Malena suspirou, aliviada:— Que bom que não tem.— Acho que é porque ninguém quer você, né? — Noêmia provocou, rindo. — Tão escuro e sempre com essa cara fechada. Se eu fosse mulher, também não te escolheria!— Noêmia, você está pedindo para apanhar. — Lucas disse, com o rosto sombrio.Ele já tinha que aturar a Íris, aquela princesa mimada, e agora, de volta para casa, ainda tinha que lidar com Noêmia, que não parava de falar. Que azar!Noêmia mostrou a língua para ele e puxou o celular, indo em direção a Mônica:— Irmã, eu descobri um aplicativo de beleza super legal esses dias. Vamos tirar umas selfies?Mônica fez uma careta:— Você não cansa de me ver, não? Eu já cansei de ver sua cara.— Ah, vai... Só umas fotinhos!Lucas, observando Noêmia, começou a sentir que algo estava errado. Seu olhar se tornou sombrio pouco a pouco.Os três irmãos ficaram na casa da mãe até cerca de três horas da tarde.Mônica quis levar Lucas de volta.— Não precisa, irmã. Eu vou com a Noêmia. — Lucas res
Quando Mônica voltou com o jantar, Emma também acabava de chegar do trabalho.Emma tinha morado no Solar dos Ipês, com um contrato de aluguel de três anos. Mas, para sua surpresa, o proprietário era um golpista conhecido, que revendia os imóveis. Quando Mônica viu que ainda havia quartos vagos em seu apartamento, ofereceu a Emma uma vaga ali, cobrando metade do aluguel.— Mônica, você é um anjo! Lembrou até de trazer o jantar pra mim! — Emma abraçou Mônica e lhe deu dois beijos no rosto, animada. — Passei num experimento hoje! Vamos sair pra comemorar mais tarde!— Por que não comemora em casa? — Mônica perguntou, um pouco confusa. — Pra que sair?— Ah, eu quero dar uma volta. Faz tempo que tô aqui em Cidade N e mal tive tempo de sair, nem nos finais de semana. Só fico presa na empresa, trabalhando nos desenhos.Mônica pensou um pouco e concordou. Nos últimos dois finais de semana, o departamento de planejamento estava uma loucura, e enquanto ela descansava, Emma ficava de plantão na e
Mônica estava preocupada que Emma não fosse conseguir entrar no bar daquele jeito, e pensou em levá-la para algum bar mais tranquilo. Mas Emma não gostou da ideia e, sem hesitar, procurou por lugares animados na internet, puxando Mônica pela mão até o carro.Depois de rodarem um pouco, chegaram à entrada do Aqua Bar.— Vamos deixar esse de lado, né? — Mônica sugeriu assim que viu o nome do local. A lembrança da vez em que encontrou Rubem ali, completamente bêbada, veio à mente, e ela se arrependeu amargamente. Foi, sem dúvida, o maior erro de sua vida, e ela não queria repetir aquilo.— Esse lugar é super movimentado, tá bombando! — Emma respondeu empolgada. — Pesquisei, é o lugar mais badalado da Cidade N. Dizem que só tem homem lindo, e eu ainda não conheço. Vamos logo!Emma, sempre animada e curiosa, especialmente em lugares novos, puxou Mônica com tanta força que a fez entrar no bar. Ao passarem pela porta, os seguranças apenas deram uma olhada em Emma, mas não as impediram.Lá den
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.Uma mão f
A atuação daquela mulher era tão ruim que qualquer um perceberia de imediato, mas, ainda assim, havia algo de interessante.— Tio Rubem... Tio... O olhar afiado do homem parecia atravessar Mônica, como se ele pudesse ver através de suas pequenos truques, fazendo o coração dela tremer, um pouco intimidada.No entanto, no segundo seguinte, Mônica sentiu seus pés se levantarem do chão, seus olhos se arregalaram de surpresa. Ela havia sido pega no colo, como uma princesa, por Rubem!A sensação de perda de peso a fez agarrar o pescoço dele instintivamente. O peito de Rubem era largo e quente, e todo o ar estava impregnado com o cheiro dele, fazendo seu rosto esquentar e seu coração bater aceleradamente.Tão direto assim? Não era ele quem estava se fazendo de cavalheiro alguns minutos atrás?— Ainda dói o pé? — A voz sem emoção de Rubem soou acima de sua cabeça.— Hã... — Mônica engoliu em seco. — Não... Não dói mais...Ela ficou encantada, incapaz de desviar o olhar do perfil impecável de
— Não precisa se preocupar, tem ali na mesa. — Rubem achou que ela estava falando de camisinha, e inclinou o queixo na direção do criado-mudo, onde uma elegante cesta guardava várias opções de modelos.Mônica ficou sem palavras. Agora os hotéis estavam tão atenciosos assim?— En...então eu vou tomar um banho. — Mônica tentou empurrar Rubem de cima dela, sentindo seu coração bater descontroladamente.Ela já conseguia prever o que Rubem faria a seguir.Droga, ela não era quem deveria estar no controle da situação? Como é que, no fim, ela se tornou a presa indefesa, à mercê dele?Será que Rubem estava, o tempo todo, fingindo ser um cordeirinho só para atacá-la no momento certo?Ela o olhou com desconfiança, seus olhos revelando um toque de pânico.Rubem percebeu cada nuance da expressão dela e, sem esforço, adivinhou seus pensamentos. Ele já conhecia muitas mulheres que ambicionavam o lugar ao seu lado, e provavelmente essa era a única mulher que queria desistir na última hora.Isso estav
Ao sair do lobby do hotel, o coração de Mônica ainda batia acelerado. A brisa fresca que acariciava seu rosto ajudou a clarear um pouco sua mente.Ela realmente havia passado uma noite com Rubem, essa grande figura! Não era um sonho, era a realidade!Como ela pôde fazer isso?Mônica deu um soco na própria testa e, com um suspiro de resignação, retirou a última nota da carteira e pegou um táxi.Não havia mais nada a fazer além de voltar para a casa da família Pimentel.Antes de entrar em casa, Mônica certificou-se mais uma vez de que não havia deixado nenhum vestígio suspeito em sua roupa e só então entrou.Ao entrar, Mônica encontrou a sogra na mesa de café da manhã.— Bom dia, sogra. — Ela disse, tentando manter a voz suave.— Você ainda tem coragem de voltar! — Talita Gonçalves, lembrando da discussão no telefone na noite anterior, estava cheia de raiva ao ver Mônica. — Divórcio! Vá e se separe do meu filho imediatamente!Vendo o desprezo da sogra, como se desejasse que ela sumisse d