Parecendo não perceber a frieza de Renatta, a voz de Francisco, sempre com um tom amigável, voltou a soar:— Minhas pernas estão melhorando muito. Acho que em breve vou poder voltar para Cidade C.— Certo, avise-me com antecedência quando for voltar, assim eu te busco no aeroporto. —Respondeu Renatta.Houve um breve silêncio do outro lado, e então Francisco, com um tom cuidadoso, sugeriu:— Agora que a situação da família Borges está resolvida, será que você poderia vir ficar comigo um tempo? Se você estivesse por perto, acho que minha recuperação seria bem mais rápida.— Tenho estado bastante ocupada ultimamente. Vou pensar no caso.Mal terminou de falar, Francisco se apressou em responder:— Tudo bem, não precisa se preocupar. Se você realmente estiver muito atarefada, eu consigo me virar sozinho.Percebendo a decepção na voz dele, Renatta mordeu os lábios, sentindo um leve peso na consciência. Afinal, ainda não tinha certeza se o acidente tinha ou não relação com Francisco. Se, no f
Depois de mandar todo mundo embora, a situação logo apareceu nos assuntos mais comentados da internet. Em poucos minutos, o caso alcançou o topo dos trending topics, e a seção de comentários estava repleta de críticas a Abelo.[Comparando com o Grupo Borges, o jeito que a família Timelo lidou com isso é simplesmente nojento. Tomara que essa família vá à falência!][Com essa atitude do Abelo, não me surpreende que ele tenha feito aquelas coisas repulsivas. Que ele morra logo!][A família Timelo agora perdeu dinheiro e ainda destruiu sua imagem. Dificilmente conseguirão enfrentar a família Borges no futuro.]...Vendo esses comentários, Abelo ficou vermelho de raiva, quase jogando o celular contra a parede. Como essas pessoas ousavam julgá-lo dessa forma?— Camier, encontre alguém para tirar o assunto dos trending topics. Se não conseguir, faça o Twitter cair. — Ordenou Abelo.— Sim, Mestre Abelo.Menos de meia hora depois, todos os tópicos relacionados à família Timelo haviam desapareci
Cristina soltou uma risadinha ao ouvir aquilo:— Então tá bom, vai lá com ela escolher o presente. Depois me avisa quanto custou que eu te reembolso.— Tá bom.Depois de dar essas instruções, Cristina apressou-se em dizer:— Pronto, agora vou curtir um pouco, não vou mais ficar no telefone. Tchau, tchau.E desligou sem dar chance de Renatta responder. Ouvindo o som da ligação encerrada, Renatta deu uma risadinha, um tanto resignada. Antes, Cristina dizia que não queria viajar, mas agora nem tinha tempo para dar atenção, e até pedir para ela participar do aniversário foi algo feito às pressas.Naquela tarde, Renatta e Helga se encontraram na entrada do shopping. Ao ver Helga com um semblante corado e um sorriso aberto no rosto, Renatta finalmente soltou um suspiro de alívio. Pelo jeito, ela já tinha superado o que passou no relacionamento anterior.— Renatta, vamos lá. Faz tempo que não dou uma volta no shopping. Hoje vou me dar de presente umas roupas novas, um mimo por tanto trabalho
As duas entraram no shopping e foram direto para a loja de personalização que sempre frequentavam.— Ah, é mesmo, o que você vai dar de presente? — Perguntou Helga.Renatta balançou a cabeça:— Ainda não decidi, mas deve ser alguma joia. Roupas são complicadas, não sei o tamanho que a Larissa veste.— Então eu também vou comprar uma joia. Vamos dar uma volta nas lojas de roupas primeiro e depois passamos na joalheria.— Combinado.Assim que entraram na loja de vestidos, Helga imediatamente se encantou por um modelo azul-claro que estava exposto bem na entrada da loja.O vestido era tomara-que-caia com detalhes de pétalas, a saia se abria em um formato de cauda de sereia, repleto de lantejoulas que brilhavam como estrelas, difícil de desviar o olhar.— Que lindo! — Gritou Helga.Helga, sem perceber, se aproximou do vestido, os olhos cheios de admiração.Renatta deu uma olhada e também achou o modelo encantador:— Fica ótimo em você. Tenho certeza de que vai arrasar.— Eu também acho!En
Renatta deu um sorriso:— Deixa pra lá, ainda tem muitos vestidos bonitos. Você pode procurar outro.— É, mas parece que essa tal de Srta. Larissa não é das mais fáceis de lidar. — Respondeu Helga.— Se é fácil ou não, vamos descobrir na festa de aniversário na próxima semana.Sem conseguir comprar o vestido que tanto queria, Helga achou todos os outros que viu depois sem graça, como se faltasse algo especial. No fim, acabou não comprando nada e saiu da loja de mãos vazias. Quando foram à joalheria, ela continuava visivelmente desanimada.Renatta arqueou a sobrancelha e olhou para a amiga:— O que foi? Tá chateada por causa daquele vestido?Helga assentiu:— É, eu realmente gostei muito dele. Foi amor à primeira vista.— Então por que você não insistiu em comprar?Renatta não entendia. Se fosse ela, jamais teria desistido de algo que gostava, ainda mais quando estavam com a razão ao seu lado.— A verdade é que a nossa família já não tem a mesma influência de antes. A família Cabral aca
— Quero pedir sua ajuda para encontrar uma pessoa.Depois que Renatta explicou a situação de Fabíola, Filipe respondeu de imediato:— Entendi, pode deixar. Vou mandar alguém procurar por ela agora mesmo e, se houver qualquer novidade, te aviso na hora.— Tá bom, obrigada.— Que é isso, somos irmãos! Não precisa agradecer! Mas agora preciso voltar ao trabalho, depois a gente se fala.— Certo.Renatta desligou o telefone e deu partida no carro, seguindo para casa.Enquanto isso, do outro lado da cidade, Francisco estava descansando em seu quarto quando o celular em cima da mesa tocou. Ao ver o número na tela, ele franziu as sobrancelhas e, ao atender, baixou a voz:— Eu não falei para você não me ligar nesse período?!— Sr. Francisco, houve um probleminha com a Fabíola...Francisco mudou de expressão instantaneamente:— Que tipo de problema?— Parece que ela conseguiu esconder o celular em algum lugar e fez uma ligação para a Renatta. Mas logo depois conseguimos interceptar e desligar...
Ao ouvir aquelas palavras, Renatta mordeu o lábio inferior sem perceber. No passado, quando ela trabalhava com Francisco, sabia que o pai dele havia abandonado a família quando ele ainda era muito pequeno, deixando ele e a mãe. Desde então, Francisco sempre teve um sonho: construir um lar ao lado de alguém que amasse. Quando ele compartilhava essas aspirações na sua frente, Renatta ainda não sabia que a pessoa de quem ele gostava era ela, e, por isso, o incentivava. — Deixe para pensar nisso quando sua perna estiver completamente recuperada. — Disse Renatta.— É, vou continuar com a fisioterapia, então não vou te atrapalhar mais. Fica com Deus.Depois de desligar, Renatta colocou o celular sobre a mesa, sentindo uma confusão tomar conta de seus pensamentos. Ela não queria acreditar que Francisco tivesse alguma relação com o acidente, mas, depois de passarem tanto tempo juntos, ela tinha certeza de que não poderia se apaixonar por ele. Só que, no fim das contas, foi ela quem decidiu
Ao perceber a raiva gelada nos olhos de Roberto, Renatta sorriu de leve:— De fato, é uma questão sua, mas você já parou para pensar se a Carolina precisa disso?Roberto ficou em silêncio, abaixando o olhar sem dizer nada, mas os músculos de sua testa pulsavam, deixando claro que ele estava se segurando. Renatta também não disse mais nada e se virou, entrando no prédio.Ao chegar à porta do apartamento de Carolina, Renatta bateu algumas vezes:— Carolina, sou eu. Abre a porta, por favor.Em poucos segundos, a porta se abriu, mas quem estava lá não era Carolina, e sim Wade. Renatta arregalou os olhos de surpresa, conferiu o número do apartamento para ter certeza de que não tinha se enganado.— Sr. Wade... Pode me explicar o que está fazendo aqui?Ao notar a expressão surpresa de Renatta, Wade pigarreou e respondeu em tom sério:— Eu moro ao lado da Srta. Carolina. Quando faltou luz, ela ficou com medo e pediu que eu viesse fazer companhia a ela.Sentada no sofá, Carolina não resistiu