Aqueles que não se valorizamNão merecem valorAqueles que não se amamNão merecem amorChristopher VilardCumprir o que falei para Alma estava cada vez mais difícil. Principalmente nos momentos em que ela estava na escola, pois era nesses momentos em que Agatha se insinuava mais, eu não posso negar que ela é uma tentação.Não falei com Agatha que não podíamos mais ficar. Simplesmente não a procurei mais e disse não quando se ofereceu. O que foi uma vez por dia nas últimas semanas. Apesar de toda tentação e das roupas provocantes da loba, era uma colegial de uniforme meu maior problema. Quando ela estivesse pronta me pagaria por toda a provocação, pagaria usando aquele uniforme. Saia preta de pregas na altura dos joelhos, blusa branca de botões, meias longas e sapatos de salto baixo pretos. Quem inventou essa porra de uniforme sexy?Era sexta-feira e estava anoitecendo, e nada de Alma chegar da escola. Liguei para Allan e o infeliz não me atendeu. Eu estava pronto para ir atrás deles
Depois do jantar, me tranquei no escritório com algumas papeladas para aberturas de filiais do clube Alpha Power. Ele estava ficando meio lotado e pessoas vinham de muito longe para lutar, só assistir ou apostar.Não demorou nem cinco minutos e Agatha entrou sem se anunciar.A olhei por alguns segundos e voltei a minha atenção aos documentos e fotos sobre imóveis adequados para o clube.— Algum problema? — questionei sem olhar para ela. — Deve ser urgente para você entrar assim, quando já a proibi de invadir meu espaço.Ela simplesmente se aproximou, sentou no meu colo e envolveu o meu pescoço com os braços.— Que tal relaxar um pouco? Faz quase um mês que não cuido de você — sussurrou sensualmente.Tirei seus braços com certa brusquidão e depois me arrependi, pois ela sempre esteve disponível e eu ainda não contei que virei um cachorrinho de coleira que obedece a dona.Segurei sua cintura pronto para afastá-la, mas antes disse:— Isso não vai mais acontecer, Agatha. Entenda que quer
Aos poucos percebo que você está na minha peleComo uma tatuagem invisívelComo um cheiro que não acabaComo a sensação de um toque de carinhoAlma DemiseAntes do momento na biblioteca...Estava cada dia mais suportável viver com Christopher, mesmo depois do teatro da loba vadia. Claro que o infeliz não me deixou ver Lin no fim de semana, mas nem liguei tanto, na segunda estaríamos juntas novamente.E foi o que aconteceu.Acordei na segunda mal o sol tinha nascido. Sorria para tudo e para todos, menos para Agatha.A minha felicidade em voltar para a vida real era tamanha que nem me importei quando o todo poderoso Vilard declarou que me levaria até a escola.Coloquei um fone de ouvido e comecei a ouvir a minha playlist de k-pop. Não demorou para chegarmos à escola.Tentei abrir a porta do carro, mas estava travada. Apenas o olhei e esperei.— Não passe por esse portão enquanto eu não estiver te esperando, ok?— Sim, ajussi[1] — brinquei.— E não me chame assim.Ouvi o barulho da p
Quando sabemos que é amor?No momento em que nossos olhares se encontram?No momento em que nossas peles se tocam?Não...No momento em percebemos que somos escravos e donos.Christopher VilardAlma não desceu durante quase vinte e quatro horas. Eu não a queria se privando de alimento ou sofrendo por minha causa ou por causa de uma mera loba que me aliviou em momentos de tensão. Eu queria saber como ela estava, mas era impossível. Pelo menos não ouvia choro. Ouvia apenas as batidas regulares do seu coração.Sem suportar mais, subi e bati na porta do seu quarto.— Vai embora, não importa quem seja — foi a sua resposta para a batida.Se você quer assim. Dei meia volta, mas não fui embora como ela pediu, usei meus poderes de lobo para saltar até a sua janela e entrei em seu quarto fazendo ela gritar de susto.— Devia ter aberto a porta — comentei.— E você devia ter entendido que não queria te ver — revirou os olhos.— Tem sorte que não me transformei ou teria um homem nu no seu quarto.
Alma é o ser mais lindo e perfeito que já tive o prazer de ver e sentir. Saber que ela é destinada a mim mexe com minha cabeça. Eu não a mereço. Ainda assim estou aqui agora provando-a e me tornando ainda mais viciado.— Você parece mais apressada do que eu — brinquei. Precisava disso para aplacar a urgência que tomava conta de mim. Não deixaria meus instintos me guiarem. Dessa vez vou fazer tudo certo.— Babaca! — Alma fechou os punhos e gritou, antes de sair da casa.A segui, estava na hora de levá-la para a escola.Os dias passaram sem maiores problemas. Agatha não me procurou, Alma me evitava, mas não falava mais em escapar.Certo dia, entrei em meu escritório e a encontrei concentrada, anotando coisas em uma folha em branco.Ela notou a minha presença, mas só me olhou por alguns segundos e voltou ao que fazia.Sentei em uma poltrona e, depois de observá-la por alguns instantes, perguntei:— O que está escrevendo tão concentrada?Ela me olhou novamente e sorriu de um jeito travess
Existem olhos que mostram a alma.Alma DemisePedi Allan para conseguir para mim um calendário dos próximos anos, até o ano em que eu completaria vinte e um. A minha ideia era ficar riscando cada dia em que me deixava mais próxima de me tornar mulher de Chris. Julgue quem quiser, mas depois daquele beijo, depois da nossa conversa no piquenique, algo despertou dentro de mim. Algo que já havia mostrado estar presente no dia em que ele mordeu minha orelha.Eu gostava de tê-lo por perto, gostava do seu cheiro e do seu toque. Tudo isso despertava cada célula do meu corpo. E era bom, muito bom.Estava na escola, pensando sobre o dia em que ele me colocou no colo e senti sua ereção. Foi a primeira vez que senti um homem tão perto. Eu quis que seus beijos descessem do meu pescoço para os meus seios, desejei que estivéssemos nus para nos sentirmos ainda mais.Enquanto meus pensamentos vagavam liguei o meu celular e procurei um filme pornô. Sem nenhum som, fiquei vendo a imagem do casal em pose
Aqueles rostos tão belosQue escondem a pura maldade.Muitas vezes o monstro vive sob o mesmo teto que o anjo.Lynda JhonesUm mês antes do aniversário de dezoito anos de Alma Demise.Minha cabeça latejava como se eu fosse uma simples humana. E não era por causa da bebida. Eu sabia o que acontecia quando o gerente chamava um cliente em sua sala. Fazia quase um ano que eu só perdia e sempre pegava empréstimo com a casa. Entrei na sala e olhei para o humano idoso sentado em uma poltrona, em uma pose imponente. Não sei porque ele não tinha uma mesa como em todos os escritórios. Parecia que ele queria que associassem a sua poltrona a um trono e ele a um rei. Iludido!De pé, parado ao lado do velho, estava um jovem baixinho usando um terno vermelho. Ele tinha os cabelos escuros e escorridos, olhos castanhos, quase negros, e um nariz meio torto, era exatamente como o velho foi anos atrás. Era o filho dele. Aquele que herdaria a rede de cassinos clandestinos.O rapaz me olhava com superiorid
Dizem que todos tem um sósia por aí.A minha maldição foi ser sósia de um monstro.Bella KalffmanA pior coisa em ser mãe recentemente é ficar longe do meu bebê. Queria trazer Luke para o meu trabalho todas as tardes. Sorte de Markus que estava de férias e podia curtir o nosso filho. Eu sei que tive licença maternidade, mas não foi tempo suficiente. Acho que nenhum tempo é suficiente.Atendi os clientes com o sorriso que já era automático enquanto contava os minutos para correr para casa.— A sua irmã gêmea esteve aqui hoje outra vez. — Jonas, meu colega de trabalho, comentou. — Se ela não fosse mais estilosa e marcante, vocês poderiam ser confundidas.— Não diga bobagens! Nem somos tão parecidas assim. — Era mentira. Vi a mulher no restaurante dias atrás e fiquei admirada com nossa semelhança. Naquele dia, pedi ao Jonas para me deixar continuar o atendimento da mesa dela só para ver o que aconteceria.— São gêmeas! — ele ia implicar um pouco mais, porém foi interrompido com a chegada