Passado – Parte 2Usei pela primeira a velocidade dos vampiros. E é uma das melhores sensações. Pena que acabou rápido. Logo cheguei nos arredores da minha casa. Estava pensando em onde poderia ir com essa velocidade... quando vi.A cena que eu vi ao chegar em casa me levou a loucura. Ela estava sorridente como nunca, ao lado do pai que a abandonou. Eram como uma família feliz. Eles sorriam os sorrisos que deveriam ser meus, sentiam o amor que eu queria sentir desde que me entendo por gente, e cheguei a acreditar que nem existia. Sem pensar em nada, os ataquei. Não desejava mais sangue depois de drenar meus captores, por isso apenas destrocei seus corpos como um animal selvagem. Nada me fez parar, nem mesmo o bebê completamente formado e morto na barriga aberta de Louise. Só quando me vi diante da cena grotesca que entendi o quão vazio de sentimentos eu sou. Talvez seja por isso que ninguém nunca me amou. Como me amariam, se nem eu mesmo consigo me amar?Agora o meu destino já estava
Eu te amei ao ponto de mal conseguir respirarVocê me atingiu como uma flecha envenenada de amorEspalhando esse venenoMe nocauteandoMe deixando ao chãoAos seus pés.Christopher VilardDecepção é um sentimento agoniante. Ainda mais quando sei que eu não podia esperar nada de Alma. Ela não era obrigada a adivinhar que eu queria surpreendê-la. Mas era obrigada a me obedecer e cuidar da própria segurança. Foi por isso que ao vê-la com um estilo ridículo e me olhando com pena, perdi o controle.A mesa foi parar na parede e caiu fazendo barulho. Estava tudo no chão; flores, comida, bebida. A única coisa bela naquele cenário, estava destruída.— Christopher, eu...— Vai embora, Alma! Não estou com ânimo para as suas infantilidades. Hoje não. — Olhar para o seu cabelo rosa me deixava ainda mais irado.— Desculpe. — Foi tudo que ela disse, com uma voz que era quase um fio. Foi só nesse momento que percebi que ela estava chorando. A luz das vê-las não ajudava muito.Deixei minha parte lobo
Fui contra as correntes da minha maldiçãoQuero ser diferenteQuero sair da caixaVoar, amarSolidão nunca mais.Christopher VilardDeixei o carro na frente da luxuosa sede do Conselho.Ninguém tentou me parar enquanto eu seguia para a sala onde os membros costumavam se reunir exatamente nesse horário.Os seguranças me olharam.— Abra! — ordenei.— Precisamos anunciar a sua presença — um deles disse.Um sorriso de canto escapou dos meus lábios. Assim que ele piscou seu coração já estava em minha mão. Eu precisava matar alguém e ele teve o azar de se colocar no meu caminho.— De mau-humor, Vilard? — uma voz disse atrás de mim. Era Dougllas.Joguei o coração no chão, junto com o corpo que já havia caído. Me virei devagar lambendo os dedos sujos de sangue.— Apenas não gostei da atitude do seu segurança lobo. Devia colocar apenas híbridos ou vampiros, pois acho que ter um coração completamente vivo atrapalha — falei calmamente. Matar me fez bem. — E você, atrasado como sempre.— Vamos en
Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimasQuando você gritou eu lutei contra todos os seus medosEu segurei a sua mão por todos esses anosMas você ainda tem tudo de mimMy Immortal - EvanescenceAlma DemisePrecisei fugir daquela conversa, apesar de querer irritar Christopher. A minha existência causava muita confusão e mortes, e por bobagens. Sou apenas uma humana. Não sei o que todos esperam de mim. Às vezes me pego perguntando se o melhor seria simplesmente deixar de existir. Pensamentos que logo eram deixados de lado, pois nunca escolheria o caminho mais fácil, principalmente se esse caminho me levava para longe do meu híbrido idiota. Fala sério! Nunca imaginei que o amaria tanto. Ainda recordava do dia em que cheguei na mansão completamente apavorada com a possibilidade de ter sido entregue a um criminoso louco. Soa até irônico quando penso que falto me jogar sobre ele.Não estava tão irritada com ele, pelo que houve com Agatha, como demonstrava. Fiquei muito satisfe
Christopher VilardPassaram vários meses. Alma estava perto de completar vinte anos. Seguíamos tentando nos manter na linha. E estava cada vez mais difícil. Depois da primeira vez que provei o seu sangue, só o fiz mais uma vez. Eu não era tão bom em controle. E a sentia se derramar de prazer. Ou seja, seu sangue era algo que eu devia evitar se não quisesse esquecer tudo e me perder em suas curvas suaves, em seus lábios macios.A porra da profecia estava completamente errada. Vinte e um anos, um caralho! Eu a desejei durante dias, meses, anos... Parecia uma eternidade.E eu a quero agora. Tanto que tomei uma decisão. A teria no seu aniversário de vinte anos. Seria o meu presente para nós dois.Vinte é o novo vinte e um. Esse era o meu pensamento enquanto via Alma toda empolgada com os preparativos para a festa. Eu, Christopher Vilard, dando festas para humanos. O que essa garota fez comigo?O dia chegou. Tudo estava preparado. Reservei um chalé nas montanhas, para onde a levaria depois
Alma Demise— Vinte anos! — gritei empurrando o cobertor e saltando da cama. Abri a janela deixando o sol entrar e suspirei. Não havia melhor presente do que poder contar para todos que Christopher era meu, ou seria em breve. Quero só ver como ele vai conseguir manter as mãos e o resto do corpo longe de mim. Se já posso ser presa como adulta, certamente posso fazer tudo que um adulto pode.— Eu sou adulta! — levantei os braços. Certo, eu parecia uma criança com essa atitude. Foi por isso que ri e simplesmente desci para o café da manhã com o maior dos sorrisos e cantarolando. Estou mais feliz do que quando fiz dezoito, talvez porque esteja chegando o dia em que um certo hibrido não terá mais desculpas para dizer não.— Bom dia! E feliz aniversário! — Bella me cumprimentou. Ela já estava à mesa esperando por todos, que no caso incluía Christopher e eu.Bella foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida. Apesar de “meus pais” terem cuidado bem de mim, foi com ela que converse
Christopher VilardFazia meses que não ouvia mais movimento do Conselho em busca de tomar Alma. Foi estranho. Eles pareciam ter desistido dela. Foi estranho, mas nada que tirasse a minha paz. Apenas acreditei que estivessem aprontando algo... me deixando na ilusão que não tentariam mais levá-la para me distrair.Eu devia ter sido mais esperto, mais inteligente. Houve conversas sobre uma humana nova que apareceu no Conselho, uma humana que eles estavam cuidando como se fosse uma joia fácil de quebrar. Diziam que era filha de um deles e eu nem desconfiei. Como fui tolo!Foi por isso que, ao ver a mensagem e ouvir sobre a tal Samara, surtei.Deixei Alma falando sozinha e fui atrás de respostas. Claro que foi um erro. Eu podia conseguir respostas sem magoá-la, mas nem pensei.Quando me dei conta, já estava na porta deles.Havia muito mais segurança que na minha última visita.Eu estava prestes a surtar e partir para cima de todos os seguranças, quando alguém se colocou ao meu lado.— Imag
HenriDurante a chegada de Samara.Por que Allan era o favorito? Esse era o pensamento que me tirava a paz há anos. Fiz tudo por Christopher, até matei por ele. E o que ganho? Ser apenas um empregado qualquer enquanto todos sabiam que o que havia entre ele e Allan era amizade.Chega de ser apenas um funcionário!Estava caminhando no bairro onde morava o garoto que me traria a eterna gratidão de Christopher.Já vi a forma como ele olhava para o garoto. E tive a ideia do que fazer para tomar o lugar de Allan ontem, na festa de aniversário, enquanto fazia a segurança daqueles jovens inúteis.Christopher queria matá-lo, mas não podia porque estava preso a aquela garota. Até posso ver a expressão dele quando souber que o bastardinho nunca mais vai chegar perto da vadia dele.Avistei o garoto e chamei a sua atenção.— Ei, garoto! Sabe onde fica a rua principal? — uma desculpa qualquer para ter a atenção dele.Ele abriu a boca para responder, mas a fechei com um soco que desencadeou um espan