Depois de chegar a rápida conclusão de que a pedra não havia sido pega pela Latakara, decido sair do templo apressada, com Malek e Utae no meu encalço.
— Quem você acha que foi? — questionou Malek enquanto saíamos.
Aquele beijo me lembrou bastante do Kameel. Foi como beijar ele de novo, coisa que chegava a ser estranha. Há tempos eu tento não focar meus pensamentos no Kame porque tenho medo das lembranças ruins que acompanham nossos bons momentos. Entretanto, lá estava eu, sentindo aquele calor familiar e único que me fazia sentir aconchegante.Encerrei o beijo ao perceber que loucura estava fazendo. Afinal, eu estava beijando o Malek. O detestável Malek. Só pode ser obra dessa maldita Conexão. Essa mesma coisa fez o Tanay acabar me beijando. Comecei a ficar vermelha a medida que afastava nossos rostos e o encarava.— Tá bom, essa foi a cena mais estranha que eu já vi na minha vida — declarou Utae, se virando para contemplar a paisagem catastrófica ao nosso re
Não sei por quantas horas andei seguindo aquela trilha de cinzas. Só sei que ela acabou me levando a uma parte meio sombria daquela gigantesca floresta. Era mais densa ao qual estávamos antes e sons estranhos vinham de dentro dela.É aqui mesmo que você quer que eu esteja, Malek?, em vão tentei me comunicar com ele. Pouco depois de ter começado a caminhada, perdemos o contato.Durante o trajeto, eu tive sim esperança de que Utae me seguisse, porém, ao criar coragem para olhar pra trás, descobri que estava sozinha naquilo. Utae havia me abandonado para seguir o próprio caminho. Isso doeu seriamente no meu coração, afinal, eu ainda o considerava um irmão. Passei a mão no colar. Faltava apenas uma pedra. Eu ainda poderia voltar e procurar a pedra Elemental, mas não qu
Por diversos segundos meu corpo paralisou-se de medo. Aquele monstro fazia minhas pernas quererem bambearem e a deusa, céus, eu tinha noção de quanto poder ela possuía — e se aquele sonho maluco dela tivesse correto, a mesma havia enfeitiçado meus pais para que acreditassem que eu estivesse viva! Hécate era de fato perigosa.— Não vai vir se sentar? — questionou a deusa.Malek negava desesperadamente com a cabeça.Precisamos de um plano, tentei falar com ele mentalmente.Ah, se eu fosse você não utilizava isso na minha presença. Use a sua boca, quem respondeu na minha cabeça foi Hécate e isso me fez engolir em seco. Tudo bem, eu tinha que arranjar outro jeito de me comunicar com Malek. Tínhamos q
Embora meu elemento principal fosse o gelo, agora, controlando o fogo, sentia como se eu fosse a rainha dele e estivesse colocando tudo o que não prestasse pra fora. Os gritos dos Ctónicos acabaram se tornando música e um pequeno sorrisinho para mim mesma foi tomando forma em meus lábios. É verdade quando dizem que quando você mata uma vez, acaba se acostumando em ser um assassino.— Acho que já matamos todos — ouvi a voz do Malek distante.Eu ainda permanecia com os olhos fechados, sentindo o poder correndo nas minhas veias. Era a mesma sensação de quando matei o Minotauro. A sensação de invencibilidade. Uma incrível sensação. Porém, agora, o poder corria mais intenso como se eu fosse me partir ao meio para me tornar apen
Eu e Malek passamos alguns dias cuidando do dragão ferido. Como ainda tínhamos um pouco de gaze, acabamos por enfaixar todo seu rosto que eu acabei selando com um pouco de magia pra que não acabasse se deteriorando por causa da quentura da sua pele.Nesse tempo, descobrimos que a sua lerdeza vinha da sua idade. Ele era bem velho e isso deixava seus movimentos limitados — fora o fato de suas asas não puderem ser abertas por causa das árvores. Não fazíamos ideia de como ele havia vindo parar aqui. Minha teoria é de que ele tenha pousado por um tempo, no exato momento em que o elemento da terra assumia o controle de tudo. Depois disso não deve ter conseguido mais escapar.O dragão de estimação também acabou ganhando um nome: Kame. Não qu
Depois de ter lutado ferozmente contra o Leão de Nemeia e ter nos mostrado a grande caça que havia trago pra mim e Malek, Kame caiu num sono profundo. Indicando o quanto estava exausto. Ele só veio acordar uns dois dias depois. Enquanto descansava, eu e Malek nos banqueteávamos por causa da farta caça que tinha trago. Nunca tinha comido tanto numa só noite naquele jogo.Kame acordou bufando e eu acariciei sua cabeça antes de dizer:— Se sente melhor agora, dorminhoco?Ele bufou novamente e eu só pude interpretar aquilo como um "sim".Durante os dias que Kame esteve apagado, eu e Malek começamos a bolar um plano pra poder conseguirmos capturar a última pedra El
A Esfinge não passava de uma mulher-leão alada. Seus dentes afiados se abriam num sorriso — naquele instante eu me perguntei o motivo dos monstros sempre adorarem sorrir, principalmente para mim. Ela não era feita de blocos de areia como no Egito, mas de pele dourada de leão. Seus cabelos platinados caíam pelas suas costas felinas e o seu rabo de cobra descansava ao seu lado, coberta pela asa de águia.Os olhos castanhos famintos percorreram sobre mim e Malek. Saliva escorreu no canto da sua boca antes dela dizer:— Decifra-me ou devoro-te.Abri um pequeno sorriso, convencida de que seria fácil. O enigma era sempre o mesmo, então era só relaxar, dar a resposta correta e poderíamos passar numa boa.
Não sei o tempo exato que levou para chegarmos a localização da pedra Elemental da Terra, só sei que quando Kame pousou, eu ainda estava adormecida. Quem acabou me acordando foi Malek.— Acabamos de chegar, Kary — disse ele enquanto me cutucava.Resmunguei por ele ter me acordado, porém, aos poucos fui abrindo os olhos, me acostumando à escuridão do local. Tudo era iluminado pela lua e eu tive que forçar os olhos para conseguir enxergar o chão que Kame havia pousado. Logo saí da montaria, sentindo o chão firme sobre a minha bota de metal.Segundos depois Malek estava ao meu lado.— De acordo com o mapa, é aqui mesmo — informou o