O tempo escorreu como areia movediça, escapando mais rápido que ela pôde imaginar.Levou muito esforço para se separar de Zoe e segurar as emoções. Se elas se encontrassem novamente, Angelina prometeu que responderia a cada pergunta.Agora, no entanto, precisava voltar para a mansão antes que sua ausência chamasse atenção.O pensamento ruim de que isso provavelmente já tinha acontecido, fez seu estômago congelar.Tentando se desfazer desses pensamentos sombrios, Angelina se apressou pelos corredores vermelhos.A sensação de formigamento em sua espinha fez os pelos de seus braços ficarem em pé.Você roubou o chefe da máfia.A voz dentro dela a lembrou.Você roubou o dinheiro dele.Ele já matou por menos que isso.Ela engoliu em seco. Não tinha mais volta agora.Se ele escolhesse jogar o corpo dela no fundo do mar, pelo menos ela sabia que era por uma boa causa. Nikolai era cruel quando estava com raiva. E isso certamente o deixaria com raiva.Angelina virou a esquina apressada e...Ela
Eles a forçaram pelo corredor. Alik se moveu primeiro, atento aos arredores, enquanto o outro homem garantia que ela não fosse embora.Uma de suas mãos ásperas estava pressionando seu ombro machucado, adicionando pressão sempre que ela olhava para as portas que passavam.Alik abriu a porta dos fundos do clube, gesticulando para eles irem primeiro. Angelina tropeçou com um empurrão violento."Vá e não pense em fazer nada engraçadinho." Ele a avisou, sem tirar o cano da arma de suas costas.Aquela coisa poderia explodir a qualquer momento, a colocando em uma cadeira de rodas para o resto da vida. Uma coisa era certa, ela não confiava naquele dedo nervoso no gatilho.O trio de traidores saiu do clube para o beco escuro.O lugar perfeito para descartar um corpo.O cheiro terrível de urina, lixo e vômito esconderia seu corpo em decomposição.No entanto, os dois homens pareciam ter planos diferentes para ela. Eles a conduziram além das caçambas verdes, empurrando-a ainda mais em direção à r
O silêncio pairava pesado. Asfixiante.Nenhuma palavra foi trocada durante a viagem de volta para a mansão. Ele não a tocou ou sequer a olhou com aqueles olhos tempestuosos dele.Normalmente, Angelina era quem evitava o olhar intenso dele, encolhida no canto mais distante. Mas, dessa vez, era ela quem estava dando olhadas para o rosto dele.As grossas sobrancelhas de Nikolai estavam tensas e seus lábios estavam comprimidos de uma forma que mostrava desagrado. Ele estava mergulhado em silêncio.Ela sabia que ele a pegou olhando para ele, mas não se importava. Ela se sentia muito ansiosa com aquela situação.Ele foi o primeiro a sair do carro quando finalmente o SUV parou na frente da mansão.O som alto da porta batendo atrás dele, fez ela dar um pulo.Ela foi inundada por uma dúzia de pensamentos terríveis do poderia acontecer quando ele descobrisse porque ela invadiu seu escritório e trancou um dos seus homens lá.Acho que já estou morta.Angelina virou a cabeça para o chão, tentando s
“O café da manhã está pronto!” A voz animada de Irina ecoou pelo quarto. O cheiro delicioso logo encheu o ar. Bacon com ovos. O estômago de Angelina roncou, sua cabeça se erguendo lentamente do travesseiro fofo.Dois dias depois, ela ainda se sentia dolorida. Nikolai manteve sua palavra.A noite de sua “punição” fez suas pernas ficarem tremendo até agora. Depois daquela sessão, ele a possuiu com brutalidade repetidas vezes.Contra a parede, no chão, na cama e até a seguiu no chuveiro para outra rodada.Seu corpo inteiro estava coberto de marcas de amor. Ele a reivindicou com seus lábios, dentes e toques fortes. O cheiro da colônia dele permanecia impregnado nos lençóis. Ela não viu quando ele saiu, mas por algum motivo seu coração doeu por não acordar com seu calor ao redor dela.“Obrigada.” Angelina murmurou, empurrando todos esses pensamentos para longe.Irina lhe deu um sorriso sabido.“Não precisa dizer. Ouvi o que aconteceu.” Sua expressão ficou séria. “Você realmente fez aquilo?
Nikolai estava sentado em sua mesa quando ela invadiu seu escritório. Os olhos dele imediatamente, se levantaram da tela de seu laptop. A expressão endurecida desapareceu quando ele a viu. Os lábios dele se abriram para cumprimenta-la."Você é um monstro." Ela o interrompeu. Sua voz era fria e vazia.Uma profunda preocupação se formou no belo rosto dele ao ver as lágrimas dela. Ela jogou o jornal nele, deixando cair em cima de sua mesa."Você é um monstro!” A jovem repetiu com indiferença."Isso é culpa sua. Dário... meu pai... as coisas que você fez com a Amanda e comigo." Ela soluçou com as palavras, forçando para fora de seus lábios. "Tudo é culpa sua. E pensar que por um momento eu-" Outro soluço abalou seu corpo. "Eu pensei que você pudesse ter...mudado. Que as coisas poderiam ser diferentes... Eu fui uma idiota. Você é um maldito monstro e sempre vai ser!”Angelina não esperou pela reação dele. Ela saiu furiosa de seu escritório, antes disso."Angel!" O rugido de Nikolai ecoou p
NIKOLAI. DEZ ANOS ATRÁS.O chão do velho galpão estava úmido e frio. O ar cheirava a mofo e sangue. Seu sangue.Nikolai sentiu o sangue se acumulando ao redor de seu corpo. Nesse momento, seu pai gritaria para que ele se comportasse como um homem.Você se machucou? E daí?, Era isso que ele diria.Seus olhos se fecharam.Pela primeira vez, ele estava em paz com seu destino. Uma morte calma e silenciosa.Era muito melhor do que a sua vida medíocre mesmo.Ele só tinha que esperar até desmaiar por perda de sangue.Qualquer outro garoto de quinze anos poderia se encontrar em uma situação muito melhor, mas ele não era apenas um adolescente comum. Ele era o herdeiro de um dos maiores líderes da máfia e estava prestes a liderar um Império de crime e violência.Sim, a morte parecia boa.Bang! Bang!“Dani! Seu idiota, fique quieto!” Uma voz distante e infantil sussurrou. Claramente pertencia a um menino jovem.“Não deveríamos estar aqui.”“Cala a boca. Você é um covarde? Vai ficar tudo bem!” Ou
A morte não deveria ser dolorosa para os que ficam. Mas, ela lembrava de tudo. A casa antiga onde cresceu, o calor do sol contra sua pele, as nuvens cinzentas dos dias tempestuosos e aqueles olhos cinzentos.Aqueles olhos que lembravam algo há muito tempo enterrado e esquecido dentro do seu coração.Eles a encaravam de volta das profundezas de sua memória, afiados, inflexíveis e tristes.E então, veio a dor, forte e muito real. Ela sentia dor por todo o corpo.Algo estava apitando de forma repetida ao longe. O som ficou mais alto, perturbando as frágeis imagens que ela estava criando em sua mente.Isso a trouxe de volta a realidade.Angelina sentiu um solavanco, um empurrão em seu peito, como eletricidade. Isso sacudiu todo o seu corpo e fez seus olhos se abrirem para um teto todo branco.A luz intensa doeu em seus olhos e, de forma estranha, a faz se sentir aliviada. Teto branco, paredes brancas, tudo branco.Seu peito subia e descia. Cada respiração doía, como se seus pulmões tivess
Angelina teve que limpar a garganta para não engasgar. "Você é aquele garoto do armazém. Você nunca me disse o seu nome."Nikolai a encarou, tenso. Emoções transbordavam dos seus olhos."Eu nunca esperava te ver de novo." Ele confessou. "Eu guardei nossa promessa em segredo. Eu esperava que não nos encontrássemos de novo. Assim você não veria o monstro que eu me tornei. Mas..." Ele hesitou. "Mas então você apareceu na minha boate. Pura e inocente, dançando naquele palco, como no dia em que te vi pela primeira vez. Eu fiquei com tanta raiva...""Por quê?" Sua voz tremia."Porque você não se lembrava. Eu fiquei tão magoado, que quis te destruir. Aquela promessa significava tudo para mim, e você..." Ele olhou para baixo, punhos cerrados. "Você esqueceu."Angelina estava sem palavras.Ele parecia muito triste, quase desesperado. Ela não podia negar os buracos em sua memória, criados por ela mesma.Durante muito tempo, ela lutou para esquecer as partes mais sombrias de sua infância. Sua mã