Ao entrar na sala de interrogatório, Lígia viu Fernanda com os olhos vermelhos, completamente abatida. Ela sentiu as lágrimas subirem aos olhos mais uma vez:— Mãe...— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Fernanda.Lígia sentou-se em frente a ela, a voz embargada:— Amanhã é o enterro do papai. Por favor, conte a verdade para a polícia. Caso contrário, você pode nem sequer conseguir participar...Lígia sabia, no fundo, que, por mais que Renata detestasse Fernanda, ela nunca teria empurrado Alex do topo do prédio. O que Fernanda estava dizendo era apenas para incriminar Renata.Fernanda hesitou por um instante, depois soltou uma risada sarcástica:— Foi o Lorenzo que te mandou, não foi? Ele acha que, usando o funeral do seu pai para me ameaçar, eu vou deixar Renata em paz?— Não tem nada a ver com ele, eu vim aqui porque quis falar com você. A polícia já investigou tudo, com base nas evidências do local, é impossível que Renata tenha empurrado papai. Continuar a acusá-la não vai a
Fernanda soltou uma risada amarga:— Antes dele morrer, não vi vocês visitarem ele muitas vezes. Agora que ele já se foi, não precisam fazer esse teatrinho de falsa bondade!Enquanto falava, tentou avançar novamente em direção a Lorenzo. De repente, sentiu uma bofetada estalar em seu rosto. Com a mão no rosto, Fernanda olhou para Lígia, incrédula, com os olhos cheios de raiva:— Você teve a audácia de me bater!Lígia manteve a expressão fria:— Se não fosse por você, meu pai não teria morrido. Com que direito você nos culpa, a mim e ao meu irmão? Depois de tudo que fez, depois de causar a morte dele, ainda tem a ousadia de se justificar? Espero que um dia você acorde para a realidade!— A morte do seu pai não tem nada a ver comigo! Foi Renata que o matou! — Gritou Fernanda.Se Renatta não tivesse desviado, ela não teria quase caído do prédio, e Alex não teria perdido a vida para salvá-la. Tudo isso, pensava Fernanda, era culpa de Renata.Ao ver o olhar cheio de rancor de Fernanda, Lígi
O vídeo que Abelo tinha, pretendia usar para ameaçar a família Borges quando chegasse a hora de enfrentar o Grupo Borges. Agora que Renatta sabia da existência do vídeo, certamente faria de tudo para conseguir a destruição do original.Naro franziu a testa, falando em tom sério:— O que me preocupa agora é que, depois da queda de Alex do topo do prédio, Lorenzo provavelmente vai deduzir que o Grupo GoldenV pertence à família Timelo, e esse incidente também pode afetar a reputação do Grupo GoldenV.— E daí? Que diferença faz se ele descobrir? Apague as gravações das câmeras de segurança do Grupo GoldenV dos últimos quinze dias. Quanto à reputação, como foram as pessoas da família Marques que causaram o problema, vamos mandar uma notificação extrajudicial para eles. Coincidentemente, amanhã é o funeral de Alex, e eu mesmo vou entregá-la. — Disse Abelo.— Certo.Depois que Naro saiu, Abelo pegou os documentos sobre a mesa e começou a lê-los. De repente, a sala ficou completamente escura.
Percebendo que o carro estava saindo do controle, Renatta não demonstrou nenhuma expressão no rosto e apertou firme o volante.De repente, um som ritmado de bip, bip ecoou dentro do carro. Renatta mordeu os lábios, frustrada. Os homens de Abelo não só tinham mexido nos freios, como também instalado uma bomba-relógio no veículo. Era uma armadilha, forçando-a a escolher entre saltar do carro e morrer na queda, ou ser explodida pela bomba.Mas Renatta sabia que não tinha muita escolha. Saltar do carro lhe dava uma chance de sobrevivência, enquanto ficar ali dentro significava virar cinzas. Ela olhou para a estrada à frente, esperou o momento certo, soltou o cinto de segurança e saltou do carro.O vento assobiava em seus ouvidos, e ao atingir o solo, Renatta sentiu como se seus órgãos tivessem sido deslocados. Cuspiu sangue com força e desmaiou imediatamente.Logo após ela saltar, uma explosão ensurdecedora rasgou o ar. O carro que ela dirigia pegou fogo violentamente, colidiu com a encost
Renatta baixou o olhar, sem demonstrar nenhuma reação:— Sim.— Se não fosse porque o Grupo Borges tem negócios com o Grupo Marques, eu certamente não deixaria seu pai ir. — Continuou Cristina.Renatta massageou as têmporas latejantes, e respondeu com uma expressão indiferente:— Mãe, eu realmente não estou interessada nisso. Além disso, eu acabei de acordar. Será que você pode me deixar sozinha um pouco?— Tudo bem, vou comprar algo para você comer. O que você quer?— Qualquer coisa.Após Cristina sair, o quarto voltou a ficar silencioso.Renatta pegou o celular ao lado e, ao abrir, viu que Lígia havia enviado uma dúzia de mensagens.[Renata, me desculpe pelo que aconteceu ontem na delegacia. Naquele momento, eu não conseguia aceitar a morte do meu pai... então acabei falando coisas que não devia. Espero que não tenha ficado magoada...][Os policiais já me explicaram. Meu pai realmente caiu tentando salvar minha mãe. Naquela situação... eu sei que você também foi pega de surpresa. Eu
Abelo manteve o sorriso no rosto enquanto se virava para sair do velório. Lígia fixou o olhar em suas costas, com os olhos cheios de raiva. Estava tão irritada que seu corpo tremia levemente.— Lígia, vá descansar um pouco. — Sugeriu Lorenzo.Lígia virou-se para ele, a voz carregada de indignação:— Irmão, ele veio aqui de propósito para nos humilhar! Como você consegue tolerar isso?Mas Lorenzo manteve a expressão serena ao encará-la:— Você está cansada. Vá descansar.— Não! Vamos mesmo deixar que o Abelo nos passe para trás assim?— E o que você pretende fazer? Discutir com ele no funeral do papai e transformar a cerimônia em uma piada?Talvez fosse o tom frio de Lorenzo, mas Lígia deu um passo atrás, e a raiva em seus olhos diminuiu consideravelmente. Ela abaixou a cabeça:— Me desculpe, irmão... A morte do papai foi um golpe muito duro para mim. Eu simplesmente não consigo lidar com isso, estou à beira de um colapso e perco a cabeça por qualquer coisa.Lorenzo percebeu seu arrepen
Antes de sair, Lígia tirou um cartão do bolso e entregou a Fernanda:— Isso é o que meu irmão pediu para te dar. A senha é a sua data de nascimento. O dinheiro aqui deve ser suficiente para você viver o resto da sua vida, seja aqui em Cidade C ou fora do país.Fernanda pegou o cartão e ficou em silêncio por um longo tempo antes de finalmente falar:— Ele... não quer mais me ver, não é?— Acho que não.— Entendi.Fernanda, sem muitas opções e com pouco dinheiro restante, aceitou o cartão sem hesitar. Vendo que ela o pegou, Lígia se virou para sair. Mas assim que saiu da mansão, Fernanda a seguiu:— Lígia... diz a ele... desculpa...Desde a morte de Alex, Fernanda realmente havia entendido muitas coisas e percebeu que, antes, agia como uma louca, cometendo muitos erros. Lígia olhou para ela por um momento:— Não precisa pedir desculpas. Meu irmão provavelmente não vai aceitar.Dito isso, Lígia entrou no carro, ligou o motor e partiu. Fernanda ficou parada, atordoada, por um longo tempo a
— Ele tem fardo? Que é fardo dele? Sabe, vocês são todos engraçados. Quem foi machucada fui eu, e eu não fiquei deprimida, não tenho bloqueio nenhum. Agora, as pessoas que machucam os outros, essas sim, têm bloqueios. Se arrependeram agora, começaram a beber, como se quisessem morrer... Quando estávamos juntos, não sabiam valorizar, e agora que terminamos, ficam fazendo esse drama pra quem ver? Diz pra ele que, se quer ser patético, que faça isso longe de mim. Me poupe! — Disse Carolina.Dizendo isso, Carolina puxou Renatta e saiu sem olhar para trás. Márcio, visivelmente abatido, coçou o nariz e também foi embora. Ele finalmente entendeu que Carolina jamais voltaria atrás; só o Roberto acreditava que poderia reconquistá-la. Quer saber? Ele estava cansado de se meter nos problemas deles. Ao entrar no restaurante, Carolina ainda demonstrava raiva no rosto.— Carolina, anda mais devagar. Não esqueça que você está grávida. — Disse Renatta.Ao ouvir isso, Carolina realmente diminuiu o rit