— Além disso, a polícia analisou as imagens das câmeras e conseguiu identificar o motorista que dirigia na contramão. Ele estava bêbado, bateu no carro e ainda fugiu. Agora está detido na delegacia, aguardando julgamento.Kelly relatava cada detalhe com sua habitual calma e eficiência. Mônica, admirando a compostura da assistente, puxou o pequeno presente sobre a mesa. Quando abriu a caixa com cuidado, a palavra Néonatal, em francês, saltou aos seus olhos.Seria aquilo um símbolo de um "renascimento" para ela, ou para o Grupo Pimentel?Ela deslizou os dedos pela placa de diamante, sentindo o frio do material, e, sem hesitar, pegou o colar e o colocou no pescoço. O brilho discreto refletiu na sua pele, como se fosse feito sob medida para ela.Mônica não se apressou em abrir os documentos que estavam sobre a mesa. Em vez disso, disse a Kelly:— Esse motorista não é apenas um caso de direção imprudente. Estamos falando de tentativa de homicídio. E a vítima é o CEO do Grupo Pimentel. Entre
Virgínia estava sentada no lugar que antes pertencia a Rubem, e Rebeca estava ao seu lado. A mensagem era clara, não precisava de explicações. Quando Mônica entrou na sala de reuniões dos altos escalões, Rebeca franziu a testa, com um ar de desprezo:— Mônica, o seu departamento foi criado exclusivamente pelo antigo CEO, sem consulta a ninguém. Mesmo sendo gerente, você não deveria estar aqui.As palavras de Rebeca ecoaram na mente de Mônica como um déjà-vu. Eram quase idênticas às que Patrícia tinha dito a ela na primeira vez que esteve naquela sala.Antigo CEO? Já tinham descartado Rubem tão rápido assim? Mônica esboçou um sorriso frio:— Meu departamento foi, de fato, criado pelo Sr. Rubem, mas com o conhecimento de todos os diretores. Não entendi o que você quis dizer com "sem consulta a ninguém". Você está se referindo aos acionistas ou aos vice-presidentes? A menos que o cargo de CEO mude de mãos, as decisões sobre mudanças no alto escalão não cabem aos acionistas. E os vice-p
Mônica não demonstrou irritação. Em vez disso, virou-se para os acionistas e perguntou com calma:— Senhores, os senhores nos chamaram aqui, os altos executivos, mas não nos dão o direito de falar? Qual seria, então, o propósito da nossa presença?— A Mônica tem razão. — Disse João, aproveitando a deixa. — O presidente Rubem está em coma, mas ele ainda é parte do Grupo Pimentel. Sra. Virgínia, se a senhora continuar interferindo, estará violando as regras do Sr. Conrado.Os acionistas, que já estavam incomodados, ficaram ainda mais tensos. Mesmo aqueles que apoiavam Virgínia preferiram não dizer mais nada. Todos sabiam que Conrado, embora tivesse passado a presidência para Rubem, ainda detinha uma parte significativa das ações do Grupo Pimentel. Somadas às ações de Rubem, eles tinham a maioria absoluta. Além disso, Conrado era conhecido por ser implacável. Se alguém quebrasse suas regras, ele não hesitaria em expulsá-lo da empresa. E, considerando que o Grupo Pimentel era uma mina de
Conrado lançou um olhar afiado pela sala de reuniões, detendo-se por acaso em Mônica, que estava de pé. Por um instante, ele ficou surpreso, mas logo abriu um leve sorriso, acenando com a cabeça para ela.Mônica, ainda atordoada, inclinou-se ligeiramente em um gesto de respeito, sem saber muito bem o que fazer.Foi só naquele momento que ela se deu conta de que o senhor à sua frente era Conrado. Desde que havia se casado com Leopoldo, ela tinha visitado a Mansão Pimentel algumas vezes, mas Conrado estava no exterior em tratamento de saúde e eles nunca haviam se encontrado. Que coincidência!— Sr. Conrado, o Sr. Rubem está hospitalizado, e a empresa não pode ficar sem liderança! — Explicou Breno, direto ao ponto. — Por isso estamos reunidos aqui, para decidir quem assumirá a gestão temporária do Grupo Pimentel. Se as ações continuarem caindo desse jeito, os acionistas não vão aguentar.João concordou com um gesto de cabeça e acrescentou:— O senhor mesmo estabeleceu a regra: no máximo
Virgínia entendeu a mensagem nas palavras dele e apressou-se em responder:— O senhor sabe que Rebeca está prestes a se casar, e Gustavo está ausente. Como tia, só pensei em organizar bem o casamento dela. Jamais imaginei que Rubem sofreria um acidente.— Quando minha tia estava cuidando do meu casamento, ela ainda conseguiu conciliar o trabalho na filial de Cidade B. Muitas vezes, ia dormir só às três ou quatro da manhã. — Rebeca saiu em defesa de Virgínia. — Quando soube do acidente do Rubem, fui a primeira a tentar controlar a mídia, mas a notícia já tinha se espalhado e foi impossível contê-la.— É isso mesmo. Virgínia fez o melhor que pôde. Se quiser culpar alguém, culpe a mim. — Marcos interveio, com um tom conciliador. — Eu estava em Cingapura resolvendo questões do grupo e não cumpri meu papel de irmão.— Chega! — Conrado interrompeu, com um gesto impaciente. — Somos todos da mesma família. Ficar apontando dedos só vai fazer a gente parecer um circo para os outros. O que import
As vozes contrárias fizeram Conrado franzir o cenho. Ele bateu os dedos com força na mesa algumas vezes, aguardando até que a sala voltasse ao silêncio. Só então falou:— Qual o problema de ser gerente? O que importa é a competência dela. Não vou quebrar as regras do Grupo Pimentel. Nenhum membro da família Pimentel será presidente interino. Quanto ao João e ao Breno, vocês já estão atolados de trabalho. Não vou jogar mais esse peso em cima de vocês.João e Breno forçaram um sorriso, mas não ousaram contestar. Na verdade, por dentro, ambos desejavam que esse "peso" caísse em seus ombros.— Irmão, essa sua decisão é um risco enorme para a empresa! — Virgínia exclamou, a voz tremendo de incredulidade. — E se o grupo não aguentar e desmoronar?Antes que Conrado pudesse responder, a porta se abriu. Kelly entrou carregando uma pilha de documentos.— Boa tarde a todos. Sou Kelly, do departamento de secretariado, e secretaria do Sr. Rubem. — Ela cumprimentou os presentes com um leve aceno e c
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.Uma mão f