POV: HARVEYSai da casa mutando para minha forma lupina, corri tão rápido que as patas pareciam queimar a cada passada, fui em direção ao vale das pedras onde espelhos mágicos foram erguidos conforme minha ordem. Quando comecei a perceber a maldição e o domínio de uma fera dentro do meu ser, compartilhando meu corpo, minha mente e minha alma!Parei, ofegante, encarando meu reflexo de frente e nas laterais dos espelhos.— APAREÇA, FERA MALDITA! — Rugi impacientemente.— Alfa... Você parece nervoso. — Riu o demônio — Por que tanta hostilidade?— Você sabe muito bem o motivo. O que queria com minha Luna? — Brandei, enfurecido.— Não sabe dividir um brinquedo? Que atitude feia para um rei Lycan! — Gargalhando, a Fera parou do outro lado do espelho.— DEIXE DE JOGOS! O que queria ao dominar meu corpo durante meu momento íntimo com minha Luna? — Rosnei, cerrando os punhos, minhas presas ameaçadoramente à mostra.— Você não me parece o tipo ciumento. — Ele brincou — Queria compreender o sabo
— Alfa... — De cabeça baixa, o ômega se aproximou tremendo.— O que um lobo insignificante como você quer? — Rosnei impaciente.— Perdão, meu rei... — Tremendo, Lukas respondeu gaguejando — A bruxa solicitou sua presença no círculo sagrado perto das margens do rio de cura da nossa Deusa; ela disse que é urgente!— Parece que tudo aqui se tornou urgente. — Rugi irritado — Suma da minha frente!Em um piscar de olhos, o lobo saiu correndo, desaparecendo. Segui até o local, vendo Sophie presa às correntes mágicas fincadas nas pedras, tentando a conter. Ela parecia possuída; até mesmo seu cheiro estava diferente. Erguendo a cabeça em minha direção, vi os olhos cobertos por uma escuridão sombria, no canto dos lábios uma gosma preta escorria.— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — Rugi, me aproximando rapidamente em minha forma Lobisomem.— Não é o que está pensando, Rei Lycan. — Elara se apressou ao responder.— Diga, bruxa anciã, o que estou pensando? — Rosnando, parei em frente a ela com as pre
Soluços ecoavam no ambiente escuro, enquanto calafrios percorriam como um sopro de vento que nos envolvia. Até que, em meio ao silêncio, um som cortante chamou nossa atenção.— Por favor, por favor, eu não aguento mais... — A voz de Sophie estava embargada, carregada de sofrimento.— Por aqui! — Rosnei irritado.Avançamos em direção a um local mergulhado em sombras de preto e cinza, onde a luz era escassa, revelando poças dispersas pelo chão. Ao fundo, um trono se erguia, ocupado por uma presença maligna que observava a híbrida acorrentada ao chão, as correntes emergindo das águas escuras.— Malditos, SOLTEM-NA! — Rugi estrondoso, atraindo a atenção das sombras que a cercavam. O ser misterioso no trono inclinou a cabeça para o lado.— Olha só, temos visitantes! — Ele disse enigmaticamente — Não são apenas visitantes, temos diante de nós o ilustre Alfa, o rei Lycan amaldiçoado. Que deleite e honra o conhecer pessoalmente!A criatura sombria esboçou, ao que parecia, um sorriso horripila
— Droga! — Lambert gritou, meio manco, aproximando-se — Como vamos sair daqui e limpar a mente da minha criança?Acariciando os cabelos de Sophie, ele a encarou e seguiu para me olhar.— Odeio esses Deuses... — Rosnei ciente do que seria necessário ser feito, rugi alto — DESTINO, FAÇO A ESCOLHA QUE PRECISA SE LIVRAR MINHA LUNA DAS SOMBRAS!Nenhuma resposta foi ouvida; gargalhando, o rei sombra parou à nossa frente, divertido.— Até mesmo aquele covarde receia as sombras! — Brandou a entidade erguendo as garras para nos rasgar.— É mesmo? — A voz empoderada do Destino, junto com sua intensa luz, preencheu o ambiente, fazendo as sombras ao redor correrem em gritos com medo. — Pelo que me lembre, em nossa última batalha, você fugiu escorregadio para o buraco de onde saiu com o rabo entre as pernas.— Não se gabe, sabe o motivo pelo qual declinei nossa pequena desavença. — O rei sombra puxou o braço de volta da luz que o clareava.— Fraqueza era o motivo, quer continuar de onde paramos ou
Sophie deslocou seus quadris para mais perto, colando nossos corpos. A pele, antes fria, adquiriu um calor compartilhado no momento, revelando sua doçura, mesmo após enfrentar tantos desafios.— Harvey... — Sussurrou ela, mordendo os lábios inferiores.— Sophie? — Sorri, liberando delicadamente sua boca enquanto meu dedão a acariciava.— Eu preciso... — Sophie, com as bochechas levemente coradas, deslizou as mãos de maneira ousada por meu tórax descoberto, descendo até a barriga. Sorrindo, suspirei enquanto ela subia as mãos até meus ombros, ficando na ponta dos pés, envolvendo os braços em meu pescoço. — Preciso sentir algo além da dor.Roçando os dentes nos lábios macios e carnudos dela, contive um rosnado ao sentir o aroma dos hormônios de Sophie envolvendo o ambiente. Sua proximidade me excitava instantaneamente.— Híbrida, você ainda precisa se recuperar! — Balancei a cabeça, deixando os lábios dela e seguindo para a bochecha, depois para o pescoço, onde depositei pequenas mordid
— VOCÊ FEZ A ESCOLHA, LYCAN, NÃO ACEITO ESTE DESTINO! — Rugiu a fera em minha mente, lançando-nos impiedosamente na água gélida.A correnteza se tornava avassaladora; era uma luta árdua nadar contra ela. O frio penetrante fazia com que as articulações se enrijecessem.— Tentando antecipar sua morte, antes mesmo de cumprir o seu destino, rei Lycan? — A voz da Deusa Lua ecoou pelo ambiente.— Deusa, se não se importa, estou um pouco ocupado agora. — Rosnei, nadando em direção às margens, buscando escapar das investidas da água tumultuada enquanto as presas se chocavam.— Em momentos como este, meus súditos costumam clamar por minha ajuda, Alfa. — A voz da deidade adquiriu um tom mais próximo, como se ela estivesse se aproximando.— Eles costumam fazer isso antes ou depois de terem seus destinos moldados pelos caprichos dos Deuses? — Brandi ofegante ao emergir da água, sacudindo os pelos encharcados para livrar-se do frio implacável.— Você sempre foi um lobo teimoso, desde filhote. — Na
POV: SOPHIEContemplei o rio, observando-o partir rapidamente, enquanto meu reflexo na água delineava cada nova cicatriz em meu corpo. As extensões e elevações marcadas não eram apenas feridas físicas; compreendia agora, como havia lido no livro sagrado, que a rápida cicatrização da pele de um lobisomem não garantia o desaparecimento das marcas.Respirei profundamente, encarando o céu e permitindo que lágrimas escorressem por meu rosto. A dor não se limitava ao meu corpo; minha alma e emoções estavam destroçadas. Questionava até quando suportaria essa batalha.Estendi os braços, observando as marcas das correntes. Embora invisíveis aos olhos humanos, eu as sentia em meus ossos. A sensação constante de prisão e sufocamento me envolvia.— Como posso esperar que ele me deseje se mal consigo aceitar as condições em que me encontro? — Suspirei para mim mesma, fechando os olhos enquanto lágrimas escorriam.Saí do rio sagrado, pegando a toalha reservada junto às roupas em um baú próximo às m
— Por que está do lado dela? — Gritei, explodindo em fúria — Como pode, papai? Se sabe mesmo de tudo!— Sophie, se sua irmã fosse assim sempre, não teria ido até você em busca de amparo... Ela lhe entregou o filhote, você era a única pessoa em quem ela confiava. — Lambert gemeu, sentindo a magia se desfazer, levando-o ao estado espectro novamente. — Minha menina, ao menos, tente considerar essa ideia.— NÃO É JUSTO COMIGO! — Gritei, transformando-me em loba e correndo sem destino pela floresta.Corria tão rápido que sentia minhas patas queimarem, o ar gélido ardia em meus pulmões, e minhas orelhas balançavam a cada brisa fria que tocava a pelagem. Lágrimas escorriam, molhando o caminho por onde passava. Mesmo ainda machucada e cansada, não queria parar de correr; precisava me sentir livre, necessitava aliviar a sensação de estar acorrentada ao caos.Repentinamente, dei de encontro com um lobo grande, prateado com força, gemi de dor ao perceber que rolamos montanha abaixo entre as árvo