Soraya mordia o lábio apreensiva, o baixo ventre doía e ela sabia que não estava longe de ter o bebê em seus braços. Desejava que as contrações fossem leves, sabia que as meninas a ajudariam, mas qualquer complicação ela seria a única capaz de cuidar de si mesma e do bebê e não conseguiria se houvesse alguma complicação em seu parto. Vanessa a havia ajudado com o parto de Boyce e a Soraya explicara da melhor maneira todas as maneiras de retirar o bebê, as possíveis complicações que poderiam ocorrer e mesmo confiando plenamente em Vanessa, Feyre e Tiana, era difícil confiar no próprio corpo quanto a gestação. Era forte de fato, mas sentia a gravidez lhe tirar boa parte das forças.
— Logo isso acaba. – Vanessa apareceu ao se
Soraya acordou com a primeira pontada e acordou Vanessa, que dormia próxima si, com o grito de dor quando as contrações começaram. Não sabia quantas horas eram, Sorion havia saído assim que anoiteceu e agora a noite era escura e densa, ela olhava pela janela, não pensou no silêncio que Sandara estava ou na claridade que as lamparinas colocadas por Vanessa, Feyre e Tiana. Durante a gravidez é normal sentir alguns tipos de dores, mesmo não reclamando a Rosada havia sentido muitas dores diferentes, mas tinha o conhecimento necessário para não se alarmar a ponto de colocar tudo em risco, mas aquilo ali não podia ser normal. Os urros vinham rasgando a garganta e não entendia o que as mulheres falavam ao seu redor, via o rosto assustado de Vanessa e sabia que se não fosse aquela sensação de ter o corpo sendo ra
— Onde está Feyre? – Hiatos perguntou novamente e Ethan franziu o cenho.— Está segura. – Respondeu simplesmente e se falasse? O Fortnight a buscaria? Seria melhor pra ela ficar com o pai? Feyre queria ir embora? A simples possibilidade de qualquer uma das respostas ser sim fazia seu interior gelar. – Se ela quiser, ela voltará. – Respondeu sentindo Sorion levantar ao seu lado. – Não sou esse tipo de homem. – Falou baixo.— Que tipo? – Hiatos o encarava.— Que a obrigaria a ficar comigo. – Respondeu sério e encarou o Fortnight, Feyre não gostaria que ele brigasse com seu pai.— Você não conseguiria que ela fic
Feyre suspirou olhando para o céu novamente, sentia o coração apertar de saudade de Ethan. A guerra dilacerava famílias inteiras e ao longe era possível ver sempre mais caravanas de pessoas deixando a cidade, quantas pessoas já morreram? Quantas ainda morreriam pela ambição dos outros?— Mama. – Boyce dizia sorrindo enquanto a olhava e a morena sorria de volta para o filho que era tão parecido com o pai.— Espero que possa conviver com ele. – Falou se abaixando e passando os dedos pelo rosto macio da criança que sorriu.— Dandala. – O pequeno falou ainda sorrindo e a Fortnight o ergueu nos bra&cc
Storm estava calado, havia tanto em jogo e era mais complicado do que nunca não colocar os próprios anseios pessoais acima das necessidades da guerra. Como poderia proteger o exército sem pensar na proteção de Tiana? Ou sem pensar na criança que Vanessa carregava que ele já considerava uma irmã?— Não se preocupe tanto. – Sorion falou baixo e o Storm o encarou. – Vai dar certo.— Se ele desconfiar tudo estará perdido. – Storm respondeu e Ethan se levantou olhando para o amigo.— Ele não é tão inteligente. – Falou sério. – Você é a pessoa mais inteligente que conheço e se isso não for os deuses a nosso
Elion encarava a areia do deserto ao longe, a lua e as estrelas iluminavam o deserto mostrando toda sua imponência e beleza, um mar de areia repleto de tesouros e perigos, o vento frio percorria pela areia fazendo com que os grãos se espalhassem entrelaçando o caminho de todas as pessoas naquela guerra.— O que te incomoda? – A voz de Vanessa era sonolenta e arrastada e o ruivo não a olhou, sentia o frio caminhar por sua pele e todos os seus demônios pareciam atormentá-lo. Seu filho logo nasceria e o que poderia lhe deixar de herança? O corpo de sua mãe e de seu povo? Abaixou a cabeça frustrado passando a mão pela tatuagem em sua testa, o amor não era uma maldição, era uma consequência da vida. Sentiu os dedos finos e macios passarem por seu braço provocando mais
A barriga já se fazia ser percebida, despontava por debaixo dos tecidos e o orgulho e amor caminhavam lado a lado com o medo, Feyre sabia que aquela criança em seu ventre seria tão amada quando Boyce que agora já corria pela casa querendo a atenção da pequena Sara o tempo todo, Ethan nunca se afastava muito e a morena ficava agradecida por isso. Ter o loiro por perto ainda lhe permitia um sentimento de segurança que nenhum outro lugar seria capaz de proporcionar. O tempo parecia lento demais, mas tudo passava muito rápido, o bebê de Vanessa havia nascido em uma noite de tempestade de areia e o próprio Elion dizia que ele seria poderoso e o príncipe havia se tornado um ser medroso, mas Feyre entendia, via o mesmo medo nos olhos do homem que amava, aquele tipo de medo de perder algo insubstituível, algo maior que a vida. Alejandro parecia um louco, n&atil
Tiana estava adormecida em uma poltrona velha no canto do quarto, Feyre ressonava, já haviam se passado quase dois dias com a morena desacordada, Soraya media novamente o pulso da Fortnight, as bolsas escuras contornavam os olhos e o cansaço a fazia sentir leves tremores, havia feito um pequeno corte no dedo durante a noite, sempre que o cansaço parecia vencer a rosada o apertava fazendo com que a dor a despertasse, Feyre precisava de si naquele momento e a rosada se recusava a perder qualquer pessoa que dependesse de si e Feyre se tratava de algo bem maior. A Fortnight não tinha mais febre, porém o corte precisava de cuidados especiais.— Ficarei com ela. – A voz era rouca e ela sabia que não era um pedido. Ethan só saía de perto da morena para cuidar dos filhos.— Preci
Hana era um bebê suave, tão calmo quanto uma brisa leve em um campo florido, mas a brisa vinha carregada do odor ocre de sangue. A guerra que começara apenas com a intenção de liberdade tomara proporções enormes, escravagistas invadiam terras que não lhes pertenciam e os senhores das terras começaram a revidar. Os homens de Alejandro eram solicitados diariamente para tentar resolver as brigas que aconteciam do outro lado os homens lutavam contra os escravos, diariamente. Storm e Lupin haviam partido para o norte e estavam ilhados perto de Sandara. De alguma maneira Taramir havia colocado seus homens nas estradas impedindo que fossem para qualquer lugar a não ser a floresta, com as crianças ir por esse caminho seria uma sentença de morte, os cuidados necessários deixariam o grupo sem qualquer tipo de proteção, Ethan e Sorion particip