Os três passaram pelo acesso rápido e logo chegaram ao local onde o caça estava estacionado. Era uma aeronave preta, discreta, quase invisível no canto escuro do hangar. Lucas olhou para o caça com os olhos brilhando.Aquele era o mais novo modelo da base, ainda não liberado para uso. E ele não só podia tocá-lo... Como também pilotá-lo!— Tem certeza de que isso voa? — Lucas perguntou a Rubem, subindo a bordo e checando tudo novamente. — Voar com essa máquina em espaço aéreo estrangeiro é como carregar uma bomba.— Está tudo arranjado. Temos uma rota especial para você. — Rubem respondeu com tranquilidade.Lucas relaxou. Tinha aceitado o trabalho para ganhar um bom dinheiro extra, mas não queria arriscar a própria vida.O Shadow era um caça de dois lugares. Tomás teria que pegar um voo comercial para se encontrar com Rubem na Turquia, então apenas observava os dois se preparando para decolar.…Mônica sentia-se desconfortável enquanto dormia. Meio grogue, ela abriu os olhos e percebeu
Mônica tentou soltar o braço dele que a prendia, mas os músculos de Douglas eram fortes como ferro, e ela não conseguia se desvencilhar. Foi então que ela percebeu sua expressão durante o sono.Sem os óculos, seus traços eram ainda mais marcantes. Ele parecia sobrecarregado; mesmo dormindo, suas sobrancelhas estavam franzidas, e havia olheiras escuras sob seus olhos. Apesar de tudo, ele ainda exalava um ar de elegância e serenidade.Mônica ficou olhando para ele, e suas lembranças começaram a fluir. Três anos atrás, quando ainda estavam juntos, ele a mimava de todas as maneiras possíveis. Lembrava-se de quando pegou um resfriado e ele ficou desesperado.Naquela véspera de Natal, ela havia comentado que adoraria ver o nascer do sol em Lisboa. Na manhã seguinte, eles estavam lá, e Douglas perguntou se ela estava gostando da vista.As memórias continuavam a surgir, repletas de momentos bons. Ele nunca havia sido rude com ela.Mônica ergueu a mão, quase tocando o rosto de Douglas, mas paro
— Sr. Douglas.No momento em que os dois homens se enfrentavam, uma voz fria e calma interrompeu a tensão.Ao ver o homem elegante se aproximando, Mônica ficou surpresa. Ela pensava que Tomás e Rubem chegariam uma ou duas horas depois deles, mas Rubem já estava ali.Assim que chegou, Rubem tentou puxar Mônica para trás de si, mas Douglas, já prevendo o gesto, segurou Mônica firmemente, impedindo que ela fosse retirada de sua proximidade.— Sr. Rubem. — Disse Douglas com um sorriso leve. — De onde veio o helicóptero que o trouxe tão rápido?— Uma amiga minha estava em apuros. Claro que eu tive que vir depressa. — Respondeu Rubem de maneira cortês, enquanto afrouxava a gravata e desabotoava alguns botões da camisa, emanando uma aura ameaçadora. — Sr. Douglas, você já atormentou minha amiga por tempo demais. Este lugar é espaçoso, não me importo de resolver isso de outro jeito.— Eu sou um homem civilizado, não costumo usar a força. — Retrucou Douglas, mantendo Mônica firmemente em seu do
— Sim, Vitor sofreu um infarto devido ao excesso de estresse. — A expressão de Rubem permaneceu inalterada. — A empresa vai pagar uma indenização à família dele e garantir que sua filha termine a faculdade.Mônica se lembrou do contrato cheio de falhas que havia visto, e algo dentro dela dizia que as coisas não eram tão simples. No entanto, ela não sabia exatamente como falar isso para Rubem.— O chefe interino do seu departamento agora é a Patrícia, certo? — Perguntou Rubem, mudando de assunto.— Sim. — Respondeu Mônica.— Nem me avisaram, simplesmente deixaram que ela assumisse o cargo. — Rubem soltou um riso amargo, sua expressão ficando cada vez mais sombria. — Mal o corpo esfriou, e já não conseguem se conter.— Patrícia é bastante competente e trabalha há muito tempo na tradução. — Mônica reconheceu, tentando ser justa, apesar de Patrícia não ser exatamente a pessoa mais fácil de lidar.Rubem, no entanto, foi direto:— Vitor provavelmente mencionou para você que Patrícia é aliada
Ele não estava interessado, mas a tratava como uma princesinha. Se Íris ouvisse aquilo, provavelmente ficaria furiosa.— O que foi? — Rubem notou algo no olhar de Mônica e, de repente, sua expressão mudou. Ele se aproximou mais, tão perto que Mônica quase recuou.— Sr. Rubem, aconteceu alguma coisa?Rubem fez um gesto para que ela não falasse mais. Em seguida, estendeu a mão e tocou a gola da camiseta de Mônica.Ao recolher a mão, havia uma pequena escuta em sua palma. Rubem destruiu o dispositivo e, então, voltou a falar:— Aposto que foi Douglas quem colocou isso.— Que cara mais sem graça! — Mônica franziu a testa, sentindo o sangue ferver. Não imaginava que Douglas seria capaz de algo assim, mas estava claro que isso tinha a ver com o grande negócio que ele tanto queria fechar.Quando o elevador chegou ao andar, Rubem entregou a chave do quarto para Mônica. Seus dedos longos e firmes pareciam tranquilizadores.— Está tudo bem. Eu vou ficar no quarto ao lado. Descanse um pouco, e na
— Os outros que estavam de olho ainda não chegaram?— Não, parece que houve um problema na rota deles. Só vão chegar à noite. — Lucas notou que Rubem ainda segurava uma mala e, intrigado, perguntou. — Sr. Rubem, o senhor vai ficar no meu quarto?Por favor, não! Ele preferia dividir o quarto com os outros caras que estavam de olho.— Peguei isso agora com um amigo, vim trazer para você. — Rubem colocou a mala sobre a mesa, mas não a abriu. — Sua missão pode sofrer algumas mudanças.— E o pagamento, mudou também? — Apesar da conversa séria, Lucas mencionou o dinheiro, fazendo Rubem rir. — Eu vejo que você não é pobre. Por que age como se estivesse desesperado por dinheiro?— Pobre sim! Minha irmã acabou de se divorciar, eu preciso ganhar dinheiro pra sustentar ela. — Lucas deu de ombros, curioso para ver o que havia na mala. — Sr. Rubem, se o pagamento for justo, pode falar o que precisa.Rubem não resistiu e perguntou:— O que sua irmã faz?— Isso é pessoal, não acha? — Lucas respondeu,
— Sr. Rubem, vou voltar pro meu quarto.Mônica pegou a folha de papel e voltou para o quarto. Assim que entrou, pegou um bloco de notas e uma caneta, foi para o banheiro e começou a traduzir enquanto relaxava na banheira.Ela não lia aquele idioma havia mais de três anos. Além disso, o papel estava tão embolado que precisou ir traduzindo letra por letra, para depois reorganizar tudo.Depois de passar um bom tempo na banheira, Mônica conseguiu traduzir apenas algumas dezenas de palavras.— Parece que é um endereço. — Murmurou Mônica, pegando o celular. Mal abriu o Google, o banheiro ficou completamente escuro, restando apenas a luz da tela do celular, o que a assustou.De repente, ouviu passos do lado de fora. Mônica ficou em estado de alerta, com o corpo tenso, sentindo uma sensação iminente de perigo. Rápida, ela desligou o celular para evitar que alguém visse sua localização e saiu silenciosamente da banheira.Os corredores estavam cheios de câmeras de segurança. Como alguém consegui
Após quase um minuto, Mônica ainda respirava com dificuldade. A marca vermelha no pescoço era alarmante, e Rubem estava cada vez mais desesperado, perdendo a calma.Quando Mônica ligou, Tomás estava no quarto de Rubem. Ele atendeu a ligação, mas, ao perceber que ela não respondia, murmurou algo, desconfiado.Rubem pegou o telefone da mão de Tomás e ouviu o som de algo caindo no chão do outro lado da linha. Naquele instante, ele soube que algo havia acontecido e correu para arrombar a porta do quarto de Mônica.— Mônica, acorda! — Rubem deu leves tapas no rosto pálido e gelado dela, com os dedos trêmulos.Ele havia pedido a ajuda dela para fechar um negócio importante e não queria que ela se machucasse.Rubem continuou tentando reanimá-la, a voz ficando cada vez mais firme. De repente, Mônica tossiu com força, sem abrir os olhos, mas sua respiração voltou ao normal.O homem finalmente soltou um suspiro de alívio....Do outro lado do hotel, Lucas ficou surpreso quando soube, através de