Perseu
Lua se mostra nervosa, mas no fundo do seu olhar observo curiosidade, muita curiosidade. Sei que tenho muito o que ensiná-la, mas vou com calma.— Minha pequena, linda e frágil humana, vou te contar um pouco sobre mim e a alcateia do Carvalho Negro. Mas só tenho mais uma hora com você.— Como assim só tem mais uma hora comigo? — ela se levanta e cruza os braços ao me encarar. Dou risadas ao confrontá-la:— Primeira regra: não encare seu Alfa, a menos que esteja chamando ele para uma luta.— Talvez… — me levanto, pego ela no colo e a encosto na primeira parede que eu encontro — Talvez eu queira lutar com você.Ela empina o queixo e sua voz falha ao me ouvir rosnar baixo e mostrar os dentes. Não tiro meus olhos dos dela, isso está tão… excitante. Ela me provocar me excita.— Quer mesmo lutar comigo? — meu sussurro em seu ouvido mais a mordida leve na orelha deixa minha Luna arrepiaPerseuEntro na minha sala seguido dos anciãos, me sento na cadeira e ligo o computador enquanto eles se enfileiram um ao lado do outro na frente da mesa.— Alfa, lá no salão eu não quis ser… — corto a frase do Guillermo e pergunto:— Atrevido, arrogante, autoritário, audacioso? Suponho que meu aviso tenha sido muito bem compreendido pelo senhor, não gosto de me repetir e também não gosto que falem comigo como falou lá fora.— Alfa, nosso velho amigo teve um pequeno deslize, perdoe… não vai se repetir. — meu tio avô tenta amenizar o clima.Eu termino de enviar um documento para ser analisado pela equipe financeira e olho para os três à minha frente.— Teve alguma razão para ficar fora e chegar tarde hoje, Alfa? Sua força como está? Foi sua saúde? Precisa de uma fêmea. — Arturo insiste.— Vocês são minha mãe por acaso? Tenho que dizer detalhadamente o que fiz ontem e por que cheguei mais
PerseuMeu tio avô está sério, olhando para a Lua como se ela fosse uma inimiga pronta para atacar a qualquer momento. Mas ela é quase como um anjo, um cristal.— Meu tio, qual o problema da Luna do nosso filho ser uma humana? Olhe para ela, que mal faria a nós? — meu pai coloca as mãos nos ombros do meu tio avô.— Eron, ela é uma humana, como Perseu vai apresentá-la a sede da matilha? Como ele vai apresentá-la a alcateia sem querer que eles a rejeitem? — droga, meu tio avô tinha que tocar nesse assunto perto da Lua?— Lua, me ajuda a pôr a mesa com as meninas? Vamos deixar os homens conversarem. — minha mãe puxa a Lua para a cozinha e ficamos apenas meu pai, meu tio e eu na sala.— Como ousa falar assim na frente dela? — vou na direção do meu tio rosnando e meu pai me segura — Eu não vou atacá-lo!— Mas acho que Zephyr não pensa assim, seus olhos, seus dentes, suas garras… olhe para você, meu filho. Seja calmo e sensato.
AlyaNão consigo acreditar que o jantar foi tão suave, tão animado. Parecia que a Lua era uma loba como nós, ela não olhou para nenhum de nós com medo ou receio, nos olhou como iguais.O que me faz pensar no final de semana, eu pedi aos meus pais um jantar para Zhaos, para que ele seja apresentado a família. Nosso relacionamento já tem tantos anos que se eu engravidar agora não será um problema e sim uma felicidade.O dia amanhece e eu vou para a cabana onde “vivo” com o Zhaos, ele quer passar mais tempo comigo agora que encontrou quem matou seu pai e não precisa ficar tanto tempo fora.Quando entro na cabana sou surpreendida por ele me pegando no colo e me enchendo de beijos. É tão bom ser recebida por ele assim.— Eu te amo, eu te amo, eu te amo… obrigado por estar na minha vida. Sem você não sou nada. — ele fala entre os beijos.— Amor, precisamos conversar. Vamos para o quarto, quem sabe deitado
PerseuMinha vida na cabana é um paraíso que é interrompido toda vez que preciso deixar meu amor sozinha para ir até a sede da matilha cumprir meu dever de Alfa.Eu queria levá-la comigo, mas suponho que agora ou pelo menos hoje não. Chegando na sede da matilha, vou direto para a sala de reuniões e me sento na minha cadeira.Alguns já estão ali aos cochichos já que essa reunião foi marcada ontem. Sei que eles pensam o pior e sinto vontade de rir, mas me contenho.Quando todos estão aqui incluindo a minha família começo meu discurso. Estou ansioso, Lua não sai da minha cabeça, preciso que os meus a aceitem para que tudo fique em harmonia e o que vou fazer hoje aqui precisa dar certo.— Meus amigos e anciãos da matilha, eu convoquei esta reunião para discutir um assunto que considero fundamental para o futuro da nossa alcateia. — dou uma parada e tento respirar tranquilamente — Eu acredito que é hora de considerarmos nossa posição em relaçã
AlyaEu não imaginei as coisas assim, meu pai rejeitando meu companheiro por ele ser filho do seu inimigo. Como eu iria adivinhar que Zhaos era filho de um inimigo do meu pai?Meu pai sempre deixou tudo que era da sede da matilha por lá, nunca trouxe trabalho para casa. Só comecei a saber o que acontecia por lá quando comecei a trabalhar lá.Por que não posso ter o meu felizes para sempre igual ao meu irmão e minha irmã? Halley encontrou seu companheiro na sede da matilha no primeiro dia que colocou seus pés lá e desde então não desgrudaram mais.Acabamos saindo da casa dos meus pais sem jantar, minha mãe olhava para o meu pai bem irritada, mas não quero ser o pivô da briga deles. Assim que Zhaos e eu chegamos perto do carro sou abraçada por trás pelo Perseu e pela frente pela Halley… acabo chorando.— Vou fazer nosso pai ver o quanto está errando em descontar no filho o erro do pai. Logo vocês dois estarão lá naq
PerseuFico olhando o carro do meu cunhado se afastar sentindo bem o que minha gêmea está sentindo, por alguns segundos me coloquei no lugar dela e imaginei toda a situação acontecendo comigo e minha pequena humana, sim eu senti a dor que ela está sentindo nesse exato momento.— Você vai falar com o papai? — Halley abraça minha cintura e coloca a cabeça no meu peito também olhando para o carro que se distancia cada vez mais.— Ele precisa entender que errou e corrigir seu erro! Vamos entrar.Assim que entramos vejo minha mãe conversando com a Lua e o meu pai sentado na sua poltrona favorita com o olhar perdido. Meus olhos voltam para a minha mãe.— Mãe, leve a Halley e a Lua para jantar na sala de jantar. Meu pai e eu teremos uma conversa agora.— Você não vai jantar também? — Lua pergunta preocupada.— Vou sim, amor. Me dê apenas alguns minutos.Elas saem e eu me sento na
Lua Parece que as coisas mudaram por aqui. Ao que entendi, a minha cerimônia com o Perseu não será a primeira, mas sim a da Alya por ela estar em outra alcatéia agora. Estou um pouco fascinada pelas tradições e rituais da nossa matilha, e agora que estou prestes a me casar com o Alfa Perseu, estou ansiosa para aprender mais sobre a cerimônia de acasalamento. Eu li nos livros da sede da matilha que a Alya e a Halley me deram que a cerimônia de acasalamento é um ritual antigo e sagrado que une dois lobos para a vida. É um compromisso profundo e duradouro que vai além da simples união física. A cerimônia começa com a minha preparação e do Perseu que iremos nos casar. Seremos banhados e ungidos com óleos sagrados para purificar e proteger nossa união. Em seguida, eles seremos levados ao local da cerimônia, que é geralmente um lugar sagrado e de grande beleza natural. Lá, nós dois seremos
Alya Não acredito que o momento que esperei por longos catorze anos está mesmo acontecendo. Minha cerimônia com Zhaos, meu Alfa da alcateia Neblina Sombria. Meu gêmeo, Perseu, minha irmã Halley, minha cunhada Lua e minha amada mãe já estão aqui, mas o meu pai acho que não vem. Eu nunca imaginei que esse dia chegaria tão rápido. Depois de tanto tempo de espera, finalmente estou aqui, ao lado do meu amado Zhaos, prestes a nos unirmos em uma cerimônia de acasalamento. A cerimônia está acontecendo em uma clareira na floresta, iluminada pela luz da lua cheia e das estrelas. Os anciãos da sede da matilha estão aqui para nos abençoar e nos unir em uma cerimônia que é mais antiga do que a própria matilha, assim como em outras alcateias. Zhaos está ao meu lado, seu olhar fixo em mim com uma intensidade que me faz sentir como se eu fosse o que o prende a terra. Ele está vestido com uma túnica simples de cor branca