Parte 66...IsabelaA viagem foi maravilhosa. Ter tido a chance de conhecer Paris e ainda mais sendo tudo cinco estrelas, nem dá para descrever. Claro que o melhor foi ter a companhia de Marco comigo. Não queria ser exagerada, mas foi uma viagem de princesa, só que meu príncipe na verdade é um chefão da máfia. Coisas bem diferentes, com certeza.Marco não me deu muito descanso e eu não achei isso ruim de forma alguma. Estamos voltando para Roma e no momento ele está ao telefone com alguém. Creio que seja o Túlio ou é algo sobre ele, pelo que ouvi.— Ei, brasiliana - ele me cutuca com o pé e me viro — Estamos quase chegando. Vem cá! - ele bate na perna.Levantei e fui até poltrona dele, sentando em seu colo e começamos a nos beijar. Tem algo de muito sexy em se agarrar em um avião, agora entendo a galera que gosta de se enfiar no banheiro dos voos.— Está tudo bem? - ele acaricia meu rosto.— Está sim, por que? - passei o braço pelo pescoço dele.— Você não me questionou mais nada sob
Parte 66...MarcoLevantei bufando como um touro enraivecido com o toureiro e sua capa vermelha. Andei pela sala, pensando.Realmente, eu sempre tive Marcello como uma pessoa em quem podia confiar sem me preocupar, mas as informações estão ali.— E o que você sugere que eu faça, Túlio? Que apenas deixe para lá, finja que não sei de nada? - parei em frente a ele.— Não é isso que digo, Marco. Não ignore. Ao contrário, investigue mais - ele torce a boca, balançando a cabeça — Não acho certo... Pense bem... Quem teria interesse em se livrar de Marcello? Ele está com a gente desde antes de você assumir o posto. Sempre foi um homem capaz e digno de confiança.Me viro e dou alguns passos, me aproximando da janela e a abro. O pequeno jardim desse lado está muito bonito, com muitas flores e o cheiro de alfazema entra em minhas narinas.Marcello tem família, tem dois filhos que o ajudam. Ele sempre foi correto com a famiglia. O que pode ter acontecido agora?— Então, você acha que tem uma arma
Parte 68...Isabela— Você pensa ou sente que está bem?— Hum... As duas coisas - sorri de leve.— Isso é bom, amiga - ela suspira e depois se inclina, sorrindo — Ele é bom de cama?— Eu não tenho como comparar, não é? - encolho os ombros — Pra mim foi ótimo.Ah, se ela soubesse o quanto ele é bom de cama. Prendi um sorriso.— Isso é ótimo - ela girou os olhos — A minha primeira vez foi uma merda - fez um gesto com um dedo na boca, como se fosse vomitar e eu ri — Foi no banco de trás do carro dele. Apertado, no meio do mato - rimos alto — No dia seguinte eu terminei logo e já fui investir em outro.— Mesmo? - esse detalhe ela não me contou antes.— E foi outra merda - ela gargalhou — Eu saí com um colega e ficamos bêbados - ela se recostou e fez uma careta — Adivinha... Transamos no carro dele também.— Ai, amiga - gargalhei também — Sinto muito - tapei a boca com a mão — Acho que eu dei sorte, então.— E como deu - ela fez uma cara de inveja, brincando — E aí... Ele te fez gozar ou nã
Parte 69...IsabelaEu recebi uma mensagem de Marco enquanto estava no café. “Como passou o dia de hoje, bella mia? Acordou bem? Comeu? Estou em um trabalho apertado aqui, então só posso te ver hoje à noite”. M.S.Isso me faz pensar. Que tipo de trabalho ele está se referindo aqui? Ao normal ou aquele outro? Queria saber, mas não vou perguntar. Acho melhor não saber detalhes. Não sei se estou preparada para isso.“Marco, não posso sair, eu tenho aula na faculdade, esqueceu?”Mandei a resposta e voltei a pegar os pedidos que estavam esperando. Na volta meu celular vibrava de novo. Enfiei a mão no bolso. outra mensagem dele.“A que horas encerra suas aulas? Queria te levar para conhecer meu apartamento”.Bem, isso aí já outra coisa. Depois da aula eu posso ir com ele para conhecer seu apartamento. Pode ser interessante.“Minha última aula encerra às dez e quinze, mas posso sair uns quinze minutos antes”.— Por que a senhorinha está com essa carinha? - Angelique me cutucou.— Marco quer
Parte 70...Isabela— Tem uma coisa que quero te mostrar.Ele pega minha mão e me puxa para o corredor. Paramos em frente a uma porta alta, mais escura do que as outras do apartamento. Olhei para ele esperando.— Vai abrir ou vamos mofar aqui?Ele riu e balançou a cabeça rindo. Enfiou a mão no bolso e tirou uma chave, abrindo a porta. Como sou curiosa, dei um passo para dentro sem esperar por ele, que acendeu a luz atrás de mim.Não era tão diferente no espaço com relação aos outros quartos que ele me mostrou, mas a decoração era outra coisa.Moderna, com uma cor vermelha escura, acho que um grená, que é até muito bonito, mas achei que deixa o ambiente mais escuro do que o normal.Tem uma puta cama enorme de um lado, entre as duas janelas, com cortinas que chegam ao chão, também escuras, entreabertas.— Que diabo é isso? - falei em português e ele deu risada, fechando a porta.— Eu gosto quando fala seu idioma - segurou meus ombros, atrás de mim — Este é meu quarto de relaxamento.— C
Parte 71...Isabela— Por causa de minha mãe - limpou a boca com o guardanapo de papel — Ela era alcoólatra e isso não me traz boas lembranças.— Sinto muito - torci a boca — Eu também não gosto muito disso. Minha família bebe demais, especialmente um tio - abaixei a cabeça ao me recordar — Não é muito legal crescer ao lado de pessoas com esse vício.— Sim, eu sei disso - ele fica sério e sua expressão muda — Minha irmã sofreu muito por conta do comportamento louco de nossa mãe, quando estava sob o efeito do álcool.— Mas você bebe.— Sim, vez ou outra - ele mexe os ombros — Isso é um hábito italiano, mas não fico bêbado. Sei meu limite.Eu apertei os lábios em um bico. Eu entendo. Meu pai bebia muito e perdia os modos muitas vezes, isso era muito ruim. Meu tio era viciado e dizia não ser, mas fez tanta bobagem que trouxe prejuízo para muita gente.— Eu não sou muito de beber. Na verdade, peguei esse costume aqui em Roma, mas só tomo uma ou outra de vez em quando. E mesmo assim, sou f
Parte 72...IsabelaPela manhã eu fui apresentada a Edna, que era muito simpática. Fiquei com receio de que ela me visse como mais uma das mulheres com quem ele teve um caso antes. As que ele disse ter levado até o apartamento, mas Marco disse que ela era muito discreta e não faria nenhum comentário que me desagradasse.E realmente foi assim. Marco me apresentou como sua namorada e achei genuíno o sorriso de boas-vindas que ela me deu. E acho que de surpresa também, pelo rótulo namorada.— O café da manhã está pronto e esperando na sala de refeições, senhor Salvatore.— Obrigado, Edna - ela saiu com um gesto de cabeça e ele me abraçou — Viu só o que eu disse? Edna é muito educada.— É, parece que ela não me julgou - ajeitei o cabelo que estava preso — E quantas você já apresentou a ela?— Como namorada você é a primeira.Bem, pode ser, mas isso quer dizer que Edna já conheceu outras aqui.— Não fique com ciúmes, bella - ele faz uma cara de diversão.— Não é ciúme, só quero saber onde
Parte 73...IsabelaEu até entendo o que ele me diz, mas será apenas isso mesmo? E o que será que ele pensa de mim?— Depois conversamos, está bem?— Espere, vou pedir que tirem o carro.— Não, eu já disse que vou sozinha - insisti, mesmo achando que pode ser um exagero.Ele se aproximou de mim com uma expressão dura. Segurou meu braço.— Você não pode ficar com raiva de algo banal como isso, Isabela.— Pode ser banal para você - fiz uma cara de desgosto — Eu vou pegar minhas coisas e vou sair sozinha - passei por ele com o coração acelerado.Quando voltei para a sala, agradeci a Edna pelo café que nem mesmo terminei. Marco estava segurando a porta com uma cara feia, mas eu não me importei com isso. Só queria sair.— Eu vou te ligar depois. Ainda não terminamos essa conversa.— Pode ligar - ajeitei a bolsa e mexi no cabelo, nervosa — Eu tenho que trabalhar. Quando der eu te respondo.Ele não gostou de minha resposta, deu para ver, mas estou me sentindo estranha agora com o que rolou c