Os pais de Michele chegam e Luana se aproxima deles para os abraçá-los carinhoso. A mãe de Michele senta ao lado dos seus pais para aguardar notícias, enquanto o marido trabalha nos preparativos para o velório. Luana se oferece para ajudar, mas ele recusa educadamente, dizendo que ela precisava ficar e apoiar a família. Ela concorda e dá mais um abraço forte no pai de sua cunhada, amiga ou irmã.
O celular de Luana começa a tocar novamente, ela vê que é o Victor, e silencia o aparelho deixando-o tocar, mas devido à insistência, ela acabou saindo para atender.
— O que você quer, Victor, eu não estou em um bom momento.
— Meu amor, me perdoa, eu preciso te ver, me deixe estar com você.
— Preciso estar com minha família agora, depois conversamos, ok.
— Eu te amo Luna, eu juro que te amo de todo o meu coração.
— Ok, Victor, depois nos falamos, preciso apoiar os meus pais agora.
Ela desliga o celular com lágrimas nos olhos, “Como ele pode dizer que me ama, se estava agora mesmo transando com sua secretária”.
Suas amigas chegam assim que ela limpa uma lágrima, elas a abraçam apertado, imaginando a dor que Luana estava sentindo, pois elas sabem que a relação de Luana e Nathan era muito próximo, eles eram inseparáveis.
— Sinto muito amiga, vim o mais rápido que pude. — Juliana, sua amiga de faculdade, diz, ainda a abraçando.
— Eu também, mas lá na Agência chegou um modelo novo, que tive que dar atenção, mas assim que consegui, vim correndo para cá. Como Natan está? E Michele? — Tamires diz afobada, ela era amiga de infância de Luna.
— Obrigada por estarem aqui meninas, então Natan continua em cirurgia, não tivemos notícia nenhuma até agora. Em relação a Mi, ela, ela — Luana não conseguia concluir a frase, amava Michele como se fosse sua irmã, e dizer aquelas palavras era como enfiar uma faca em seu peito. Sem conseguir conter as lágrimas, ela começa a chorar. Os soluços escapam de sua boca, enquanto seus ombros balançam, a medida em que seu choro fica mais intenso.
Suas amigas nunca a viram assim, se preocupavam com ela, e se prontificaram a levá-la para um lugar mais calmo, longe da família, para não preocupar seus pais.
Quando ela já estava mais calma, Tamires perguntou.
— Onde está o embuti do Victor? — Juliana revira os olhos, e tenta esconder uma risadinha. Elas não gostavam de Victor.
— Ele está atarefado. — Luana responde sem olhar para as meninas. Ela sempre foi péssima mentindo, então as meninas pegaram na hora, que alguma coisa havia acontecido.
— Desembucha, o que aconteceu? — Tamires, a mais desbocada delas, pergunta.
— Não foi nada, Tami.
— O que nada é peixe, fala logo, o que aconteceu. — Tami diz, tentando animar a amiga.
Luana estava constrangida com tudo que aconteceu, ela amava o Victor e por mais que tenha visto tal ato, ela não podia manchar a imagem dele para suas amigas, elas já não gostavam dele, se souberem o que ele fez, elas o odiariam.
— Ele tem que ter um motivo muito bom, para não dar apoio para sua noiva em um dia tão triste como esse. — Juliana resmunga ao lado de Tamires.
— Eu estava falando com ele quando chegaram, eu disse que não precisava vir, pois precisava apoiar minha família e não poderia dar atenção a ele.
— E o manequim de brechó aceitou de boa. — Tamires diz nervosa.
— Tami! — Juliana a repreendeu — Precisamos apoiar a Luna, e não deixá-la nervosa.
— Certo, certo, me desculpem. — Tami faz sinal de rendimento.
— Já estou mais calma agora, vamos voltar para a sala de espera, quem sabe os médicos trazem notícias de Natan.
As meninas concordaram, e juntas foram para dentro do hospital. Elas abraçaram a família de Luana e Michele, falaram algumas palavras de conforto, depois sentaram-se ao lado de Luana, que permanecia quieta.
Sem que Luana percebesse, Tamires fez sinal para Simon com a cabeça, eles saem de fininho e assim questão distante e sozinhos ela diz.
— O que aconteceu com Luna e o babaca do Victor?
— De verdade eu não sei, ela não quis dizer, mas antes de vir para cá o Victor foi desesperado para a sala dela, queria conversar com ela, eu não entendi nada.
— Hum, interessante, será que aconteceu alguma coisa?
— Acredito que sim, porque assim que contei sobre Natan, ela disse que iria até a sala dele, para comunicá-lo, e quando ele foi procurá-la, ele se assustou quando eu disse onde ela estava.
— Isso não está me cheirando bem, vamos ficar de olho.
— Combinado. Agora você pode me cumprimentar direito. — Tamires sorri com a cara de pidão que Simon olha para ela, e o beija. Eles estão se envolvendo há um tempo, mas devido à diferença de idade, Tamires se sente insegura para contar às amigas, então eles se encontram escondidos.
Já era madrugada, Luana estava encostada em uma parede, olhando para o diamante que brilhava em seu dedo, se perguntando o que faria agora?
A dor que sentia naquele momento era muito grande, o dia estava sendo cansativo. No mesmo dia ela descobre a traição do amor da sua vida, enquanto seu outro amor, seu irmão, luta para sobreviver em uma sala fria do hospital. Luana não se alimentou o dia todo, então começou a se sentir fraca, foi perdendo ao poucos as forças nas pernas e de repente tudo ficou escuro.
Ao perceber que Luana não estava bem, Victor correu ao seu encontro, conseguindo ampará-la antes que caísse ao chão. Com ela em seus braços, ele começa a pedir ajuda, logo duas enfermeiras aparecem e a levam para ser examinada.
Algumas horas depois, a enfermeira permite que os pais entrem no quarto de Luana, que dormia. O médico disse que ela estava bem, apenas foi uma queda de pressão, provavelmente por estar preocupada com o irmão e o fato de não ter se alimentado direito. Mais tranquilos, os pais dela aproveitam a oportunidade para perguntar sobre Natan.
— Ele já saiu da sala de cirurgia, mas está na UTI, então hoje não poderá receber visitas.
— Mas ele está bem, doutor? — Pergunta Paula preocupada com o filho.
— Ele está estável, amanhã faremos mais exames e poderemos dar mais notícias. Aconselho a irem para casa, ele não pode ficar com acompanhante, e assim que a senhorita Luana acordar, ela também poderá ir para casa.
— Vou pedir para o meu motorista levar vocês, depois peço para deixarem o carro de vocês em casa, o senhor não pode dirigir desse jeito, está cansado e preocupado. Eu, fico até a Luna acordar.
— Obrigada, meu querido, que Deus proteja vocês — Paula diz abraçando Victor, ela era muito religiosa. Se despedem e vão para casa, enquanto Victor fica no quarto segurando a mão de Luana com carinho.
Ao amanhecer, Luana começa a despertar, ela abre os olhos com dificuldade, até que consegue enxergar claramente, ela vê Victor sentado em uma cadeira simples, com o braço dobrado e apoiado na maca do hospital, sua cabeça deitada no mesmo, enquanto a outra mão segurava a sua com ternura. Ela sentiu seu coração apertar. “Como vim parar aqui? E o que ele faz aqui?” Luana se perguntava, até que soltou a mão de Victor, que acordou assustado.
— Meu amor, graças a Deus, estava tão preocupado.
— O que faz aqui, Victor? — Por mais que via preocupação nos olhos dele, ela ainda não entendia o que estava acontecendo, então decidiu perguntar.
— Ontem vim te ver, mesmo sem a sua permissão, quando cheguei a ver passando mal, consegui te segurar a tempo de não cair ao chão, os médicos disseram que está bem, que pode ter sido o emocional, e por não se alimentar.
— Obrigada, onde estão meus pais?
— Eu os mandei ir descansar.
— Houve notícias sobre o Natan?
— Não muita, ele saiu da cirurgia, mas está na UTI, hoje farão mais exames e conseguiram dar o diagnóstico.
— Certo, preciso ir ao banheiro, me ajuda por favor.
— Claro, meu amor, ah! Tomei a liberdade de solicitar exclusividade para o caso do seu irmão. Dessa forma, durante a madrugada, ele foi encaminhado para a melhor e mais equipada sala de UTI do hospital. Às oito horas da manhã, um amigo do meu pai chegará para cuidar pessoal e exclusivamente do Nathan. Ele ficará bem meu amor.
— Nossa! Obrigada Victor. Prometo que vou te recompensar, pagando todas as despesas. Eu só peço que tenha um pouquinho de paciência.
— Não se preocupe com isso, minha linda. Sua família é minha família. — Luana o olha sem saber o que dizer, ela o amava, o que ele estava fazendo pelo seu irmão era com certeza a coisa mais linda que ele já fez para ela, mas, no fundo, ainda sentia seu coração apertado ao lembrar da cena que presenciou. Vendo que ela ficou muda e seu semblante se contorceu um pouco, Victor a abraça apertado.
— Não pense nisso ok, eu me arrependo do que fiz e não vou fazer de novo. Você me perdoa?
Diante do que eles viveram até agora, e o que ele acabou de fazer por ela, dormindo em uma cadeira dura de hospital e pagando as despesas médicas do seu irmão, ela ponderou e aceitou perdoá-lo.— Certo, eu te perdoou, mas não a quero mais na empresa. — Victor ficou muito feliz diante do que ela falou, e a encheu de beijos, ela sorriu tímida, e correspondeu ao beijo dele. Até que dois furacões, conhecidos como amigas, adentraram o quarto, fazendo que eles se afastassem.— Desculpe. — Tamires diz sem graça, enquanto Juliana ignora Victor e dá um abraço em sua amiga.— Quando falei hoje com seus pais eu quase tive um treco, como você passa mal e não nos comunica?— Não foi nada de mais e Victor passou a noite comigo. — Só então ela olha para o Victor e repara que ele realmente não está todo glamoroso como sempre fica. — Bom dia, Victor.— Bom dia, Juliana, bom dia, Tamires.— Bom dia, vocês já tomaram café? — Tamires diz.— Não, mas não se preocupe, eu vou pedir para o médico assinar a a
Luana pediu o adiantamento das férias, Victor não gostou muito, mas aceitou. Ele sabia que ela queria adaptar sua casa para a chegada do seu irmão, já que o mesmo ficou paraplégico, então precisava fazer algumas mudanças. Ela contratou um empreiteiro, para deixar os batentes das portas mais espaçosos, colocou suportes de apoio no banheiro, desativou o escritório do seu pai no térreo e o transformou em um quarto confortável para Nathan. Ela também foi em uma loja que vende equipamentos médicos, comprou uma cadeira de rodas para passeio e uma para banho. A reforma acabou atrasando, seu irmão também não teve alta do hospital, então ela teve que correr de um lado para o outro, hora ela estava trabalhando, hora no hospital, e horas acompanhando as obras. Quase nem via Victor, que já estava bem irritado com a situação.— Amor, posso passar na sua casa, para te buscar?— Victor, estou com serviço acumulado, gostaria de estar colocando em dia.— Amor, eu sinto sua falta. Agora você só quer
— Todos fora, a festa acabou.— A princesinha da favela tinha que aparecer, para acabar com a festa. — Um dos amigos dele diz com cara de nojo. — Lá no seu bairro não tem pancadão não? Porque, sério, você está precisando de um.— Fora Jonas.— Depois que essa sem aula for embora, me chama que é sua cama. — Luana olha para a garota loira que um pouco estava no colo do seu noivo, sem acreditar no que ouvia, “como pode ser tão baixa, como pode se oferecer assim para um homem comprometido, ainda pior, na frente de sua noiva!”— Larissa, vá embora, e não me procure mais. — Victor diz, e logo todos estão fora.— Amor olha para mim.— Não, me chame de amor, vocês não sabem o real significado desta palavra. Agora saia da minha frente, não quero mais me relacionar com você, acabou Victor. Você conseguiu acabar com o amor mais puro que eu senti. — Enquanto Luana fala, suas lágrimas escorriam por seu rosto.— Não, eu não aceito. Você é minha.— Não sou uma propriedade, e nem sua. Olha eu estou c
No dia seguinte Luana seguiu para a empresa, trabalhou e evitou o Victor o dia inteiro, no final do dia, arrumou suas coisas em uma caixa de papelão, deixou em cima da mesa e seguiu para a sala do Presidente.A secretária não estava na recepção, ela ficou na dúvida se entrava ou não, com medo de encontrar o noivo em momentos íntimos com sua secretária, mas precisava sair dali, precisava terminar com Victor, com coração apertado, mas a cabeça erguida ela abriu a porta, Victor estava sozinho lendo um documento. Como ela abriu a porta devagar, ele não percebeu que estava sendo observado.Victor era extremamente belo e elegante, com os ternos de corte perfeito. Luana se permitiu apreciar sua beleza e sentiu um aperto no peito, ela gostava muito dele, até pensava amá-lo. Ele trabalhava tão concentrado. Ela lembrou-se da viagem que fizeram à Espanha. Eles estavam em busca de informações e imagens para o novo projeto, um castelo que seria reinaugurado. Uma parte dele seria um museu e a outra
Assim que Luana entrou na sala, Simon pergunta:— E aí? Como ele reagiu?— Não consegui, Simon. — Diz frustrada. — O que você não conseguiu? Pedir demissão ou terminar o relacionamento?— Os dois, ele é muito manipulador, e quando ia contar senhor Spangler entrou na sala. — Luana diz sentada na sua cadeira, ela coloca a mão no rosto e conta tudo o que aconteceu.— Espera, deixa eu ver se entendi. Ele não aceitou sua demissão, você não conseguiu falar que quer terminar, e ainda jantará na casa dos pais dele!— Sim, eu não tinha como recusar, a dona Marta está se recuperando de um câncer de mama, ela não pode ficar ansiosa ou nervosa, imagina se eu recusasse o pedido dela, e. — Simon a corta completando o que ela não queria dizer em voz alta.— E você o ama. Por mais que ele te faça de gato e sapato, ainda assim você gosta dele.— Simon.— O que, eu sou seu amigo. Tenho que te dizer a verdade.— É difícil para mim, tivemos tantos momentos bons, quando estamos sozinhos ele é completament
Luana sai da residência dos Spangler em baixo de uma forte tempestade, ela chama um carro de aplicativo, se recusando a voltar com Victor para casa, mas ele vai atrás dela com seu carro.Quando chega na sua residência, Victor a impede de entrar, dizendo que não a deixaria, mas mesmo com o coração partido ela diz:— Acabou Victor, desejo de coração que encontre a mulher ideal e seja muito feliz. — Ela entrega o anel de noivado para ele que recusou a pegar, então Luana coloca o anel no bolso do terno dele, Victor segura sua mão com delicadeza, a chuva não sessava, as lágrimas dos dois se misturavam as gotas incessantes de chuva.Ao perceber que era realmente o fim, ele a puxa e lhe dá um beijo apaixonado que a mesma corresponde, mas em seguida se afasta dizendo:— Esse foi nosso último beijo, Victor, adeus. Victor, começa a fazer um escândalo, dizendo que a amava, que ela não iria ser feliz com outra pessoa, porque só ele a poderia fazer feliz. Alguns vizinhos começaram aparecem nas ja
Alguns meses depois, Victor continuava tentando entrar em contato, Luana chegou a ir jantar com ele uma noite, mas apenas para reforçar que eles não poderiam ficar juntos e se mantinha firme em sua decisão.Estavam todos reunidos na casa de Luana quando Tamires pergunta:— O que acha de um cineminha hoje?— Eu topo, deixa eu ver que filme está passando — Luana diz empolgada, ela pega o celular para ver as opções de filmes, quando lê a reportagem: “A notícia que agitou o mundo dos famosos foi o anúncio do romance entre o bilionário Victor Spangler e sua ex-secretária Elvira Lótus. Os dois, que já eram amigos há muito tempo, assumiram o namoro após o término do noivado de Victor com a ex-diretora do grupo Spangler Corporation Luana Clover. E não é só isso: eles também revelaram que estão à espera do primeiro filho do casal. Será que vem aí um menino ou uma menina para herdar a fortuna e a beleza dos pais?”Ao terminar de ler a mensagem, ela derruba o celular no chão e desmaia.— Luna! O
Patrick chama seu motorista, eles entram no carro, e o motorista fecha a janela para dar privacidade. Com a janela fechada, Patrick a beija sem pedir permissão, Luana corresponde com a mesma intensidade, eles param o beijo por falta de ar.— Você não tem ideia de como estava com vontade de fazer isso. — Patrick diz segurando o rosto dela com delicadeza. — Eu estava te observando dança, e você estava me deixando louco.— Estava me observando? De onde? Eu não o vi.— Eu estava na área VIP, má sede lá dava para te ver perfeitamente. — Luana sorri tímida. — Você é tão linda, seus olhos, eles são lindos e penetrantes. — Ela ri timidamente, e ele tem a impressão de já ter visto aquele olhar em algum lugar, ele só não lembra onde.— Você também é muito lindo, e seu beijo é viciante. — Assim que Luana diz, ela o puxa para mais um beijo, Patrick aperta a sua cintura com força, dando mais tesão para Luana.Ambos estavam embriagados e excitados, não estavam pensando nas consequências de seus ato