O instinto de Marcus alertava que não seria prudente adentrar sem cobertura, especialmente com dois grandes chefes de máfias temidas a caminho, trazendo consigo uma forte segurança e inteligência voltadas para o crime. Marcus estaria vulnerável. No entanto, sem tempo para a prudência, eles navegaram paralelamente a outras pequenas embarcações pesqueiras, aproveitando a escuridão da noite para se camuflarem. Ao alcançar uma distância segura da embarcação, Marcus mergulhou seguindo a corrente da âncora. Subir por ali seria fácil; ele conhecia o barco, já havia estado nele a serviço do cartel. Portanto, não seria complicado entrar. Marcus só desejava acreditar que sair também seria. Fazia parte do treinamento de Marcus e Ghost conhecer todas as entradas e as possíveis rotas de fuga em todos os ambientes onde entravam. Naquele barco, um enorme salão na proa era o ponto de observação, onde homens permaneciam alertas, mãos nos coldres e olhos treinados vasculhando todas as direções. Mar
— Por que será que não estou surpreso? — indagou o agente, cuspindo com desdém. — Bem, talvez seja porque você é tão previsível quanto o sol nascente. E isso me faz pensar que você é ainda mais estúpido do que eu imaginava. — Nunca me surpreendo, está no meu “DNA”, puxei da mamãe, sabe? — zombou debochado enquanto era empurrado em direção ao convés. — Inocência minha acreditar que eu encontraria uma pérola em uma pocilga. Analú agarrou a mão de Marcus e ele apertou a dela com carinho, dizendo que tudo ficaria bem, e embora Analú não pudesse acreditar, ela sorriu em resposta. — Politseyskiy prizrak?* — alguém disse em russo impecável. — Sergey Polonov, de volta dos mortos! — Marcus respondeu com ironia. — há quanto tempo! A presença do homem diante deles era impossível de ser ignorada. Sergey olhava para Marcus com uma expressão vitoriosa. Era um homem de boa aparência, com olhos penetrantes e dominadores, emanando uma aura extremamente assustadora. O russo trajava um elegante ter
Forçando-se a se manter lúcido, Marcus tentava contabilizar os ferimentos. — Dois tiros; um no ombro e um, no peito? Confere! Quatro ferimentos à faca? Confere! Corrente, pancadas, ser arremessado contra paredes? Confere! — Porra, só isso e já está desmaiando, meu velho? Precisa diminuir o passo, hora de acordar Marcus, amigão, sua garota está em perigo. — repetia para si mesmo na tentativa de manter-se lúcido. Marcus lutou contra a escuridão que envolvia seus sentidos, sua mente lutando para emergir da névoa de dor que o envolvia. Tentou abrir os olhos, mas eles se recusavam a obedecer, não apenas por estarem inchados e machucados, mas também por uma sensação de exaustão que o puxava para baixo. Quando finalmente conseguiu erguer a cabeça, percebeu a extensão da situação. Foi então que a voz potente de Mario cortou o ar, trazendo-o de volta à realidade com um chute violento em seu pé ferido. Marcus se viu cercado por cinco homens armados, sua mente trabalhando freneticamente para en
Marcus derrubava homens no caminho que caiam como fruta madura em dias de ventania, ele apenas atirava seguindo seu instinto. Naquele momento ele estava irreconhecível, como alguém que não vivia mais para ele. Marcus respirava por ela, seu coração batia para salvar aquela que o fez vivo. Marcus atirava, batia, quebrava braços pernas e pescoços dos que ousavam atacá-lo. Golpes de luta adormecidos eram trazidos de volta à vida. Seu corpo ferido reagia pedindo clemência, seus ferimentos sangravam, mas Marcus não pensava em mais nada, nada além do que cruzar a porta que estava entre ele e seu maior inimigo. Homens eram arremessados contra as janelas da embarcação, outros caiam com as rajadas das armas automáticas e submetralhadoras que o agente pegava dos corpos como despojo de guerra. Cheio de adrenalina, Marcus se lançou contra a porta que cedeu a ele, revelando um enorme salão já preparado para a cerimônia. Sergey segurava Analú prendendo a parte da frente de seu frágil corpo e enquan
O Nascimento de Ghost O garoto parou no alto da escada e olhou para baixo com um sorriso desafiador nos lábios. Acenando freneticamente para a plateia que o encarava, pronta para interferir em sua ideia brilhante. Bem, pelo menos um deles, porque o outro piscava cúmplice para ele enquanto fazia sinais positivos com as mãos. Claro que com a boca fingia concordar com sua parceira. — Paul Corsby, não se atreva! — gritou a mãe. — Filho, obedeça a sua mãe! — disse o pai, embora não tenha soado muito convincente. A mulher olhou carrancuda para o marido, mas sua atenção voltou-se rapidamente para o menino no momento em que ele se sentou no corrimão. O pequeno serelepe ergueu as mãos tão alto quanto pôde e soltou seu pequeno corpo, escorregando até cair nos braços de seu pai orgulhoso e de sua mãe aflita. O pequeno estava radiante, feliz porque era um dia especial para ele. Era dia de um de seus muitos aniversários, quatro para ser exato. Seu pai dizia ser apenas um homem até conhecer a su
Assim como o pai, Paul amava a tecnologia e havia se dedicado muito para se tornar o melhor em sua área. Aos vinte e três anos, já fazia parte do FBI e dois anos depois estava em Quântico, onde começou um treinamento que o tornaria agente especial para o trabalho de campo, incluindo espionagem, treinamento com explosivos, além de ser bom com armas. No entanto, as guerras dentro dele precisavam de mais do que serviços burocráticos para serem aplacadas. Paul manteve viva a promessa que havia feito a sua mãe, não permitiu guerras dentro dele o consumissem, não por desejar a paz mundial, mas por decidir lutar contra aqueles que trouxeram as guerras para dentro dele. Paul lutava contra a máfia. Apesar de ter um bom condicionamento físico, Paul não era hábil em atividades que demandassem força muscular. Ele sempre preferia usar a inteligência e a tecnologia a seu favor, e elas sempre foram mais do que suficientes para mandar muitos bandidos para a cadeia ou para o inferno. Um dos maiores d
À medida que a investigação avançava e o confronto final se aproximava, Paul e Marcus se preparavam para enfrentar seu inimigo mais formidável até então: Sergey Polonov. Determinados a fazer justiça pelas vítimas e acabar com a ameaça representada pela máfia russa, os dois agentes estavam dispostos a arriscar tudo para alcançar seus objetivos.Enquanto isso, nos bastidores, forças ocultas tramavam para impedir seu progresso e proteger os interesses corruptos que sustentavam o submundo do crime. Mas Paul e Marcus estavam determinados a prevalecer, custasse o que custasse, pois sabiam que a justiça era mais do que uma questão de lei — era uma questão de honra e dever.Assim, com coragem e determinação, eles seguiram em frente, prontos para enfrentar o desafio final e colocar um fim às atividades criminosas que assolavam a cidade. O destino deles estava entrelaçado com o destino daqueles que buscavam proteger, e juntos eles lutariam até o fim pela causa em que acreditavam.Durante o desm
A beira da obsessão era assim que Paul, e seu parceiro e melhor amigo, definiam o empenho deles em encontrar Sergey Polonov e fazê-lo pagar por seus crimes, de um jeito ou de outro. A determinação era palpável, como se uma chama ardente queimasse dentro deles, consumindo-os com a necessidade de justiça. Cada pensamento, cada ação girava em torno da busca por Sergey Polonov, o homem que havia causado tanto sofrimento. Paul, observando de perto, via essa busca transformar seu amigo em uma versão intensificada de si mesmo — uma pessoa motivada não apenas pela vingança, mas também pela necessidade de encerrar um capítulo doloroso de suas vidas. Porém, Paul também se preocupava. Ele entendia o desejo de Marcus por justiça, mas via os limites sendo esticados. A linha entre determinação e obsessão começava a se tornar borrada. Ele se perguntava até que ponto Marcus estava disposto a ir, talvez tão longe quanto o próprio Paul. E tanto um quanto o outro, temiam essa busca incessante, acabaria