Laura estava cheia de dúvidas sobre o que perguntar a Sandro.

Ela podia fazer essa pergunta? Seria permitido?

Uma sensação de amargura tomou conta de seu coração, subindo até a garganta, Laura até provou o gosto amargo em seus lábios. No entanto, ela ergueu a cabeça e sorriu ligeiramente:

- Foi um dia difícil no trabalho?

Sandro franziu a testa, não respondeu e colocou os talheres na mesa:

- Já estou satisfeito. Você não precisa mais cozinhar para mim. Vou comer fora e voltar mais tarde!

Ao ver ele dessa forma, Laura percebeu vagamente que Sandro parecia estar zangado. Mas o que ela havia feito de errado? Sandro nunca explicaria.

Ele se levantou e saiu sem dizer uma palavra, deixando Laura sozinha para comer e arrumar tudo.

O coração da Laura estava triste, ela terminou sua refeição em silêncio, depois arrumou a mesa tranquilamente. Naquela imensa mansão, assim que tudo ficou em silêncio, até a respiração se tornou nitidamente audível.

O nariz de Laura tremeu e uma lágrima quente escorreu, caindo na sua mão, ardendo como fogo. Seu coração também ardia, batendo forte no peito.

Por que eles estavam assim?

Nos primeiros meses de casamento, ela cuidava dos afazeres de Sandro com grande atenção, mas ele a repreendia, dizendo que ela estava tentando seduzir ele.

Desde então, Laura percebeu qual era seu lugar no coração de Sandro. Ela não ousava ultrapassar os limites e se contentava em ser uma esposa que ficava em casa.

Laura estava com o coração amargo.

Depois de terminar suas tarefas, Laura voltou ao quarto devagar, pensando que Sandro já estaria dormindo. No entanto, ele ainda estava sentado na cabeceira da cama, lendo um livro.

Quando ela saiu do banheiro, viu o perfil bonito daquele homem e seu coração saltou para a garganta. Laura hesitou em chamar ele, mas seus olhares se encontraram antes que ela pudesse falar.

Os olhos dos dois se encontraram e Laura ficou paralisada por um momento, se sentindo repentinamente nervosa.

A expressão de Sandro ficou um pouco sombria.

Sandro deu de cara com o pijama um tanto transparente que Laura estava vestindo. Ela havia acabado de tomar banho e não tinha se secado direito antes de trocar de roupa, estava mostrando demais o corpo. As sobrancelhas de Sandro se franziram.

Ao ver sua expressão, Laura ficou preocupada, era um sinal de que ele estava irritado!

Ela havia feito algo errado novamente?

Não importava se ela tinha segundas intenções ou não, ela era a esposa de Sandro. Mesmo se ela quisesse se aproximar dele, o que havia de errado nisso?

Mas Laura não ousava perguntar a ele, já havia sido humilhada várias vezes, já não tinha mais coragem para isso.

- Você... Vá dormir primeiro, eu tenho algumas coisas para fazer! - Disse Laura enquanto pegava rapidamente outro conjunto de pijama e entrava no banheiro.

Ela estava envergonhada e triste, suas bochechas estavam queimando. Quando ela saiu, Sandro ainda não estava dormindo, mas também não estava mais lendo um livro, estava apenas apoiando na cabeceira da cama, descansando os olhos.

Ao ouvir o barulho, ele abriu os olhos e Laura já havia trocado para um conjunto de pijama normal, sem mostrar nada que não devesse.

Ao perceber que ela sabia o seu lugar, Sandro fez um som de desdém.

Laura também não entendia muito bem se ele estava satisfeito com sua atitude ou se havia algum outro significado.

Em resumo, o clima no quarto mudou, havia uma emoção sutil e indescritível pairando no ar.

Sandro de repente falou:

- Você não tem ido visitar sua família há muito tempo, quer voltar?

Ao ouvir a pergunta, Laura ficou assustada e, depois de entender sua intenção, apertou as mãos.

- Sandro, o que você quer dizer com... Voltar?

Sandro estava zangado porque a refeição não acabou bem e queria expulsar ela?

Mas, claramente, ele era o que estava envolvido com a atriz famosa, flertando e sendo ambíguo!

Ao ver a expressão de resistência dela, Sandro ficou impaciente:

- Vá dormir primeiro, amanhã farei com que alguém te leve de volta!

Vendo Sandro deitar imediatamente e não querer falar mais, Laura apertou os lábios, sentindo uma dor profunda em seu coração.

Laura ficou parada ali por um bom tempo antes de subir na cama com cuidado, mas apenas encostou-se na beirada, com medo de deitar no meio e acabar tocando em Sandro.

Ele disse que a levaria de volta, ele estava cansado dela.

Mas com base em quê? Onde ela não estava fazendo o suficiente?

Laura estava com raiva e magoada, até as lágrimas escorreram, seu coração doía como agulhas, uma dor intensa e pulsante.

Ela pensou que Sandro estivesse dormindo e, então, segurou as lágrimas, mordendo os lábios teimosamente, sem fazer um som.

Mas Sandro não estava dormindo, com a luz do abajur ao lado da cama, ele virou a cabeça para olhar para a esposa que compartilhava a mesma cama há três anos, mas que não tinha uma relação de marido e mulher. Ele viu suas costas tremendo cuidadosamente, parecia que ela estava chorando?

O que mais agora!

Sandro, impaciente, se virou e pensou.

“Uma mulher como Laura, mesmo com o título de Sra. Laura, ainda tem um ar provinciano, afinal, não é de uma família aristocrática, ninguém poderia se comparar a ela...”

Sandro falou friamente:

- Se você ainda quer chorar, saia! Como filha, você deveria ser obediente. Seus avós te criaram por tantos anos, você nunca pensou em visitar eles. Agora, você chora só porque eu disse que vou te levar de volta. Como você não tem um pingo de respeito?

Quando Sandro a viu pela primeira vez, ele ficou um pouco confuso, como se a pessoa da memória dele tivesse voltado. Ele cometeu o erro de concordar com este casamento arranjado.

Mas agora, olhando para Laura assim, onde é que ela se parece com ela, afinal não é a ela quem ele queria!

Talvez não devia ter casado com Laura!