Dezoito

Fico breves segundos imóvel, sem conseguir esboçar uma reação sequer. Afinal na minha frente estava novamente o homem que me estuprou por anos e matou minha gêmea.

— Não vai falar nada? — pergunta, com um sorriso irônico estampado naquele horrível rosto. — Você já foi mais falante.

— O que quer?

— Me certificar de que não serei denunciado.

Solto uma risada.

— Você só pode ser burro. — ele fecha o sorriso. — Se eu fosse denunciar você, já o teria feito.

— E por que não fez?

— Para que? Por mais que eu amasse minha irmã, como eu poderia provar tudo? Já não aconteceu? Já não estou aqui? Só desaparece.

— Isso é meio impossível. Estou devendo um dinheiro a um pessoal barra pesada e eles querem me matar.

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