Capítulo 23Max estava sentado à sua mesa no escritório. Ele apertava as têmporas com força, tentando aliviar a pior dor de cabeça que já sentira. A tensão acumulada parecia se concentrar em sua cabeça, uma pressão incessante que o fazia se sentir à beira de um colapso.A porta do escritório se abriu suavemente, e sua secretária entrou, a expressão cuidadosa como se soubesse que ele estava em um momento delicado.- Senhor Colt, Caterina está aqui e gostaria de falar com o senhor - ela disse em tom suave.Max suspirou, o som carregado de exaustão, e acenou com a cabeça para que ela deixasse Caterina entrar.Quando Caterina entrou no escritório, seus olhos captaram imediatamente o estado em que Max se encontrava. Ele estava abatido, a dor evidente em seus olhos, mesmo que ele tentasse disfarçar. Caterina, sempre perceptiva, notou como ele se mantinha rígido na cadeira, como se estivesse segurando algo que o consumia por dentro.- Max... - ela começou, a voz suave e cheia de preocupação.
Capítulo 24Max estava imerso em seus próprios pensamentos, quando Caterina passou suavemente a mão sobre a dele, chamando-o carinhosamente para almoçarem juntos, ele aceitou com um aceno de cabeça, grato pela distração momentânea.Eles saíram do escritório em silêncio, com Caterina guiando o caminho. O restaurante que ela escolheu era tranquilo, longe do burburinho habitual da cidade, um lugar onde ele poderia relaxar um pouco. O almoço foi agradável, com Caterina tentando, sem sucesso, arrancar de Max algum traço de sorriso ou leveza. Mas ele estava distante, lutando contra os próprios sentimentos, sem conseguir se livrar do peso que carregava desde que soubera do casamento do filho.Após o almoço, Caterina, percebendo o estado abatido de Max, o levou para uma praça grande, onde havia uma sorveteria. Ela sugeriu que tomassem um sorvete e ele, mais uma vez, concordou com um aceno. Eles se sentaram em um banco de madeira, com uma vista privilegiada do pequeno lago, onde passarinhos ca
Capítulo 25Caterina entrou no carro atrás do volante e lançou um olhar preocupado para Max, que mantinha os olhos fixos na estrada à frente. Ela preferiu esperar até que estivessem fora da mansão para falar.Enquanto o carro deslizava pelas ruas escuras, Caterina observava Max de canto de olho. Ele parecia distante, perdido em seus próprios pensamentos, e isso a deixava ainda mais preocupada. Finalmente, quando estavam a uma boa distância da mansão, ela quebrou o silêncio.— Max, você parece estar em outro mundo. O que está acontecendo? — perguntou ela, sua voz suave e preocupada.Max suspirou.— É complicado, Caterina... As coisas em casa estão... diferentes agora.***Enquanto isso, na outra ponta da cidade, Daniel estava em uma boate esfumaçada, o cheiro de álcool e luxúria impregnando o ar. Ele estava encostado em uma parede mal iluminada, seus lábios colados aos de uma jovem mulher que ele mal conhecia. As mãos dele percorriam seu corpo com urgência, enquanto ela se entregava ao
Capítulo 26Natasha respirou fundo e, movida por um impulso quase irracional, se aproximou mais de Max. A visão dele adormecido no sofá, com a camisa aberta e a gravata caída ao lado, estava provocando nela um forte desejo.Enquanto se inclinava sobre ele, o cheiro do uísque misturado com o aroma do perfume dele a envolvia. Natasha sentiu o coração disparar quando tocou a mão dele, seus dedos trêmulos roçando levemente na pele quente.Max, sem perceber a presença de Natasha, se movia um pouco, o que fez ela hesitar por um momento. O álcool no sangue fazia com que ele estivesse em um sono profundo e tranquilo, sem perceber a presença dela.Natasha, se aproximou ainda mais de Max. Seus movimentos eram suaves e hesitantes, como se temesse que qualquer erro pudesse acordá-lo. Ela se sentou lentamente no colo dele, o calor do corpo de Max se tornando um estímulo quase irresistível para ela.Com um toque delicado, seus dedos passaram pelos ombros dele, traçando um caminho lento e carinhoso
Capítulo 27Max decidiu deixar de lado o a decepção, pelo menos por enquanto. Havia uma questão mais urgente: seu filho precisava de um banho frio para voltar à sobriedade. Com esforço, ele ergueu Daniel, apoiando o peso do filho embriagado em seu ombro, e o conduziu até o quarto. Ali, sem dizer uma palavra, começou a despir o filho, ligou a água fria do chuveiro e ajudando-o a entrar. Daniel reclamou, tentou resistir, mas estava tão desorientado que mal conseguia se manter em pé. Max segurou o filho com firmeza, mantendo-o sob o jato de água até que sua respiração começasse a se estabilizar.Quando finalmente Daniel parecia menos confuso, Max o ajudou a sair do chuveiro, secou-o rapidamente e o vestiu com roupas limpas. Ele o guiou até a cama, certificou-se de que estava deitado de forma confortável antes de apagar as luzes deixando apenas o abajur aceso. Daniel caiu em um sono pesado quase instantaneamente.Max ficou observando o filho por alguns instantes. Deu um suspiro profundo
Capítulo 28Ele deu um passo mais perto dela, seus olhos nunca deixando os dela.— Eu sei que você sente isso tanto quanto eu, essa atração... Mas você se casou com meu filho. E por mais que isso me torture, eu preciso saber... Por que você fez isso? Por que Daniel? Foi por dinheiro? Status? Ou foi apenas para me ferir?Cada palavra saía com dificuldade, como se estivesse admitindo em voz alta algo que ele preferia nunca ter confrontado.— Eu me sinto... traído, Natasha. Não só como homem, mas como alguém que... que talvez tenha se permitido acreditar em algo mais. Então me diga, por que você o escolheu e me deixou para trás?Natasha sentiu as palavras de Max como uma facada. A acusação implícita naquelas palavras, a redução de tudo o que sentia a um simples jogo de interesses, fez com que a raiva começasse a fervilhar dentro dela. Ela fechou a boca, o queixo tenso, e o encarou com os olhos brilhando de indignação.— Como você pode dizer uma coisa dessas? — ela finalmente conseguiu r
Capítulo 29Natasha finalmente conseguiu pegar um táxi e, enquanto o veículo cortava as ruas da cidade, ela tentava afastar os pensamentos turbulentos dos últimos minutos. Quando chegou ao hotel, pegou suas malas e entrou rapidamente, como se estivesse fugindo de algo. Trancou a porta atrás de si, sentindo um alívio momentâneo, mas ao mesmo tempo um medo crescente de que, de alguma forma, alguém pudesse invadir sua privacidade e desmoronar ainda mais seu frágil equilíbrio.Com as costas contra a porta, ela deslizou até o chão, deixando as lágrimas correrem livremente. As emoções que segurara durante todos esses dias finalmente se libertaram, e ela chorou, sentindo a angústia e a dor de tudo o que havia passado. Depois de longos minutos, quando as lágrimas começaram a secar, Natasha se levantou com uma determinação silenciosa. Ela caminhou até o banheiro e ligou o chuveiro, deixando a água quente escorrer pelo corpo, como se quisesse lavar mais do que apenas a sujeira física. Era como
Capítulo 30Dois dias se passaram, e Max se obrigou a manter distância de tudo que o lembrasse de Natasha. Evitava os camarins e os estúdios da FashionTech, locais onde a presença dela era inevitável. Cada vez que via a porta do estúdio, sentia o coração apertar, e seu corpo clamava para ir até lá, mas ele resistia. No entanto, essa resistência estava custando caro. Max se isolava cada vez mais, trancado em seu escritório ou no quarto da mansão, tentando sufocar o desejo insuportável que o consumia.Os funcionários começaram a notar seu comportamento estranho, mas ninguém ousava comentar nada. Ele mal falava, respondia com acenos de cabeça ou murmúrios curtos e grossos. O próprio Daniel percebera a mudança no pai, mas atribuiu ao trabalho ou aos problemas que, talvez, ele desconhecesse.No terceiro dia, a tensão se tornou insuportável. Era tarde da noite, e Max estava no escritório, tentando afogar seus pensamentos em papéis e relatórios que, naquele momento, pareciam inúteis. A bebid