Reginaldo gemeu de dor e soltou Mônica, caindo no chão e se contorcendo enquanto sangrava.Rubem entrou no depósito de rodas de cadeira, e Mônica, que estava deitada no chão, imóvel, com os olhos vidrados. Seu coração pareceu ter sido atingido fortemente por algo. Com esforço, ele a levantou e a envolveu em uma manta.— Não se preocupe, está tudo bem agora. — Rubem acariciou o seu cabelo e a consolou em voz suave. — Eu não vou deixar ele escapar.Ele não olhou para ninguém e saiu carregando Mônica.— Você! Você é tão burro e confuso! — Conrado estava tão bravo com esse sobrinho que parecia que ia ter um ataque cardíaco. Se virou e disse furiosamente para as empregadas. — Chamem um médico logo!Quando Rubem levou Mônica para o banheiro, percebeu que os braços dela estavam frouxos, quebrados. Inmediatamente, sua mandíbula se contraiu e ele até pensou em dar um tiro na cara de Reginaldo, no coração dele.— Vai doer um pouco, pode aguentar? — Disse Rubem.Quando tocou os ossos na mão dela,
A voz de Rubem era baixa e sedutora, cheia de encantamento.Mônica ficou vermelha, sentindo o calor do seu hálito, e gaguejou ainda mais:— Acho que não precisa.Rubem riu baixinho, seus olhos notaram as marcas vermelhas no peito dela e, ao olhar, seu olhar se tornou gélido, cheio de fúria.— Aproveite o banho. — Disse Rubem, acariciando seus cabelos. — Quando você descansar, nós resolvemos essas coisas. Desta vez, nem que o pai dele apareça, ele será salvo.Mônica não pôde deixar de comentar:— E se…— Não. — Rubem interrompeu com firmeza, sem qualquer sinal de afeto em seus olhos. — Da última vez, eu dei uma chance para ele. Mônica, a família Pimentel, mesmo que se desfaça, não tem nada a ver com você.Mônica assentiu com a cabeça.Ela só temia que Rubem fosse duro demais, que a família Pimentel se voltasse contra ele. Mas, como ele estava determinado a fazer justiça por ela, ela não se sentiria culpada. Afinal, pelo seu temperamento, ela também não deixaria Reginaldo escapar no futu
— É mesmo, o cheque ainda está na minha bolsa!Rubem pensou em algo e perguntou à Mônica:— Por que você acha que seu irmão é gay?— Foi da última vez que liguei chamando ele para jantar em casa. — Mônica resmungou. — Quem atendeu estava de muito mau-humor, parecia uma garota, falou que eu estava incomodando. Aí perguntei ao meu irmão se ele estava namorando um cara, e ele disse que era só um colega de quarto, que a voz dele era meio fina, só isso. Depois…Mônica se debruçou sobre a borda da banheira e suspirou:— Perguntei de novo, e ele ficou todo enrolado. Dá para ver que tem coisa aí.— Que dia da semana foi?— Hã? Por que perguntar isso? Acho que foi na quarta-feira.Rubem passou a mão pelo queixo. Na manhã de quarta, Íris havia lhe mandado várias mensagens, reclamando que Lobo, que deveria ser o segurança dela, a largou para sair com outra mulher.Então, naquela hora, ela estava seguindo Lucas e achou que ele e Mônica fossem namorados?O raciocínio de Rubem foi rápido. Em poucos
— Hm, ah. — Mônica hesitou, um pouco nervosa, e murmurou: — Mas não pense besteira, só estou ajudando o Presidente Rubem a resolver umas coisas, não tem nada demais.Lucas ficou em silêncio por um momento antes de dizer:— Mana, descansa cedo.E desligou.Do outro lado do mundo, em Paris, num canto do local onde acontecia determinada cerimônia.Lucas olhava para o celular, os olhos sombrios.Quarenta minutos antes, seu celular disparou um alerta. Ele percebeu que o rastreador de Mônica tinha sido ativado e ligou para ela imediatamente.No início, uma empregada atendeu. Depois, a chamada foi transferida.Ao ouvir a voz de Rubem, ele estranhou, mas, por conta da urgência da situação, pediu que Rubem verificasse o estado de Mônica. Mais tarde, quando se acalmou e pensou melhor, algo lhe pareceu estranho.Foi só agora, depois da ligação com Mônica, que ele percebeu que sua irmã sempre teve uma relação próxima com Rubem. Ele também fez uma breve investigação e descobriu que, no departamento
— Volta! Volta! — Íris gritou, aflita.Os saltos eram finos demais, e ela demorou para conseguir se levantar. Descalça, apressou-se para alcançá-lo.Quando chegou na rua, olhou para os lados, mas não viu Lucas. A grande avenida estava deserta e ela, com seu vestido de alças finas, ficou ali sozinha.— Seu Lobo ruim, por que não me deixou explicar? — Íris olhou para o cenário sombrio da noite e, ao falar, as lágrimas começaram a cair. Ela soluçou, com a voz embargada: — Eu não fiz por mal.Ela não sabia que eles eram irmãos.Íris foi se sentindo cada vez mais injustiçada, e sem se importar com sua aparência, se agachou e começou a chorar descontroladamente.Ele era insuportável!Foi embora sem nem olhar para ela, deixando-a sozinha naquele lugar horrível, sem nenhum cuidado!Alguns jovens loiros, rindo e conversando, passavam pela rua. Inicialmente iam embora, mas ao verem a pele clara e delicada de Íris no chão, se entreolharam e se aproximaram.— Ei, por que você está chorando? — Um d
Não importa o que Lucas dissesse, Íris o abraçava com força, como se temesse que ele fosse embora. No final, Lucas não teve escolha a não ser carregá-la nos braços e caminhar de volta para o hotel.Quando chegaram no quarto, Lucas tratou do ferimento no pé dela e deixou os remédios e a água morna sobre a mesa de centro.— Aqui estão os remédios, tome depois. Mandei uma mensagem para o Bruno, ele vem amanhã de manhã.— Eu só quero você! — Íris agarrou imediatamente o braço dele e disse: — Não vai embora, por favor, eu te imploro! Posso pedir desculpas para sua irmã agora mesmo, posso passar a noite inteira pedindo desculpas.Ela já estava pegando o celular para ligar.Lucas segurou a mão dela.— Srta. Íris, não há necessidade disso.— Todo mundo comete erros, você não pode simplesmente condenar alguém por um erro. — Íris deixou as lágrimas rolarem sem aviso, soluçando enquanto falava: — Além disso, ela também me fez sofrer.— Eu não te xinguei, por que está chorando? — Lucas, incomodado
Lucas olhou para ela com indiferença e recusou:— Não precisa.— Por que está se afastando de mim? Você acha que vou fazer alguma coisa? — Íris resmungou, insatisfeita.Ela realmente não faria nada.Antes, no apartamento, Lucas frequentemente fazia companhia para Íris durante a noite. Ela estava sempre bem coberta pelo pijama, então não era como agora, em que ele estava a observando de perto. A situação era bem diferente.Com a proximidade, não podia evitar, os olhos de Lucas acabavam indo em direção a ela, mesmo que não quisesse.Tentando se distrair, ele perguntou casualmente:— E essa cicatriz nas suas costas? Como aconteceu?Íris congelou, seus olhos se apagaram por um instante e rapidamente apontou para ele, gritando:— Pervertido! Como você sabe que tenho uma cicatriz nas costas? Sem vergonha!Lucas tossiu, um pouco sem jeito, e explicou:— Eu só… vi sem querer, quando estava te ajudando.— Viu sem querer, mas viu! Não vou deixar passar, você tem que se responsabilizar! — Íris fe
Íris estava ao lado de Rubem, servindo vinho. Naquele momento, ela mesma não sabia o que pensava, mas, quando viu alguém se aproximando e tentando esfaquear Rubem, ela se atirou sobre ele.Depois disso, ela desmaiou devido à dor e perdeu a consciência.Quando acordou novamente, já havia se passado uma semana. O assistente de Rubem veio ao hospital a ver e perguntou sobre uma possível compensação. Íris, porém, recusou qualquer tipo de compensação e pediu somente para encontrar Rubem.Ela esperou no hospital por alguns dias até finalmente o encontrar. Sem rodeios, ela expressou seu desejo, mas Rubem não disse nada. Em vez disso, pediu ao assistente que providenciasse um lugar para ela ficar, com a ajuda de empregados.Depois disso, ela foi realocada em uma nova escola e assinou contrato com uma das empresas do Grupo Pimentel.Foi assim que, aos quatorze anos, começou a acompanhar Rubem. Com o tempo, eles foram se aproximando mais e, depois de um tempo, Íris deixou de ser tão reservada e