Londres - Inglaterra
Castelo de BuckinghamANNABELLAEu estava totalmente imóvel, com olhos fixos na direção do homem de beleza perturbadora, que me tirou o fôlego. Ele continuava parado, me encarando, enquanto o outro homem que estava ao seu lado segundos atrás, caminhava em nossa direção. A voz do meu pai me trouxe de volta ao presente.— Annabella, o Lorde Langston ficou encantado com você.Cada olhar dissimulado que o velho babão dava em minha direção, fazia o embrulho em meu estômago aumentar. No entanto, uma voz grave ecoou no ambiente fazendo todos se moverem para identificar a pessoa responsável por aquela voz. O homem vestido de forma elegante, e com um largo sorriso no rosto, que há poucos minutos estava ao lado daquele que fez todo o meu corpo estremecer, se pronunciou.— Boa noite a todos.— Lorde Bingham! — Lorde Langston o saudou com uma expressão não muito agradável, porém, o meu pai que antes estava com atenção focada no velho, voltou sua atenção para o Lorde Bingham.— É um prazer conhecê-lo. Sou Lord Waston, da Escócia, e essa é minha filha, Annabella.O homem ao ouvir as palavras proferidas pelo meu pai se pôs de lado e fez uma reverência, me saudando, em seguida sua voz novamente se fez presente.— Boa noite, Lady Annabella. É um prazer conhecer a dama mais linda da noite — ele sorriu de maneira cordial.Dei um sorriso tímido para ele. Ficamos tão distraídos com a presença do Lorde Bingham, que não escutamos a aproximação do desconhecido. No entanto, senti um arrepio em todo o meu corpo, quando a profunda e potente voz no sotaque peculiar, se fez presente.— Boa noite, cavalheiros!Ele estava parado em minha frente, os cabelos loiros resplandeciam como os raios de sol, sob a luz de vários lustres pendurados no teto do ambiente. Suas órbitas azuis eram ainda mais brilhantes de perto. Sua boca era o pecado encarnado. Esculpida pela mão de um mestre, com lábios nem carnudos e nem finos, porém, firmes. Despudoradamente sensuais. Emoldurados por um queixo forte e de traços bem definidos. Saio dos meus devaneios quando ouço a voz do Lorde Bingham, e ao pronunciar o nome do desconhecido, o meu pai que antes estava com uma expressão um tanto confusa, logo se recompôs e um largo sorriso surgiu em sua face, no mesmo instante que suas órbitas esverdeadas tinham um brilho totalmente desconhecido por mim.— Duque de Gordon. Pelo visto também veio cumprimentar o Lord Waston e sua linda filha, a senhorita Watson.O homem mantinha uma expressão séria, seus olhos estavam fixos nos meus, seu olhar era extremamente quente, como o de um predador, um modo decidido e sedutor. Sua expressão demostrava que ele sabia o que queria. Um desafio silencioso foi lançado, um longo instante se passou, um tempo que eu mal registrei, pois estava muito concentrada na reação dele. O silêncio foi quebrado quando ele desviou o olhar na direção do meu pai, enquanto os dois homens analisavam cada movimento seu.— Lord Waston, poderia me conceder a mão da Lady Watson para uma dança? — Nem bem o Duque de Gordon terminou de falar e meu pai logo tratou de responder.— Com toda certeza, Vossa Graça.O homem a minha frente se virou novamente para mim, e rapidamente avançou, ficando a pouco centímetros de distância de mim. Então disse:— Uma dança — ele se curvou e estendeu sua mão.Desviei meu olhar por um instante, procurando organizar meus pensamentos. Tamanha proximidade me impedia de pensar e até respirar direito. Se a distância, um misto de sensações pairou sobre mim, agora parecia que tinha multiplicado naquele momento. Respirei fundo estendendo a mão para segurar a dele, e em seguida respondi.— Sim, Vossa Graça.Ele me conduziu até o meio do salão de Buckingham, logo em seguida me puxou para mais perto de si, fazendo novamente o meu corpo estremecer. O cheiro inebriante e intoxicante do seu perfume logo invadiram minhas narinas. Ele cheirava a sândalo e citrus. Um perfume revigorante, natural e viril.Ao som da orquestra, começamos dançar, parecia que naquele momento só havia nós dois e mais ninguém. Levantei o olhar, notando os diversos detalhes que só podem ser percebidos com a proximidade extrema. O duque de Gordon tinha cílios longos e espessos em torno dos olhos azulados. Eram lindos, exóticos, acentuados por sombras que vinham tanto de dentro, como de fora. Suspirei ao ver a curvatura sedutora da sua boca e desejei sentir ainda mais todos os detalhes dele: o som da sua voz e o impacto da proximidade com seu físico viril. Deixo tais pensamentos de lado quando ouço sua voz. Engoli em seco, ao perceber que não conseguia tirar a atenção daquela visão, me impressionando com o rumo dos meus próprios pensamentos.— Sua beleza é estonteante. Você é encantadora. — Ele mantinha um olhar lascivo, denotando um interesse, cem por cento, carnal. No entanto, me assustei com a forma pela qual aquele elogio me afetou, fazendo o meu corpo reagir de imediato. Nunca em toda minha vida, eu me senti dessa forma, não eram só os atributos físicos dele que me fascinavam, uma energia poderosa vibrava, me atraindo como um ímã na direção dele. Um sorriso surgiu entre meus lábios no mesmo instante que um pensamento se fez presente."O duque de Gordon parece um dos príncipes que sempre olhava nas histórias".HENRICOQuando o maldito do Lorde Bingham me cumprimentou, percebi o brilho no olhar do homem, a quem descobri que se chama Lord Waston. Busquei em minhas lembranças e logo me lembrei de quem se tratava e vibrei por dentro no mesmo instante. Isso será mais fácil do que imaginei. Virei-me para a mulher a minha frente e ficamos nos entreolhando. O meu pau não parava de se contrair entre minhas calças. A m*****a, mesmo sem saber, despertava todos os meus instintos primitivos e naquele momento, a minha vontade era experimentar a sensação daquela boca tão bela e em seguida me deliciar do seu corpo jovem. Respirei fundo, girando lentamente a cabeça, voltei minha atenção para o Lorde Waston, que ao ouvir as minhas palavras, logo tratou de dar permissão.A conduzir até o meio do salão, em seguida, tratei de acabar com a pequena distância que nos separava, a trazendo para mais perto do meu corpo. Enquanto a música tocava, fiquei observando cada traço da mulher a minha frente e suas reações. Estava visível através do seu olhar, o seu interesse em relação a mim, e assim que disse o quanto ela era bonita, só confirmou as minhas suspeitas. Nos minutos seguintes, acabei descobrindo o seu nome.Depois que a música parou, caminhamos em direção aos três homens que não desviaram por um só minuto, suas atenções de nós dois, e assim que a bela Annabella ficou ao lado do seu pai, minha voz se fez presente.— Lorde Waston, se não tiver nenhum compromisso para amanhã, gostaria que fosse até a minha residência aqui em Londres. Tenho algo a tratar com o senhor, e adianto que será do seu interesse.Ao ouvir minhas palavras, como eu já esperava, um brilho surgiu nos olhos gananciosos do homem a minha frente. No entanto, tudo que vi nos olhos dos dois idiotas ao seu lado, foi ódio. Após me despedir, um único pensamento se fez presente em minha mente."Em breve a senhorita Watson estará em minha cama, contorcendo o corpo dela sob meu, como resposta a minha penetração firme e profunda. E dela, a única coisa que desejo é o meu futuro herdeiro e sua submissão total".Londres - InglaterraNo dia seguinte...LORD WATSONAcordei assim que surgiram os primeiros raios do sol, para ser sincero, eu mal dormi tamanha era a minha ansiedade. Quando chegamos ao baile e logo avistei um grupo de conhecidos, e em seguida ver o interesse do Lorde Langston em Anna, mesmo sendo 40 anos mais velhos que ela, eu vi a chance que tanto esperava. No entanto, logo surgiu o Lorde Bingham, o que deixou tudo mais interessante, porém, jamais esperava encontrar alguém tão importante como o temido Duque de Gordon, que é dono de uma fortuna que só deixa a desejar diante da família real.Não pensei duas vezes em dar permissão ao pedido que foi feito por ele, e ao o ver conversando em meio a dança com Annabella, fiquei um tanto apreensivo, pois temia que a infeliz colocasse tudo a perder. Para minha total surpresa, quando eles se juntaram novamente a nós, e ele me comunicou que gostaria que fosse até sua residência em Londres, eu tive que me controlar para não deixar transparece
Londres - InglaterraANNABELLAUm pouco antes do amanhecer, acordo, sobressaltada. Meu coração estava aos pulos, como se eu tivesse corrido uma grande distância. As cortinas estavam abertas, permitindo a entrada da luz do luar através da vidraça. Respirei fundo, os meus batimentos cardíacos e minha respiração readquiriram um ritmo normal. Esperei um tempo para os meus olhos se ajustarem à iluminação reduzida no ambiente, girando a cabeça para o lado, percebi que Betha ainda estava dormindo. Silenciosamente, me levantei e comecei a andar com passos lentos e regulares em direção a janela, fiquei observando a rua que estava completando deserta. Eu estava inquieta e impaciente. Desde o momento que o meu pai me comunicou do jantar na residência do Duque de Gordon, que as imagens dele surgiram como flashes a minha frente, me tirando o fôlego. Em meio a tantas mulheres lindas naquele baile, é uma sensação única ser alvo de tamanho interesse. E, sobretudo, por um homem tão lindo e tentad
Castelo de GordonANNABELLADias depois...Parada diante da porta dupla que davam acesso ao grande hall do castelo de Gordon. Eu ainda não conseguia acreditar que daqui a alguns minutos, a minha vida mudará para sempre. Mil coisas passavam pela minha cabeça. Meu coração estava disparado e o incomodo que eu sentia na barriga, não ia embora de jeito nenhum.Fecho os meus olhos e meus pensamentos me levam para o dia que recebi a notícia que mudou o rumo da minha vida.Senti o mundo todo girar quando ouvi as palavras proferidas pelo Duque. A princípio fiquei em choque. Com os olhos arregalados, fixos em sua direção. Todo o meu corpo ficou paralisado. Meu coração começou a bater cada vez mais forte, mas em um ritmo constante. O desafio silencioso lançado por mim, provocou a tensão súbita e visível no Duque de Gordon. Um longo instante se passou. Eu estava no automático, suas palavras ecoando em minha cabeça.Não sabia o que dizer ou fazer, porém, fui arrancada dos meus devaneios quando o m
ANNABELLA Com os olhos fixos na imagem a minha frente, fico contemplando a sua beleza. Sua expressão era calma, e vê-lo tão próximo a mim, pude observar melhor os traços em torno da sua face. Henrico tinha uma beleza estupenda, semelhante as dos príncipes que sempre lia nos livros escrito por autoras francesas.Ao contrário do meu esposo que acabou dormindo, mesmo cansada e dolorida, não consegui me entregar ao sono. Era a primeira vez que dormia com alguém no mesmo ambiente que não fosse a Betha e depois de tudo que fizemos horas atrás, mil coisas se passavam pela minha cabeça.Depois da dor infernal que senti, ao ponto de cogitar que seria partida ao meio, um misto de sensações apoderou-se de todo o meu ser, algo dentro de mim vibrava a cada toque dele em meu corpo e mesmo completamente exausta, o meu corpo ainda reagia com a mesma intensidade da primeira vez que ele me possuiu. Eu nunca imaginei que pudesse ser tão despudorada e descarada no auge da paixão, implorando para ele con
ANNABELLANervosa... Dolorida... E com o coração pesado, pois é assim que eu me encontro depois de tudo que aconteceu. Sozinha nesse quarto imenso, e, deitada sobre a enorme cama, coberta pela colcha macia de seda. Estou olhando para o teto, enquanto destrinchava os acontecimentos das últimas horas em minha cabeça.O jeito como ele avançou em cima de mim e segurou em meu pescoço, era como estivesse possuído. Suas órbitas azuis brilhavam com tanta intensidade, sua expressão era assustadora, uma mistura de ódio e confusão, como se estivesse dominado por um misto de sensações ruins. Era como se o homem a minha frente estivesse travando uma luta interna que estava o consumindo por dentro. Quanto ele intensificou o aperto em volta do meu pescoço frágil. Eu senti meus pulmões em chamas, funcionando aos espasmos, minha respiração se tornou escassa e logo uma imensa escuridão me envolveu. Não sei quanto tempo eu permaneci desacordada, mas logo senti algo forte invadindo minhas narinas, e mesm
HENRICOAlguns dias depois...Deixei o castelo assim que surgiram os primeiros raios do sol. Ontem a chuva caiu torrencialmente por toda tarde. À noite houve trovões terríveis e, novamente as lembranças surgiram em minha cabeça, e bastou meus olhos se fecharem, para que os pesadelos voltassem a me atormentar, porém, a voz de um anjo me arrancou das profundezas do meu tormento. Suas órbitas estavam fixas em minha direção, uma mistura de medo e preocupação estava visível através do seu olhar, no entanto, a necessidade de tê-la junto ao meu corpo, me fez puxá-la para mais perto de mim. O seu cheiro, a sua pele, tudo nela me fascina e por mais que eu tente negar, ela é a única que após tantos anos, foi capaz de me proporcionar novamente sentir, mesmo, que seja por algumas horas, uma sensação de paz.Anna, não é só um rosto bonito, a sua simplicidade, a sua inocência são algo que a torna única. Aproveitando que já estávamos acordados, passei o restante da noite me perdendo no meio das suas
HENRICOOntem, depois que cheguei ao castelo, encontrei James que já estava me guardando com as informações que pedi. Aproveitei para resolver com ele, alguns assuntos pendentes e, assim que terminamos e ele foi embora, aproveitei para checar as informações sobre o desgraçado do meu sogro. Como já havia sido informado, o maldito, desde que voltou para a Escócia, começou com o vício dos jogos e bebidas, e praticamente perdeu tudo que havia dado para o pagamento das dívidas. Como consequência, caiu em uma emboscada e, por pouco não acabaram com sua miserável vida, o que seria a melhor solução. Os homens que James enviou para Escócia, descobriram que quando encontraram o infeliz desacordado, tinha um bilhete em cima do seu corpo com o nome de Annabella.Senti o ódio inflamando em minhas veias, meu coração disparou, e o meu corpo inteiro estava em chamas. Não me importa o que farão com aquele maldito viciado, mas se alguém cogitar em encostar em um fio de cabelo dela, vão saber o motivo p
ANNABELLANo dia seguinte...Acordei bem cedo, porém, continuei deitada. Henrico saiu ainda nem era sete horas da manhã, precisava resolver alguns assuntos no centro da cidade, os quais foram adiados pelo ocorrido de ontem. Confesso que fiquei desnorteada, perdida, o pânico me dominou ao vê-lo vindo em minha direção com aquela arma e, quando ele levou o dedo em direção ao gatilho, meu corpo inteiro paralisou. Depois que tudo passou, eu fiquei intrigada como aquela cobra enorme foi parar ali, pois Maria me disse que também achou estranho.Minutos depois, arrumada, fui até a cozinha e, junto com Betha, tomei o meu café, quando terminei, a minha mãezinha estava ajudando na cozinha, pois Amélia e as outras funcionárias estavam limpando o castelo. Eu não era louca de ir novamente ao jardim, então resolvi voltar para o meu quarto e, procurar um livro para ler, subi os degraus da escada e quando cheguei próximo ao corredor que dava acesso aos meus aposentos, ouvi um barulho vindo do outro la