LAURA— Grávida? Está falando sério? - Stefane perguntou olhando uma loja de bebê.— Sim, acredita? Que filho da puta! - olhei em volta procurando as crianças.— O que vai fazer a respeito?— Esperar... Adquiri muita paciência.Ela parou de andar e me olhou.— Laura, vai matá-lo?— Não... Não consigo fazer isso. - menti.Estava possessa com Vitor e aquela piranha de quinta, poderia matar os dois queimados agora mesmo.— Acha que é dele?— Tenho certeza que é, aquela vadia é doida, quer dar a boceta apenas para o meu marido.Stefane abriu um sorriso.— Está com ciúmes?— Não estou. - digo seriamente.Vi um homem nos observar mais afastado e me alertei.— Fica aqui! - saí andando.Peguei a faca discretamente e me aproximei.— Não se mexa... - encostei a faca na sua cintura - Por quê está nos observando?— Não estou...— Não minta!— Fui pago para isso...— Quero nomes!O homem parecia nervoso.— Anda!— Henrique... Henrique Greco!— Allez au diable!(Maldito!)— Trabalha para a máfia?—
LAURATalvez eu estivesse sendo radical demais, mas tudo doía tão intensamente que queria arrancar meu coração fora.Não aguentava a pressão, o desespero, estava presa nesse abismo de angústia sem fim, a vida não podia ter sido mais cruel comigo.Sempre que pensava que poderia viver em paz, acontecia algo que estraga tudo, alguém.Eu não queria viver assim, não mais.— O que deu em você?Puxei lentamente meus cabelos.— Laura, estou falando com você!— Estou ouvindo, Vitor! - digo irritada.Eu pedi para que ele matasse uma criança inocente...O que estou fazendo?Quem sou eu?Por que agir assim?— O que está acontecendo com você?— Ela afeta minha presença... Se ela está mesmo esperando uma filha sua, como quer que eu fique?— Eu sei que errei, fui um maldito idiota. - se abaixou e segurou minhas mãos - Não se puna mais...Não, Vitor... Não estou me punindo, estou punindo você.Respirei fundo e me levantei, meus olhos se voltaram para as crianças brincando no jardim.— O que vai dizer
LAURANão era o fim, mas só o começo...Uma história que começou com dor e violência, pode terminar com amor e carinho?Um casal ardente e desesperado, poderia ser amar tanto?Eu sentia essa coisa doentia dentro de mim, só não sabia se deveria dar uma chance.2 dias antes do confronto final...— Laura do céu, está tudo incrível! - Stefane observou o jardim.— Acha que as crianças vão gostar?— Vão amar!— Fiz tudo em tão pouco tempo, tenho medo de que saia algo errado.— Tudo vai sair perfeitamente bem, vai ver.Vitor saiu com Lucas e as crianças, não é uma festa surpresa, mas queria organizar tudo antes da chegada deles.— Como vocês dois estão? - Stefane perguntou provando um docinho.— Estamos bem... - digo meio insegura.Estávamos bem?— Hum... Ele parece ter mudado. Sabe, não acreditei muito nele no começo, mas depois ele foi se mostrando disposto a concertar seus erros.— Não é fácil esquecer tudo, né?— Laura, o amor não machuca, não te destrói... Mas se resolver dar uma segund
VITOR Prendi minha respiração sem acreditar, não podia, não conseguia fazer isso.Senti meu corpo gelar e meu coração acelerar, estava em combustão por dentro.Quero o divórcio...Não, não podia ser.Obriguei meu corpo a virar e olhei para seu rosto.— Laura...— Não faz isso, Vitor. Não dessa vez... Eu sei que você está tentando mudar e me deu muitas razões para acreditar nisso, mas não posso continuar...— O que está dizendo?— Precisamos nos curar primeiro, para depois nos amarmos. - sorriu - Você está sendo um pai incrível para os nossos filhos, por isso acho que devemos encerrar o ciclo.— Divórcio, Laura?Meu coração estava sendo esmagado no peito a cada batida.— É o melhor começo... Assim você me prova que mudou mesmo, que quer um começo para nós e nossos filhos. Vamos começar de novo, do zero.— Está dizendo para começamos como se fossemos namorados?Ela riu, uma gargalhada tão linda e gostosa.— Acho que é um começo...(…)Abrir mão da Laura não seria uma tarefa fácil, me s
LAURA Só um minuto para entendemos tudo, cada ponto da história e como começou.Como começou minha história e como vai terminar?Eu nunca acreditei que poderia ser feliz, que irônico, não é?Como poderia se quer tentar pensar nisso?Grandes mudanças aconteceram, mas tudo não se apaga em um passe de mágica, cheguei aqui com feridas cicatrizadas e algumas ainda abertas.Eu sabia que nunca mais seria completa, sempre faltaria um pedaço de mim, mas eu precisava viver e mudar isso, o medo sempre estaria presente no mundo que vivemos.Um pedaço de papel não mudaria minha história, ela já aconteceu, mas caminhar para trás não era a solução, eu precisava aprender a me curar, não poderia deixar que mais ninguém guiasse minha vida. Ela era só minha e eu faria minhas próprias escolhas a partir de agora.Hoje seria um dia importante, o dia que tudo acabaria, só não sabia se tudo ficaria bem.— Promete que vão se cuidar? - olhei para Vitor e meu irmão.Sentia um pouco de medo, mesmo com toda a pr
LAURA Olhava ansiosamente pela janela, já tinha ruído todas as minhas unhas, porém meu coração não se aquietava, precisava vê-los.Stefane tentava desesperadamente colocar Ricardo para dormir, seus olhos estavam vermelhos de tanto que chorou.E eu era só uma carcaça de confusão e medo.— Não posso esperar...— O que está dizendo?— Vou atrás deles, não vou ficar aqui sem saber se estão vivos ou mortos.— Laura, se acalma! - Stefane entregou Ricardo para a babá.— Não consigo... Preciso de uma certeza...— Eles não gostariam que você se metesse no fogo cruzado.— Faz tempo que não os obedeço. Vou pedir para levarem vocês para a casa da Sara, ela é minha amiga e estarão em segurança por lá.Subi para arrumar as crianças, todo o tempo me sentia perdida e angustiada.— Tem mesmo certeza disso?Desci as escadas e segurei as mãos da minha amiga.— Sim, vou ficar bem...— Mamãe, quando voltarmos, podemos brincar no parque? - Bela perguntou sorrindo.— Sim, meu amor... Podemos brincar onde v
VITOR Eu não precisava ser nem um pouco esperto para saber de quem Dimitri falava, mais uma traição, eu estava cercado de cobras por toda parte.— O que foi, irmãozinho, perdeu a fala?— Nicolai me traiu?Dimitri riu, deixando claro para mim que eu era um idiota.— Parece que Alice não é só um rostinho bonito, não é mesmo? - perguntou sarcasticamente.— Sabe, Dimitri... Eu sempre tentei justificar esse seu jeito, por anos pensei que era assim por causa das coisas que Henrique nos submeteu... Mas, você é assim, porque gosta. Se sente bem sendo assim.— Você não sabe nada, Vitor! NADA!— Eu não sei? Eu me sacrifiquei muitas vezes por essa família, ou já se esqueceu?— Pelo amor de Deus, se vai me matar, faça isso logo!— As vezes eu acho que a morte é pouco para você. - saí da sala.(…)Quando cheguei no hospital e entrei no quarto da Laura, fiquei bem mais aliviado, ela estava acordada e conversava com Lucas e Stefane.Seus olhos se voltaram para mim, seu rosto estava machucado, ela p
LAURAO final é sempre um começo, eu entendi isso diversas vezes durante minha vida, nada se sobressai ao que temos que pagar aqui, o carma, como costumamos chamar. Seu coração pode ser vazio ou até mesmo transbordar de amor, isso não muda nada.O caminho foi tão longo até aqui, que não é só minhas mãos que estão calejadas, mas o meu coração também, eu aprendi tanta coisa, principalmente que não devemos confiar em todo mundo, o meu casamento com o Vitor me ensinou tudo, e depois de tantos anos, nunca imaginei que estaria se preparando para me casar com ele novamente, mas desta vez por escolha minha.Eu estava em frente ao espelho me preparando para me casar com o homem que foi meu algoz por muito tempo, parece uma loucura para alguns, talvez seja, mas era uma segunda chance tão boa para nós dois, meses atrás estávamos em uma luta constante com inimigos e com nós mesmos, e agora estávamos apenas querendo seguir a vida.Eu tinha perdoado o Vitor, e junto do perdão veio a minha cura, com