A Ladra de Corações
Ainda criança Jennifer conseguia tudo que desejava com seus pais, avós e amigos. Seu jeito meigo e carinhoso deixava todos a sua volta encantados. Seu avô dizia: — Você conquistará todos! Meu coração é apenas seu — Ela ouvia com um belo sorriso no rosto, sem entender o que ele queria dizer. Jennifer se tornava uma dominadora com todos a sua volta — Não pode amar ninguém além de mim! — falava para qualquer amigo que se aproximasse de outra pessoa.
Na adolescência, se aproveitava dos meninos que a cercavam, usava suas malícias para tê-los sempre à sua disposição, porém, não se interessava por ninguém. Conquistava e despertava desejos entre os amigos, assim seguia criando uma legião de admiradores — Nunca me procure após um encontro, caso eu deseje um segundo, darei um jeito para que isso ocorra — dizia friamente após o sexo violento e selvagem. Era viciada em sexo grupal. Pervertida e ordinária, assim era Jennifer.
Os senhores Mayas admiravam sua beleza e sua inteligência — Na sua idade, sua mãe já tinha namorado. Sr. Robert a olhava com admiração: — Os filhos dos meus amigos são apaixonados por você. Sua beleza encanta até os que não têm coração — dizia à filha, enquanto sorria.
Ela o interrompeu sem demonstrar o mínimo interesse em suas palavras:
— Não tenho pressa papai! Estou colecionando corações e os mais belos que se possa imaginar. Para que me preocupar? Posso ter todos. Quando conhecer alguém que não tenha coração, talvez possa me casar com ele — sorriu — Agora me deixe ir, minhas amigas estão na piscina à minha espera — se afastou indo ao encontro das amigas Nikita e Daniele.
— Me convida para um banho de piscina e some! — Daniele admirava a amiga que tinha o dom extraordinário ou uma maldição de conquistar as pessoas.
— Por Deus! Papai veio falar de namorado, ele é o único pai que conheço que fala para filha arrumar namorado. — mergulhou e se aproximou de Nikita — Se ele pudesse entrar em meu coração... Enfartaria. Como vai minha médica favorita?
— Relembrando a infância em que costumávamos quebrar todas as regras — Nikita sorriu abraçando Jennifer com carinho.
— Isso é verdade... O papai jamais falaria isso comigo, Jennifer. Sr. Robert é um pai maravilhoso! — Daniele observava a intimidade das amigas.
O tempo se encarregava de ensinar que as escolhas mudavam destinos. Algumas escolhas pareciam ser cruéis com os jovens que não mediam consequências. Jennifer havia se tornado numa empresária bem — sucedida nos negócios da família. Sua mãe, a Sra. Angelina, era uma socialite que herdara as empresas no ramo de ações, cosméticos, um grande banco americano e espionagem secreta do mundo. Nascida no Canadá, era formada em direito e administração em Harvard, fez questão que a filha tivesse a mesma educação e formação. Ensinou os valores da vida a levando para conhecer refugiados no Camboja e a fome dos que sofriam na África — Quero que entenda que existe uma realidade triste, bem distante da que você conhece. Cresça fazendo o bem a quem é digno dele.
Jovem, bela, rica e ambiciosa. Jennifer tinha tudo que desejava. Existiam vários pretendentes apaixonados por ela. Muitos se declaravam e ela respondia com um sorriso malicioso, fazendo-os acreditar em algum tipo de esperança. Muitos ficaram tristes em saber que ela andava saindo com um famoso dentista. Matheus era um belo jovem, que chamava atenção com seus belos olhos pretos e seu corpo de modelo. Mesmo com sua beleza, se achava um fracassado perante Jennifer: — Quando penso em você, meu coração parece sair ao seu encontro. Apenas um primeiro encontro foi suficiente para amar você. Como consegue fazer isso? — dizia ao telefone escutando sua respiração ofegante do outro lado da linha. Conhecia a mulher sexy e insaciável, uma safada sem pudor que deixava qualquer ser humano fora de sua realidade e sanidade mental. Era como se encontrava naquele momento — O que está fazendo? — ficou em silêncio aguardando resposta ouvindo seu gemido.
Sorrindo respondeu:
— Estou alimentando minha alma — sentindo Daniele morder suas costas, Nilo penetrando sua boceta sedenta e Nikita beijando sua boca.
— Queria jantar com seus pais...
Ela o interrompeu:
— Querido, não acho uma boa ideia. Creio que tenha me entendido errado. A mídia alimenta esperanças. Não mantenho relacionamentos. — ficou em silêncio por alguns segundos, sentiu as unhas afiadas de Nikita penetrarem suas costas, fazendo-a desligar o telefone. — Mordam! Suas safadas! Devorem-me! Espero que estejam preparados para minha fúria!
Na manhã seguinte, Matheus pegou o telefone hesitando em ligar para Jennifer — Mais que droga! Tudo que aconteceu não significa nada! Para ela, foi nada além de encontros e noites de sexo — se jogou no sofá pensando em seu corpo cheiroso e safado, tocou seu pênis fechando os olhos e se concentrando apenas nela — Ela é bissexual! — deu um pulo do sofá, sentindo um vazio no peito, era a falta do toque quente de sua boca e seu corpo violento. Sentiu uma mistura de sentimentos, o deixando triste e consciente que ela era uma mulher que jamais se apegaria a alguém. Diversas vezes havia sido advertido que estava apenas se divertindo. Ela envolvia as pessoas com sexo sem pudor e violento. Poderia ser a noite mais romântica e intensa, porém, para ela era apenas sexo, que encontraria em alguém que atraísse sua atenção e aceitasse suas propostas quentes na cama. E quem diria não a uma mulher sedutora e dona de uma beleza encantadora? Quem não aceitaria uma proposta que muitas das vezes em casa era recusado por suas esposas ou maridos?
Jennifer, às vezes, parecia misteriosa com sua vida particular, não
deixando escapar alguns detalhes; evitava ser vista de mãos dadas com alguém, beijando ou em momentos que levassem a suspeita de um suposto caso. Seus casos secretos eram diversificados: políticos, juízes e as esposas dos envolvidos. A sentença deles seria paga na mesma moeda. Modelos de ambos os sexos e quem ela quisesse, sempre discreta. Amava a sensação que os maridos ou as esposas descobrissem o triângulo entre eles. Traições que poderiam acabar com casamentos duradouros, contudo, não planejava destruir lares. Ficava com um determinado marido e no dia seguinte com a mulher. Não permitia sair mais de uma vez com as mesmas pessoas — Não será possível. Nada de um segundo encontro! — Frisava sempre que alguém insistia. Com o tempo passara abrir algumas exceções.
A Ladra de Corações Era charmoso, porém, não conseguia sentir atração por ele. O que havia ocorrido entre eles estava no passado de uma noite. — Estou indo a uma boate com uns amigos... — não teve coragem de convidá-la — Já estou de saída. — Boa noite! — Fez sinal que saísse. Retocou a maquiagem e sorriu diante de sua beleza — Como não me amar? Lucy aguardava Jennifer sair da sala. — Senhorita, seu motorista está à sua espera. Ela agradeceu entrando no elevador e seguindo direto para mansão. — Sr. Max a espera na sala de vídeo senhorita — Madalena era governanta e nutricionista da mansão, cuidava de todos os detalhes e empregados com rigor. Jennifer agradeceu seguind
A Ladra de Corações Jennifer ficara mais tempo do que havia planejado. Ela representava sua mãe com perfeição — Mamãe anda curtindo sua eterna juventude. Não sei quando vai acabar a lua de mel deles — disse arrancando risadas — O Brasil sempre muito gentil e hospedeiro com nosso povo, pena que no meu país não seja assim. Minha mãe faz questão de ampliar os negócios no Brasil para gerar mais empregos. Meus projetos não serão diferentes, principalmente pelo Nordeste, nos lugares humildes, onde os governantes ignoram seu povo — se afastou sendo seguida por uma multidão. Depois de algumas horas partiu para o hotel. — Lucy, peça um Cristal Orfèvre 2002. Mande entregar no meu quarto. Lucy estava cansada e precisava ficar horas na banheira
A Ladra de Corações O coração de Jennifer estava trancado para relacionamentos. Temia um dia se apaixonar e sua vida cheia de aventuras terminar — Isso nunca! — pensou em voz alta. — Posso entrar? — Indagou Lucy carregando alguns documentos. — Aproxime-se! — Jennifer levantou de sua poltrona seguindo ao seu encontro — Está me evitando? — passou as chaves na porta, jurava que podiasentir sua respiração ofegante — Durante a reunião desviou o olhar de mim o tempo todo — a segurou por trás beijando-lhe a nuca — Adoro quando prende o cabelo e deixa seu pescoço à mostra — continuou beijando o lóbulo da orelha esquerda passando sua mão direita por baixo da blusa. Sorriu ao perceber que ela estava de olhos fechados deixando os documentos que
A Ladra de Corações Ela deitou a cabeça em seu colo. — Se isso o faz feliz. Não quero que fique se privando da vida. Não sou mulher para romances. — Sim! Não diga isso. Não tenho filhos e... Jennifer levantou-se rapidamente — Não diga que sou como uma filha! Isso torna a ocasião broxante. Envolveu-se no lençol — Podemos começar tudo de novo — Jennifer sentou sobre suas pernas fazendo movimentos lentos e aumentando em seguida. Era insaciável. Ligando seu corpo ao dele, esquecendo-se de tudo e se concentrando no alimento da alma. — Não pretendo decepcioná-la — olhava seu corpo jovem e selvagem. Era excitante sua juventude e suas safadezas. Na mansão, Madalena aguardava Jennifer descer para jantar. &n
A Ladra de Corações Jennifer detestava falar de negócios em sua casa. Pensou que fosse falar de algum garoto (a) — Perderam tudo! Como seus pais chegaram a esse ponto? — Não sei o que aconteceu. Eu nunca procurei saber nada de negócios. Meu pai perdeu seu bem maior: a transportadora. — Verei o que posso fazer. Não irei julgá-la. A vida já está fazendo isso. Vamos dormir, depois verei o que posso fazer! — Jennifer secou suas lágrimas — Precisa começar a trabalhar Doretti, seus pais e sua avó não são eternos. Formou-se, deveria estar trabalhando com seu pai, quem sabe não teria evitado tamanha tragédia. Preocupe-se com as dívidas que poderá herdar. Herança não são apenas bens, dívidas também são herdadas e pelo jeito é o que terá — tinha carinh
A Ladra de Corações. Ele sentiu um grande alívio, beijou sua mão e saiu correndo para retomar a vida sabia que eram grandes amigas. Seria eternamente grato a bondade de Jennifer Maya. Daria sua vida por ela a partir daquele dia. Jennifer preencheu um em um pedaço de papel que pegou da agenda entregando — Faça isso agora! Heitor sentiu o coração disparar ao ver a quantia. — Jennifer isso é um absurdo! Você está abrindo mão de muito dinheiro. É uma fortuna! — Faça! Pedi que ele olhasse o extrato ao sair... — ela pegou sua bolsa — Heitor a felicidade não tem preço. No próximo mês passare
A Ladra de Corações. — O que foi? Ela a beijou no rosto — Não me deve nada! — saíram do quarto. Madalena acompanhava os empregados sempre na hora de servir a mesa, ordenou: — Saiam todos! — puxou a cadeira para Jennifer — Bom jantar, senhoritas. Um dos empregados aproximou-se murmurando ao ouvido de Madalena: — Visita para senhorita Jennifer. — Quem é? — Senhorita Nikita. Está aguardando na sala de vídeo. — Peça para aguardar. Leve um suco de tomate — olhou o relógio. Já passava de 23h
A Ladra de Corações — Não se preocupe comigo. Uma boa salada me alimenta — disse com um sorriso deixando a empregada aliviada. Era uma senhora com um sorriso simpático. Não poderia imaginar um caso entre patroa e empregada. E se tivesse, não era de sua conta. Voltou para sala com certo sorriso no rosto. Ficaram horas na cama com a amiga após o almoço assistindo filmes. — Sinto saudade desses momentos — sua voz quase inaudível fez com que Jennifer a olhasse com certo sorriso — Você é uma amiga muito querida! — andava quebrando regras repetindo algumas transas. Nikita era querida e não amada como desejava. Ignorava qualquer sentimentalismo que tentasse prendê-la. Jennifer era vista em grandes eventos, cobiçada pela