— Você sabe fazer essas coisas? — Mônica olhava curiosa para o anel brilhante, batendo de leve nele duas vezes, e a luz vermelha se apagou instantaneamente. — Foi difícil de fazer?— Não muito, o problema é que os materiais são difíceis de achar. — Respondeu Lucas. Ele tinha conseguido esses materiais extras com o instrutor, graças ao seu ótimo desempenho nas tarefas. Se fosse vender, sairia por um preço absurdo.Ele havia feito dois anéis. Um deles era mais bonito, com um design especial, e ele planejava dar esse para Mônica. O outro, mais simples, seria para Noêmia, mas Íris acabou vendo e pegou para si.Naquele momento, Íris colocou o anel no dedo e pareceu gostar tanto que nem pensou duas vezes antes de jogar um cartão na direção dele:— Ah, é só um anel. Se precisa de dinheiro, pega o quanto quiser, mas esse aqui é meu!Dinheiro? Lucas pensou, irritado. Não era uma questão de dinheiro. Mas ele sabia que, se insistisse, teria que aguentar os gritos estridentes de Íris, e isso ele d
Malena suspirou, aliviada:— Que bom que não tem.— Acho que é porque ninguém quer você, né? — Noêmia provocou, rindo. — Tão escuro e sempre com essa cara fechada. Se eu fosse mulher, também não te escolheria!— Noêmia, você está pedindo para apanhar. — Lucas disse, com o rosto sombrio.Ele já tinha que aturar a Íris, aquela princesa mimada, e agora, de volta para casa, ainda tinha que lidar com Noêmia, que não parava de falar. Que azar!Noêmia mostrou a língua para ele e puxou o celular, indo em direção a Mônica:— Irmã, eu descobri um aplicativo de beleza super legal esses dias. Vamos tirar umas selfies?Mônica fez uma careta:— Você não cansa de me ver, não? Eu já cansei de ver sua cara.— Ah, vai... Só umas fotinhos!Lucas, observando Noêmia, começou a sentir que algo estava errado. Seu olhar se tornou sombrio pouco a pouco.Os três irmãos ficaram na casa da mãe até cerca de três horas da tarde.Mônica quis levar Lucas de volta.— Não precisa, irmã. Eu vou com a Noêmia. — Lucas res
Quando Mônica voltou com o jantar, Emma também acabava de chegar do trabalho.Emma tinha morado no Solar dos Ipês, com um contrato de aluguel de três anos. Mas, para sua surpresa, o proprietário era um golpista conhecido, que revendia os imóveis. Quando Mônica viu que ainda havia quartos vagos em seu apartamento, ofereceu a Emma uma vaga ali, cobrando metade do aluguel.— Mônica, você é um anjo! Lembrou até de trazer o jantar pra mim! — Emma abraçou Mônica e lhe deu dois beijos no rosto, animada. — Passei num experimento hoje! Vamos sair pra comemorar mais tarde!— Por que não comemora em casa? — Mônica perguntou, um pouco confusa. — Pra que sair?— Ah, eu quero dar uma volta. Faz tempo que tô aqui em Cidade N e mal tive tempo de sair, nem nos finais de semana. Só fico presa na empresa, trabalhando nos desenhos.Mônica pensou um pouco e concordou. Nos últimos dois finais de semana, o departamento de planejamento estava uma loucura, e enquanto ela descansava, Emma ficava de plantão na e
Mônica estava preocupada que Emma não fosse conseguir entrar no bar daquele jeito, e pensou em levá-la para algum bar mais tranquilo. Mas Emma não gostou da ideia e, sem hesitar, procurou por lugares animados na internet, puxando Mônica pela mão até o carro.Depois de rodarem um pouco, chegaram à entrada do Aqua Bar.— Vamos deixar esse de lado, né? — Mônica sugeriu assim que viu o nome do local. A lembrança da vez em que encontrou Rubem ali, completamente bêbada, veio à mente, e ela se arrependeu amargamente. Foi, sem dúvida, o maior erro de sua vida, e ela não queria repetir aquilo.— Esse lugar é super movimentado, tá bombando! — Emma respondeu empolgada. — Pesquisei, é o lugar mais badalado da Cidade N. Dizem que só tem homem lindo, e eu ainda não conheço. Vamos logo!Emma, sempre animada e curiosa, especialmente em lugares novos, puxou Mônica com tanta força que a fez entrar no bar. Ao passarem pela porta, os seguranças apenas deram uma olhada em Emma, mas não as impediram.Lá den
Conrado parecia estar de melhor humor.— Já comeu? Quer que peça para a empregada preparar um lanche?— Comi quando voltei, não tô com fome agora.— Então vou pegar algo pra você beber. — Conrado se levantou e foi até a cozinha. Tirou do refrigerador uma xícara de cappuccino e colocou na frente de Rubem. — Tava gelado, mas não estragou.— Cappuccino? — Rubem não sabia se ria ou chorava. — Tem creme demais, eu não bebo isso.— É só de vez em quando, não vai te matar. — Conrado revirou os olhos. — Você nem tem trinta e já tá se cuidando como um velho! Até eu, que sou mais velho, não sou assim!Vendo que não tinha como recusar, Rubem pegou o canudo, colocou no cappuccino e tomou dois goles. Franziu a testa. Era muito doce, mas dava pra encarar.— E aí, o que achou? — Conrado perguntou.— Dá pro gasto. — Rubem olhou para o copo e sorriu. — Mas você ficou me esperando só pra eu tomar isso?— Exatamente. Saí pra dar uma volta hoje e uma garota me recomendou. — Conrado suspirou, como se pensa
Rubem riu discretamente. Conrado sempre se preocupava demais com ele, mas Rubem não tinha interesse em relacionamentos.Enquanto os dois conversavam, o celular de Rubem tocou.Vendo que era Tomás, Rubem atendeu, achando que havia algum problema.— O que aconteceu?— Sr. Rubem, é o seguinte... Bruno, aquele que está seguindo a Mônica, acaba de me informar que ela está bêbada no Aqua Bar. — Tomás explicou. — E uma amiga dela também tá totalmente fora de si. Ele não sabe o que fazer.— Ele não sabe o que fazer e você também não? — Rubem deu uma risada irônica. — Você tá me ligando achando que eu vou resolver isso?— Bruno disse que parece que tem mais alguém de olho nela. Acho que é gente do Douglas. Vamos sair do país em breve, e tô com medo que algo aconteça à Mônica nesse meio tempo.Rubem massageou as têmporas. Ele quase se esqueceu de que Mônica já teve um relacionamento com Douglas. E agora que Douglas estava na cidade por causa de um acordo, era bem provável que ele tentasse algo c
Rubem foi direto até ela e, sem cerimônia, a puxou pelo braço.— Ei, quem é você? — Um dos homens do grupo se levantou, visivelmente irritado. — Melhor soltar ela, ou você vai se arrepender!Rubem, com um movimento rápido e preciso, desferiu um chute que jogou o homem de volta ao sofá. Segurou firmemente Mônica, seu olhar gelado fixo no grupo.— Ela é minha amiga. Eu vou levá-la. Alguma objeção?Os outros homens trocaram olhares nervosos, mas ninguém ousou contestar.Eles estavam ali só pelo dinheiro. Vendo que Rubem não era alguém com quem deviam mexer, se dispersaram e desapareceram no meio da multidão.Bruno, por sua vez, pegou Emma, a amiga de Mônica, que também estava completamente bêbada, e a jogou sobre os ombros.— Sr. Rubem, vamos?Rubem olhou para ele, irritado.— Ela tá de saia. Você quer mesmo carregá-la assim? Vai assustar as pessoas do bar e, do jeito que ela tá, você vai acabar fazendo ela vomitar.Bruno olhou para Emma e percebeu que a forma como a segurava era, de fato
Rubem rapidamente trocou de faixa e olhou pelo retrovisor. Atrás dele, um carro acelerava sem parar, e ele conseguia ver o motorista.Douglas!Douglas parecia saber que Rubem o estava observando, e um sorriso diabólico se formou em seus lábios. Ele acelerou ainda mais, ficando cada vez mais perto, com a intenção clara de bater no carro de Rubem.Rubem entendeu o plano de Douglas e pisou fundo no acelerador, ao mesmo tempo que ligava para Bruno.— Tá vendo o carro ao meu lado? Atrapalha ele.— Sim, senhor.Bruno, que vinha logo atrás, acelerou e começou a buzinar insistentemente para Douglas, até bater levemente na traseira do carro dele, forçando-o a frear e dando a Rubem tempo para abrir distância.Rubem olhava pelo retrovisor de tempos em tempos. No início, Douglas tentou continuar a perseguição, mas o trânsito foi se acumulando e, em determinado momento, ele desistiu e fez um retorno, indo embora.Nesse momento, Mônica começou a se contorcer e cobriu a boca com a mão.— Ai, tô passa