** dedicatória **

Dedico este livro a nós leitoras, meio Adeline Heily, meio Winter Ashby que vivem num paradoxo entre amar e odiar vilões de caráter duvidoso que odeiam todo mundo, menos suas obsessões.

** prólogo **

𝘾𝙀𝙉𝙏𝙍𝙊 𝘿𝙀

𝙏𝙍𝙀𝙄𝙉𝘼𝙈𝙀𝙉𝙏𝙊

𝘾𝘼𝙈𝙊𝙍𝙍𝘼

CASERTA- ITÁLIA

Junho de 2014

__ filho! Vamos?

A voz da minha mãe, me faz sair dos meus devaneios, como um choque de realidade ao perceber que não era um pesadelo, tudo que está acontecendo conosco.

__ é realmente necessário?__ questiono esperançoso para que ela negasse e me fizesse ficar.

Não queria ir, tão pouco deixá-la sozinha, principalmente na situação delicada que a nossa famiglia se encontra desde a morte do meu pai.

__ você, é o herdeiro, Lucius se foi e preciso que esteja lá e não aqui, não se preocupe comigo, ficarei bem.__ afirma deixa um beijo em meu rosto.

__ tem certeza?__ torno a questionar preocupada.

__ sim, além disso, prometo ir visitá-lo, agora vá! Faça o nome do seu pai jamais ser esquecido. __ incentiva e encaro os grandes portões do centro de treinamento.

Papai contou que uma vez dentro desses portões, só conseguirei sair quando as boas lembranças forem retiradas, para que me torne um imponente, digno de ser o seu herdeiro, mas a minha mente só me levava a um lugar, da qual eu não poderia pensar de maneira alguma, principalmente agora, é doloroso entrar aqui sem ao menos tê-la abraçado uma última vez, sem ter me despedido dela.

A filha do maior inimigo que meu pai já teve, a menina dos olhos mais azuis que já vi na vida, me apaixonei de imediato.

Só que o pai dela rompeu a nossa amizade e tinha todos os motivos plausíveis para isso, porém, eu sentia a sua falta, assim como o ar que respiro.

Me forço a pensar que isso já não importa mais, só espero nunca esquecer do seu olhar doce e sorriso tímido, são lembranças que tem um pedaço de mim. Talvez fosse passageiro, já faz um ano que não a vejo, e ainda continuo pensando nela.

Deixo um último beijo no rosto da minha mãe, que me envolve em um abraço caloroso, com este é o terceiro que recebo desde que nasci.

__ tenha força e perseverança, quando pensar em desistir, lembre-se, o seu pai o queria aqui, você nasceu para isso, para ser grandioso. __ me encoraja e suspiro, tentando parecer confiante.

__ sim mãe, não se preocupe, não irei desistir, farei tudo por vocês. __ explico, mesmo estando ciente de que" bem" não era a melhor palavra para definir o que seria de mim de hoje em diante, mas afasto esses pensamentos ao ouvir o ranger dos portões, viro-me e encaro dois homens estranhos.

__ ele está pronto?__ o mais alto questiona e sinto as mãos da minha mãe pressionarem meus ombros.

__ sim, vá filho, nos dê orgulho, para tirar nosso nome da vergonha.__ incita e respiro fundo outra vez antes de me juntar aos guardas, o barulho dos portões fechando, causaram arrepios em meu corpo. Os homens me levam até a minha acomodação.

É um quarto pouco confortável, uma cama pequena, um cobertor barato e uma farda.

Deixo para analisar as paredes recém pintadas depois, porque ouço a voz do guarda mais baixo, de cabelo castanho escuro.

__ sabe onde está? __ questiona e assinto.

__ bom garoto, amanhã começa seu treinamento, as seis o alarme toca, e se não estiver fora do alojamento, será castigado.__ alerta e não deixo transparecer o meu nervosismo.

Meu pai contou-me como funciona tudo por aqui, me falou sobre esta parte do treinamento em específico. Lembro de ter mencionado que a mente deve estar sempre limpa longe dos torturadores, para não usassem meus medos contra mim. Só que agora, isso não faz sentido algum. Como manter a mente sã, se a minha vida desmoronou da noite para o dia logo após sua morte, minha família perdeu tudo e também o prestígio, mas o que me irritava era não terem pegado o culpado, só estou entrando um ano antes do nosso combinado para quando sair, caçar o homem que tirou tudo de mim e fazer o mesmo com ele.