Tudo parecia fluir com bastante naturalidade, exceto quando lembrei da lousa branca pendurada na para da sala do flat, onde quem entrasse depararia-se com informações e fotos estratégicas sobre o caso de Sara Castro.
No mesmo instante, um pânico me cercou e quanto mais o elevador subia acendendo o número no painel interno a cada andar, mais inquieta ficava ao me aproximar do flat.
Meu raciocínio que era sempre tão rápido, agora estava desacelerado devido as bebidas consumidas durante o jantar e em hipótese alguma poderia deixar que Raul visse o material exposto na lousa branca, afinal era sua família quem estava detalhadamente descrita em minha pesquisa.
O que fazer? Qual seria a desculpa que daria?
Eram essas as perguntas que martelavam em minha mente.
...
Finalmente, quando a porta se abriu, saltamos para fora e andamos pelo corredor até meu apartamento.
No entanto, Raul havia percebido que algo em mim mudara rapidament
Na segunda-feira de manhã, ao me levantar Raul havia ido embora. Os lençóis ainda tinham o seu cheiro e minha mente turbilhava de sensações. Estava tudo errado. Era um misto de sentimentos pois evidentemente, sabia que isso podia causar minha demissão, ou jogar minha reputação no ralo, afinal que credibilidade teria se as pessoas soubessem que eu estava misturando prazer com negócios. Era tanta coisa envolvida, que ficava difícil por a cabeça em ordem. Eu precisava voltar a rotina de visitas com Sara, independente do que estivesse vivendo ou acontecendo no momento em minha vida. Acima de tudo, precisava manter toda a situação de modo profissional, mesmo sabendo que esse discurso, era uma verdadeira mentira. Me arrumei sem conseguir tirar Raul da minha cabeça. Minha frustração era quase latejante ao perceber que ele havia ido embora sem me acordar e imediatamente, uma preocupação me atingiu em cheio. Corri para a sala e me certifi
Com as informações que Sara havia me dado, meu próximo plano era procurar pelo dono da empresa em que ela tinha trabalhado por um período de quatro anos. Precisava conhecer quem era a detenta 682 no ambiente de trabalho e com isso estar inteirada sobre seu relacionamento com os colegas de trabalho. Se realmente tinha sucesso em suas tarefas diárias, seu salário, o progresso diante dos outros, se era aceita ou rejeitada, entre outras coisas. ..... Quando consegui o contato de Ami, o filho de Doran o fundador da empresa de informática que já estava no mercado há mais de querenta anos, ele logo se prontificou para conversarmos por uma chamada de vídeo, o que se tornou habitual em minhas pesquisas. - Olá Carla! Obrigado por entrar em contato. No que posso ajudar? - Ami, assim como seu pai Doran, era um idoso. Do outro lado da tela, pai e flho me cumprimentaram amistosamente. Seu Doran, parecia debilitado. Sentado em um cadeira de rod
Acordar nos braços de Raul era tão bom quanto dormir com ele. Me enrolei no lençol e fui até o banheiro, com o máximo de cuiddo para nao acordá-lo. Queria que o tempo parasse sá para vê-lo adormecido em minha cama. Que loucura - Eu pensava diante do espelho. Mal o conheço e estou totalmente envolvida com esse estranho, ultrapassando os lmimtes permitidos da razão e bom senso. Minha carreira podia ser arruinada por noites de sexo enquanto borboletas cantavam em meu estômago. E eu achei que estivesse velha pra isso... Quanta tolice. ... Coloquei a mesa do café da amanhã e ouvi o barulho no quarto quando, Raul se levantou. Athus estava com preguiça e sonolento, deitado na janela próximo ao vidro que dava para a parte externa do flat. Provavelmente, tentava se recuperar da noite mal dormida que tivera, já que meus gemidos incessantes de prazer tomaram conta da casa, até o final da madrugada. Assim como Athus,
Minha mãe tomava alguns remédios, entre eles, um para pressão, outro para dormir e um antidepressivo que em hipótese nenhuma poderia ficar sem. O humor dela, escilava constantemente. O equilíbrio entre os dias bons e os dias ruins, se dava por causa desse medicamento. Um dia, eu acordava e tinha uma pessoa com sorriso no rosto, me oferecendo café. No outro, uma pessoa extremamente mal humorada. Tudo parecia lhe consumir. Os problemas alheios, eram absorvidos de maneira doentia por ela. Mamãe se aflingia pelo problema do vizinho que mal conhecia. Do parente distante, a quem ela tinha contato de vez enquando e assim por diante. Nos dias ruins, acabava descontando coisas que não lhe eram cabíveis, em cima da única pessoa que vivia com ela. Eu. Por nunca saber qual o humor que predominaria no dia dia, deixava primeiro, que esboçasse uma reação matinal. Não me lembro do nome do antidepressivo que toma
Assim que abri a porta do flat, tomei um susto que quase me fez desmaiar. Um homem de costas vestindo roupas socias olhava para a deslumbrante vista lá fora e se não tivesse reconhecido a estatura, teria ligado para a polícia. Assim que fechei a porta, Abílio se virou e encarou-me seriamente. - Abílio! Você quase me matou de susto. O que está fazendo aqui? Com o semblante misterioso, pediu para que eu me sentasse. - Carla, temos negócios a tratar. - Você podia ao menos ter me avisado que viria me visitar. - Eu gosto de pegar as pessoas desprevenidas. Deixei a bolsa em cima da mesa e puxei a cadeira, sentando-me, cruzando os dedos das mãos sob o vidro e arfando para o suspense que meu patrão fazia diante de mim. - Carla... - Ele se aproximou de mim. - O que pensa que está fazendo? - Como assim? - Indaguei na defensiva. - Eu sei que você está saindo com Raul, irmão de Sara e
Assim que desembarquei no aeroporto, rapidamente solicitei um taxi para me levar até a casa de seu José. Para minha sorte, o motorista estava de bom humor e sabia da rota mais rápida até o meu destino. Em torno de quarenta e cinco minutos, cheguei o local solicitado deprando-me com uma casa modesta de muro amarelo. Não pude evitar que durante todo o caminho, inúmeros questionamentos me rondavam, assim como não conseguia enxerga até um dia atrás, uma das coisas que faltavam na história de Sara. Passei a noite, praticamente lendo e relendo os documentos de minha posse, assim como ouvia consecutivamente a gravação da conversa co seu José. Ficava evidente que as datas de aniversário, não coincidiam e procurar pelo tio de Sara, era praticamente dar um passo gigantesco em direção ao desconhecido, afinal ela havia mentido para mim e aparentemente para todos os envolvidos na época do julgamento. Cabia a mim, após quatorze anos saber o que tinha realme
Vi Sara adentrar na cela com as mãos algemadas e com o uniforme peninteciário de praxe. Quase sempre sentia pena de seu estado, mas não hoje. Hoje queria confrontá-la, agredi-la se pudesse, porém precisava me controlar a todo custo para não fazer uma besteira e colocar tudo a perder. Para variar, o sorriso sarcástico apareceu, enquanto as algemas eram retiras, e ela se acomodava. Era como se ela soubesse, que dentro de mim um vulcão estava prestes a entrar em erupção. Nos encaramos em silêncio e assim que a agente penitenciária saiu da cela, voltando-se para a porta de ferro, ela perguntou: - O que houve Carla? Parece aflita. - Suas palavras saíram entre um riso no canto da boca e mais uma vez contive o impulso de apertar o seu pescoço até que ela ficasse sem ar. No entanto, foi em vão. Sara depertou em mim algo que há muito estava guardado. A ira. - VOCÊ MENTIU PARA MIM! MENTIU O TEMPO INTEIRO ! - Bati a mão direita na mesa, fazendo ecoar no
Ao acordar, olhei para Raul que parecia em um sono tranquilo ao meu lado, após a noite de prazer mútuo. Cuidadosamente, levantei, coloquei meu roupão e preparei a mesa do desjejum. A todo momento, as ideias e suposições conflitantes em minha mente não me deixavam um segundo em paz. O certo e o errado. O viver intensamente o momento ou admitir que estava envolvida emocionalmente com tudo o que acontecia ao meu redor. Preocupações com Abílio e todos os seus joguinhos que me envolveram em um projeto arquitetado desde o começo. Indícios de que Raul poderia estar envolvido no crime da irmã, e evidentemente se Sara entraria em contato depois de tê-la colocado definitivamente contra a parede. Eu sabia que tinha ousado demais em pressioná-la daquele jeito, pois se ela resolvesse não me dizer a verdade, tudo acabaria. Eu voltaria para minha cidade, o livro não seria publicado, pagaria uma multa absurdamente alta e mancharia meu nome para no meio profissional.