Noah me encarava com sua cara de pamonha, enrugou a testa levando a mão no queixo e estalou a língua no céu da boca.
— Não sabia que tinha virado piadista.
Bufei virando o resto do meu saquê na boca enchendo o copo com mais. Sabia que não devia ter ido pedir ajuda logo para esse lesado.
— Estou falando sério. — resmunguei olhando para as pessoas em volta.
— Acho que a bebida está subindo na sua cabeça, não deveria beber a essa hora do dia.
— Noah eu estou ouvindo os pensamentos das mulheres, não é a porcaria da bebida. — me exaltei batendo o copo na mesa.
Que saco.
Senti olhares queimando em minha direção e Noah sorriu para as pessoas curiosas acenando.
— Acho que já chega de bebida por hoje, você precisa voltar para o trabalho. — Noah tentou pegar meu copo de bebida e eu o empurrei.
— Você é um idiota. — me levantei irritado levando minha garrafa de saquê.
— Dante, você não está bem. — ele me seguiu tagarelando.
Passei pelo meio de algumas mulheres ouvindo suas risadas e vozes começaram ecoar em minha cabeça ao mesmo tempo. Porra.
" Olha os gatinhos passando hum hum "
" Que vestido eu vou usar hoje? "
" O cabelo da Eliza está horrível, olha que cor desbotada. "
" Será que ela sabe que o rosa seco já saiu de moda mês passado? "
" Estou louca pelo capítulo da novela de hoje "
Tampei os ouvidos saindo dali o mais rápido possível, empurrei a porta de vidro caminhando em direção ao meu carro do outro lado da rua e senti as mãos de Noah em meu ombro.
— Relaxa amigo, acho que você está trabalhando demais, esta dormindo direito?
— Não acredita em mim não é?
— Sabe é meio que impossível alguém ler a mente de outras pessoas, já pensou em visitar um psicólogo? — ele riu coçando a nuca.
O fuzilei com os olhos e entrei em meu carro batendo a porta com força. Bebi o resto da minha bebida e joguei a garrafa pela janela. Noah desviou da garrafa voadora e se aproximou apoiando os braços na janela do meu carro.
— Estou falando sério Dante, conheço ótimos psicólogos e psiquiatras. — disse me olhando com pena.
— Se fode.
Pisei o pé no acelerador deixando aquele idiota para trás.
— Saco.
Ninguém me entende.
Segui o caminho para empresa e não demorou para que eu estacionasse em frente ao grande prédio de vidro. Já eram duas da tarde e eu já tinha ficado muito tempo fora. Preciso esquecer que estou enlouquecendo e voltar a trabalhar como se nada tivesse acontecido.
— Bem vindo de volta Senhor Lawrence . — Amélia me cumprimentou assim que me aproximei da minha sala.
Ela não tirava o sorriso do rosto, quando estiver com câimbra quero ver se ela continua sorrindo.
— O Senhor está atrasado para sua reunião. — me alertou.
Arregalei os olhos dando meia volta seguindo em direção a sala de reuniões, Amélia me seguiu estendendo um copo de café que eu bebi em um único gole.
"Ele tá parecendo um noiado, será que eu falo? "
Parei de andar dando meia volta para o outro lado seguindo para o banheiro. Joguei água e sabão em meu rosto enxugando com papel toalha.
— Noiado? Era só o que faltava.
Sai do banheiro encontrando minha secretária me esperando na porta. Ela me analisou dos pés à cabeça e entortou os lábios.
"Agora ele molhou o terno com água e irritou o olho com sabão, deve esta doente tadinho"
— Aceita uma balinha de menta? — balançou a balinha nos dedos.
Meu olho começou a tremer em um tique nervoso e eu respirei fundo tomando a balinha de suas mãos voltando a seguir para a sala de reuniões, ignorando as ofensas e orações de pena da minha secretária.
— Senhores me desculpem pelo atraso.
Entrei na sala cercada de sócios recebendo um olhar repreendedor de Robert e me sentei em minha cadeira com minha secretária ao lado. Cruzei as mãos sobre a mesa ganhando a atenção de todos, não deixei de perceber alguns olhares estranhos.
— Podemos começar? — perguntei e todos assentiram.
— Claro.
Eles começaram a falar sobre a nova parceria com as empresas vizinhas, mas eu não estava conseguindo me concentrar pois Amélia não calava a boca.
" Ai essa calcinha está me incomodando, porque eu fui inventar de usar calcinha fio dental? acho que vou tirar"
— O que você acha Dante? — ouvi a voz de Robert.
— Pode tirar.
— Tirar o quê?
— A calcinha. — murmurei imaginando minha secretária sem calcinha.
— Que calcinha? — ele rosnou me fuzilando e eu tossi falso me recompondo.
Todos me encaravam com caretas estranhas, inclusive Amélia . Que merda estava acontecendo comigo?
— O que você disse? — sorri amarelo.
— Dante gosta de fazer piadas.
Robert mudou de assunto e todos riram voltando à reunião. Resolvi ficar calado ignorando Amélia que cantava uma música mexicana em minha cabeça. Tampei os ouvidos apertando os olhos ouvindo aquela gritaria desafinada.
" Y tu lo olvidarias
Pero vas a ver, y vas a ver
Vas a querer volver
Y vas a ver, tu vas a ver
Vas a querer volver "
Sai daquela sala apressado com os olhos arregalados. Minha cabeça doía depois do Show que Amélia deu, ela canta desde músicas mexicanas a tailandesas. E sua voz não era nada afinada.
Eu estava prestes a demiti-la por desafinação.
— O que foi aquilo Dante? — Robert me seguiu até minha sala.
Me joguei em minha cadeira massageando as têmporas.
— Não estou me sentindo bem.
— Percebe-se, olha o seu estado, você andou se drogando? — ele bufou jogando as mãos em minha direção.
— Claro que não seu bastardo. — resmunguei o olhando feio.
— Essa reunião foi muito importante Dante, e você parecia estar no mundo da lua.
Estava no mundo em que Amélia era uma cantora famosa que cantava mal pra caralho e achava que estava brilhando.
— Hn.
— Não sei o que está acontecendo com você, mas é melhor se tratar.
Por que todo mundo resolveu que preciso me tratar agora? eu não estou tão ruim assim.
É só uma fase difícil.
— Você está horrível. — ele continuou a me avacalhar.
— Sai daqui seu bosta. — lhe joguei uma caneta na testa.
Povo chato.
— Vai trabalhar, talvez isso tire esse seu estresse. — ele balançou a cabeça pegando a caneta antes que atingisse seu rosto e se virou indo embora.
— Se lasque.
Tentei me concentrar no trabalho e na medida que o tempo se passava eu me sentia menos doido. O silêncio me fazia bem.
Terminei o que tinha que fazer até as 5 da tarde e organizei minhas coisas pronto para ir embora. Afrouxei minha gravata saindo da sala e encontrei minha secretária conversando com a de Robert, mas assim que me aproximei elas cortaram o assunto.
A loira me cumprimentou com um aceno discreto e uma cara fechada e Amélia abriu um sorriso juntando as mãos na cintura.
Por um momento me perguntei se ela tinha tirado a calcinha.
— Já está de saída Senhor Lawrence?
— Sim.
— Então até a próxima segunda.
— Tudo bem.
Passei por elas seguindo para o elevador ouvindo suas vozes em minha cabeça.
" Canalha gostoso "
" Vou fazer meu pudim hoje "
Respirei fundo e entrei na lata de metal agradecendo aos céus por hoje ser sexta. Passarei o final de semana hibernando, bem longe de mulheres sem noção que não conseguem controlar os próprios pensamentos.
Que Deus ouça minhas orações.
Quando cheguei em casa fui direto para o quarto, tirei a roupa a jogando em qualquer canto e entrei no banheiro tomando um banho frio para esfriar a cabeça.
— Ouvir pensamentos de mulheres, essa é boa.
Me enrolei em uma toalha e saí do banheiro me jogando em minha cama morto de cansaço.
— PAI, VOCÊ TA AI? — ouvi o grito de Alana e resmunguei.
— Tô. — murmurei quase dormindo.
Ouvi a porta ser aberta e latidos.
— Olha o cachorrinho que a vovó mandou pelo correio.
Senti algo subindo em cima de mim me melando de baba e vi uma bola peluda branca lambendo meu rosto.
— Sai de cima de mim. — fiz uma careta tentando empurrar aquele bicho pra longe e gritei de dor quando aquele maldito mordeu meu saco.
Caralho.
Caí da cama gritando de dor, eu juro que ainda mato alguém hoje.
— Não seja escandaloso pai, tá assustando o Jacke. — Alana me repreendeu.
Jacke o caralho.
— TIRA ESSA PORCARIA DAQUI.
— Depois não reclama quando eu não conversar com você. — ela grunhiu saindo do quarto a passos pesados batendo a porta.
" Aquele idiota, não sabe nem dar a atenção que eu quero, queria ter sido filha do tio Noah "
Choraminguei de dor e de ego ferido, acabei dormindo no chão mesmo. Tava acabado demais para me levantar.
Por que tudo resolveu dar errado? que onda de azar do cão é essa?
— Senhor Lawrence ? — ouvi alguém me chamar e resmunguei abrindo os olhos.
— Apaga essa luz Samara.
Cobri o rosto com os braços.
— Me desculpe incomodar, é que eu vi o Senhor aí no chão e fiquei preocupada.
"É uma tentação dormindo apenas de toalha "
Me sentei todo dolorido esfregando as mãos no rosto vendo que já tinha amanhecido. Tentei me levantar e Samara me ajudou. Estralei as costas me sentindo todo quebrado.
— O Senhor quer alguma coisa?
— Faça um café pra mim e me dê um remédio para dor no corpo. — resmunguei segurando a toalha em volta da minha cintura.
— Sim Senhor. — ela assentiu saindo do quarto.
— Merda de vida.
Segui para o banheiro e fiz minhas higienes matinais, tentando não escorregar e cair com a cabeça no vaso.
Vesti um short e uma camisa mais solta e calcei um tênis saindo do quarto. Alana passou por mim pelo corredor e me ignorou totalmente.
— Alana. — A chamei sendo ignorado.
— Me esquece.
— Eu vou correr no parque, quer ir comigo?
— Chama alguma puta pra ir com você.
Eu realmente devo ser um péssimo pai.
Resolvi deixar Alana quieta e fui para cozinha tomar meu café e remédio. Ignorei os pensamentos pervertidos de Samara, eu iria fazer isso de agora em diante. Ignorar essas mulheres malucas.
— Tenha um bom passeio Senhor Lawrence .
— Hn.
"Tomara que caia e quebre a cara"
Ouvi a voz de Alana assim que passei por ela.
— É bom saber que me ama tanto assim, filha.
Com uma filha dessas nem preciso de inimigos.
Revirei os olhos saindo de casa e me alonguei vendo a rua pouco movimentada. Comecei a correr em direção à praça central ouvindo as mulheres me tarando na rua. Vou começar a andar armado, tenho quase certeza que vou ser sequestrado qualquer dia desses por um bando de mulheres no cio querendo me obrigar a ser escravo sexual delas.
" Com um homem desses em minha casa eu estaria realizada "
" Olha que bunda durinha "
" Eu podia sequestrá-lo pra mim, onde foi que eu coloquei minha arma? "
Tá legal, tô começando a me assustar.
Corri para longe daquela doida que fuçava na bolsa provavelmente à procura da arma. Atravessei a rua entrando no parque que estava bastante movimentado e parei ofegante apoiando as mãos nos joelhos.
Estou me sentindo um velho acabado.
— CUIDADO. — ouvi um grito feminino cnhecido e levantei a cabeça assustado sentindo algo esbarrar contra meu corpo me fazendo cair igual jaca podre.
" Ai meu Deus é o Senhor Lawrence "
A coisa em cima de mim falou e eu ergui o olhar encontrando olhos verdes bem próximos do meu.
— Amélia .
Minha secretária se sentou no meu quadril com o rosto corado e começou a falar sem parar.
— Me desculpe Senhor Lawrence, por favor não me demita, eu perdi o controle dos meus patins. — disse exasperada balançando as mãos e se esfregando em meu colo.
Franzi o cenho analisando aquela pequena criatura que estava começando a me deixar duro. Diferente de como vai trabalhar ela estava mais exposta, regata vermelha colada marcando a cintura fina e os seios medianos, o short era curto mostrando as pernas torneadas que eu estava começando a gostar de admirar.
" Droga é agora que eu perco meu emprego, péssimo dia para andar de patins"
Ela me olhava aflita com um bico na boca e logo arregalou os olhos pulando do meu colo, acho que sentiu meu parceiro animado. Me sentei estralando minhas costas, estava todo acabado que nem sentia mais dor.
" Meu deus que vergonha eu preciso encontrar um buraco no chão pra me enfiar "
Não aguentei e sorri do desespero dela. Aquela mulher era hilária, realmente diferente de tudo que eu já vi.
— Não se preocupe, eu não vou te demitir. — disse me levantando atraindo sua atenção.
— Sério? eu posso lavar seu carro se você quiser. — ela tentou se levantar deslizando nos patins cor de rosa e eu a segurei antes que ela levasse um tombo.
— Não precisa. — sussurrei próximo ao seu rosto corado e ela sorriu tímida.
" Ai meu Deus "
— O Senhor é gentil.
— Não me chame de Senhor, eu me sinto velho.
— Ah, tudo bem.
Ela tirou timidamente minhas mãos de sua cintura e se afastou se equilibrando nos patins, a olhei dos pés a cabeça e decidi que precisava saber mais sobre aquela mulher.
Amélia conseguiu atrair minha curiosidade.
— Quer me acompanhar em meu passeio? — perguntei limpando meu short lhe lançando um olhar mais sedutor que sempre deixava as mulheres loucas.
— Não quero atrapalhar. — ela balançou as mãos em frente ao corpo.
— Não vai, não é legal correr sozinho.
Lhe dei um sorriso torto.
— Tudo bem, uma corrida não faz mal a ninguém. — Amélia sorriu começando a deslizar em seus patins em um ritmo devagar e eu a acompanhei.
— Você mora aqui perto? — puxei assunto.
— Ah não, só os ricos moram por aqui. — respondeu cruzando os braços atrás das costas olhando para os pássaros passando.
Acabei descobrindo o motivo por ela não ter me visto, Amélia estava bem desatenta.
— Gosta de Natureza? — perguntei atraindo sua atenção e seus olhos se iluminaram.
— Amo, é tão tranquilo e harmonioso.
— Hn.
— Soube que você tem uma filha, ela está por aqui? — perguntou animada.
— Ah não.
— Ela não gosta de parques?
— Sim, mas ela não quis vir hoje. — respondi me lembrando o quanto minha filha me amava.
— Entendo.
Ficamos em silêncio e eu a observava deslizar em seus patins, dava até algumas piruetas.
— Então Amélia, você tem namorado? — perguntei a vendo arregalar os olhos e se desequilibrar caindo dentro de uma moita com as pernas para cima.
" Ai, parabéns Amélia você esta se superando, será que se eu falar que o único namorado que eu tenho é minha cama ele vai rir de mim?
— O que o Senhor disse? — ela colocou a cabeça para fora com os cabelos cheios de folhas.
Aquela imagem ficaria guardada em minha memória por um bom tempo.
— Quer sair comigo? — sorri a vendo arregalar os olhos corada.
— Sa..ir? — gaguejou.
" O que está acontecendo aqui meu deus? "
— É sair. — respondi a ajudando sair de dentro da moita.
Ela bateu as mãos contra o corpo tirando a sujeira e umedeceu os lábios erguendo o olhar em minha direção que agora estava sério.
— Me desculpe Senhor Lawrence, mas não vai dar. — respondeu cruzando as mãos em frente ao corpo.
" Que situação constrangedora "
Meu sorriso morreu na hora, o quê?
— Por que não? — a olhei indignado.
— Nossa relação é somente profissional, me desculpe se eu dei a entender algo errado. Bom, eu preciso ir agora, boa corrida. — ela sorriu fraco e acenou indo embora.
Abri a boca incrédulo, a vendo se afastar.
Levei as mãos à cintura balançando a cabeça vendo a primeira mulher que me deu um fora na vida ir embora me deixando igual um paspalho.
— Eu levei um fora? — murmurei indignado.
Não acredito no que meus olhos estão vendo.
— Isso sempre acontece comigo, se preocupe não que logo passa, é só a velhice chegando, quer jogar xadrez? — ouvi um velho que estava sentado em uma mesa jogando xadrez.
Tsc.
— VELHICE CHEGANDO O ESCAMBAU.
O velho me olhou estranho e eu soltei um rosnado voltando a correr a passos pesados.
— Velhice chegando o caralho. Ta pra nascer a mulher que vai me dar um fora. Amélia não perde por esperar.
" Aha achei minha arma." — encontrei a mulher de agora a pouco que queria me sequestrar.
Arregalei os olhos a vendo me dar um sorriso sinistro.
— SOCORRO.
Atravessei a rua correndo e quase fui atropelado por um carrinho de mão.
" Volta aqui meu gostosão, a tia Josefina quer brincar com você"
Me deu um fora. Como se eu fosse tão desprezível ao ponto de uma mulher querer me dar um fora, preciso entender Amélia .Por um lado, talvez esses poderes malucos podem me ajudar a descobrir o que se passa naquela cabeça rosa.Até que não é uma má ideia ouvir os pensamentos das pessoas. Quer saber? vou aproveitar isso.Bufei entediado mudando os canais da TV, não se passa nada que presta no sábado? Enfiei a mão no balde de pipoca mastigando aquela coisa sem gosto com descrença.— Com licença. — Alana tomou o controle de minhas mãos com toda sua delicadeza e se jogou no sofá ao lado mudando de canal.— Educação mandou lembrança. — revirei os olhos.— Fala pra ela que eu não fui educada. — me deu um sorriso irônico.O que ela quis dizer com isso?— Vou fingir que não ouvi isso."idiota"Será que essa menina só sabe me xingar em p
— Obrigada Senhor Lawrence . — Amélia sorriu fazendo um leve cumprimento assim que parei o carro em frente a uma pequena casa cor de rosa no bairro mais pobre de Nova Iorque.Fiquei curioso agora, quais as condições financeiras de minha secretária?Abri a boca para responder, mas ela pulou para fora do carro gritando um boa noite. A observei correr até o portão de grades e entrar apressada em casa. Fiquei um bom tempo olhando para a rua escura e estreita até sentir os olhos de Alana queimando em minha pele.— Que é? — a olhei de esguelha.Alana estava séria. Por um determinado tempo pensei em o que fazer e acabei decidindo ir atrás dela. Dante Lawrence não corre atrás de mulher mas vou dar o braço torcer apenas hoje, mas só porque ela era uma boa secretária e não foi nada legal vê-la chorando.Tossi falso tentando parecer despreocupado e sai da sala sendo acompanhado pelos olhares curiosos e surpresos dos meus funcionários." E lá se foi mais um secretária "" Ele é um destruidor de corações "" Tadinha da garota ela era tão gentil. "" Eu disse que aquela sonsa não ficariCapítulo 6
Seus lábios colados nos meus duram frações de segundos e tão rápido como se aproximou Amélia se afastou levando as mãos a boca, vi sua expressão se contorcer e fechei os olhos quando ela se abaixou vomitando no carpete do carro.Oh não.Acho que já tive noites melhores.— Ai meu estômago. — ela resmungou limpando a boca com as costas da mão e caiu para o lado apagando.Que ótimo.Liguei o carro e comecei a dirigir com o orgulho ferido, meu beijo foi tão ruim que ela vomitou depois, que ótima impressão eu deixei.
Forcei uma tosse pela milésima vez tentando inútilmente parar de ser ignorado, mas estava sendo difícil já que Amélia e Alana haviam se esquecido de mim ou estavam me ignorando de propósito.Fazer o almoço estava mais interessante do que desfrutar da minha maravilhosa companhia, nem acredito que aquela irritante expulsou minha empregada e agora estava tomando conta da minha cozinha fingindo que eu nem existia.Fechei a cara me escorando na porta, pelo visto eu estava sobrando e eu odeio sobrar.— Agora é só colocar o tempero.— Nossa eu nunca vi um peixe tão dourado, olha como o cheiro está
Eu estava certo de que quebraria todos os dentes daquele paspalho e depois enfiaria sua cabeça dentro do aquário ao lado, até ele morrer afogado. Ou tacaria fogo em seu corpo e depois jogaria o resto na privada e daria descarga, afinal lugar de merda é no vaso sanitário.Mas Amélia queria estragar meus planos protegendo aquele covarde de merda.— Senhor Lawrence por favor. — ela entrou na minha frente afobada.— Dante. — corrigi de mau humor.Ele fazia questão de ser formal até mesmo fora do trabalho.— Dante, não vamos criar problemas, tudo bem? —
Não sei se era porque eu estava zonzo por conta da bebida ou foi um tapa na cara mesmo, mas eu vi estrelinhas e voltei pra terra em questão de segundos.Minha querida secretária me empurrou para longe encarando-me de uma maneira nada amistosa. Quando foi que o anjo virou uma diaba?Dane-se ela ficava sexy assim.— Você está bêbado e não pode sair beijando as pessoas assim. — apontou o dedo na minha cara.Ela estava ofegante e vermelha, só não sei se era de raiva ou vergonha mas ficava linda assim. Minha vontade de agarrá-la e levá-la para o quarto era imensa.<
Batucava a caneta na mesa inquieto e completamente perdido. Já perdi as contas de quantos foras levei de Amélia nessas duas semanas. Eu precisava pensar direito e usar meus dons da maneira correta.Preciso estudá-la, encontrar seus pontos fracos e por fim conquistá-la e deixá-la de quatro para mim. E para isso acontecer tenho que tirar um tempo apenas para ouvir seus pensamentos, seus desejos e sonhos.Sei que vai ser jogo sujo e uma tremenda falta de vergonha na cara, mas eu já estou no meu limite e estou fazendo qualquer coisa para ter aquela mulher.Não que eu esteja maluco ou apaixonado por ela, essas coisas são para os fracos, o que eu si