— Ei, estou ferido, esqueceu? — arqueei uma sobrancelha, mantendo
POV: YULLIMeus olhos encontraram os dele, e um peso avassalador me impediu de desviar. Tentei empurrá-lo, forçando uma distância entre nós, mas ele permaneceu imóvel, como se minha força fosse insignificante. Antes que pudesse refletir sobre minhas ações, minha mão subiu em um gesto rápido e certeiro, descendo com força contra seu rosto. O som do impacto reverberou no ar, nítido e afiado, enquanto sua pele exibia um leve rubor onde meus dedos haviam deixado suas marcas. Apesar disso, ele sequer vacilou.— Foi só isso? — Sua voz carregava um sarcasmo irritante, e sua sobrancelha arqueada acentuava a provocação. — Já terminou, bruxinha?Seus lábios se curvaram em um sorriso frio, revelando as presas afiadas que brilhavam sob a luz fraca. Ele não demonstrava dor ou surpresa, apenas uma confiança perigosa que parecia se expandir com meu ato impulsivo. Seus olhos fixaram-se em mim com precisão, estudando cada reação, cada tremor em meu rosto, enquanto um brilho predatório cintilava em seu
POV: KEENAN— É mesmo? — perguntei em voz baixa e provocativa, mantendo as mãos nos bolsos enquanto o encarava. A presença do meu lobo dominava o ambiente. — O que te dá o direito de exigir algo dentro da minha alcateia, Constantine?— Estamos fartos da sua proteção a essa traidora! — rosnou o Alfa da alcateia convergente, os olhos faiscando de raiva. — O Alfa Supremo pode ser complacente por sua amizade, mas nós...— Nós? — cortei sua fala com frieza, arqueando uma sobrancelha. Avancei devagar, cada passo uma ameaça silenciosa. — Quem mais ousa me desafiar?— Você sabe que o Conselho não a deixará escapar do que fez. — Ele também avançou, mostrando os caninos com um sorriso debochado. — O feitiço dessa bruxa te cegou, Alfa do Norte. Talvez um confronto te faça enxergar.Um sorriso frio se formou em meus lábios.— Eu adoraria ver você tentar.Liberei a força do meu lobo, tornando o ar denso e pesado. Meus músculos se retesaram, prontos para o ataque. Cada movimento meu emanava uma amea