Um enorme SUV preto blindado estava esperando do lado de fora. Dog segurava a porta aberta, com uma expressão ameaçadora no rosto. Ninguém disse para onde a levariam.Dava para pensar que ela já tinha se acostumado aquele tratamento. Longe disso. Seu coração batia mais alto que o rugido do motor.Talvez ele finalmente tivesse decidido se livrar dela.Afinal, eu tentei matá-lo. Angelina pensou.Sentada no banco de couro, as unhas curtas dela arranhavam nervosamente as coxas, deixando marcas vermelhas.A mansão logo desapareceu de vista. O suspense estava a matando. Não adiantava fazer perguntas. Dog e seus homens só respondiam a Nikolai, e ele não estava ali.Uma hora torturante depois, o carro finalmente parou em frente a uma praia. O ar salgado beijava suas bochechas e o vento chicoteava seu cabelo longo. As ondas selvagens batiam contra a costa rochosa.Ela teria prestado mais atenção à beleza daquele lugar se sua atenção não tivesse sido roubada por uma figura familiar ao longe.Ni
A dor é implacável, capaz de quebrar e despedaçar até os mais fortes e sem sentimentos. Ela queima através do corpo como uma tempestade, varrendo os pensamentos racionais, levando tudo o que é bom e distorcendo contra você.Ela faz você implorar para não sentir.Ela faz você se transformar em outra pessoa.Os olhos se abriram para o teto branco e o brilho distante do fogo. O brilho suave dançava na frente dos seus olhos.Angelina estava vagando entre a consciência e a inconsciência.Na primeira vez que acordou, estava em um carro. Estava deitada no banco de trás, sua cabeça apoiada em um abraço quente e forte.Na segunda vez, tudo estava mais confuso. Havia muitas luzes brancas e vozes misturadas que ela não reconhecia.Estava sendo levada às pressas para algum lugar, que parecia um hospital e ela conseguia se lembrar claramente de um homem de máscara médica observando ela.E a terceira vez foi agora. O pânico e a agitação haviam ido embora. Havia apenas o som distante do fogo da lare
O beijo tirou seu fôlego, profundo e talvez um pouco desajeitado. Ela não se importava. Sua língua explorou sua boca com um vigor cheio de luxúria, e ela não conseguiu impedir que borboletas girassem em seu estômago.Seus pequenos braços envolveram os largos ombros dele, os dedos passando pelos espessos e desalinhados fios de seu cabelo. Eles haviam crescido desde que se conheceram. Ela adorava o visual selvagem dele.Nikolai foi o primeiro a recuar, ofegante."Você está ferida." Ele sussurrou, um calor puro e escaldante dançando em seus olhos.Desejo, vontade, paixão, sedução...Era impossível descrever todas as coisas que ela estava vendo em seus olhos. Entre todas elas, uma profunda preocupação.Esse seria um bom momento para recuar e afirmar que foi um erro, um calor do momento inspirado pelo estado de embriaguez e remédios. Mas ela não fez isso. Em vez disso, "Eu ficarei bem." Ela murmurou.Era toda a permissão que ele precisava. Eles já haviam sido íntimos antes, muitas vezes.
Quando ela abriu os olhos na manhã seguinte, os lençóis ao seu lado estavam frios. O cheiro masculino dele ainda pairava no travesseiro que ela segurava em seu peito. O sol estava alto no céu, seus raios brilhantes iluminando-a através das brechas das cortinas.Com um gemido, Angelina rolou para o outro lado. Seu ombro ainda doía muito, assim como a lembrança de Nikolai entre suas pernas. E o pior, que tinha gostado muito disso.Meu Deus.Ela gemeu de vergonha no travesseiro. Tinha sido um momento de fraqueza. Ele estava vulnerável e, para ser sincera, também bêbado, e também muito bonito.O cabelo bagunçado, a camisa desabotoada, os olhos cinza suaves.Droga, ele conquistou ela completamente.Ele estava sendo tão gentil, nada parecido como o chefe da máfia que ela conheceu na primeira vez.E pelo visto, só isso foi necessário para eu ceder.Ela queria gritar com todas as forças.Em uma única noite, o homem que ela odiava - o cara que tinha arruinado completamente sua vida – tinha a e
Depois da conversa com Irina, Angelina mal viu Nikolai. Principalmente porque estava dormindo a maior parte do tempo.Angelina sentiu sua presença algumas vezes, segurando sua mão ou acariciando seu cabelo. Sempre havia alguém ao seu lado, cuidando de suas necessidades. Um médico vinha três vezes ao dia para verificar o ferimento.Uma semana passou com ela descansando na grande cama, se recuperando. Nikolai até ligou para a faculdade, dizendo que ela estava com gripe.A cada dia, estava ficando mais difícil ficar deitada e não fazer nada além de assistir Netflix.Finalmente, ela não aguentou mais.Angelina saiu do conforto da cama, esticando-se com o máximo de cuidado possível para não rasgar os pontos. O médico disse que os removeria em breve e que tudo estava cicatrizando bem.Claro, ele disse que ela deveria permanecer na cama, mas seus membros estavam implorando para se mover.Irina tinha saído para pegar seu almoço, apesar de Angelina insistir que ela poderia fazer isso sozinha.
As coisas mudaram desde a noite em que dormiram aconchegados debaixo dos lençóis.Nikolai transformou em sua missão pessoal manter Angel na cama até que ela se recuperasse completamente.Embora, às vezes, ele tivesse que ficar na cama com ela. A máscara do líder implacável sempre desaparecia quando estavam sozinhos.A cada dia, um novo lado dele se revelava. Que ele era capaz de empatia, gentileza, integridade. Angelina compartilhava sua paixão pela dança com ele, e ele a ensinava a jogar xadrez.Eles passaram a brincar e rir como dois seres humanos normais. Qualquer coisa que ela solicitasse, ele se certificava de cumprir.Mas isso ainda não era o suficiente para fazê-la esquecer ou perdoar tudo que ele tinha feito.O lado sombrio e malicioso dele ainda existia, forte e dominante. Vez ou outra, ela ainda via faiscar sob o olhar dele, corroendo a bondade que agora sabia que ele era capaz de sentir.Nikolai não falava de negócios na frente dela. Mas, toda vez que ele chegava tarde em c
Angelina podia ver duas botas pretas brilhantes, caminhando para perto da mesa. O som silencioso das solas contra o carpete luxuoso fez seu coração disparar.Angelina prendeu a respiração, encolhendo seu corpo o máximo que conseguia debaixo da mesa.“Eu sei que você tá aqui.” Uma voz com forte sotaque declarou. “Apareça.”O tom assassino que esse homem usou era nítido e claro: ‘Apareça e você será liquidada.’, era isso que ele quis dizer.Seu estômago se retorceu com o pensamento. Ninguém se importaria com o motivo pelo qual ela havia invadido o escritório de Nikolai. Ela estava ali, e só isso bastava para cortar sua cabeça.Eles não davam a mínima em ela ser a garota do chefe. A ideia a repugnava, mas era a verdade. Ela era sua amante de certa forma.Pense! Droga, Angelina, pense!“Se mostra!” O dono das botas ficava muito mais irritado a cada segundo que passava. Ele estava se aproximando da mesa.Pense!E se ele estiver armado? Eu vou morrer! Não, pense em algo, mulher!Angelina re
Zoe entrou correndo na sala, parecendo exausta e suada. Seus cabelos vermelhos haviam perdido o brilho, e seus olhos estavam vermelhos devido à maquiagem pesada. Mas, isso estava longe da pior parte. Debaixo da camada grossa de base, dava para ver as marcas de um enorme hematoma. Sua bochecha esquerda inteira estava inchada e seus movimentos eram um tanto rígidos devido à dor. Era óbvio que alguém a havia usado como saco de pancadas.Angelina ficou chocada. Nunca a tinha visto nesse estado. Era terrível!"Angel..." Zoe parou na porta, seus olhos verdes se arregalando. "O que... Porque você está aqui?" Ela parecia confusa.Antes que Angelina pudesse responder ou formular uma pergunta, Zoe a abraçou com força."Meu Deus... pensei que eles tivessem te levado..." Ela estava tremendo.Com preocupação, Angelina envolveu seus braços em volta de sua amiga, tendo o cuidado para não tocar sua pele machucada."Eu vim ver você." Ela finalmente conseguiu dizer, se afastando um pouco. "O que aconte