— Não deixem que ele morra, amanhã cedo levem-no para a família Amorim. — Ordenou Filipe.— Sim, senhor!Após a saída dos subordinados, Filipe levantou-se e olhou para fora da janela escura. Seus olhos pareciam cobertos por uma camada de gelo, e o frio que emanava de seu corpo fez a temperatura do escritório cair bruscamente.Família Amorim! Como ousaram tocar em alguém da família Borges!Lertino foi acordado por uma batida na porta logo cedo. Sentou-se e respondeu com frieza:— Que história é essa a essa hora da manhã?O mordomo abriu a porta e entrou no quarto, claramente aflito:— Mestre, aconteceu algo grave. A família Borges deixou uma pessoa na porta da família Amorim logo cedo...Lertino franziu a testa:— O que houve? Quem é?— É... é um dos assassinos que nós treinamos...Lertino ficou surpreso por um instante, mas logo levantou-se e começou a vestir-se enquanto reclamava irritado:— O que está acontecendo? Como a família Amorim se envolveu com a família Borges?— Eu... eu não
Ao ouvir essas palavras, o rosto de Malom empalideceu, e ele se agarrou às pernas de Lertino:— Tio, eu só cometi um erro bobo, me perdoe desta vez! Eu prometo que, daqui em diante, sempre consultarei o senhor antes de agir. Por favor!O olhar suplicante de Malom não provocou a menor reação em Lertino, que simplesmente o afastou com outro chute:— Você acha que sou idiota? Se houve uma vez, haverá uma segunda e uma terceira. Vá pedir perdão à família Borges, e se não aceitarem, não há nada que eu possa fazer. Vai ter que ir para a prisão.Ao ouvir essas palavras frias, Malom mal podia acreditar no que estava ouvindo:— Tio, o senhor me criou desde pequeno, será que, no fundo, eu ainda sou inferior ao seu filho biológico, Lorenzo?Lertino deu outra risada sarcástica:— Nem é questão de sentimento. Você é tão burro que, se eu entregasse a família Amorim a você, seria o fim dela!Nos olhos de Malom brilhava a fúria e a frustração:— E como o senhor pode saber, sem nunca ter me dado uma ch
Se ele realmente admitisse, seria um completo idiota!— Claro que tem que admitir, mas você pode dizer que foi decisão do subordinado. Além disso, é preciso oferecer uma compensação para a família Borges e a família Pereira. Talvez assim a situação possa ser contornada. — Disse Francisco.— Você é bom em manipular, hein? Assim, o acidente de carro não tem nada a ver com você, e ainda pode continuar fazendo papel de bom moço para a Renatta. Sai ganhando em tudo! — Respondeu Malom.Francisco deu um sorriso discreto:— Fique tranquilo, você vai ganhar mais do que perder. Você não queria entrar na empresa da família Amorim? Posso ajudar com isso.Malom franziu o cenho ao ouvir aquilo:— Não me diga que está inventando promessas só para eu assumir a culpa do acidente?— Eu tenho alguns trunfos contra a família Amorim. Posso entregar a você. Basta mostrar para o Lertino, e ele certamente permitirá sua entrada na empresa.— Se você estiver me enganando, não vou deixar isso barato.— Pode fica
Além disso, sem a sua autorização, seu subordinado teria coragem de contratar alguém para me matar?Percebendo a dúvida nos olhos de Renatta, Malom deu um sorriso amargo:— Srta. Renatta, você não entende... Eu e esse subordinado crescemos juntos, somos como irmãos. Eu não me surpreenderia se ele fizesse algo assim por mim... Além disso, ele achava que seria mais fácil lidar com você por ser mulher. E mais, você é a mulher que Lorenzo ama antes e agora. Se algo lhe acontecesse, ele perderia o foco e deixaria de disputar a liderança da família Amorim comigo.Renatta achou aquilo tudo ridículo:— Eu e Lorenzo já terminamos faz tempo.E essa história de que Lorenzo ainda a amava... impossível. Se ele realmente a amasse, não teria ficado noivo de outra.— Srta. Renatta, meu subordinado cometeu um erro imperdoável. Se quiser mandá-lo para a cadeia, eu aceito. Só peço que a família Borges poupe sua vida. — Disse Malom.Renatta abaixou o olhar, respondendo em tom sério:— Chame a polícia. Que
Hugo soltou um riso frio:— Até quando você quer enrolar com isso?Francisco lançou-lhe um olhar impaciente:— Isso é problema meu, não seu.— Francisco, eu sou seu pai!Francisco apenas esboçou um sorriso irônico e se calou, mas seus olhos refletiam toda a resistência e o desprezo que sentia. A atmosfera na sala caiu imediatamente, e Renatta se arrependeu de ter trazido Francisco para aquela conversa. Ela realmente não sabia como lidar com situações desse tipo.Percebendo o desconforto dela, Francisco suavizou o tom:— Renata, vou te acompanhar até a porta. Acabei de voltar e tem muitas coisas na empresa que eu preciso resolver. Assim que eu colocar tudo em ordem, prometo te procurar.— Tudo bem.Ao sair da casa dos Pereira, Renatta finalmente respirou aliviada. O jeito autoritário de Hugo a deixava desconfortável, sempre se intrometendo em seus assuntos com Francisco. Se eles fossem se casar, ela definitivamente não aceitaria morar sob o mesmo teto que Hugo.Mas ao lembrar do comentá
— Mesmo que você me mande calar a boca, eu preciso falar. Não entendo por que, se ainda gosta da Srta. Renatta, não tenta reconquistá-la! — Insistiu Edgar.Lorenzo suspirou, já com um começo de dor de cabeça, e respondeu em tom sério:— Gostar dela não significa que temos que ficar juntos. Ela tem escolhas melhores, Edgar. Além disso, o Grupo Marques está agora nas mãos da família Timelo, e Lígia tem a mentalidade de uma criança de sete ou oito anos. O que eu posso oferecer a Renatta?— Ninguém vai amá-la como você, e isso já é o suficiente.— Chega, não quero mais falar sobre isso. Vou subir para ver Lígia. E, daqui em diante, não entre mais em contato com a Renatta!Ao se aproximar do quarto de Lígia, Lorenzo, pelo vão da porta entreaberta, viu Renatta cuidando de Lígia, passando uma toalha em sua testa febril. Ele entrou em silêncio e murmurou:— Obrigado. Deixe que a empregada cuide disso.Renatta, sem nem levantar a cabeça, respondeu:— Não precisa.Vendo que ela continuava concen
Comparado à irritação de Edgar, Lorenzo mostrava-se bem mais tranquilo:— É normal. Vamos encontrar mais gente assim no futuro. Prepare-se psicologicamente para isso.— Eu sei, mas ainda assim é difícil não me irritar. — Admitiu Edgar.Se aqueles caras soubessem que o responsável pela ascensão meteórica da Tecnologias Inspiração há cinco anos era o próprio Lorenzo, com certeza não teriam essa atitude agora!— Escuta, você está comigo há muitos anos. Quantas pessoas já não cruzaram nosso caminho? É sempre assim, não falta quem jogue pedras, mas quem ajuda quando precisamos é raro. Se não querem cooperar, que fiquem de lado. Concentre-se em quem realmente quer trabalhar connosco.Edgar respirou fundo, assentindo:— Certo. O Jorge da Seiku concordou em te encontrar amanhã às cinco, no Hotel Rainbow. Ah, e a festa de 25 anos da Larissa, da família Cabral, vai ser lá também.— Entendido.— Quer que eu providencie algum presente para os Cabral?— Deixo essa parte com você.— Perfeito.Após a
Renatta manteve uma expressão serena enquanto se aproximava da mesa de centro e abria a caixa. Dentro, havia um longo vestido de seda verde-claro, tomara que caia, com uma rosa de seda verde bordada no lado esquerdo do busto. Pétalas feitas de pequenos cristais brilhavam como gotas de orvalho, dando à flor uma aparência vívida.— Esse vestido é lindo! Você vai ficar maravilhosa com ele. Já até pensei no penteado que combina. — Exclamou Helga, empolgada.Percebendo que Renatta parecia pouco animada, Helga franziu o cenho:— O que foi? Não gostou do vestido?— É bonito.— Então, você não gosta de quem mandou?Renatta colocou o vestido de volta na caixa, lançando um olhar irritado para Helga:— Para de adivinhar coisas. Só estou de mau humor porque você me acordou cedo demais.Helga ficou sem palavras por um instante, olhando-a meio sem graça.— Vou preparar algo para o café. Quer? — Perguntou Renatta.Renatta já estava a caminho da cozinha, e Helga apressou-se para acompanhá-la:— Claro!