Samuel Lewis Morris.
Ela me olhava pasma, como se esperasse que ao beliscar o seu braço eu fosse apenas sumir. Ela fechou a expressão quando lhe sorri e imaginei que estava mesmo odiando que eu estivesse ali. Mas em que outro lugar estaria? Em meu apartamento que parecia tão vazio, sobre corpos de outras mulheres – que não eram nem mesmo um décimo do quanto ela era minha – ou ainda em meu querido laboratório que era onde tudo aquilo tinha começado?
Na verdade, não imaginava estar em outro lugar senão com ela naquele exato momento. Não queria estar. Claro que ela tinha sido clara, perfeitamente clara ao me negar por mais uma vez. Claro que ela tinha sido clara quanto ao fim daquilo, de nós. Mas desde quando levava com seriedade algo que Marcela me dizia? Desde quando eu a obedecia, aceitava os seus nãos?
Ela a
Agora, ele estava lá embaixo. Eu ouvia o som de suas risadas em um papo bem animado com minha mãe enquanto o meu coração disparava. Claro que o meu pobre coração estava disparado. Seu professor que é um deus grego da beleza, insuportável, canalha, cafajeste, egoísta, mentiroso e manipulador está em sua casa. O problema?Você está perdidamente apaixonada por ele. O problema maior? Ele é um filho da puta que não consegue se manter dentro das calças e que não conseguiu se manter fiel a alguém como você e decidiu se casar com outra mulher enquanto diz te amar. Ele é a droga do filho dos seus padrinhos, alguém que foi criado ali naquela casa, alguém que você tinha como um ídolo, como o planeta ao qual você servia de satélite.Lá estava eu, sentindo o meu estômago doer e tendo a certeza que n&a
Samuel Lewis MorrisTinha certeza que a humanidade tinha realmente algo contra mim. Bem, ou isso ou eu estava pagando os pecados de todas as minhas vidas anteriores – e eu deveria ter pecado muito e ter vivido muito. Claro, por que quando as chances de dar certo são quase nulas, ainda há jeito de torna-las nulas de um vez. Eu deveria saber disso.Assim, não que a situação já não fosse super confortável. Claro que apenas com Marcela desejando arrancar o meu coração ainda batendo de meu peito e o esmagar perante os meus olhos não era tão ruim assim. Por que não piorar as coisas? Vamos chutar a porra do balde da vida de Samuel Morris só para ver se ele consegue dar a volta por cima e se recuperar? Realmente adoravam me testar.Eu estava preparado para pessoas pulando com as câmeras para gravar minh
Eu olhei para Marcela que me olhava com a testa franzida, formando um vinco de preocupação ali. E, afinal, o que eu tinha ido fazer ali, eu não tinha feito. Senti-me extremamente frustrado, não só porque não tinha conseguido explicar que o anel era só como devolução, mas porque a tinha colocado em maus lençóis. “Nos” tinha, isso se ainda existisse mesmo um “nós”.Eu dei as costas para todas as pessoas na mesa – e para ela – com um estranho aperto em meu peito. Não que eu achasse que Marcela fosse mesmo para Londres – ela parecia mais assustada que eu com a ideia –, mas desconfiava que as ameaças de Emma eram bem mais que isso. Bem, a Califórnia não era tão longe como Londres e, talvez, pudesse arranjar algum trabalho lá – sério, não estava preocupado com a
Suspirei, sentindo a vontade de desabar em lágrimas me tomar de novo – era mesmo impressionante o quanto aqueles últimos dias tinham me feito sensível. Dei a volta em meu corpo, decidida a voltar para o elevador e quem sabe pegar uma carona de volta com Rick para casa, de onde eu, definitivamente, iria para Londres.Eu estava frustrada. Eu tinha a incrível e detestável mania de sempre escolher o errado. Bom, para começar, eu tinha escolhido Samuel Morris, que sempre parecia disposto a pisotear meu coração para testar até quando o mesmo aguentaria. Depois, o tinha escolhido de novo, o que tinha me levado até ali, até à sua porta e àquele erro.– Não! – ele grunhiu, agarrando a minha mão. O seu toque era magnético, fazia com que eu quisesse tocá-lo por inteiro a cada segundo. Era insuport&aac
– É sempre melhor. – ele riu. – Mas gostaria que me lembrasse nesse quesito. – ele falou maliciosamente e eu ri, rolando meus olhos.Levou-me para seu colo enquanto meu beijava daquela forma que me tirava o fôlego. As minhas mãos voavam ao seu cabelo e as suas à minha cintura. Eu passava a mão por seus ombros, saudosa demais por tocá-lo, como se nunca fosse o suficiente para nós, como se sempre precisássemos de mais uma dose um do outro.Era uma bolha particular, onde não precisava me preocupar com nada, afinal, nós estávamos ali, juntos, contra as adversidades. Nossa, eu estava me tornando uma pessoa profunda e sensível. Acho que eu gostava mais da pessoa que eu era quando junto a ele, acho que eu era mais feliz.Ele subiu com sua mão por dentro da minha camiseta, soltando o fecho do meu sutiã marotamente. Rolei meus olhos enquanto me separav
Eu acordei exausta no dia seguinte com a campainha tocando. Eu tinha certeza que estava atrasada para a aula.Respirei fundo, procurando por Samuel na cama e não o encontrei. Só quando ouvi o barulho do chuveiro ligado e da água caindo que me dei conta que ele estava se arrumando para sair.A minha vontade de me unir a ele foi frustrada quando a campainha soou por mais uma vez. É, eu não poderia ignorá-la, né? Cacei pelo chão do quarto a sua camisa já que estava com pressa e, definitivamente não tinha tempo para procurar alguma roupa decente em minha mochila.O chuveiro parou de funcionar e ele abriu a porta do banheiro, para ver o que estava acontecendo. Abotoei o último botão da camisa enquanto ele me sorria com certa malícia. O jeito que as gotículas de água rolavam pelo seu corpo nu e morriam na
– Obrigado. – Samuel falou, aliviado. Ótimo que não tivéssemos que guerrear com mais ninguém para que aquilo acontecesse. Estava cansada das armas.– Imagina, querido. – Julia falou. – Vamos, Gary? – perguntou para o marido que se levantou após ela. – Não queremos atrasar vocês. Era só para dar mesmo o nosso apoio, ainda mais frente a essa situação difícil com sua mãe, Maddie querida. – ela passou os braços por mim, reconfortando-me. – Não se preocupe. Sua mãe vai aceitar.– Espero que não demore muito, tia Julia. – falei sincera e ela sorriu, acariciando os meus cabelos com carinho.Eles se despediram de nós e saíram do apartamento, deixando uma sensação agradável para trás. Samuel foi atrás deles e acredito que os tenha acompanhado at&eac
Os nossos passos atrás da diretora baixinha eram ligeiros, seguindo os dela – eu não imaginava como podia andar tão rápido tendo pernas tão curtas, sendo até mais baixa que eu. Samuel parecia sentir a minha inquietação e apreensão, entrelaçando a minha mão na sua como se quisesse me reconfortar. Ele seguia quase que ao pé da letra o ditado “se tá no inferno, abraça o capeta”, tendo deixado mesmo de fingir.A mulher entrou em sua sala, abrindo a porta dela para nós. A senhora Green arqueou as suas sobrancelhas bem desenhadas com certa descrença quando nos viu passar de mãos dadas. Eu senti o meu estômago se revirar de nervoso com aquele seu olhar inquisidor, mas respirei profundamente para me acalmar antes que colocasse o meu café da manhã para fora.Já Samuel pare