— Sim, Vitor sofreu um infarto devido ao excesso de estresse. — A expressão de Rubem permaneceu inalterada. — A empresa vai pagar uma indenização à família dele e garantir que sua filha termine a faculdade.Mônica se lembrou do contrato cheio de falhas que havia visto, e algo dentro dela dizia que as coisas não eram tão simples. No entanto, ela não sabia exatamente como falar isso para Rubem.— O chefe interino do seu departamento agora é a Patrícia, certo? — Perguntou Rubem, mudando de assunto.— Sim. — Respondeu Mônica.— Nem me avisaram, simplesmente deixaram que ela assumisse o cargo. — Rubem soltou um riso amargo, sua expressão ficando cada vez mais sombria. — Mal o corpo esfriou, e já não conseguem se conter.— Patrícia é bastante competente e trabalha há muito tempo na tradução. — Mônica reconheceu, tentando ser justa, apesar de Patrícia não ser exatamente a pessoa mais fácil de lidar.Rubem, no entanto, foi direto:— Vitor provavelmente mencionou para você que Patrícia é aliada
Ele não estava interessado, mas a tratava como uma princesinha. Se Íris ouvisse aquilo, provavelmente ficaria furiosa.— O que foi? — Rubem notou algo no olhar de Mônica e, de repente, sua expressão mudou. Ele se aproximou mais, tão perto que Mônica quase recuou.— Sr. Rubem, aconteceu alguma coisa?Rubem fez um gesto para que ela não falasse mais. Em seguida, estendeu a mão e tocou a gola da camiseta de Mônica.Ao recolher a mão, havia uma pequena escuta em sua palma. Rubem destruiu o dispositivo e, então, voltou a falar:— Aposto que foi Douglas quem colocou isso.— Que cara mais sem graça! — Mônica franziu a testa, sentindo o sangue ferver. Não imaginava que Douglas seria capaz de algo assim, mas estava claro que isso tinha a ver com o grande negócio que ele tanto queria fechar.Quando o elevador chegou ao andar, Rubem entregou a chave do quarto para Mônica. Seus dedos longos e firmes pareciam tranquilizadores.— Está tudo bem. Eu vou ficar no quarto ao lado. Descanse um pouco, e na
— Os outros que estavam de olho ainda não chegaram?— Não, parece que houve um problema na rota deles. Só vão chegar à noite. — Lucas notou que Rubem ainda segurava uma mala e, intrigado, perguntou. — Sr. Rubem, o senhor vai ficar no meu quarto?Por favor, não! Ele preferia dividir o quarto com os outros caras que estavam de olho.— Peguei isso agora com um amigo, vim trazer para você. — Rubem colocou a mala sobre a mesa, mas não a abriu. — Sua missão pode sofrer algumas mudanças.— E o pagamento, mudou também? — Apesar da conversa séria, Lucas mencionou o dinheiro, fazendo Rubem rir. — Eu vejo que você não é pobre. Por que age como se estivesse desesperado por dinheiro?— Pobre sim! Minha irmã acabou de se divorciar, eu preciso ganhar dinheiro pra sustentar ela. — Lucas deu de ombros, curioso para ver o que havia na mala. — Sr. Rubem, se o pagamento for justo, pode falar o que precisa.Rubem não resistiu e perguntou:— O que sua irmã faz?— Isso é pessoal, não acha? — Lucas respondeu,
— Sr. Rubem, vou voltar pro meu quarto.Mônica pegou a folha de papel e voltou para o quarto. Assim que entrou, pegou um bloco de notas e uma caneta, foi para o banheiro e começou a traduzir enquanto relaxava na banheira.Ela não lia aquele idioma havia mais de três anos. Além disso, o papel estava tão embolado que precisou ir traduzindo letra por letra, para depois reorganizar tudo.Depois de passar um bom tempo na banheira, Mônica conseguiu traduzir apenas algumas dezenas de palavras.— Parece que é um endereço. — Murmurou Mônica, pegando o celular. Mal abriu o Google, o banheiro ficou completamente escuro, restando apenas a luz da tela do celular, o que a assustou.De repente, ouviu passos do lado de fora. Mônica ficou em estado de alerta, com o corpo tenso, sentindo uma sensação iminente de perigo. Rápida, ela desligou o celular para evitar que alguém visse sua localização e saiu silenciosamente da banheira.Os corredores estavam cheios de câmeras de segurança. Como alguém consegui
Após quase um minuto, Mônica ainda respirava com dificuldade. A marca vermelha no pescoço era alarmante, e Rubem estava cada vez mais desesperado, perdendo a calma.Quando Mônica ligou, Tomás estava no quarto de Rubem. Ele atendeu a ligação, mas, ao perceber que ela não respondia, murmurou algo, desconfiado.Rubem pegou o telefone da mão de Tomás e ouviu o som de algo caindo no chão do outro lado da linha. Naquele instante, ele soube que algo havia acontecido e correu para arrombar a porta do quarto de Mônica.— Mônica, acorda! — Rubem deu leves tapas no rosto pálido e gelado dela, com os dedos trêmulos.Ele havia pedido a ajuda dela para fechar um negócio importante e não queria que ela se machucasse.Rubem continuou tentando reanimá-la, a voz ficando cada vez mais firme. De repente, Mônica tossiu com força, sem abrir os olhos, mas sua respiração voltou ao normal.O homem finalmente soltou um suspiro de alívio....Do outro lado do hotel, Lucas ficou surpreso quando soube, através de
Os dois estavam descendo as escadas quando o celular de Lucas tocou.Assim que viu quem estava ligando, Lucas se irritou. Se soubesse que seria assim, nem teria ativado o roaming internacional. Ele tentou ignorar duas vezes, mas a insistência do outro lado o forçou a atender, contrariado.— Lobo, você teve a coragem de desligar na minha cara? — Íris gritou assim que ele atendeu. — E ainda por cima fez isso duas vezes! Você tem noção de que eu sou sua dona?Lucas respondeu friamente:— Srta. Íris, meu contratante é o Tomás. Estou aqui só para garantir sua segurança, nada mais. Já te expliquei que nesses dias estou ajudando o Sr. Rubem com uns assuntos.— E vai demorar quanto tempo? Eu já tô morrendo de fome! — Íris reclamou. — O Rubem tem tanta gente ao redor, por que você foi com ele? Você é meu segurança!— Não sei.— Então pergunta pra ele! Se você não voltar logo, vou virar um palito de tão magra!— Pede delivery. — Lucas respondeu secamente. — Não sou seu cozinheiro. E, se não quis
— Você fez um bom trabalho desta vez. — Rubem não economizou nos elogios a Lucas. — Vocês devem estar exaustos. Vão descansar, deixem o resto com os outros.— Sr. Rubem, prefiro ficar e cuidar da moça. — Lucas insistiu. — Ela se feriu por minha causa. E pode haver mais gente envolvida, escondida aqui no hotel.Os olhos de Rubem brilharam por um segundo, mas logo ele disse, de forma tranquila:— Já eliminou o agressor. Não precisa se culpar tanto. Vá descansar. Vou precisar muito de você nos próximos dias.Diante da firmeza de Rubem, Lucas não insistiu mais e saiu com Bruno.Logo o ambiente na suíte ficou em silêncio. Rubem ficou parado por um tempo, pensativo. Depois, pegou o celular sobre a mesa, foi até a janela e fez uma ligação. Logo a chamada foi atendida.— Rubem? Aconteceu algo? — A voz feminina do outro lado era calma e suave, quase reconfortante.— Desculpe ligar tão tarde, titia. — Rubem olhava a vista da cidade com uma expressão fria. — Meu pai comentou que está com saudades
Rubem tamborilou os dedos na calça social e disse:— Envie algumas pessoas para Singapura. Negocie discretamente para que Virgínia retire seu investimento. Se recusarem... Faça o que for necessário. Davi não interfere em assuntos militares, mas tem muitos contatos. Vou falar com ele para impedir a promoção de Rodrigo. Se conseguirmos, seria ótimo mandá-lo para o oeste. — Um bilhão. Ela não vai conseguir engolir isso. — Rubem lançou um olhar para o quarto, seus olhos carregados de frieza. — E quem toca nos meus é obrigado a pagar o preço.— Sim, senhor! — Tomás respondeu, cheio de entusiasmo. Sabia que Rubem estava prestes a agir com força, e isso o empolgava.Virgínia sempre jogou sujo, e até agora Rubem vinha fechando os olhos por conta da relação familiar. Mas desta vez, ela havia passado dos limites.…Mônica acordou com a garganta doendo muito e uma forte dor no pescoço.Ela olhou ao redor e percebeu que já era de dia. O quarto era muito parecido com a suíte em que estava hospedad