Parte 166...Isabela— Que horas são, Marco? - levantei a cabeça de seu ombro.— Não sei... - ele me puxou mais para seu peito e beijou minha cabeça — Deve ser tarde.— Eu tenho que voltar ao castelo - descansei a mão em seu peito — As meninas estão me esperando e sua irmã ainda está lá.— Eu sei... - ele suspirou — Deixe que esperem... Não quero que vá embora ainda. Temos que acertar nossa volta para Roma.Eu apertei os lábios. Sabia que essa conversa iria surgir, é claro. Não acho que ele vá gostar de minha ideia.— Eu... Não vou voltar para Roma com você, Marco - ele ergueu um pouco a cabeça.— Como assim, não vai voltar?— É que... Eu tenho que pensar bem no que vou fazer agora.— Não entendi isso, piccola - ele se apoiou no cotovelo — Acho que nós acabamos de ter sexo de reconciliação, estou enganado?— Não, não está - ajeitei o cabelo e me sentei, puxando o lençol por cima — Mas não estamos de todo resolvidos - ele passou os dedos pelo cabelo e sentou também — Tem uma coisa que
Parte 167...Isabela— Eu sei que não, mas você pode fazer um esforço pra mudar algo...Ele parou de andar pelo quarto, nu, o que era até engraçado e veio sentar ao meu lado.— Eu sei o que está tentando fazer.— Sabe? E o que seria, então?— Você quer me forçar a liberar Túlio, para ele ficar com a sua amiga.— É... Isso também - mexi o ombro.— E se eu fizer isso, você volta comigo para Roma?— Agora não - ele balançou a cabeça e suspirou — Eu volto, mais pra frente - toquei o braço dele — Depois que eu me sentir mais segura para isso.— Quer dizer depois que perder o medo de que algo aconteça de novo, com Carolina?— Sim, tem essa parte também - eu fechei a cara — Não tenho certeza se esse casamento que você disse, vai mesmo afastar aquela maluca... — Ela já se afastou - ele disse — O pai dela a baniu da família porque tentou se aproveitar para se livrar do velho.— E quem me garante que ela não vai tentar algo contra mim de novo?— Eu garanto! - ele respondeu com frustração — O q
Parte 168...Paola— Pode ser - eu balancei a cabeça de modo displicente — Meu irmão é pragmático. Se ele quer Isabela, ele não vai descansar. E às vezes, nós temos que ser pragmáticos com as escolhas que fazemos, mesmo que sejam difíceis.As duas trocaram outro olhar, dessa vez com mais desconfiança.— Olhem, eu entendo que vocês se sintam dessa forma, é totalmente compreensível - dei um sorriso de leve — Mas as coisas quando acontecem, nem sempre é do modo que queremos. Temos que nos adaptar. É isso!— Claro, muito fácil pra você falar isso - Mariane cruzou os braços — Não foi você quem teve que sair fugida pra não morrer - disse com raiva explícita — Seu irmão deixou que aquela lá quase acabasse com minha amiga.— Mas ele não sabia disso - eu defendi meu irmão, é claro — Marco estava com outros assuntos na mente e quando conheceu Isabela, isso ficou meio misturado - levantei a mão — E isso não é uma defesa dele, só estou explicando como foi.— Sim, explique que apenas Isabela fez s
Parte 169...MarcoDepois que deixei Isabela de volta naquele castelo, retornei o mais rápido possível para Roma, com Paola ao meu lado. Foi um tanto irritante ter que lidar com aquele tal amigo dela, achando que tinha abertura de expor sua opinião.Se não fosse por Isabela, eu bem que gostaria de brincar um pouco com ele. Mas talvez eu possa fazer isso no futuro.Entrei em casa com uma expressão dura e determinado a resolver essa obrigação que Isabela colocou sobre mim.Nunca pensei que eu iria mudar meus planos por causa de uma mulher, mas aqui estou eu, sendo um idiota, colocando os desejos dela diante dos meus. Isso pode me prejudicar muito. E de certa forma, me enche de frustração.Mandei que trouxessem Túlio aqui para casa e agora tenho que dar um jeito nisso. Parei em frente da porta fechada do quarto e sem hesitar, abri a porta de vez.Túlio estava deitado na cama, com bandagens cobrindo seu corpo. O rosto estava pálido e os olhos cansados. Ao me ver, ele tenta sentar e me olh
Parte 170...MarcoEu estreitei os olhos, captando a informação nova.— Eu estava em uma boate com minhas amigas e ele surgiu - deu de ombro — Queria esquecer a pressão que sentia, por causa... Você sabe... Do meu ex - ela torceu a boca — Eu desci pra pista ele apareceu - ela sorriu — Bonito, bem vestido, misterioso, com um ar de perigo que eu achei... - mexeu os dedos fazendo graça — Um tanto intrigante.— Sei... - fiz um bico de deboche.— Começamos a conversar e antes que eu percebesse... Ficamos juntos - encolheu os ombros — Passamos a noite juntos, foi legal e isso esticou por mais dois dias.— E você não fazia ideia de quem ele era? - questionei em tom mais sério — E saiu com um cara que não sabia quem era, em uma cidade que não conhece bem?— Não, eu não fazia ideia - balançou a cabeça — E isso é bem normal, Marco. Quantas vezes você mesmo fez isso?— Mas nenhum de vocês sabia um do outro? - ergui a sobrancelha — De repente ele sabia e se fez de inocente.— Não, Marco - disse f
Parte 171...Marco— Não se trata disso - mantive meu tom firme — Trata-se de evitar conflitos desnecessários em breve... Se continuarmos com as coisas como estão, pode ser que acabemos cruzando caminhos que não devemos.— Você parece que está cheios de novos pensamentos, Marco - sua voz foi cortante — E por acaso isso tem a ver com outra pessoa? Talvez alguém que surgiu em sua vida e está causando problemas?Apertei o punho. Eu sabia que a conversa seria nesse nível.— Eu não sou menino, Don Alfredo. Ninguém me influência - disse entre dentes — Se bem sabe, acabei de me livrar de Marcello, que era uma figura importante no meu grupo. Apenas avaliei com calma e não acho mais que vou precisar de tudo o que acertamos antes.— Você está me subestimando - ele deu uma risada seca — Ou isso é só uma nova estratégia sua para me confundir e acabar tomando Barcelona para você?Me levanto da cadeira e começo a andar pelo escritório, sentindo a raiva chegar.— Não quero Barcelona, sei que ela lhe
Parte 172...MarcoAs cortinas grossas estão fechadas, bloqueando a luz do dia. Como eu prometi que não iria voltar a beber por um bom tempo, depois de ter me afundado em um copo quando me senti arrasado por ter perdido Isabela, o que me faz companhia para pensar é um suco de laranja.Giro o cubo de gelo com os dedos, olhando fixo para uma tela na parede, deixando minha mente fugir, analisando como devo proceder.Meu celular em cima da mesa toca. Não reconheço o número. Atendo com desconfiança.— Fale! - atendi com voz firme e seca.— Marco... Aqui é Adrian... Seu cunhado...Eu dei um pequeno sorriso. Ok. Cunhado.— Eu sei quem você é. O que quer?— Tenho uma informação que acho que vai ser bom você ouvir.— E porque eu deveria ouvir? Você trabalha para Don Alfredo.— Na verdade... - ele pausa — Digamos que eu trabalhava. Agora sou casado com sua irmã. Creio que minha lealdade pode ser para com vocês agora.— Lealdade? - apertei os olhos — Adrian, você não é o tipo de homem que muda d
Parte 173...MarcoTenho muito a ponderar, mas isso pode me ajudar mais até do que eu havia imaginado. E também com outro assunto pendente.— Vou considerar sua oferta, Adrian. E tenho algo para você fazer também. Isso vai reforçar sua nova posição dentro da máfia. Vamos ver até onde você pode ir para me provar que está do nosso lado.— Estou ciente dos riscos. Pode me pedir o que quiser, Marco.Eu sorri e bati os dedos na mesa. Sem querer as coisas acabaram vindo até mim, melhor do que eu mesmo tinha pensado.Passei as informações do que eu quero e ele ficou de correr para fazer tudo. Desliguei e virei o suco ainda gelado, mas sem um cubo de gelo mais. Agora só tenho que continuar o plano.** ** **Entrei no quarto de vez e Túlio até se assustou, sentando rápido na cama e fazendo uma careta de dor, segurando a perna.— Túlio, se prepare. Você finalmente vai ter o que tanto quer. Vou armar sua fuga e suposta morte, para que ninguém me questione -parei em frente da cama e cruzei os bra