Mundo de ficçãoIniciar sessão
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HENRICOSeis anos atrás...Graças aos desgraçados que estavam me roubando, tive que deixar Chester e vim pessoalmente para Londres averiguar o tamanho do prejuízo. Não queria ter deixado Isabel, porém, há dias ela vem se sentindo indisposta e não achei prudente fazer uma viagem tão longa. Com tantos funcionários a sua disposição, sei que ela estará bem.Não sabendo o que iria encontrar pela frente, cogitei que passaria algumas semanas fora de casa, no entanto, resolvi tudo e sem nada mais para fazer, era chegada a hora de retornar para os braços daquela que há dois anos mudou a minha vida. Desde cedo, como o único filho do Duque de Gordon Henrico I, tive que assumir todo o império que o meu pai construiu com tanto esforço.Embora sendo um homem que comandava tudo com mãos de ferro, ele sempre me ensinou a ser justo, que todos aqueles que estavam ao nosso redor deveriam receber de forma digna pelo seu trabalho, porém, jamais perdoamos quem ousar nos roubar como se tudo que construímos
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HENRICODias atuais...Olho para minha esposa e não acredito que finalmente terei um filho. Por anos, a dúvida vem me atormentado, como disse aquele desgraçado, junto com Isabel se foi não só aquela criança, mas o segredo de quem era o verdadeiro pai. Annabella tem sim alguns traços da maldita e quando a vi naquele baile, por alguns instantes a raiva me dominou, porém, assim que nossos olhares se encontraram, algo que nunca tinha sentido na minha vida foi despertado por ela, um misto de sensações que foram capazes de me fazer sentir novamente vivo, como se o meu corpo que por anos estava adormecido, enfim havia acordado.Acabei perdendo o controle quando a encontrei naquele quarto e depois de tudo que aconteceu, resolvi queimar tudo que estava dentro dele, chegou o momento de me libertar desse tormento. Ela me deu o maior presente que um homem pode ter, além do seu amor, ter a dádiva de ser pai é um presente que devemos sempre agradecer. Tenho lutado há dias para seguir as orientações
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ANNABELLA Minha boca ficou tão seca, que nem a minha própria saliva descia pela minha garganta, meus olhos arderam, mas segurei firme. As órbitas azuis gigantes do meu marido continuavam fixas na mulher ao meu lado, que estava cortando uma generosa fatia do pudim Romeu e Julieta.No momento que ela colocou o doce em meu prato, o desafio silêncio que antes foi lançado no ambiente, foi quebrado quando o duque que até então tinha seus olhos cravado na direção dela, desviou em minha direção e assim que suas palavras ecoam no ambiente, Betha também adentrou o cômodo com uma bandeja em suas mãos.— Amélia, pode me servir o pedaço que seria para a duquesa. A partir de hoje Bethany ficará responsável por toda alimentação de Annabella, desde a escolha, até a preparação.Enquanto, Betha colocou em cima da mesa o pudim de leite de cabra que sempre foi o meu favorito, a mulher que parecia desnorteada assim como eu, seguiu com o prato em direção ao meu esposo. Movida pela minha curiosidade, resol
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HENRYMeses depois...Tudo de que eu me lembrava era do meu corpo sendo arremessado e uma forte dor invadindo todo o meu ser devido o forte impacto com o chão duro. Segundo o meu irmão, graças ao nosso aliado, ele conseguiu me tirar do lugar antes daquele maldito me encontrar. Foram anos preso a uma cama, anos de sofrimento e dores fortes em minha cabeça devido à queda e, quando tudo parecia perdido, eu voltei, pois maior que qualquer tormento, é a minha sede de vingança.A burra da Isabel foi somente um objeto para chegarmos até aquele maldito. Conheci a bela mulher assim que ela perdeu os pais, dona de uma beleza estonteante, porém, a idiota acreditou mesmo que assim que déssemos um fim no infeliz, eu ficaria com ela, algo que jamais iria acontecer.Não estava em nossos planos que tudo viesse à tona naquele dia, o bastardo que estava em seu ventre, nos daria direito a toda fortuna do infeliz, antes de enviá-lo para as profundezas do inferno, mas nada me deu mais prazer do que ver a
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ANNABELLA Dor.Dor... Dor...Tudo está tão pesado e dolorido, minha cabeça não para de latejar, ouço vozes distantes. "Henrico". Preciso abrir os meus olhos, mas eles estão tão pesados. Novamente o som da voz se faz presente e diante daquela ordem dada aos berros. O pânico tomou conta de mim e meus olhos se abriram de imediato.— Anna, o bebê. Acordaaaaa!Um ruído terrível de dor e medo escapou pela minha garganta quando uma dor insuportável na minha barriga apoderou-se de todo o meu ser. Entrei em desespero quando senti algo molhado escorrendo pelas minhas pernas.— Não! Não! Nãoooooo...— Calma, meu amor eu estou com você — sussurrou meu esposo.— Fique calma filha. Temos que levá-la para o quarto e você, Amélia, providencie uma bacia com água morna.Ele me pegou em seus braços e novamente um grito alto saiu por entre os meus lábios. As contrações ficaram muito mais doloridas. Meus pulmões pareciam estar em chamas, enquanto caminhava comigo em seus braços, ele não parava de falar, t
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ANNABELLAQuando ouvi que o bebê era uma menina, ao mesmo tempo em que o pânico tomou conta de mim, uma sensação inexplicável invadiu o meu coração. Mas antes de Betha cogitar em me entregar a minha filha, a porta foi aberta e ao ver o duque, meu coração disparou. Respirei profundamente, tentando me acalmar, porém, quando sua mandíbula se contraiu e suas órbitas ficaram no tom mais escuro, eu sabia que algo de ruim iria acontecer.Ele ficou totalmente imóvel e em nenhum segundo olhou para o meu bebê, e quando ouvi os gritos dela, tudo que eu queria era tê-la em meus braços e protegê-la, não iria deixar que nada viesse a acontecer com ela, nem que para isso tivesse que enfrentá-lo, no entanto, ao tentar me levantar, uma dor terrível apoderou-se de todo o meu ser. Lágrimas logo surgiram e quando ele se moveu em direção a minha mãezinha, eu não consegui controlar e todo o meu corpo começou a tremer freneticamente, os gritos ficaram mais altos e aquilo estava acabando comigo, porém, a cen
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ANNABELLA Gratidão! Felicidade! Amor! Essas palavras representam o misto de sensações que estou sentindo. Ter minha joia preciosa em meus braços foi algo indescritível, algo que palavras não são capazes de explicar. Ver o brilho intenso nas órbitas azuladas do meu marido, me deixou com o coração dando pulos de alegria.Meu coração batia num ritmo alucinante e nem o medo que senti após a conversa que tive com o meu duque, foi capaz de fazer eu não aproveitar cada segundo deste dia que marcou as nossas vidas. Lutei o quanto pude para manter os meus olhos abertos, minhas pálpebras estavam tão pesadas, que não fui capaz de não me entregar à escuridão do esquecimento."Vamos pegar a sua filha".Acordo em um sobressalto, meu corpo banhado pelo suor, aos poucos as lembranças do pesadelo invadem a minha mente. Meu coração disparou, minha respiração tornou-se escassa e assim que meus olhos foram de encontro ao lado direito da cama, o pânico me dominou. Meus pensamentos ficaram todos voltados
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HENRICOEstarrecido, é assim que me sinto após ouvir todas as palavras ditas por James. Amélia, irmã daquela fedelha? Mas algo não estava fazendo sentido, já que ela vive no castelo desde criança. Vendo meu estado de confusão, o homem a minha frente tratou de quebrar o desafio silencioso que pairou no ambiente.— Quando a freira falou-me que elas eram irmãs, tudo começou a fazer sentido, no entanto, faltava ainda desvendar os segredos por trás dessa mulher que vive sobre seus domínios. Sabendo que Bartolomeu é o seu tio, e que trabalha para você há muito tempo, tratei de investigar de fato a história da vida dele, o suposto parentesco com Amélia, que só foi dito que era órfã, filha de um primo distante que havia falecido quando ela era somente uma criança. A verdade por trás de tudo isso, é que realmente, ela é filha de um primo do mesmo, porém, não era verdade que ela era órfã e sim os pais a deram para o casal, assim que tinha completado cinco anos de idade.— O que mais descobriu?