Finalmente, a pessoa do outro lado da linha falou:— Helga, estou com saudade de você.A voz de Abelo soou rouca, com a última palavra carregando um tom levemente suplicante. Por um breve instante, Helga teve a impressão de que voltara aos tempos em que estavam apaixonados. Mas foi só uma ilusão.Um traço de sarcasmo passou pelo olhar de Helga, enquanto ela respondia com uma calma gélida:— Abelo, você não está com saudade de mim. Você só está de mau humor agora e precisa de alguém para te fazer companhia, nada mais.Dizendo isso, desligou o telefone sem hesitar. Ela não queria mais se envolver naquele jogo. Além disso, tudo o que ele fizera pelas costas a fez perceber que nunca o conheceu de verdade, e agora ele lhe causava medo.Logo, o celular tocou de novo com o nome de Abelo na tela. Helga não atendeu, apenas observou a chamada cair com um olhar impassível.Após três tentativas, o celular parou de tocar.Helga deu uma risadinha amarga, pensando consigo mesma que já esperava por is
— Você realmente... não sente mais nada por mim? — Perguntou Abelo.Nos olhos de Helga passou um brilho de impaciência:— Você teria algum sentimento por alguém que não se importa com os outros e ainda usa os projetos da empresa para fazer ameaças?Nos olhos de Abelo surgiu um olhar triste:— Eu só... queria te ver de novo...— Mas esse seu jeito só me dá repulsa. E nem venha dizer que se importa comigo. Se você realmente se importasse, aquele dia em que fiquei esperando por você debaixo de uma nevasca na porta da família Timelo, você não teria me deixado lá sem a menor consideração. Quando eu te implorei para poupar o Grupo Borges, por que você me negou sem pensar duas vezes? Você só quer me ver agora porque o Naro foi preso, e não tem mais ninguém que possa te confortar, então lembrou de mim.— O seu “sentimento” só me dá nojo. Se pudesse voltar no tempo, eu jamais me apaixonaria por você de novo!Abelo abaixou o olhar e, depois de um longo silêncio, soltou uma risada amarga:— Então
Lígia balançou a cabeça, mas logo sorriu e entregou a boneca que tinha nos braços para Renatta:— Já que você é minha amiga, venha brincar comigo.Enquanto falava, Lígia pegou outra boneca que estava em cima da cama e exclamou, sorrindo:— Vamos trocar a roupa das bonecas!— Claro.Os olhos de Renatta se encheram de lágrimas novamente, e Lígia, parecendo perceber, virou-se para ela:— Por que você está chorando? Não quer brincar com esse jogo? Que jogo você quer jogar? Eu brinco com você! Não chore! Chorar não fica bem!Renatta secou as lágrimas e balançou a cabeça:— Não estou triste, estou feliz.Lígia ficou um momento confusa, como se não entendesse bem aquela resposta:— Não é para rir quando estamos felizes?— Sim, é para rir.Renatta respirou fundo, empurrando a tristeza para longe, e sorriu para Lígia:— Isso mesmo, quando estamos felizes, temos que sorrir!Lígia brincou por mais um tempo, mas logo começou a sentir sono. A babá, que havia ficado esperando, se aproximou:— Srta.
Lorenzo desligou o telefone e lançou um olhar sério para Renatta, dizendo:— Se a Lígia realmente foi hipnotizada, significa que ela deve ter descoberto algumas provas dos crimes da família Timelo. Por isso, eles mandaram alguém hipnotizá-la.Renatta assentiu com a cabeça:— Sim, mas pode ser que eu esteja errada.— De qualquer forma, é um caminho a seguir.Os olhos de Lorenzo estavam fixos nos de Renatta, e ela, um pouco desconcertada, desviou o olhar:— Já estou fora há muito tempo. Acho melhor eu voltar. Se tiver alguma novidade sobre a Lígia, me avise.— Claro, eu te acompanho até a saída.Os dois caminharam juntos até a porta, em silêncio. Quando chegaram à entrada da casa, Lorenzo falou devagar:— Tome cuidado.— Vou sim.Renatta entrou no carro e partiu. Lorenzo ficou ali, parado, observando o carro dela desaparecer ao longe antes de voltar para dentro da casa. Assim que se sentou no sofá, o celular tocou. Ao ver que era Lertino, seus olhos brilharam com um toque de frieza:— O
Parecendo não perceber a frieza de Renatta, a voz de Francisco, sempre com um tom amigável, voltou a soar:— Minhas pernas estão melhorando muito. Acho que em breve vou poder voltar para Cidade C.— Certo, avise-me com antecedência quando for voltar, assim eu te busco no aeroporto. —Respondeu Renatta.Houve um breve silêncio do outro lado, e então Francisco, com um tom cuidadoso, sugeriu:— Agora que a situação da família Borges está resolvida, será que você poderia vir ficar comigo um tempo? Se você estivesse por perto, acho que minha recuperação seria bem mais rápida.— Tenho estado bastante ocupada ultimamente. Vou pensar no caso.Mal terminou de falar, Francisco se apressou em responder:— Tudo bem, não precisa se preocupar. Se você realmente estiver muito atarefada, eu consigo me virar sozinho.Percebendo a decepção na voz dele, Renatta mordeu os lábios, sentindo um leve peso na consciência. Afinal, ainda não tinha certeza se o acidente tinha ou não relação com Francisco. Se, no f
Depois de mandar todo mundo embora, a situação logo apareceu nos assuntos mais comentados da internet. Em poucos minutos, o caso alcançou o topo dos trending topics, e a seção de comentários estava repleta de críticas a Abelo.[Comparando com o Grupo Borges, o jeito que a família Timelo lidou com isso é simplesmente nojento. Tomara que essa família vá à falência!][Com essa atitude do Abelo, não me surpreende que ele tenha feito aquelas coisas repulsivas. Que ele morra logo!][A família Timelo agora perdeu dinheiro e ainda destruiu sua imagem. Dificilmente conseguirão enfrentar a família Borges no futuro.]...Vendo esses comentários, Abelo ficou vermelho de raiva, quase jogando o celular contra a parede. Como essas pessoas ousavam julgá-lo dessa forma?— Camier, encontre alguém para tirar o assunto dos trending topics. Se não conseguir, faça o Twitter cair. — Ordenou Abelo.— Sim, Mestre Abelo.Menos de meia hora depois, todos os tópicos relacionados à família Timelo haviam desapareci
Cristina soltou uma risadinha ao ouvir aquilo:— Então tá bom, vai lá com ela escolher o presente. Depois me avisa quanto custou que eu te reembolso.— Tá bom.Depois de dar essas instruções, Cristina apressou-se em dizer:— Pronto, agora vou curtir um pouco, não vou mais ficar no telefone. Tchau, tchau.E desligou sem dar chance de Renatta responder. Ouvindo o som da ligação encerrada, Renatta deu uma risadinha, um tanto resignada. Antes, Cristina dizia que não queria viajar, mas agora nem tinha tempo para dar atenção, e até pedir para ela participar do aniversário foi algo feito às pressas.Naquela tarde, Renatta e Helga se encontraram na entrada do shopping. Ao ver Helga com um semblante corado e um sorriso aberto no rosto, Renatta finalmente soltou um suspiro de alívio. Pelo jeito, ela já tinha superado o que passou no relacionamento anterior.— Renatta, vamos lá. Faz tempo que não dou uma volta no shopping. Hoje vou me dar de presente umas roupas novas, um mimo por tanto trabalho
As duas entraram no shopping e foram direto para a loja de personalização que sempre frequentavam.— Ah, é mesmo, o que você vai dar de presente? — Perguntou Helga.Renatta balançou a cabeça:— Ainda não decidi, mas deve ser alguma joia. Roupas são complicadas, não sei o tamanho que a Larissa veste.— Então eu também vou comprar uma joia. Vamos dar uma volta nas lojas de roupas primeiro e depois passamos na joalheria.— Combinado.Assim que entraram na loja de vestidos, Helga imediatamente se encantou por um modelo azul-claro que estava exposto bem na entrada da loja.O vestido era tomara-que-caia com detalhes de pétalas, a saia se abria em um formato de cauda de sereia, repleto de lantejoulas que brilhavam como estrelas, difícil de desviar o olhar.— Que lindo! — Gritou Helga.Helga, sem perceber, se aproximou do vestido, os olhos cheios de admiração.Renatta deu uma olhada e também achou o modelo encantador:— Fica ótimo em você. Tenho certeza de que vai arrasar.— Eu também acho!En