Parte 9...IsabelaEu gosto de trabalhar aqui no restaurante, mas dia de sábado é sempre cheio. É um dia que as pessoas conseguem uma folga para aproveitar e a rua tranquila começa a encher de gente fazendo suas compras nas galerias.E claro, depois elas procuram um lugar para comer ou beber algo diferente. E aqui tem uma boa reputação e sempre temos muitos clientes.Eu só não esperava encontrar com ele de novo. O cliente bonitão. Acho que meu coração parou um instante. Ele me encarava.Depois meu coração volta a bater, só que mais acelerado. Ele está usando uma camisa cinza grafite, enrolada nos punhos, deixando ver suas tatuagens.
Parte 10...Isabela— Ai... Porque o homem é muito gato - eu esfreguei a testa com os dedos.— Como é? - ele gargalhou — Você é doida, querida?Eu fiz que mais ou menos com a mão.— Ontem eu o vi no lá no café... À noite ele estava na mesma boate que eu e hoje... - bati uma mão sobre a outra — Ele aparece aqui.— Bom, o café e o restaurante são dos mesmos donos... - ele gesticulou — Já a boate eu não sei dizer... Coincidência?Eu franzi a testa. É, pode ser.— Mas ele j&
Parte 11...IsabelaNa outra noite eu não prestei atenção em como essa parte VIP é chique. Minha cabeça estava fora de mim e passei tão rápido que não notei como essa área é bonitaAgora meu pulso tem uma pulseira que sinaliza que eu sou VIP. Acho isso uma frescura, já que todo mundo está ouvindo a mesma música e usando os mesmos serviços, mas, quem sou para brigar contra o sistema capitalista que separa todo mundo por classes.— Fala sério - Angelique fala ao meu ouvido — Nós estamos arrasando hoje - ela se mexe de acordo com a música que toca — Eu estou me sentindo maravilhosa.— E está mesmo - eu respondo — Esse
Parte 12...Isabela— Sente-se aqui ao meu lado - ele indica com a mão o sofá grande e confortável, espera que eu sente e faz o mesmo, quase colando o corpo ao meu — Assim é bem melhor, não acha?Eu não acho nada. Qualquer coisa eu corro por cima da mesa mesmo.— Não está curiosa? - eu o olho franzindo a testa — Meu nome?— Ah.. É... Você não me disse.— Você não pareceu querer saber - ele corre um dedo em meu rosto, tirando o cabelo da frente — Aliás, você fugiu de mim.— Eu... Eu não fugi. Estava trabalhando - me
Parte 1...IsabelaPorra! Sério? Eu vou passar a noite xingando toda vez que ele fizer algo assim. Pelo amor de Deus, o que está acontecendo comigo?Ele começa a se movimentar, me levando junto. Estamos grudados, ele me segura firme com a mão em minhas costas.— É uma velha mania - respondo.— Eu gosto, mas isso me dá vontade de provar esse lábio - ele toca meu lábio com os dedos — Macio... - ele aperta entre os dedos.Eu respiro fundo. Dou uma risadinha nervosa e olho a boca dele também.— Se quiser pode provar - ele diz.Eu ergo o olhar. Seus olhos são muito escuros, mas parecem entregar uma mistura de intensidade e ternura ao mesmo tempo. Não consigo compreender bem.Parece que tem algo especial acontecendo aqui. Não sei se estou certa. Ou então é só comigo mesma. E agora? O que eu digo?Antes que meu cérebro conseguisse destravar e formular alguma palavra, ele desceu a cabeça e pressionou os lábios contra os meus. Foi só isso, um selinho demorado. O suficiente para que eu sentisse
Parte 2...Isabela* Isabela *Tive que parar o beijo apesar de estar amando essa boca quente, ousada, exigente. Um alarme soou dentro de minha cabeça quando a mão dele invadiu meu vestido e seu dedo passou por baixo do elástico de minha calcinha.O homem é rápido. Meu coração até bate mais forte, minha respiração ficou ofegante pelo susto de perceber sua intenção, aqui, no meio da boate com tanta gente de um lado para outro.Bom, se ele não se importa com platéia, eu sim. Nunca fui muito dada a mostrar cenas íntimas em público. Segurei sua mão.— Acho que... É melhor sentar - respirei fundo e engoli em seco.Nem esperei por ele e já procurei um lugar mais no canto, com iluminação fraca. Sei que meu rosto está corado porque sinto calor por todo corpo e a boate aqui tem um excelente ar-condicionado. Eu é que fiquei com vergonha.Ele exita um instante e depois vem sentar ao meu lado. Cruzo as pernas porque sinto que estou mais animada do que deveria. Limpo a garganta para recuperar a vo
Parte 1...IsabelaEu nem sei como consegui voltar para a mesa. Minhas pernas estavam um tanto moles depois da proposta dele. O homem é direto até demais. Não estou acostumada com isso.Sentei ao lado de Mariane que estava se abanando com um leque colorido enorme. Tomei o leque para mim. Também estou com calor, mas por outro motivo.— Ei! Devolve meu leque, estou morrendo de calor - ela ri — A pista está cheia demais hoje.— Eu também estou com calor - respondi acelerando o abano.— Estavam dançando? - ela faz uma cara engraçada e me cutuca com o cotovelo.— Não... Começamos, mas tive que parar.— Por que? O salto atrapalhou?— Não... - puxei o ar e suspirei arriando o corpo — Ele me deu um beijo que fiquei mole.A cara dela foi divertida. Arregalou os olhos e a boca, dando um saltinho no sofá.— Como é que é? ¡Qué guay!— Eu falo português, Mariane - rodei os olhos — Vamos para o italiano que fica melhor para ambos os lados - ela repetiu a gíria em italiano — Ah, tá! Sim, muito legal
Parte 2...Isabela— Tem que ser antes da faculdade.Angelique tem mais condições financeiras do que Mariane e eu, então ela só trabalha aqui na cafeteria e tem folga para fazer o que quiser.— Certo. Eu passo aqui depois, então - ele se despede com um aceno e vai embora.— Ele é muito gato, não é?— É sim... Por que ele disse que você quem fez tudo? - eu enfiei a mão no bolso do avental.— Tudo o que?— Eu agradeci o ingresso e ele disse que foi você a responsável.— Ah! - ela mexeu no cabelo e se afastou, indo para trás do balcão — Bom... É que ele ia me levar sozinha, mas eu disse que precisava levar minhas amigas também - ela foi até a caixa registradora — Daí ele teve que me dar os outros ingressos também.— Ah, entendi! - sorri — Que bom!— Oiê! Senhorita!— Vai lá, tem cliente te chamando - ela indicou com a cabeça.** ** **Quando saí da cafeteria dei uma passada no apartamento. Eu tenho uma aula hoje de história da arte, baseado no livro de Marilyn Stokstad e não posso fazer