— O que estava fazendo na casa daquele médico, Bella? — Ele vociferou. — Não te interessa… — rebateu sem qualquer sutileza. — Pare esse carro. — Trocou olhares com o motorista pelo retrovisor. Contudo, Bryan negou com a cabeça e isso foi o suficiente para o condutor seguir o caminho. — Não vou voltar para Itália! — Exasperada, gritou. — Quem disse que vamos para lá? — Ergueu uma sobrancelha. — Você ainda não me contou o que estava fazendo com aquele imbecil. Bella engoliu em seco. Mesmo que por poucos dias, Alex lhe trouxe uma sensação de segurança que ficava cada vez mais distante. — O doutor Alex foi um homem gentil que me socorreu no dia em que tive um mal-estar e me acolheu. A risada irônica de Bryan preencheu o interior do carro, e seu olhar se tornou mais afiado. — Vocês transaram? O impacto da pergunta fez Bella engasgar. Ela se virou para ele e franziu o cenho. — Não te devo satisfações. Bryan soltou um suspiro, passando a língua pelos dentes, visivelmente irritado.
— Por favor, deixe-me ir! — A voz dela tremia entre soluços.— Vem cá. — Inclinando-se, ele a tomou nos braços.Algumas pessoas pararam para observar. Murmúrios se espalharam pela pequena multidão curiosa.— Vamos sair daqui.Os hormônios da gravidez mexiam com Bella. Ela passou os braços pelo pescoço forte de Bryan, onde escondeu o rosto enquanto era carregada.Alguns transeuntes sussurravam entre si, enquanto outros apenas lançavam olhares rápidos. Sentia seu coração acelerado contra o próprio peito enquanto ela escondia o rosto em seu pescoço. A fragilidade dela o desestabilizava, mas ele permaneceu em silêncio, concentrado em levá-la para casa.A propriedade surgiu à frente como um refúgio seguro. Aquela casa elegante era cercada por altos ciprestes e possuía janelas amplas que deixavam a luz suave penetrar no interior. O terraço espaçoso tinha uma vista para um jardim bem cuidado e uma jacuzzi convidativa que reforça a sensação de acolhimento. Ao cruzar a porta, ele andou pela es
Pela madrugada, Bella despertou em um quarto confortável. Ela abriu mais os olhos para tentar se habituar à escuridão. Ao virar-se, viu a silhueta de um homem alto com as mãos enfiadas no bolso da calça enquanto olhava pela janela. — Você não dorme? — A voz embargada pelo sono perguntou. — Insônia… — a voz grave sussurrou a resposta. — É por causa daquela garota que morreu? Estreitando o olhar, Bella avistou o rosto da garota que tinha acabado de acender a luz do abajur. Embora não pudesse apagar a memória de Alice desfalecendo nos braços naquele bar em Giambellino, ele ainda estava preocupado com um possível ataque de Don Gambino para recuperar a filha. — Alice foi uma grande amiga e morreu por minha causa! — Ele girou sob os calcanhares e focou no rosto da jovem com cabelos desgrenhados. — Vocês transavam, então, ela era bem mais que uma amiga. — Bella ousou tecer o comentário. Os olhos dele se espremiam enquanto ponderava como ela sabia daquilo. — Não precisa mentir. Eu vi
— Você tem três minutos para ligar e avisar… — Ao dar o ultimato, Bryan estendeu a mão para entregar o celular.Meneando a cabeça, ela assentiu.— Pega a minha bolsa, por favor! — Apontou para a poltrona. — Os ferimentos estão latejando e eu mal consigo sair da cama.— Você só ralou os joelhos.— Mas estão doloridos. — Manhosamente, ela resmungou.Após trazer a bolsa, Bryan observou quando a mão esguia de Bella tirou o cartão da bolsa. Espremendo os olhos, ficou vigiando a tela do celular conforme ela digitava o número do médico.Ela aproximou o aparelho do ouvido conforme esperava a chamada ser atendida. No quinto toque, ela escutou uma mensagem gravada na secretária eletrônica: “Aqui é o Doutor Alex Bittencourt. No momento, não posso atender. Deixe o seu recado. Responderei em breve!”— Aqui é a Bella. Desculpe sair daquela maneira. Estou bem e segura. Doutor Alex, tome cuidado e evite voltar para casa. Tem uma pessoa me perseguindo e provavelmente vai até a sua casa. Tome cuidado!
— Minha filha, pegue suas coisas ou vou estourar os miolos desse imbecil!O sangue fugiu do rosto da jovem, que parecia ter um déjà vu. Don Gambino quase o matou da última vez. Não hesitaria em fazer naquele momento.— Atira! — Enfurecido, Bryan deu um passo à frente, mas parou quando a garota mais baixa entrou no meio do caminho.— Por favor, pense no bebê… — ela levantou os olhos para Bryan e usou ambas as mãos para tocar o rosto que assumiu uma máscara sombria.— Não se meta. — Segurando os punhos dela, Bryan afastou as mãos de seu rosto. — Não vou fugir do seu pai como da última vez.— Caspita! Esse idiota nem acredita que esse bebê é dele… — Lorenzo alfinetou. — Saia do caminho, Bella.Don Gambino tinha escutado toda a conversa deles com o médico enquanto estava escondido do outro lado da cortina hospitalar durante a consulta.— Estou perdendo muito tempo, minha filha. Vamos logo… — O pai autoritário exigiu.— Não vou! — A garota de estatura mediana ficou na frente de Bryan. — Qu
O ambiente estava carregado de apreensão. Tanto o olhar de Don Gambino quanto o de Alex estavam voltados para a cortina onde o doutor Alex deslizava o transdutor sobre o ventre de Bella do outro lado. O silêncio era quebrado apenas pelo leve ruído do aparelho, até que Bryan surgiu abruptamente, afastando as cortinas. Seu semblante estava fechado, os olhos varrendo cada canto do recinto até pousarem sobre Bella, que continuava dormindo. O médico lançou um olhar reprovador, mas Bryan ignorou, avançando sem hesitação. Aproximando-se da maca, ele pousou a palma sobre a barriga de Bella, deslizando os dedos com suavidade. De repente, os lábios dele se curvaram num breve sorriso contido, apesar da inquietação que transparecia na rigidez de seus ombros. Ele engoliu em seco, sentindo o coração acelerar diante da incerteza. — Hei, bebê… acorde! — A voz estava carregada de emoção abafada quando Bryan sussurrou para o ventre dela. Cético, o Doutor Alex observou-o com discrição, franzi
O escritório estava imerso em um silêncio. A luz fria do abajur projetava sombras difusas sobre a escrivaninha de madeira maciça. Bella mantinha os olhos fixos no exame de paternidade sobre a mesa, as mãos apertavam ao redor da borda da pasta. Seu peito arfava levemente enquanto ele ia para o outro lado da mesa com passos firmes.— Você deveria estar de repouso! — advertiu, retirando o blazer com um gesto brusco.Bella não se dignou a encará-lo. Empurrou a pasta em sua direção com um movimento rápido e preciso.— Quando você solicitou o DNA? — Sua voz soou cortante.Ele pegou o exame sem pressa, observando cada detalhe como se absorvesse a verdade contida ali. Um sorriso mínimo despontou em seus lábios, quase imperceptível.— Está feliz? — A exasperação transparecia em cada sílaba. — Acredita em mim, agora? — Em um ímpeto de fúria, a palma de sua mão encontrou a superfície da mesa com um estalo seco. Ele não respondeu de imediato. Continuou a encarar o documento, como se relê-lo pude
Bryan passou a língua pelos lábios conforme o seu olhar se mantinha fixo na pele macia à sua frente. Em pensamentos, ele queria erguer as suas coxas, cravar os dentes na parte entre o pescoço e o ombro e, depois, passar a língua por cada curva de seu corpo. O olhar malicioso analisou aquela parte convidativa entre suas pernas. Ele queria lamber e chupar até sentir o gosto de seu molhamento. O desejo lhe percorria as veias como fogo, incitando-o a entrar em seu corpo. O membro robusto estava ereto e clamava para explorar a sua carne sensível antes de abrí-la lentamente.— Vai ficar aí olhando? — a voz de Bella estava carregada de provocação e os seus olhos semicerrados, denunciando um desafio velado.Prestando-se a dar um passo na direção dela, foi abruptamente interrompido por batidas contidas na porta. O ruído inoportuno arrancou-lhe um grunhido impaciente.— Senhor! — A secretária chamou do outro lado.Bryan revirou os olhos e voltou-se para a porta, cerrando os punhos.— Estou o