A Maldição do Amor
A Maldição do Amor
Por: J.S Cherry
Capítulo 1

Mulheres. O que falar sobre elas? são seres lindos que nasceram para satisfazer a vida dos homens. São fúteis também, e na base de 100, 99%  são interesseiras. Não estou esculachando a raça feminina não mesmo, até porque ainda existem aquelas que devem valer alguma coisa mas devem estar bem escondidas, falo isso por experiência própria.

Elas te seduzem, te fazem de capacho e te deixam de quatro por elas. E depois de conseguirem o seu corpo nu e um anel de diamantes no dedo, elas te abandonam e ainda levam tudo que você tem te deixando apenas com a cueca do corpo.

Sim elas são do mal, me pergunto se elas não são enviadas do capeta para acabar com a vida dos homens.

Nós meros mortais somos vítimas dessas diabas.

Mas eu estou mais que vacinado, descobri que as mulheres só servem para uma coisa.

Sexo e nada mais.

— Tudo bem, já chega.

— O QUÊ — a ruiva gritou incrédula se vestindo apressada.

— Está demitida. — coloquei minha gravata me sentando em minha confortável cadeira de couro.

Limpei a mancha de batom na gola de minha camisa e olhei as horas em meu relógio de pulso.

Hora do Almoço.

— Você não pode fazer isso comigo. — ela fez bico e seu rosto se contorceu.

Iludida, todas fazem a mesma expressão, arregalam os olhos, contorcem a boca, apertam os punhos controlando a raiva e por fim forçam uma cara de choro mais falsa que os silicones que usam.

São patéticas.

— Engano seu querida, eu posso fazer o que eu quiser. — sorri olhando em seus olhos vermelhos coberto pela raiva.

— NÓS TRANSAMOS.

Quem se importa?

— É mesmo, e você deve melhorar seu boquete, assista aulas no Youtube. 

A observei gritar, saindo da sala a passos duros batendo a porta com toda sua força.

O prédio inteiro deve ter ouvido.

— E mais uma secretária demitida. Essa foi qual? a 345? — Noah entrou em minha sala balançando a cabeça.

Já perdi as contas.

— Estou quase batendo meu recorde. — me levantei passando por ele saindo da sala.

Estou morto de fome.

— Cara você é louco. — ele riu me dando tapinhas nas costas enquanto me seguiu.

— Qual o problema de ter um pouco de diversão?

As pessoas me olhavam por onde passávamos, principalmente as mulheres com seus olhares venenosos de cobiça e desejo. 

— Senhor Lawrence  seu irmão mandou-lhe dizer que o espera no Restaurante em frente. — A secretária do Robert apareceu em minha frente e logo sumiu com aquela cara de repulsa.

Acho que seu nome era Samy, se eu não me engano a comi uma vez, ela só não foi mandada embora por que Robert gostava de seus serviços. Mas até hoje todas as vezes que ela me olhava parecia querer me matar.

— Ela ainda te mata. — Noah disse quando entramos no elevador.

— Ela sabe o seu lugar.

Tinham duas funcionárias em um canto e assim que nos viram fingiram não estar ali.

— Ei hoje a noite vamos ao Pub não esqueça. — Noah me lembrou e eu assenti levando as mãos ao bolso.

— Tô precisando relaxar mesmo.

Saímos da empresa e atravessamos uma das ruas mais movimentadas de Nova Iorque. Entramos no restaurante do outro lado da rua que costuma ser bastante movimentado e avistamos Robert a 4 mesas a frente.

Puxei a cadeira me sentando a sua frente e Noah se jogou na cadeira ao lado jogando os pés para o alto pegando um pote de picles na mesa começando a comer.

— Sua nova secretária chega depois do almoço. — Robert avisou.

— Como? — o olhei franzindo o cenho.

— Samy me entregou o currículo de uma amiga e eu a contratei. 

Como assim contratou? 

— Contratou? e a entrevista?

— Não precisará de entrevista, ela é perfeita para o cargo e poupara frustrações futuras. — disse de boca cheia.

Robert nunca terá modos.

— Por que? — o olhei desconfiado chamando a garçonete com um aceno de mãos.

— Samy me garantiu que a mulher não transaria com você nem amarrada e nem se fosse ameaçada por sucuris. — respondeu engolindo a comida me dando um sorriso vitorioso.

Como é que é?

— Em?

— Ela tem medo de sucuris. — deu de ombros virando o copo de suco de morango na boca.

— Eu não quero saber o que diabos ela tem medo, quero saber que papo doido é esse? Quem tem que contratar minhas secretárias sou eu. — disse indignado e ele deu de ombros.

Robert era um intrometido, sempre resolvendo minhas coisas sem minha permissão. Ele acha que eu não sei que foi ele que trocou meu peixinho do aquário quando morreu? aquele peixe falsificado não chegava nem aos pés do bartolomeu.

— Se você aquietasse o cu e parasse de comer suas secretárias e depois mandá-las embora, eu não teria que tomar minhas providências. —  disse irônico revirando os olhos.

— Ninguém manda elas abrirem as pernas. — bufei vendo Helena parar ao lado da mesa.

— E ninguém manda você comê-las. — retrucou e eu lhe dei o dedo do meio.

— O que vão querer? — Helena perguntou tirando o bloquinho do bolso do avental azul.

Helena era um mulherão, bonita e gostosa. Só nunca peguei por que o idiota do Noah é louco por ela. O problema é que ela não cai no papo dele de forma alguma, ele até já fez serenata pra ela em frente ao restaurante, mas a coração de gelo jogou um balde de água suja na cabeça dele.

E ainda por cima a água fedia a peixe podre. Nunca vou esquecer daquele dia, Noah ficou fedendo peixe por um mês. Tive que chutá-lo da empresa.

— Ei Helena, você é a luz dos meus olhos. — Noah abriu um sorriso mostrando os dentes sujos de picles.

Vai começar, que vergonha alheia.

— E você a escuridão dos meus. — Helena respondeu entediada explodindo uma bola de chiclete na boca.

Ela era o que nós chamamos de megera.

— Sua dureza me excita. — ele continuou a encher o saco.

— E sua lerdeza me dá gastrite. — ela retrucou dura como sempre.

Noah fez bico emburrado, mas logo começou a rir a chamando de engraçada.

— Eu quero o prato principal, um suco de laranja, batatas fritas e biscoitos de chocolate. — ele disse sem tirar o sorriso do rosto e Helena anotou seu pedido rapidamente.

— E você Lawrence ? — se virou para mim impaciente.

— Me trás o mesmo e  um chá gelado.. — murmurei apoiando o rosto em uma das mãos olhando feio para Robert.

Ele acha que manda em alguma coisa.

— Volto já. — ela disse nos dando as costas.

Noah suspirou babando e quase caiu da cadeira seguindo Helena com os olhos.

— Ela me ama. — suspirou apaixonado.

— Imagina se não amasse. — Robert alfinetou.

— Vira homem Noah, não deixa uma mulher te dominar, se contenha. — o sacudi pela camisa batendo em sua cara.

Não posso deixar meu amigo ser dominado por uma mulher. 

— Ai Dante, você não entende de amor. — ele resmungou me empurrando voltando a comer seus picles.

— Que amor o quê? essa porcaria não existe. Você está ficando de quatro por essa mulher e ela só te esnoba, acorde Noah. — elevei o tom de voz tacando o saleiro em sua testa.

Noah era uma vergonha para a espécie masculina.

— Você é um idiota. — ele pegou o vidro de pimenta tacando em minha direção e eu o peguei no ar.

— Não, você que é. — bufei batendo o vidro na mesa.

Será que ninguém me escuta?

— Deixa o Noah em paz Dante, um dia você irá  entender o que ele sente. — Robert disse balançando seus hashis em minha direção.

Esse era outro perdido. Ele parecia um cachorro adestrado por Miranda, fazia o que ela mandava e aposto que até limpava a bunda dela.

— Vocês são uns fracotes adestrados, quando estiverem aí chorando, morrendo de beber por terem levado um pé na bunda não diga que eu não avisei. — cruzei os braços os olhando com repreensão.

Fracotes.

— Irmãozinho, você já têm 29 anos e a única coisa que sabe fazer é usar as mulheres em meio de se proteger delas, mas não adianta bancar o fodão bebê. Sua hora vai chegar e quando você estiver completamente de quatro eu que irei dizer, eu te avisei. — Robert disse maligno dando uma risada sinistra em seguida.

Não, Nunca, Never, Non, Not, Nunquinha, Jamais isso irá acontecer.

— Está repreendido em nome do capeta. — apontei o dedo em seu rosto batendo na mesa.

Ele e Noah se entreolharam começando a rir da minha cara.

— Tão rindo do quê seus trouxas?

— Quando esse dia chegar eu vou filmar e postar no youtube. — Noah disse em meio as risadas e Robert concordou.

Idiotas.

— Vão esperando seus babacas. — Cruzei os braços revirando os olhos.

— Aqui está. — Helena voltou com uma bandeja e distribuiu nossos pedidos pela mesa.

Noah parou de rir e enfiou dois picles do nariz tentando chamar a atenção da morena.

— Ei Helena, tem picles saindo do meu nariz. — ele colocou a língua pra fora começando a balançar a cabeça como um débil mental.

Que vergonha alheia. Por que eu ando com essa criatura doida? eu posso me contaminar.

Helena o olhou com a boca torta e revirou os olhos se afastando com a bandeja vazia.

— Palhaço. — resmungou indo embora.

— Ela me chamou de palhaço, estou um passo a frente. — ele riu feito idiota tirando aquelas coisas verdes das narinas.

Olhei para Robert e ele encarava Noah com compaixão.

— Parabéns Noah, está quase lá. — ele deu tapinhas no ombro do loiro que estava prestes a soltar fogos de artifício.

— Eu sei.

— Continue assim, continue assim. — murmurei virando minha xícara de chá a boca.

Essas crianças têm muito o que aprender.

Depois do almoço voltei com os dois babacas para o escritório e me joguei em minha mesa começando a revisar alguns contratos.

Eu e o babaca do Robert éramos herdeiros da empresa da família. Nossos pais resolveram largar tudo em nossas mãos para viajarem pelo mundo, devem estar no Brasil comendo churrasco neste exato momento.

Aqueles desnaturados.

— Boa tarde Senhor Lawrence . — ouvi uma voz feminina e ergui o olhar encontrando uma garota parada em frente a minha mesa.

Que invasão de privacidade é essa? espera, os cabelos dela eram rosa?

Eles estavam presos em um rabo de cavalo e um óculos gigante cobria seu rosto, ela vestia um vestido azul celeste rodado coberto de flores e calçava sapatilhas rosas no pé.

Que isso? a Hello Kitty virou gente e eu não sabia?

— A creche fica duas quadras daqui. — abanei a mão voltando a prestar atenção em meus papéis.

— An? não Senhor, eu sou sua nova secretária. —  sua voz saiu baixo e meio nervosa.

Ergui a cabeça a olhando incrédulo. 

Robert só pode estar brincando com a minha cara. Contratou uma adolescente sem graça.

Maldito.

— Foi mal mas eu não sou pedófilo. 

— Em? — ela deu um passo para trás com o rosto vermelho.

Ela está com vergonha? 

— Meu irmão deve ter cometido um erro, o perfil é de mulheres de 20 anos para cima. —  murmurei a olhando com os olhos estreitos.

— Mas Senhor eu tenho 23. — ela mordeu os lábios nervosa.

23? Analisei coçando o queixo, os seios eram médios, cintura fina, como o  vestido batia nos joelhos eu não conseguia ver suas coxas. Subi o olhar para seu rosto que estava levemente corado, a boca era pequena e rosada, nariz arrebitado e os olhos extremamente azuis.

Ela arrumou aquela horrível armação preta e apertou as mãos contra a bolsa rosa de lado.

Parecia um bichinho assustado. Por que estava bancando a tímida?

— Tem certeza? — perguntei desconfiado e ela assentiu rapidamente.

Soltei um suspiro apoiando o queixo em uma mão enquanto batucava a caneta na mesa com a outra.

Eu poderia mandá-la dar meia volta e ir pastar, mas nunca uma mulher agiu daquela forma em minha presença, elas sempre tentam me seduzir com roupas curtas e sorrisos provocantes. Mas aquela criatura na minha frente era totalmente o oposto do que eu conhecia sobre mulheres, seria uma farsa? ela estaria tentando dar uma de boa moça e depois dar o bote?

Tem coisa aí, preciso ver qual é a dela para poder anotar em meu manual de defesa contra mulheres. E se ela acha que vai me enganar estar muito enganada. Ninguém engana Dante Lawrence .

— Qual o seu nome?

—  Amélia Smith Senhor. — respondeu toda tímida apertando os dedos das mãos.

Suspeita.

— Hm, pode começar atendendo minhas ligações, sabe onde é sua sala?

Vi um sorriso surgir em seus lábios e um brilho passar pelos seus olhos. Ela parecia estar se segurando para não pular de alegria.

— Sim Senhor. —  respondeu toda contente e fez um cumprimento com a cabeça saindo da sala saltitante.

Suspeita, muito suspeita. Preciso ficar de olho nessa mulher estranha, e até agora a única coisa que sei é que seu Nome é Amélia  Smith, tem 23 anos e  medo de sucuris, ah e o fato de que não transaria comigo nem amarrada.

— Essa santinha do pau oco não me engana.

Vou dar uma chance a ela, vamos ver quando essa farsa vai cair.

A tarde se passou e eu vi Amélia  apenas na hora de ir embora, ela me passou uma lista de compromissos e se despediu com um grande sorriso.

— Obrigada pela oportunidade. Tenha uma boa noite Senhor Lawrence . — disse fazendo uma reverência e meu deu as costas indo embora.

Que isso? Tenha um boa noite? as mulheres não falam isso, elas pedem carona e oferecem um boquete como pagamento.

Essa garota é perigosa.

— Ei Dante, te espero à noite. — Noah passou por mim no estacionamento em cima de sua moto vermelha.

Ele não era nada discreto, se você ver qualquer coisa vermelha passando na rua pode ter 100 % de certeza que é Noah. Simplesmente por que ele idolatrava aquela ridícula cor.

— Estarei lá às nove. — disse lhe dando um aceno de cabeça entrando em minha Mercedes.

— Até mais tarde. —  acelerou sumindo de minhas vistas.

Liguei meu amado carro saindo da empresa começando a dirigir pelas ruas movimentadas do centro de Nova Iorque. Já estava escurecendo e as ruas estavam iluminadas e o trânsito cheio. Cheguei em casa 30 minutos depois e estacionei o carro na garagem.

Eu tinha dinheiro para comprar uma mansão, mas minha amada filhota gostava de simplicidade, então nossa casa tinha 5 cômodos a menos que uma mansão. Não era pequena e nem ao menos grande, era simples mas ao mesmo tempo luxuosa. 

Entrei em meu amado lar tampando os ouvidos ao ouvir o som de uma musica alta. As paredes até sacudiam com aquela porcaria.

— QUE BARULHEIRA É ESSA? — gritei para Samara que tirava pó dos móveis.

Ela era a empregada gostosa que eu nunca comi, ainda. 

— Alana. — ela gritou de volta fazendo uma careta.

Claro.

Suspirei subindo as escadas tirando a gravata pelo caminho a jogando em qualquer canto. Caminhei pelo extenso corredor do andar de cima parando em frente a porta vermelha coberta de desenhos.

— Alana ABAIXA ESSA MÚSICA. — gritei abrindo a porta e minha boca se abriu ao ver minha filha de 13 anos enfiando maças dentro do sutiã.

Ai que dor no peito. Nunca pensei que esse momento chegaria tão cedo.

— EU JÁ DISSE PRA BATER NA PORTA. — ela gritou jogando as maçãs para o alto correndo atrás de sua blusa.

Entrei no quarto desligando aquele maldito som e cruzei os braços encarando a garota emburrada a minha frente seriamente.

— Explique-se.

— Explicar o quê? — se jogou na cama me olhando feio.

— Por que estava enfiando frutas nos seios? sabia que isso se serve para comer? — peguei a maçã no chão a olhando sugestiva.

Pensei que as garotas colocassem papel higiênico.

— A  não vem querer dar uma de pai agora. Me deixa em paz. — Alana cobriu o rosto com um travesseiro rosa.

— Ei, olha o respeito, eu só quero ajudar.

— Ajudar? você não sabe nada sobre garotas.

— Claro que sei. — resmunguei ofendido.

Eu sou Expert no assunto mulheres.

— Não sabe nada, você não se importa com o sexo feminino,  é um idiota. — ela disse irritada correndo para o banheiro batendo a porta.

— Que garota levada. 

Suspirei e mordi a maça saindo de seu quarto.

— Por que eu não tive um filho homem? seria tudo mais fácil.

Entrei em meu quarto jogando as chaves do carro e o celular na cama, arranquei a roupa e segui para o banheiro pegando uma toalha pelo caminho.

— Não é fácil ter filhos, acho que vou m****r Alana a um psicólogo. Quem sabe assim ela não para de colocar comida nos seios.

liguei o chuveiro tentando esquecer os problemas e entrei debaixo da água quente cantarolando. 

Dizem que quem canta os males espanta.

Depois de algum tempo desliguei o registro do chuveiro e me enrolei em minha toalha azul saindo do banheiro.

Entrei no closet procurando o que vestir enquanto assoviada, mas quase caí de susto ao ouvir o grito de Alana. Corri para fora do quarto o mais rápido que pude e  invadi seu quarto encontrando minha filha chorando encolhida na cama.

— CADÊ O LADRÃO? — olhei em volta alarmado e Alana gritou se cobrindo com o lençol.

 — PAI SAI DAQUI. — ela me jogou um travesseiro na cara.

Pra quem essa garota puxou tão violenta?

— O que aconteceu? — perguntei ofegante a analisando.

Alana não era o tipo de garota que gritava por qualquer coisa.

— Chama a Samara por favor. — ela pediu em um fio de voz.

— O que você quer com a empregada?

— Só ela pode me ajudar.

— Ta me deixando preocupado. — comecei a me aproximar e ela se encolheu na cama.

— Pai sai daqui. — Alana resmungou fazendo bico.

— Só se você contar pro papai o que aconteceu. —  me sentei na cama a olhando com cara de bom moço.

Ela não resiste a essa carinha.

— EU TÔ SANGRANDO. 

Quase tive um ataque cardíaco agora.

— POR QUE NÃO DISSE LOGO? CORRE PEGA SUAS COISAS VAMOS NO MÉDICO. — me desesperei tentando pegá-la no colo mas ela se esquivou.

— NÃO É ISSO PAI.

— O que é então? não me diga que está morrendo. Olha aqui Alana, se você estiver escondendo uma doença grave do seu pai, eu juro que seu caixão será verde. — a olhei sério apontando o dedo em sua cara.

— Não tudo menos essa cor horrorosa, e eu não estou escondendo doença nenhuma. — ela fez uma careta colocando a língua pra fora.

— Então o que é?

— EU MENSTRUEI. — gritou mais vermelha que um tomate.

O baque foi como se eu tivesse levando um tapa na cara. Essa menina quer me matar hoje, só pode.

— MENSTRUOU? — fiquei em pé incrédulo.

— É.

— TA SAINDO SANGUE PELA SUA VAGINA? — abri a boca chocado engolindo em seco.

— FALA BAIXO, AI QUE VERGONHA. — ela cobriu o rosto voltando a chorar.

— MAS VOCÊ AINDA É UM CRIANÇA. — eu estava me segurando para não chorar.

A minha menininha que eu criei com tanto amor e carinho tá crescendo, daqui uns dias vai me deixar e virar uma megera, eu vou ficar velho gagá e ela vai me jogar no asilo pra fugir com um viciado em drogas.

— Se você me jogar num asilo e fujir com um viciado em drogas eu juro que você está bem encrencada mocinha. — a olhei seriamente e ela soltou um grito.

— Para de falar coisas sem sentido, eu preciso de AJUDA.

— Ai Senhor, tá doendo muito minha florzinha? Precisamos conter esse sangramento, deixa eu ver. — tentei puxar o lençol mas ela me jogou outro travesseiro na cara.

— SAI DAQUI, O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA?

— O que eu faço? e se você sangrar até morrer? — baguncei os cabelos andando de um lado para o outro nervoso.

Isso é tão difícil, eu estou sentindo a velhice cada vez mais perto.

— É nessas horas que eu queria uma mãe. — ela choramingou fazendo bico.

— Sua mãe te abandonou, eu já disse. — suspirei esfregando a mão no rosto.

Aquela cadela desgraçada.

— Não precisa ficar jogando na cara. — retrucou com os lábios tremendo.

— Eu não tô jogando na cara, você queria uma desnaturada como mãe? —  bufei roendo as unhas.

Alana arregalou os olhos e fez um bico tremendo os lábios, ah, aquela expressão não.

— NINGUÉM MANDOU VOCÊ ENGRAVIDAR UMA DESNATURADA.

— Para Alana, chega. Eu vou chamar a Samara. — sai daquele quarto rapidamente tentando não enlouquecer.

Por que esse momento chegou tão cedo? estou me sentindo um velhote, ai vou infartar. Tô sentindo que os cabelos brancos já estão começando a nascer. Preciso beber para me sentir mais jovem.

Desci as escadas correndo seguindo para meu frigobar que ficava no canto direito da sala e peguei uma garrafa de tequila.

— Aconteceu alguma coisa Senhor Lawrence ? eu já estou indo embora. — Samara se aproximou me olhando nervosa.

Foi aí que notei que ainda estava de toalha.

— Samara seja sincera, eu pareço um velho gagá?

— Não Senhor. — ela respondeu rapidamente.

— Olha aqui minha cabeça, tem cabelo branco?  — perguntei a olhando hesitante.

— Não Senhor, você está mais jovem do que nunca. — ela assobiou se abanando.

Suspirei e sorri aliviado.

— Minha filha menstruou, vai lá ajudar. — mandei virando a garrafa de tequila na boca.

Ela assentiu e correu para o andar de cima.

— Respira Dante, você é muito novo para ter cabelos brancos. — tomei mais um gole da bebida e dei tapinhas em meu rosto.

Eu sou jovem, muito jovem.

Voltei para o quarto e peguei uma muda de roupa me vestindo rapidamente, baguncei os cabelos pegando as chaves do carro e a carteira saindo rapidamente do quarto.

— Vai sair Senhor Lawrence ? — Samara apareceu no corredor saindo do quarto de Alana.

— Vou, como Alana está?

— Só um pouco assustada a primeira vez é sempre assim, mas eu lhe dei algumas instruções e a acalmei. — respondeu com um pequeno sorriso e eu respirei aliviado.

— Tá legal, durma aqui essa noite e tome conta de Alana.

— Mas Senhor eu...

— Eu te pago o dobro, se ela perguntar sobre mim fala que eu fui resolver alguns assuntos importantes.

— Ta bem.

Lhe dei as costas saindo a passos apressados e mandei uma mensagem para Noah dizendo que já estava a caminho do Pub.

Precisava esfriar a cabeça.

Estacionei minha Mercedes em frente ao Pub que estava bastante barulhento e sai do carro sentindo os olhares das pessoas em mim, principalmente das mulheres que já começaram a balançar os cabelos e a rirem mais alto.

Revirei os olhos entrando no local que estava coberto de mesas e pessoas bebendo e se divertindo. Avistei os malucos dos meus amigos reunidos no grande balcão onde serviam as bebidas.

— OLHA QUEM CHEGOU. — Noah gritou batendo em minhas costas assim que me sentei ao seu lado.

— Abram alas para o grande destruidor de corações. — Lucas disse alto batendo palmas e os outros idiotas o acompanharam.

Por que eu ando com esse povo mesmo?

— Não gente, ele é o grande conhecedor das mulheres, cara, quando eu crescer eu quero ser igual a você. — Josh disse morto de bêbado se prendendo ao meu pescoço.

— Cai fora. — o empurrei pedindo uma bebida para a mulher que estava no balcão apenas nos observando enquanto limpava copos.

— O que aconteceu irmãozinho? pela sua cara azeda algo saiu de seu controle. — Robert resolveu abrir a boca virando um copo de Whisky na garganta.

Por que ele tinha que me conhecer tão bem?

— Problemas com a Alana. — respirei fundo pegando a bebida que a loira peituda tinha colocado na minha frente.

— O que aconteceu com minha sobrinha? — ele perguntou alarmado.

— Mênstruo. — choraminguei virando o copo na boca.

Isso parece um filme de terror onde tem sangue para todos os lados.

— Credo.

— Que horror.

— Nossa cara achei que sua filha tinha 8 anos.

— Na verdade ela tem 13.

— Tá ficando velho em? daqui uns dias ela vai te largar no asilo e te trocar por um drogado. — Noah brincou começando a rir com os outros me fazendo engolir em seco.

— Calado idiota. — lhe dei um tapa na cabeça.

Até o idiota do Noah previa essa tragédia, estou começando a me assustar.

— Ai, seja mais gentil com seus amigos. — ele resmungou e eu o ignorei virando mais um copo de bebida na boca.

Eles começaram a falar sobre a nova garota da capa da revista diabinha e eu apenas escutava afogando minhas mágoas nos copinhos de tequila e Whisky.

— Ela é bem gostosa.

— Já viu o tamanho dos seios dela?

— Cara mulheres são deusas.

Depois de um tempo ouvindo aqueles panacas tudo estava ficando preto e branco, o mundo girava ao meu redor e eu só conseguia sorrir.

— Tá tudo girando, por que vocês estão usando calcinhas? — sorri virando mais um copo de tequila na boca.

— Ei  acho que você bebeu demais.

— Eu sou livre, um jovem que nunca envelhecerá, somos tão joooooovens, jooooooooooovens.... — cantarolei pulando da cadeira.

O mundo é lindo, a vida é bela e preta e branca.

— Ele está bêbado.

— Ei Robert segura o seu irmão.

— Que ele se lasque.

Amo meu irmão.

— Onde você vai Dante?

— Preciso tirar a água do joelho. — ergui o dedo tropeçando nas palavras e cambaleei para algum lugar.

Tropecei em algumas pessoas e fui sendo empurrado até parar em uma porta azul que deveria ser do banheiro.

Entrei vendo tudo virando e tirei meu companheiro para fora mijando em algum lugar. Comecei a assoviar e escutei o barulho de uma porta batendo. Suspirei aliviado e guardei meu parceiro me virando para trás vendo a figura de uma velha.

— E aí coroa? veio tirar a água do joelho também? — comecei a rir fechando o zíper da calça.

— Você se acha o bonzão não é? acha que pode brincar com as mulheres e depois descarta-las como se elas fossem meros objetos? — ouvi a voz da velha e ri mais alto.

— As mulheres são insignificantes, elas não prestam, entendeu? não prestam.  — me aproximei tropeçando nos pés apontando o dedo em sua direção.

Minha visão estava borrada, e é impressão minha ou a velha tirou um chocalho da bolsa?

— Você acha que sabe tudo sobre mulheres não é espertinho? mas agora vai aprender uma lição.  — disse começando a balançar o chocalho fazendo um barulhinho legal.

— Vai tocar pra mim? — sorri animado.

— Uashia, uashia, aaii, aaiii... — ela começou a cantar dançando ao meu redor.

Olha a velha manja das quebradas.

— Oooouuu, eeooeeeeiiii, xixiiii — a acompanhei começando a dançar.

— Tá fazendo o quê seu maluco? — ela brigou parando de cantar.

— To cantando contigo, bora coroa...aaaai...uuuuu...eeeee...vou comer xuxu.

— Cala a boca estrupicio, vai atrapalhar o ritual. — a velha gritou me lascando o chocalho na cabeça.

Ai, e não é que a mulher é fortinha?

— Foi mal velhota. — resmunguei massageando a testa.

— Silêncio...Uasshiaaa, Uashiii, ooooo.... — ela voltou a rodar ao meu redor balançando o chocalho e eu bocejei vendo tudo girando mais rápido.

— Uou, têm 2 velhinhas.... — minha voz saiu grogue e meu corpo amoleceu.

— Você irá aprender uma bela lição Lawrence  Dante.

Ainda a ouvi falar antes de tudo ficar escuro.

Quem apagou a luz?

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