A porta do meu quarto foi aberta, a minha mãe me pediu para ficar na cozinha e terminar de preparar o jantar, ela ficou andando pela casa a tarde toda, até que subiu novamente e espirrou um pouco mais do seu perfume caro no pescoço.
Eu fiquei ao pé do fogão e terminei de preparar os pratos, fiquei imaginando o que aconteceria, caso ele não viesse, pois ela estava tão animada que nem reparou nas roupas que eu estava usando, camiseta branca e jeans largos, o velho all star amarelo nos pés e os brincos de Saturno que ganhei no verão passado.
Depois ela retornou para cozinha e viu o relógio novamente, sentou-se, arfou cansada e sorriu para mim. Ele não havia chegado... O papai estava oito horas atrasado.
“Filha, você pode comer se quiser, talvez o avião possa ter atrasado ou coisa assim." Ela disse, tentando fingir que não se importava caso eu viesse a comer, mas era mentira, pois a mamãe me puniria caso eu comesse o delicioso jantar que ela havia preparado para o seu
Essas são as minhas últimas palavras sobre O menino do Pijama Listrado;(Isso pode conter spoiler)O Bruno morre no final e o Shmuel também.Os dois morrem juntos, de mãos dadas porque um confiava no outro e isso era suficiente. A Segunda Guerra Mundial foi uma merd** que matou muitas pessoas. Os seres humanos matam uns aos outros por poder, você sabia disso?Eu terminei de ler o livro naquela mesma noite, confesso que cheguei a chorar nos últimos versos do livro, foi uma ótima leitura, porque aliviou-me por um tempo.Era um otimo livro com uma mensagem significativa no final.Eu queria muito poder mudar o rumo das coisas, assim como viramos as páginas dos livros, mas a minha vida, ela é um conto aterrporizante de uma adolescente magricela com sardas no rosto, orelhas grandes e uma família ironicamente perfeita.
A mensagem do Andy me causou diversas emoções, eu demorei para respondê-lo e quando finalmente respondi, ele não mandou mais mensagens.Lembro-me de ter enviado;De: KristenD2@outlook.comQuando ele virar a esquina, eu estarei lá também.Para: Astronauta21@outlook.comEsperei por ele visualizar a mensagem, esperei horas, minha única esperança de que aquela noite terminasse bem era se ele respondesse, mas o Andy não respondeu, ele não visualizou, ele simplesmente desapareceu de novo.Foi então que comecei a ler compulsivamente, todos os capítulos de uma vez, em um único dia. Quando o sol apareceu naquela manhã de sábado, sentei-me na poltrona perto da janela e vi um táxi estacionado na frente da nossa casa.Verifiquei as mãos do relógio e concluí que não passavam das 6:30 da manhã e que o táxi só poderia levar uma pessoa... O meu pai. Ele deixou o carro segurando uma maleta e o mot
Sentada nos degrau da escada do colégio, com uma maçã no colo, abri o livro que o Andy me emprestou e li o título em um sussurro:“As Vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky”Coloquei-o a altura dos olhos depois encarei os alunos no pátio e analisei o mundo lá fora... Sim, talvez eu tenha um sentimento em ser invisível.Eu estava tão animada para lê-lo, assim como eu fiquei com o outro, eu sei que no final, vou me sentir bem em ter que contar ao Andy como foi a sensação de lê-lo, mas não é só por causa disso, sei que este livro me fará ver o mundo com outros olhos e que podemos encontrar alívio na leitura mesmo quando tudo está em cinzas.
A mamãe, o papai e eu assistimos a mais um jogo de baseball na segunda-feira, dessa vez foi diferente, pois pela primeira vez na minha vida, eu consegui sentar-se no sofá sem que nenhum deles me fizessem levantar para lavar os pratos ou me mandasse subisse para o quarto. Eu não prestei muita atenção no jogo porque o meu pai ficou conversando com a minha mãe sobre os negócios e que haveria uma promoção extra no trabalho dele, mas eu sei que os Donald ganharam e que o meu primo não jogou, deve ser por isso que meu pai não prestou muita atenção.Quando o jogo acabou, minha mãe desligou a televisão e voltou para o lado do meu pai no sofá. Sua cabeça estava encostada no peito dele e as mãos no colo, ela parecia tão feliz ... Às vezes eu me pergunto: “É possível pensar que você está feliz quando na verdade, não está? Eu estou errada ou as pessoas como minha mãe, acostuma-se com o pequeno amor que elas ganham?”Talvez eu seja apenas como minha mãe, para me acostumar com as mesm
Estar lendo “As Vantagens de ser Invisível” tem sido uma coisa incrível para mim, eu não consigo explicar o porquê, mas a cada página que eu viro, acabo ficando cada vez mais apaixonada pelo personagem Charlie e a sua maneira única de ver o mundo, sua apatia sobre determinadas situações me faz entender como é se sentir deslocado e que talvez eu possa ser como ele, não consigo imaginar como deve ser comer maconha - mesmo que seja por acaso-, mas queria saber como é ter amigos reais como o Patrick e a Sam ou como é andar por um túnel escutando uma boa música.Eu disse ao Andy que eu realmente gostei do livro e que não consigo parar de ler quando eu começo, ele me avisou para ir mais devagar, porque para ele, a melhor leitura não é a que você leu rapidamente, como fizemos no fundamental para competir com nossos colegas sobre quem poderia ler em menos tempo, de acordo com a teoria dele, a melhor leitura é aquela em que lemos devagar, apreciando cada estrofe, verso, vírgula e perío
Um rangido e dois sentidos: a porta da frente e a dos meus pais.Nesse momento eu sinto vontade de fugir, é uma vontade maior do que a última que tive, mas quero senti-la, eu quero ir... quero sentir que posso ser muito mais que um silêncio, quero sentir algo...Eu quero fugir... Para onde? Eu não sei, eu diria para qualquer lugar, pois tudo vai doer em tamanhos absurdos até que não seja mais nada, o seu corpo vai doer, seu cérebro ... basicamente tudo.Você já sentiu esse sentimento? Que o seu corpo doeu e você não sabia qual era o motivo dessa dor? Eu me sinto assim todos os dias. Quando eu me levanto pela manhã e escuto os meus pais discutirem na cozinha sobre o meu irmão ou sobre mim, quando suas conversas se transformam em brigas, sinto que é minha culpa.De alguma forma, o meu cérebro sempre me diz que tudo o que faço é insuficiente e que estou fazendo as coisas darem erradas.Eu ando pela cozinha e na sala de estar, eles não me viram sair, a minh
Durante a sessão de fotos, notei como as pessoas são capazes de disfarçar suas dores quando são fotografadas, um exemplo disso é a Eleanor, que vomitou no banheiro 15 minutos antes de ser chamada para a tela preta e conseguiu fazer que todos acreditassem que as coisas estavam bem quando de fato não estavam. Eu aprendi que os adultos não são os únicos capazes de mentir, nós, os adolescentes, também o fazemos muito bem.Quando chegou a minha vez, o profissional fotográfico me fez sentar em uma cadeira no meio de um fundo preto e me pediu para virar minha cabeça sem cair, para endireitar meus cabelos sem cobrir o meu rosto e sorrir sem parecer falso. Eles me deram uma placa com o ano em que estávamos e peguei três fotos: Uma com a placa de 2017, outro sem a placa e o último com um sorriso falso publicitário de televisão.Todos nós estávamos assistindo a um show realmente ruim onde sair bem em uma foto foi o principal objetivo. Não importa se alguém em sua família morreu, se
Ao chegar nas penúltimas páginas do livro, acabei percebendo que fazia horas desde a última vez que ouvi um zumbidos vindo lá de baixo.A minha mãe desistiu de me deixar sair do quarto, porque sabia que tinha perdido o contato comigo quando ela me bateu.A leitura me fez pensar em coisas, coisas que eu pensava que nunca pensaria. Como, por exemplo, minha vontade de fugir de casa.Como no livro, houve um tempo em que o Charlie teve que fazer escolhas e eles fizeram dele quem ele era. Ele conheceu amigos, se apaixonou pela Sam, se envolveu com o Patrick ..., Mas de vez em quando, assim como eu, o Charlie deixou alguém tomar decisões por ele. Porque sempre foi assim, desde que sua tia Helen morreu, ele sempre se sentiu como um ponto no meio do nada, sendo movido com a pessoa que o escondeu.Os meus pais são como a tia Helen do livro. Eles são extremamente importantes para mim, mas, ao mesmo tempo, eles são extremamente sugadores da minha liberdade.Não pos