— Quero pedir sua ajuda para encontrar uma pessoa.Depois que Renatta explicou a situação de Fabíola, Filipe respondeu de imediato:— Entendi, pode deixar. Vou mandar alguém procurar por ela agora mesmo e, se houver qualquer novidade, te aviso na hora.— Tá bom, obrigada.— Que é isso, somos irmãos! Não precisa agradecer! Mas agora preciso voltar ao trabalho, depois a gente se fala.— Certo.Renatta desligou o telefone e deu partida no carro, seguindo para casa.Enquanto isso, do outro lado da cidade, Francisco estava descansando em seu quarto quando o celular em cima da mesa tocou. Ao ver o número na tela, ele franziu as sobrancelhas e, ao atender, baixou a voz:— Eu não falei para você não me ligar nesse período?!— Sr. Francisco, houve um probleminha com a Fabíola...Francisco mudou de expressão instantaneamente:— Que tipo de problema?— Parece que ela conseguiu esconder o celular em algum lugar e fez uma ligação para a Renatta. Mas logo depois conseguimos interceptar e desligar...
Ao ouvir aquelas palavras, Renatta mordeu o lábio inferior sem perceber. No passado, quando ela trabalhava com Francisco, sabia que o pai dele havia abandonado a família quando ele ainda era muito pequeno, deixando ele e a mãe. Desde então, Francisco sempre teve um sonho: construir um lar ao lado de alguém que amasse. Quando ele compartilhava essas aspirações na sua frente, Renatta ainda não sabia que a pessoa de quem ele gostava era ela, e, por isso, o incentivava. — Deixe para pensar nisso quando sua perna estiver completamente recuperada. — Disse Renatta.— É, vou continuar com a fisioterapia, então não vou te atrapalhar mais. Fica com Deus.Depois de desligar, Renatta colocou o celular sobre a mesa, sentindo uma confusão tomar conta de seus pensamentos. Ela não queria acreditar que Francisco tivesse alguma relação com o acidente, mas, depois de passarem tanto tempo juntos, ela tinha certeza de que não poderia se apaixonar por ele. Só que, no fim das contas, foi ela quem decidiu
Ao perceber a raiva gelada nos olhos de Roberto, Renatta sorriu de leve:— De fato, é uma questão sua, mas você já parou para pensar se a Carolina precisa disso?Roberto ficou em silêncio, abaixando o olhar sem dizer nada, mas os músculos de sua testa pulsavam, deixando claro que ele estava se segurando. Renatta também não disse mais nada e se virou, entrando no prédio.Ao chegar à porta do apartamento de Carolina, Renatta bateu algumas vezes:— Carolina, sou eu. Abre a porta, por favor.Em poucos segundos, a porta se abriu, mas quem estava lá não era Carolina, e sim Wade. Renatta arregalou os olhos de surpresa, conferiu o número do apartamento para ter certeza de que não tinha se enganado.— Sr. Wade... Pode me explicar o que está fazendo aqui?Ao notar a expressão surpresa de Renatta, Wade pigarreou e respondeu em tom sério:— Eu moro ao lado da Srta. Carolina. Quando faltou luz, ela ficou com medo e pediu que eu viesse fazer companhia a ela.Sentada no sofá, Carolina não resistiu
Carolina tinha os olhos brilhando de empolgação. Ela tinha comentado aquilo sem pensar muito, mas não imaginava que Renatta realmente aceitaria.— É, de verdade, mas só vou te ajudar até você ter o bebê. — Disse Renatta.— Sabia que você era a melhor! Carolina levantou-se com a intenção de abraçar Renatta, mas ela logo levantou as mãos, gesticulando para que parasse:— Eu recuso!Carolina retraiu os braços, com um ar desapontado:— Você rejeitou meu amor, isso me partiu o coração.Renatta lançou-lhe um olhar impaciente:— Ah, para com isso. Quem não te conhece até pensa que é atriz!Carolina ficou sem palavras.Essa mulher era realmente sem graça. Carolina estava prestes a responder quando, de repente, as luzes da sala voltaram a acender. Confirmando que a energia tinha sido restabelecida, Wade levantou-se rapidamente:— Acabei de lembrar que tenho algumas coisas para resolver. Vou voltar ao meu apartamento, mas, se precisarem de alguma coisa, é só bater na porta.Carolina assentiu
— O que você disse? — Wade reagiu como se tivesse ouvido a coisa mais absurda do mundo, sua voz fria cortando o ar. — Você tem certeza?Percebendo o tom de desagrado, a secretária gaguejou:— Eu... eu vou confirmar novamente...Não demorou muito para a secretária retornar com a voz trêmula, visivelmente nervosa:— Confirmei... o nome registrado é Carolina... profissão: presidente da MY...Wade ficou em silêncio por alguns segundos, então desligou o telefone abruptamente.Jogou o celular sobre a mesa, seus olhos refletindo pura irritação.Ele jamais imaginaria que seu esperma tinha sido usado, e ainda mais pela própria Carolina, a presidente da MY. Ela estava desfilando grávida do filho dele bem debaixo do seu nariz e ele só agora descobrira...E se fosse mesmo Carolina, ele sabia que convencer ela a abortar seria praticamente impossível.Só de pensar nisso, Wade sentiu a irritação crescer ainda mais. Tudo culpa das decisões impensadas que seu avô tomara no passado!Enquanto isso, Renat
— Você não ousaria! — A voz do velho soou dura, como se estivesse profundamente desapontado — Você já não quis se casar e eu até aceitei isso, mas agora que finalmente temos um herdeiro, se você estragar tudo, eu não vou perdoar!Wade cerrou os dentes de raiva:— Não se esqueça, eu nunca quis isso desde o início! Foi você quem tomou todas as decisões sozinho!O velho deu uma risada seca:— E daí? Se não fosse pela minha esperteza, quem sabe se eu teria um bisneto algum dia. De qualquer forma, você não tem o direito de fazer nada contra a moça. Um aborto faz mal para o corpo... Espere, eu vou mandar investigar agora mesmo quem ela é, e você não vai ter a chance de fazer nada pelas costas!— Vovô! — Wade já estava perdendo a paciência, sua voz se tornando fria. — Isso é problema meu. Eu vou resolver da minha maneira, e peço que não se intrometa. Além disso, ela nem sabe ainda que está grávida de mim. Se você aparecer de repente, pode acabar assustando-a.Houve um breve silêncio do outro
O rosto de Roberto ficou pálido instantaneamente. Ele deu um passo para trás, seu olhar carregado de tristeza.— Entendi... Aqui está a sobremesa que você gosta. — Disse Roberto com a voz fraca, estendendo o pacote.Carolina não aceitou, e seu olhar continuou gélido:— Roberto, já faz tempo que terminamos. Eu já disse tudo o que tinha para dizer. Não entendo por que você continua me perseguindo. Eu não quero mais nada com você. Por favor, me deixe em paz, estou te pedindo.Roberto deu um sorriso amargo:— Eu tentei te esquecer, de verdade, mas percebi que não consigo.— Esse é o seu problema. Basta não aparecer na minha frente, e está resolvido. — Disse Carolina.Os olhos de Roberto ficaram vermelhos:— Eu não espero que você me queira de volta. Só quero estar por perto, para te proteger, mesmo que de longe.— Proteger? Você acha que isso é proteção? Na verdade, sua presença me deixa enojada. Parece que você não suporta me ver feliz, por isso insiste em aparecer toda vez. Você acha qu
As últimas palavras de Carolina foram dirigidas a Wade. Quando seus olhos encontraram o olhar suplicante dela, Wade assentiu levemente:— Sim.Roberto saiu cabisbaixo, seus passos revelando uma tristeza profunda. No entanto, dos três que estavam presentes, nenhum sentiu pena dele.Assim que a figura de Roberto desapareceu de vista, Carolina rapidamente se afastou dos braços de Wade:— Sr. Wade, obrigada por me ajudar agora há pouco!Wade a olhou profundamente e respondeu com uma voz grave:— Não precisa agradecer, foi o que eu deveria fazer.Afinal, ela era a mãe de seu filho.Carolina, porém, não fazia ideia do que se passava na cabeça dele e, com um sorriso leve, disse:— Eu nunca imaginei que o Sr. Wade fosse tão... caloroso. Acho que não soube te enxergar direito antes.Wade franziu as sobrancelhas:— Não acho que essa seja a melhor forma de dizer isso.— Seja como for, desde que expresse minha gratidão, está valendo. — Respondeu Carolina.Wade percebeu que o cabelo na testa dela e