VITORAcho que estava tão atordoado com a situação que não escutei direito.Lucas: Como assim, Laura?Laura: Acho que matei a Tatiane._repetiu.Olhei para ela sem palavras.Laura: Fui até o apartamento da Alice para matar ela... Mas tive o azar de que outra pessoa também queria ela morta.__O que está dizendo?Laura: O Dimitri matou sua amante.Me sentei perdido.Isso estragava todos os meus planos...Laura: O que foi? Vai chorar?Vitor: Você não entendeu ainda o quanto isso é grave, né?!Gustavo: Precisávamos da Alice, Laura. Ela tinha papéis que comprovam a traição do Dimitri.Laura: A prova é ele mesmo. Por quê precisariam dela?__Porque para o conselho eu sou o bastardo. Não tenho direito a nada... Preciso provar que Dimitri vem desviando fundos da máfia já faz anos. Assim fica mais fácil para justificar sua morte, um bom líder deve saber cuidar do seu rebanho.Laura: Não tinha como eu saber... Mas parece que o Dimitri sim...Bati a mão na mesinha de centro.Lucas: Deve ter outro
LAURAEstava presa em um ciclo vicioso de destruição, não conseguia dormir direito e pesadelos me assombravam.Poderia ser presa... Não vê mais meus filhos... Não aguentaria isso novamente.Quando Vitor me contou isso, lembro-me da forma que me olhava; como se me dissesse que nada iria acontecer, mas ele não pode mandar em todos.Promessas nesse momento são vazias, não valem de nada, não para mim.Respirei bruscamente sentindo meu corpo pedir socorro.— Laura? Minha aparência estava péssima.— Laura?Despertei quando senti uma mão tocar meu ombro.Meus olhos se focaram na pessoa atrás de mim.— Desculpa, amiga... O que disse?Stefane me olhou estranha.— Está bem?Abri um sorriso pequeno e caloroso.— Vou ficar...— Hoje teremos que ir até a delegacia.— Colheram nossos depoimentos hoje? - Perguntei-lhe assustada.— Sim, os meninos acham que é melhor irmos de vez. Não adianta fugir mesmo.Concordei exitante.— Sim, tem razão.(…)Na mesa era um silêncio absurdo, o café da manhã mais
VITOREu estava possesso de raiva, acho que poderia matar todos que estavam aqui e não sentiria nenhum remorso.— Me explica essa porra, Doutor!Ele engole em seco.— A filmagem da câmera de segurança mostra a Senhora Greco saindo do apartamento de Alice Roux.— E isso prova o quê? - Stefane pergunta aflita.— O horário bate com a morte de Tatiane Costa.Paço as mãos no cabelo frustrado.— E o corpo daquela vadia?— Eles não falaram de outro corpo, apenas de um.Não entendia o que eles queriam omitindo isso.Não sabia o que faria agora, Laura presa, só podia ser a merda de um pesadelo.— Para qual presídio vão levá-la?— Para o Rebibbia.Arregalo os olhos.— Não pode deixar isso acontecer!— Não tenho muito o que fazer, Senhor Greco. Pelo menos, não agora.— Qual o problema, Vitor?Olho para Lucas sem saber o que dizer.— Vitor?!— Lá está concentrado inimigos da nossa máfia... Assim que as outras mulheres saberem quem Laura é...Nem consigo terminar de falar.— Está dizendo que minha
LAURADeveria fazer uma escolha, escolher morrer ou viver?Os dias aqui passavam devagar, tudo era lento e monótono. Fui colocada sozinha em uma cela, mas sabia que não duraria muito.— LAURA GRECO! - escutei alguém gritar.Me aproximei e uma agente penitenciária estava com uma prancheta na mão e me encarava.— Sim?— Venha comigo, tem visita. - abriu a cela para que eu passasse.Fiquei um pouco surpresa com isso.No corredor várias presas me encaravam, algumas até apontavam para mim. Sabia que tinha virado um alvo assim que entrei nesse lugar.— Tem alguns minutos... Corredor 4.A grade se abriu automaticamente e passei por ela. Meu coração palpitava de ansiedade.Stefane...Minha amiga estava me esperando com um pequeno sorriso no rosto.Me sentei e lhe dei um sorriso.— Que bom que veio...— Como você está? - segurou minhas mãos.— Sem contato!— Como pode vê... - olhei envolta.— Não vai ficar muito tempo aqui, seu irmão e o Vitor estão fazendo de tudo para te tirar daqui.— Como
LAURA— Quero a cabeça delas. - digo sentindo muita raiva.— Senhora Greco...— Me escutou! Quero elas mortas!Me olho no pequeno espelho.— Melhor ainda... Quero ter o prazer de matar cada uma delas.(…)Me aproximei da detenta que consegue qualquer coisa, ela foi muito bem indicada.— Preciso de uma coisa.— Todas nós precisamos... - soltou a fumaça para o ar e me ofereceu um cigarro.Estava trancada aqui a semanas, não aguentava mais.Peguei o cigarro e ela acendeu.— O que quer?— Preciso de algo para usar como uma arma.Ela me olhou com um sorrisinho.— Para se vingar de quem fez isso com seu rosto?Apertei as mãos em punhos.— Consegue ou não?— Isso vai custar caro.— Dinheiro não é o problema. - soltei a fumaça.Meu sangue ferveu quando vi as desgraçadas que me bateram entrarem no pátio.Uma delas teve a audácia de me mandar um tchau.Quando ia me aproximar delas, um braço me segurou.— Não faça isso!Olhei com raiva para elas.— Me solta!— Acha que vai dar conta de três? Apa
LAURA— Assume logo que foi você, Laura!Olhei entediada para a diretora.— Já disse que não fui eu!— Você tem motivos sólidos para ter feito isso, elas agrediram você.— Eu e várias outras detentas, diretora. Já foi atrás de todas elas?Alguém bateu na porta.— Pode entrar!— Com licença, diretora. - um guarda entrou - Preciso falar um minuto com a senhora.— Precisa ser agora?— É importante.Ela se levantou e saiu da sala.Eu só precisava negar, eles não tinham provas contra mim.— Ah, tenho uma novidade! - entrou novamente na sala.Fiquei calada e esperei que falasse.— Você vai ser solta.Olhei sem acreditar.— Vou?— Sim, seu advogado te explicará direito. - se sentou - Tem sorte, Laura.— Quando vou sair?— Amanhã... Agora pode ir.Não esperei mais nada para sair daquela sala.(…)— Fiquei sabendo que a madame vai sair, não tem nem um mês aqui. - Antônia se sentou do meu lado.— Pois é, todo dinheiro que tenho precisava servir para algo.— Não esqueça das amigas...— Não vou e
LAURA— Grávida? Está falando sério? - Stefane perguntou olhando uma loja de bebê.— Sim, acredita? Que filho da puta! - olhei em volta procurando as crianças.— O que vai fazer a respeito?— Esperar... Adquiri muita paciência.Ela parou de andar e me olhou.— Laura, vai matá-lo?— Não... Não consigo fazer isso. - menti.Estava possessa com Vitor e aquela piranha de quinta, poderia matar os dois queimados agora mesmo.— Acha que é dele?— Tenho certeza que é, aquela vadia é doida, quer dar a boceta apenas para o meu marido.Stefane abriu um sorriso.— Está com ciúmes?— Não estou. - digo seriamente.Vi um homem nos observar mais afastado e me alertei.— Fica aqui! - saí andando.Peguei a faca discretamente e me aproximei.— Não se mexa... - encostei a faca na sua cintura - Por quê está nos observando?— Não estou...— Não minta!— Fui pago para isso...— Quero nomes!O homem parecia nervoso.— Anda!— Henrique... Henrique Greco!— Allez au diable!(Maldito!)— Trabalha para a máfia?—
LAURATalvez eu estivesse sendo radical demais, mas tudo doía tão intensamente que queria arrancar meu coração fora.Não aguentava a pressão, o desespero, estava presa nesse abismo de angústia sem fim, a vida não podia ter sido mais cruel comigo.Sempre que pensava que poderia viver em paz, acontecia algo que estraga tudo, alguém.Eu não queria viver assim, não mais.— O que deu em você?Puxei lentamente meus cabelos.— Laura, estou falando com você!— Estou ouvindo, Vitor! - digo irritada.Eu pedi para que ele matasse uma criança inocente...O que estou fazendo?Quem sou eu?Por que agir assim?— O que está acontecendo com você?— Ela afeta minha presença... Se ela está mesmo esperando uma filha sua, como quer que eu fique?— Eu sei que errei, fui um maldito idiota. - se abaixou e segurou minhas mãos - Não se puna mais...Não, Vitor... Não estou me punindo, estou punindo você.Respirei fundo e me levantei, meus olhos se voltaram para as crianças brincando no jardim.— O que vai dizer