— Claro, eu cumpro o que prometo. — Os lábios finos e ligeiramente avermelhados de Rubem se curvaram em um leve sorriso. — Srta. Mônica, entre nós está tudo resolvido. Os três pedidos que você fez continuam de pé. — Então fico aliviada. — Sem mais dívidas de favores, Mônica sentiu um peso sair de seus ombros. Depois de se despedir, ela empurrou sua mala e entrou no prédio, completamente alheia ao fato de que, do carro, um par de olhos ainda a seguia atentamente. Somente quando Kelly voltou ao veículo, Rubem desviou o olhar. Na tela de dez polegadas do tablet, havia um e-mail enviado por Tomás meia hora antes, além de uma série de notícias econômicas do País Y. Tudo apontava para um único nome: Douglas. Quando Rubem não conseguiu encontrar informações sobre o passado de Douglas, ele soube que o homem não era alguém comum. Mas o que realmente lhe parecia curioso era o fato de Douglas estar tão obcecado por sua suposta ex-namorada, Mônica. Afinal, o mundo estava cheio de mulhere
Emma arregalou os olhos, surpresa: — Você tem um irmão? Quantos anos ele tem? — É alguns anos mais novo que eu, ainda está na faculdade... E é bem bonito. — Mônica respondeu com um sorriso. — Acho que já está na hora de ele arrumar uma namorada. Vocês podem se adicionar no Line, quem sabe vocês se conheçam melhor. Ela já tinha ouvido Lucas comentar que na faculdade dele a maioria eram homens e que quase não havia mulheres por lá. Mônica, como irmã mais velha, tinha suas preocupações. Não que tivesse preconceito, mas temia que ele acabasse sendo influenciado e mudasse de ideia sobre o que queria para a vida amorosa. Pensando bem, um namoro poderia ajudá-lo a se abrir mais e amadurecer. Afinal, conhecer alguém novo não significava casamento, certo? — Seu irmão deve ser parecido com você, né? — Emma deu um empurrãozinho leve em Mônica, rindo. Ela era assumidamente apaixonada por beleza, e só de ouvir que ele era bonito já estava disposta a ignorar a diferença de idade. Durante o
— Tá bom, cala a boca. — Mônica não aguentou mais e pegou um pedaço de frango, enfiando-o na boca de Emma. — Que diferença faz se a empresa tá bagunçada ou não? O importante é que você tá recebendo seu salário. Se continuar tagarelando como um alto-falante, amanhã eu não faço jantar. Com medo de ter que comer comida delivery no dia seguinte, Emma fechou a boca. Antes que o silêncio pudesse durar muito, o celular de Mônica, que estava na mesa de centro, começou a tocar. Ela foi até a sala e viu que era um número desconhecido. Será que era o Leopoldo de novo? Mônica deslizou o dedo na tela para atender: — Quem fala? — Srta. Mônica, aqui é Kelly, a secretária do Sr. Rubem. — Do outro lado, a voz educada de Kelly soou. — Estou na entrada do seu prédio. Você pode descer um instante? — Claro. Enquanto descia no elevador, Mônica não conseguia parar de pensar. Kelly não tinha acabado de deixá-la em casa algumas horas antes? Por que tinha voltado? Será que aconteceu algo urgente?
Mais tarde, Mônica e Emma juntaram forças para levar o castelo até o quarto de Mônica. Mônica tentou desviar sua atenção de qualquer olhar para aquele castelo brilhante, mas, ao sair do banho, não resistiu e seus olhos voltaram a grudá-lo. E, pior, deu vontade de tocá-lo. “É só um castelo de diamantes. Não é como se eu nunca tivesse visto algo valioso antes... Qual é o motivo de tanta empolgação?” Ainda assim... Deitada na cama, Mônica se virou, encarando o castelo de diamantes. Mesmo com a luz tímida entrando pela janela, a peça reluzia como estrelas, tão brilhante e deslumbrante que parecia quase mágica. …Depois de duas semanas de viagem, Mônica conseguiu se adaptar rapidamente ao fuso horário. Acordou cedo e preparou o café da manhã e o almoço. Depois de comerem, ela e Emma pegaram o metrô juntas para o trabalho. — Tô morta de sono! — Emma reclamou, bocejando sem parar. Tinha ficado até tarde vendo série na noite anterior e agora não largava o celular. De repente, os o
Mônica manteve a calma enquanto finalizava com eficiência as duas pastas urgentes que tinha recebido. Já passava das onze e meia. Lucas provavelmente já tinha terminado as aulas, então ela pegou o celular e mandou uma mensagem no Line: [Lucas, já pode usar o celular? Preciso que você me ajude com uma coisa.] A faculdade de Lucas era rígida e ele quase nunca conseguia usar o celular. Toda vez que ela mandava algo, tinha que esperar bastante por uma resposta. Mas, dessa vez, ela só foi até o micro-ondas esquentar a comida e, quando voltou, já havia recebido uma resposta. [Posso, a professora nos deu a tarde livre.] Muito compreensiva essa professora, pensou Mônica. O que ela não sabia é que Lucas também tinha estado na Turquia e voltado antes dela. Ele já havia largado o trabalho de segurança particular e nem tinha retornado à faculdade. Ela digitou o nome do restaurante e do hotel, o período das datas e o nome de Patrícia, pedindo para Lucas tentar acessar o sistema do hotel
Um dos policiais ainda tentou argumentar, mas Kelly o interrompeu com firmeza: — Vocês podem levar a Mônica para interrogatório, claro, mas também terão que dar explicações à opinião pública e à nossa empresa. Assim que ela for levada, as ações da empresa certamente sofrerão uma queda. E, caso ela seja considerada inocente e liberada, vocês serão os responsáveis por manchar a própria imagem diante da mídia e das pessoas. Os dois policiais ficaram completamente sem palavras. Trocaram olhares rápidos, claramente inseguros com a situação. Eles sabiam que não tinham dado sorte ao receber uma tarefa tão complicada. O poderoso Grupo Pimentel não era uma empresa com quem se podia brincar. Se levassem Mônica para a delegacia sem provas concretas, seriam eles os alvos das críticas e do desgaste público. Depois de alguns segundos de silêncio tenso, um dos policiais finalmente falou: — Já que o Sr. Rubem garante a inocência de Mônica, acreditamos que ela não tem envolvimento. Rubem as
Patrícia bateu com as mãos na mesa, os olhos faiscando de raiva. — Você sabe muito bem do que eu tô falando! Não pense que só porque tem alguma ligação com o Sr. Rubem pode fazer o que quiser. O cargo de chefe do departamento nunca será seu! — Eu nunca quis esse cargo. — Mônica respondeu, encarando-a com tranquilidade. — Quem sempre quis foi você. E, pelo visto, pela sua cara, o sonho não se realizou, né? — Cala a boca! — Patrícia levantou a mão, pronta para dar um tapa. Mas, ao perceber que esse gesto só confirmaria que Mônica estava certa, parou no meio do movimento. Seria como perder completamente o controle da situação. Ela cerrou o punho com força, respirou fundo e ergueu o queixo, tentando recuperar a pose: — Claro que não! Eu sou a única pessoa qualificada para esse cargo. A diretoria não é burra. “Se eles te escolhessem, aí sim seriam burros.” Mônica pensou, mas manteve o sorriso mais genuíno que conseguiu. — Concordo plenamente. Então, vou contar com você para cu
Era por causa daquela Mônica que Helen havia sido expulsa do Grupo Pimentel e banida do mercado financeiro. Felizmente, as conexões que ela havia feito enquanto trabalhava na empresa a impediram de cair completamente em desgraça. Mas, ao reencontrar Mônica, Helen sentiu o sangue ferver. Se pudesse, rasgaria a cara daquela desgraçada com as próprias mãos! O olhar de Helen, carregado de ódio, era impossível de ignorar. Mônica percebeu e, com um sorriso suave, cumprimentou-a: — Gerente Helen, quanto tempo! Espero que esteja tudo bem com você. — Não trabalho mais no Grupo Pimentel. — Helen respondeu, contendo a raiva. Aquela mulher tinha feito de propósito. Chamar ela de "gerente" era claramente uma provocação. — Além disso, nós nunca fomos próximas. Helen não queria prolongar a conversa. Virou-se para o homem que estava ao seu lado, trocando algumas palavras carinhosas com ele, e os dois entraram no restaurante. Mônica manteve o sorriso nos lábios, observando a pressa de Helen