Capítulo 4
Ponto de vista da Isabella

Depois que o avião deles decolou, finalmente senti um alívio. Agora, tudo que eu precisava fazer era esperar que meus verdadeiros pais viessem me buscar.

Faltavam só doze horas para eu finalmente ficar livre de Vincent e de todas as mentiras. Eu estava tão feliz que até comi mais um pedaço de carne no jantar.

Quando falei com meus verdadeiros pais ao celular, contei a eles que Vincent tinha cercado a mansão com quase trinta seguranças.

Meu pai riu do outro lado da linha. — Trinta? Não se preocupe com isso. Eu tenho milhares deles.

— Só relaxe e espere por nós, tá bom? — Ele disse.

Eu não sabia se ele estava exagerando, mas só de saber que eles viriam já era o suficiente para me acalmar.

Depois do jantar, enquanto eu lia na sala de estar, a mãe da Rosa chegou, seguida pelos pais de Vincent e meus pais adotivos.

Todos me olharam como se eu fosse a vilã.

A mãe de Vincent jogou um acordo de divórcio na mesa. — Assine isso. Livre-se dessa criança bastarda que você está carregando. A família Falcone não aguenta mais passar vergonha por sua causa.

A mãe da Rosa acrescentou: — Se dependesse de mim, cada família de Cidade A saberia o que essa vadia fez.

— Os Caruso realmente criaram uma boa filha sozinhos. — Ela zombou.

O rosto do meu pai adotivo ficou pálido. Ele se levantou, caminhou até mim e me deu um tapa forte no rosto. — Minha reputação, a reputação da sua mãe… toda a família Caruso está sendo humilhada por sua culpa!

Eu já estava cansada de todo esse drama. Peguei o papel do chão e, antes de assinar, olhei para eles e disse: — E se eu estivesse carregando o filho do Vincent e a Rosa não? Vocês todos iam se arrepender quando descobrissem a verdade?

Antes que eu ouvisse qualquer resposta, assinei o papel.

Mas o que eu não esperava era a mãe do Vincent exigir que eu abortasse o bebê imediatamente.

Recusei sem pensar duas vezes. O bebê era inocente. Mesmo que eu não quisesse mais nada com Vincent, esse bebê ainda fazia parte de mim.

Ela me olhou como se eu não passasse de sujeira debaixo do sapato dela. Sua voz pingava desprezo: — Você realmente acha que eu vou deixar você dar à luz esse bastardo depois de ter saído da mansão Falcone hoje?

Cerrei os punhos, minhas unhas se cravando nas palmas das mãos enquanto eu a encarava sem desviar o olhar.

— Eu não preciso da sua permissão. — Disse friamente: — Esse bebê é meu, e ninguém, especialmente você, pode decidir o destino dele.

Os lábios da mãe de Vincent se curvaram em um sorriso debochado.

— Quanta ingenuidade. Você realmente acha que pode desafiar a família Falcone e sair viva dessa?

A mãe da Rosa riu, cruzando os braços.

— Deixa ela ficar com a criança. Ela não vai viver tempo suficiente para causar problema mesmo.

Senti o sangue esvair do meu rosto. Meu coração batia tão forte que doía.

— O que diabos isso quer dizer? — Perguntei.

A mãe de Vincent se aproximou, o perfume dela era enjoativo. A voz veio doce, mas cheia de ameaça: — Isso quer dizer, querida, que acidentes acontecem todos os dias. Mulheres como você… elas escorregam, caem, perdem coisas.

Recuei instintivamente, mas meu corpo tremia de raiva. Virei para o meu pai adotivo, procurando qualquer sinal de arrependimento, mas tudo que eu vi foi decepção comigo, não com eles.

— O senhor tá mesmo de boa com isso? — Perguntei, minha voz mal saía. — Com elas ameaçando matar o seu neto?

Ele desviou o olhar.

A mãe de Vincent veio até mim, me deu outro tapa no rosto e puxou meu cabelo. O aperto era de ferro.

— Não perca o nosso tempo. Nem a sua própria família vai te aceitar de volta. Então decide: ou você ou seu bebê morre hoje.

Meus lábios tremiam sob o aperto dela, mas eu me recusei a ceder.

— Não vou escolher.

Os olhos dela escureceram. Ela puxou uma arma e encostou o cano na minha boca.

— Vai escolher agora?

— Eu já disse: não vou. — Minha voz era firme e meu olhar queimava de desafio.

Ela soltou um suspiro irritado e gritou para os seguranças:

— Levem essa vadia para o hospital. Eu não quero o sangue sujo dela nas minhas mãos.

Lutei contra eles, mas subestimei minha própria força contra três homens enormes. Um deles deu um chute rápido na minha perna, quase me derrubando.

Minha resistência foi inútil, e logo a exaustão me dominou.

Eu estava à beira de desmaiar, minha visão embaçada enquanto os seguranças me levantaram sem esforço e me carregavam até o carro.

Pouco tempo depois, chegamos ao hospital.

Enquanto a enfermeira me injetava o anestésico, uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Por que ainda doía tanto deixar essa criança ir? Eu achei que estava pronta. Eu achei que tinha me preparado para esse momento.

Assim que a droga começou a fazer efeito, vi meus pais biológicos correndo, só para serem impedidos do lado de fora enquanto eu era levada para a sala de cirurgia.
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