Dirigi o mais rápido possível para Nova York, pensando no que poderia estar acontecendo com Tommy.
Por mais rebelde e selvagem que ele fosse desde pequeno, Tommy costumava ser muito próximo de mim e de Ariana. Ele nos contava tudo, e adorava ficar conosco. Porém, eu também sabia que ele tinha um pavio curto, podia ser violento se fosse provocado e facilmente se metia em problemas. E nós, como seus pais, sempre estávamos ao seu lado para repreendê-lo e ajudá-lo a corrigir sua conduta e seus erros.
Quando ele tinha uns treze anos, a situação foi por água'baixo. Ele se envolveu numa primeira briga com um colega de classe, e nunca soubemos o motivo. Contudo, desde então ele se afastara de nós. Ou estava com os amigos do time de futebol, ou estav
—Shh! Se abaixa! — falei para Tommy, o puxando para trás do balcão da cozinha.Depois de passar o final de semana comigo em New Heaven, eu havia trazido Tommy de volta para Nova York. Ele ainda tinha que arrumar suas malas para a viagem para a nossa cidade natal e ficar lá durante os feriados.— Pai?! — Tommy olhou para mim confuso e irritado.—Shh! Ela está vindo! — sussurrei, colocando o dedo indicador nos lábios. — Como um cão farejador, pronta para nos caçar até a morte!Naquele segundo, Ariana abriu a porta.— O que é isso? — indagou
— Feliz natal, Jason Martell! — gritou April, a irmã de Ariana, ao me ver entrando na casa, seguido pela minha mãe, que foi direto falar com seu neto. Se tinha uma coisa que as irmãs Baker adoravam era as festividades natalinas. Elas faziam questão de se reunir na casa dos pais, e eram responsáveis pela decoração. Haviam luzes e papais noéis para todo lado e uma grande árvore na sala de estar. — É impressão minha ou você parece muito mais velho do que da última vez que eu te vi? Me diga, como era o Egito antigo? Ah, você lutou na guerra civil americana? — Feliz natal, April. É sempre um prazer revê-la. — falei, em tom de deboche, abrindo meus braços para abraçá-la. Porém, fui impedido por alguém que batia na minha perna com um martelo de brinquedo. — Não toque na minha mãe! — bradou. Era Chidi, o filho caçula de cinco anos de Ap
Era quase uma da manhã quando o toque do meu celular me despertou. — Alô, Ariana? — atendi à ligação dela com a voz rouca. — O que aconteceu? Está tudo bem? — É o seu filho! — ela gritou, me fazendo afastar o telefone do ouvido para não ficar surdo. Soltei um longo suspiro desapontado.O que Tommy fez agora?, pensei. Se Ariana se referiu à ele como "seu filho" não podia ser nada bom. — Calma, você quase matou os últimos neurônios do meu cérebro. Por favor, explique sem gritar. — Ele estava numa festa! — vociferou ela, parecendo indignada. — Aparentemente, ele já fez amigos que são más influências e as aulas nem começaram! Fazia um mês desde que decidimos que Tommy
Nosso momento foi interrompido por uma gritaria vindo dos andares inferiores.Ariana e eu nos entreolhamos, assustados e descemos as escadas em disparado. Para o nosso azar, uma cena desagradável nos esperava lá embaixo.Haviam dois rapazes, sendo segurados por uma multidão para que não se atacassem. Um deles tinha o cabelo preto e olhos verdes, e me parecia estranhamente familiar. Suspirei ao perceber que o outro era ninguém mais, ninguém menos que Tommy.Nem um dia na escola e ele já está arrumando briga?— Parem! — gritou uma professora. Os alunos imediatamente soltaram Tommy e o garoto, que continuaram lançando olhares ameaçadores um para o
Quando acordei no quarto de Melissa, ela já previa que eu estaria com dor de cabeça devido à ressaca e logo me trouxe uma xícara de café. Acontece que passar a noite com ela foi mais divertido do que eu esperava e, dessa vez, eu realmente iria chamá-la para sair num encontro de verdade.Ao que parece, o encontro de ex-alunos da nossa turma não tinha sido nostálgico apenas para mim. Uma publicação numa das redes sociais de Spencer indicava que ela e a melhor amiga de Ariana, Chloe tiveram um reencontro bastante produtivo. Spencer, como a verdadeira fofoqueira que ela era, espalhou rapidamente a notícia de que elas não perderiam mais tempo e já haviam decidido se casar. Eu fiquei surpreso, principalmente considerando que elas não se viam há dez anos, mas fiquei ainda mais perplexo quand
— É verdade que gatos tem sete vidas? — perguntou Chidi, o filho caçula de April, com os olhos arregalados. Ele segurava com força o filhotinho que Sam havia dado de presente à Ariana de natal, Pedro, que parecia muito assustado nas mãos do menino.Nós estávamos reunidos no quintal para um churrasco de celebração do aniversário de casamento dos pais de Ariana, Michael e Adele. Aquele era um dos poucos momentos de descanso em família que tivemos porque, apesar de estarmos durante as férias de verão, a vida de todos estava muito corrida.Tommy estava cursando aulas de verão para repor o péssimo rendimento do primeiro semestre. Ele precisava recuperar as notas de, pelo menos, sete matérias; e caso não conseguis
Tentei manter a calma, pois ficar ansioso não iria ajudar.De imediato, minha primeira reação foi checar sua pulsação. Estava fraca, mas não havia parado. Com as mãos trêmulas e suando frio, busquei meu celular para discar o número da emergência.— Alô, eu preciso de ajuda, é a minha mãe, ela tem doença arterial coronária... — minha voz saía falha, mas consegui passar todas as informações necessárias. Eu só precisava lembrar de respirar fundo e ficar calmo.Pouco antes da ambulância chegar, percebi que a minha mãe parara de respirar. Já entrando em desespero com lágrimas nos olhos, iniciei a fazer massagem card&i
— Não sabia que você tinha decidido ser comediante. — soltei uma risada nervosa, após ficar em silêncio alguns segundos, tentando processar o que ela dissera.— Não seja estúpido. — Spencer revirou os olhos. — Está escrito na sua cara.— Então as pessoas estão escrevendo coisas em mim agora? — retruquei, num tom brincalhão. Spencer me lançou um olhar de reprovação. — Olha... — suspirei. — Não importa o que aconteça... juntos ou só como amigos, ela sempre terá um espaço no meu coração. Ela é a mãe do meu filho. — expliquei, como se fosse óbvio.— Jason, eu vej