Percebendo que o carro estava saindo do controle, Renatta não demonstrou nenhuma expressão no rosto e apertou firme o volante.De repente, um som ritmado de bip, bip ecoou dentro do carro. Renatta mordeu os lábios, frustrada. Os homens de Abelo não só tinham mexido nos freios, como também instalado uma bomba-relógio no veículo. Era uma armadilha, forçando-a a escolher entre saltar do carro e morrer na queda, ou ser explodida pela bomba.Mas Renatta sabia que não tinha muita escolha. Saltar do carro lhe dava uma chance de sobrevivência, enquanto ficar ali dentro significava virar cinzas. Ela olhou para a estrada à frente, esperou o momento certo, soltou o cinto de segurança e saltou do carro.O vento assobiava em seus ouvidos, e ao atingir o solo, Renatta sentiu como se seus órgãos tivessem sido deslocados. Cuspiu sangue com força e desmaiou imediatamente.Logo após ela saltar, uma explosão ensurdecedora rasgou o ar. O carro que ela dirigia pegou fogo violentamente, colidiu com a encost
Renatta baixou o olhar, sem demonstrar nenhuma reação:— Sim.— Se não fosse porque o Grupo Borges tem negócios com o Grupo Marques, eu certamente não deixaria seu pai ir. — Continuou Cristina.Renatta massageou as têmporas latejantes, e respondeu com uma expressão indiferente:— Mãe, eu realmente não estou interessada nisso. Além disso, eu acabei de acordar. Será que você pode me deixar sozinha um pouco?— Tudo bem, vou comprar algo para você comer. O que você quer?— Qualquer coisa.Após Cristina sair, o quarto voltou a ficar silencioso.Renatta pegou o celular ao lado e, ao abrir, viu que Lígia havia enviado uma dúzia de mensagens.[Renata, me desculpe pelo que aconteceu ontem na delegacia. Naquele momento, eu não conseguia aceitar a morte do meu pai... então acabei falando coisas que não devia. Espero que não tenha ficado magoada...][Os policiais já me explicaram. Meu pai realmente caiu tentando salvar minha mãe. Naquela situação... eu sei que você também foi pega de surpresa. Eu
Abelo manteve o sorriso no rosto enquanto se virava para sair do velório. Lígia fixou o olhar em suas costas, com os olhos cheios de raiva. Estava tão irritada que seu corpo tremia levemente.— Lígia, vá descansar um pouco. — Sugeriu Lorenzo.Lígia virou-se para ele, a voz carregada de indignação:— Irmão, ele veio aqui de propósito para nos humilhar! Como você consegue tolerar isso?Mas Lorenzo manteve a expressão serena ao encará-la:— Você está cansada. Vá descansar.— Não! Vamos mesmo deixar que o Abelo nos passe para trás assim?— E o que você pretende fazer? Discutir com ele no funeral do papai e transformar a cerimônia em uma piada?Talvez fosse o tom frio de Lorenzo, mas Lígia deu um passo atrás, e a raiva em seus olhos diminuiu consideravelmente. Ela abaixou a cabeça:— Me desculpe, irmão... A morte do papai foi um golpe muito duro para mim. Eu simplesmente não consigo lidar com isso, estou à beira de um colapso e perco a cabeça por qualquer coisa.Lorenzo percebeu seu arrepen
Antes de sair, Lígia tirou um cartão do bolso e entregou a Fernanda:— Isso é o que meu irmão pediu para te dar. A senha é a sua data de nascimento. O dinheiro aqui deve ser suficiente para você viver o resto da sua vida, seja aqui em Cidade C ou fora do país.Fernanda pegou o cartão e ficou em silêncio por um longo tempo antes de finalmente falar:— Ele... não quer mais me ver, não é?— Acho que não.— Entendi.Fernanda, sem muitas opções e com pouco dinheiro restante, aceitou o cartão sem hesitar. Vendo que ela o pegou, Lígia se virou para sair. Mas assim que saiu da mansão, Fernanda a seguiu:— Lígia... diz a ele... desculpa...Desde a morte de Alex, Fernanda realmente havia entendido muitas coisas e percebeu que, antes, agia como uma louca, cometendo muitos erros. Lígia olhou para ela por um momento:— Não precisa pedir desculpas. Meu irmão provavelmente não vai aceitar.Dito isso, Lígia entrou no carro, ligou o motor e partiu. Fernanda ficou parada, atordoada, por um longo tempo a
— Ele tem fardo? Que é fardo dele? Sabe, vocês são todos engraçados. Quem foi machucada fui eu, e eu não fiquei deprimida, não tenho bloqueio nenhum. Agora, as pessoas que machucam os outros, essas sim, têm bloqueios. Se arrependeram agora, começaram a beber, como se quisessem morrer... Quando estávamos juntos, não sabiam valorizar, e agora que terminamos, ficam fazendo esse drama pra quem ver? Diz pra ele que, se quer ser patético, que faça isso longe de mim. Me poupe! — Disse Carolina.Dizendo isso, Carolina puxou Renatta e saiu sem olhar para trás. Márcio, visivelmente abatido, coçou o nariz e também foi embora. Ele finalmente entendeu que Carolina jamais voltaria atrás; só o Roberto acreditava que poderia reconquistá-la. Quer saber? Ele estava cansado de se meter nos problemas deles. Ao entrar no restaurante, Carolina ainda demonstrava raiva no rosto.— Carolina, anda mais devagar. Não esqueça que você está grávida. — Disse Renatta.Ao ouvir isso, Carolina realmente diminuiu o rit
Como já havia convivido com Wade anteriormente, Renatta sabia bem que ele era um homem ambicioso. Pessoas assim geralmente não se importavam muito com quanto investiam no começo. O que lhes interessava era o quanto poderiam ganhar depois. E, de fato, não demorou muito para que Wade sorrisse e dissesse:— Srta. Renatta, imagino que tenha trazido o contrato.Carolina rapidamente tirou o contrato da bolsa e entregou a ele. Wade assinou sem hesitar:— Srta. Renatta, que nossa parceria seja próspera!— Que seja!Só depois do almoço, já no carro, Carolina, tomada por empolgação, segurou firme a mão de Renatta:— Renata, você é incrível! Eu já tinha tentado negociar com ele várias vezes, e nunca consegui. Não acredito que dessa vez deu certo!— Eu só deduzi o que ele queria. Mesmo com o contrato renovado, não podemos baixar a guarda. Wade é um homem ambicioso. Ele quer usar o MY para entrar no mercado nacional, assim como sabe que o MY deseja usar a família Donaldo para se expandir no exterio
— A família Ramos não precisa de medicamentos. É melhor o senhor, Mestre Abelo, ir embora. — Disse a empregada, com uma voz firme.O sorriso de Abelo desapareceu lentamente. Ele respondeu, pausadamente:— Faça-me um favor, passe uma mensagem. Quando Mestre Ramos ouvir, acredito que ele aceitará me receber.— Que mensagem?— Apenas diga ao Mestre Ramos que as cinzas da tia Hana ainda estão com a família Timelo.Assim que terminou de falar, a empregada lançou-lhe um olhar de fúria:— Usar isso para ameaçar o nosso senhor? Você não tem vergonha?Quando Hana faleceu, a família Ramos quis trazer seu corpo de volta, mas a família Timelo negou. Agora, a família Timelo estava usando as cinzas para chantagear Mestre Ramos!— Por favor, apenas passe o recado. — Insistiu Abelo.A empregada saiu, furiosa. Pouco depois, voltou, mas ainda com o mesmo olhar frio e irritado:— Mestre Ramos está esperando na sala.Abelo, seguido por Naro, entrou na casa da família Ramos, com passos firmes e confiantes.
— Certo. — Respondeu Renatta.A empregada levou Renatta até o quarto de Mestre Ramos. Renatta verificou o pulso dele, depois pegou algumas agulhas de acupuntura e as aplicou em pontos específicos do corpo. Em seguida, escreveu uma receita e entregou à empregada:— Ferva estas ervas por uma hora e traga a água para cá.— Está bem. — Respondeu a empregada, saindo apressada com a receita.Assim que a empregada saiu, Renatta continuou o tratamento com as agulhas. Não demorou muito para que a cor de cera do rosto de Mestre Ramos ganhasse um pouco de rubor, e seus lábios deixassem de estar tão pálidos.Renatta retirou cuidadosamente as agulhas e as guardou. Voltou-se para as pessoas que aguardavam ao lado:— Mestre Ramos deve acordar em cerca de dez minutos. Eu preciso sair agora, mas me liguem imediatamente se houver algum problema.Ao sair da casa da família Ramos, Renatta reservou rapidamente um voo para Cidade L e dirigiu-se ao aeroporto. O acidente de Fabíola trouxe uma sensação incômod