A conversa com Raul, tinha sido muito proveitosa. Ele era um cara calmo, tranquilo e trouxe à tona alguns aspectos importantes que precisavam ser expostos, como por exemplo a sua rotina com a mãe e a irmã após o divórcio, quando morou com as duas por quase um ano.
Ele falou superficialmente da briga que teve com Sara, sem citar o motivo da briga. Porém não demonstrava ressentimentos a esse episódio. No entanto, comecei a perceber que o amor que ele nutria pela irmã, ia contra o perdão que jamais concediria à ela.
O arrependimento por ter sido omisso diante de diversas queixas da mãe, ficou evidente durante nossa conversa, e em alguns momentos precisei deixar que ele se recompuseste.
Disse entre lágrimas que as duas brigavam, mas que nunca pensou que Sara fosse capaz de cometer tamanho desatino.
A sensação que tive, foi que Raul ainda não acredita que a mãe foi morta por sua irmã, uma assassina completamente fria e calculista.
Entretanto, após
A dinâmica da família era complicada, embora a conversa com os dois irmãos, tivesse me orientado em relação as partes envolvidas, principalmente sobre o que acontecia entre Sara e a mãe. Percebi que havia três modos diferentes de ver a mesma história. cada uma com seus pontos de vistas. De um lado, Raul, o irmão adorável, calmo e tranquilo que compreendia e amava a irmã caçula, sendo talvez manipulado, segundo Anderson. Do outro, o irmão do meio, Anderson. Ciumento, com o temperamento forte e agressivo, que via em Sara o que ninguém conseguia e por causa, não se deixava influenciar. E por fim... Sara. O centro disso tudo. Manipulável, rebelde, fria, antisocial e que era controlada pela mãe que depositava nela, suas compulsões. No entanto, mesmo que ainda fosse cedo para apontar qual era a direção correta, eu ainda não possuía o material necessário e isso me deixava com muitas dúvidas. Resolvi então, colocar uma lousa branca de sessenta
Raul era extremamente agradável de conversar. Sua simpatia exalava pelos poros e isso me atraía cada vez mais. Eu não me reconhecia. Não queria compreender os motivos de me sentir confortável o suficiente para flertar com um desconhecido, embora a imagem de Joaquim aparecesse em minha mente a cada minuto. Será que eu estava errada em permitir tanta abertura para outro homem que não fosse meu ex-marido, que agora estava morto? De repente, fossem apenas besteiras latejando dentro de minha cabeça, mas eu tinha o direito de me envolver com outro homem, mesmo após tantos anos fechada e de luto. Mesmo que nãoo houvesse ninguém que me interessasse verdadeiramente nos últimos anos, isso mudou quando vi Raul. Talvez fosse a qualidade da chamada de vídeo no celular, mas fisicamente, Raul parecia diferente. Mais bonito, charmoso e enigmático, o que causava uma admiração íntima e escondida dentro de mim. No entanto, m
Tudo parecia fluir com bastante naturalidade, exceto quando lembrei da lousa branca pendurada na para da sala do flat, onde quem entrasse depararia-se com informações e fotos estratégicas sobre o caso de Sara Castro. No mesmo instante, um pânico me cercou e quanto mais o elevador subia acendendo o número no painel interno a cada andar, mais inquieta ficava ao me aproximar do flat. Meu raciocínio que era sempre tão rápido, agora estava desacelerado devido as bebidas consumidas durante o jantar e em hipótese alguma poderia deixar que Raul visse o material exposto na lousa branca, afinal era sua família quem estava detalhadamente descrita em minha pesquisa. O que fazer? Qual seria a desculpa que daria? Eram essas as perguntas que martelavam em minha mente. ... Finalmente, quando a porta se abriu, saltamos para fora e andamos pelo corredor até meu apartamento. No entanto, Raul havia percebido que algo em mim mudara rapidament
Na segunda-feira de manhã, ao me levantar Raul havia ido embora. Os lençóis ainda tinham o seu cheiro e minha mente turbilhava de sensações. Estava tudo errado. Era um misto de sentimentos pois evidentemente, sabia que isso podia causar minha demissão, ou jogar minha reputação no ralo, afinal que credibilidade teria se as pessoas soubessem que eu estava misturando prazer com negócios. Era tanta coisa envolvida, que ficava difícil por a cabeça em ordem. Eu precisava voltar a rotina de visitas com Sara, independente do que estivesse vivendo ou acontecendo no momento em minha vida. Acima de tudo, precisava manter toda a situação de modo profissional, mesmo sabendo que esse discurso, era uma verdadeira mentira. Me arrumei sem conseguir tirar Raul da minha cabeça. Minha frustração era quase latejante ao perceber que ele havia ido embora sem me acordar e imediatamente, uma preocupação me atingiu em cheio. Corri para a sala e me certifi
Com as informações que Sara havia me dado, meu próximo plano era procurar pelo dono da empresa em que ela tinha trabalhado por um período de quatro anos. Precisava conhecer quem era a detenta 682 no ambiente de trabalho e com isso estar inteirada sobre seu relacionamento com os colegas de trabalho. Se realmente tinha sucesso em suas tarefas diárias, seu salário, o progresso diante dos outros, se era aceita ou rejeitada, entre outras coisas. ..... Quando consegui o contato de Ami, o filho de Doran o fundador da empresa de informática que já estava no mercado há mais de querenta anos, ele logo se prontificou para conversarmos por uma chamada de vídeo, o que se tornou habitual em minhas pesquisas. - Olá Carla! Obrigado por entrar em contato. No que posso ajudar? - Ami, assim como seu pai Doran, era um idoso. Do outro lado da tela, pai e flho me cumprimentaram amistosamente. Seu Doran, parecia debilitado. Sentado em um cadeira de rod
Acordar nos braços de Raul era tão bom quanto dormir com ele. Me enrolei no lençol e fui até o banheiro, com o máximo de cuiddo para nao acordá-lo. Queria que o tempo parasse sá para vê-lo adormecido em minha cama. Que loucura - Eu pensava diante do espelho. Mal o conheço e estou totalmente envolvida com esse estranho, ultrapassando os lmimtes permitidos da razão e bom senso. Minha carreira podia ser arruinada por noites de sexo enquanto borboletas cantavam em meu estômago. E eu achei que estivesse velha pra isso... Quanta tolice. ... Coloquei a mesa do café da amanhã e ouvi o barulho no quarto quando, Raul se levantou. Athus estava com preguiça e sonolento, deitado na janela próximo ao vidro que dava para a parte externa do flat. Provavelmente, tentava se recuperar da noite mal dormida que tivera, já que meus gemidos incessantes de prazer tomaram conta da casa, até o final da madrugada. Assim como Athus,
Minha mãe tomava alguns remédios, entre eles, um para pressão, outro para dormir e um antidepressivo que em hipótese nenhuma poderia ficar sem. O humor dela, escilava constantemente. O equilíbrio entre os dias bons e os dias ruins, se dava por causa desse medicamento. Um dia, eu acordava e tinha uma pessoa com sorriso no rosto, me oferecendo café. No outro, uma pessoa extremamente mal humorada. Tudo parecia lhe consumir. Os problemas alheios, eram absorvidos de maneira doentia por ela. Mamãe se aflingia pelo problema do vizinho que mal conhecia. Do parente distante, a quem ela tinha contato de vez enquando e assim por diante. Nos dias ruins, acabava descontando coisas que não lhe eram cabíveis, em cima da única pessoa que vivia com ela. Eu. Por nunca saber qual o humor que predominaria no dia dia, deixava primeiro, que esboçasse uma reação matinal. Não me lembro do nome do antidepressivo que toma
Assim que abri a porta do flat, tomei um susto que quase me fez desmaiar. Um homem de costas vestindo roupas socias olhava para a deslumbrante vista lá fora e se não tivesse reconhecido a estatura, teria ligado para a polícia. Assim que fechei a porta, Abílio se virou e encarou-me seriamente. - Abílio! Você quase me matou de susto. O que está fazendo aqui? Com o semblante misterioso, pediu para que eu me sentasse. - Carla, temos negócios a tratar. - Você podia ao menos ter me avisado que viria me visitar. - Eu gosto de pegar as pessoas desprevenidas. Deixei a bolsa em cima da mesa e puxei a cadeira, sentando-me, cruzando os dedos das mãos sob o vidro e arfando para o suspense que meu patrão fazia diante de mim. - Carla... - Ele se aproximou de mim. - O que pensa que está fazendo? - Como assim? - Indaguei na defensiva. - Eu sei que você está saindo com Raul, irmão de Sara e