Dominic remove o cinto de segurança, mas antes que consiga abrir a porta do carro, Vivienne segura seu braço, parando-o no mesmo instante. O olhar dela é uma mistura de confusão e exasperação, prendendo o dele como se exigisse explicações imediatas.— Como pode falar algo assim com tanta calma? — Vivienne pergunta, sua voz tensa e baixa, mas com um fio de incredulidade que revela as mil preocupações girando em sua mente. — Não, Dominic. Sem chances. Eu não quero fazer nada que possa me colocar em problemas.Ele a observa em silêncio, os olhos fixos nos dela, intensos, mas sem qualquer traço de dureza. É um olhar calculado, quase tranquilo, como se estivesse antecipando exatamente aquela reação, já preparado para responder com precisão.— E viverá essa vida olhando por cima do ombro até quando? — Dominic retruca, sua voz firme, mas sem perder a suavidade. Há algo quase desafiador no tom, um lembrete de que a cautela dela, embora compreensível, não precisa ser um obstáculo permanente. —
Vivienne fecha os olhos, absorvendo o momento. O calor do toque dele parece se espalhar, alcançando algo dentro dela que há muito havia esquecido. Pode aquilo ser amor? A pergunta ecoa em sua mente, mas nenhuma resposta vem. Quando abre os olhos, os olhos dele estão fixos nos seus, como se esperasse uma reação, uma confirmação, mas sem pressão, apenas paciência e uma compreensão silenciosa.Ainda tenta processar tudo o que viveram em tão pouco tempo. A gravidez inesperada havia virado suas vidas de cabeça para baixo, trazendo mudanças que ela nunca imaginou enfrentar. Agora, um casamento que não parecia planejado, mas inevitável, como se fosse o único desfecho possível para eles. E o futuro? O que os aguarda? A pergunta ecoa em sua mente, cheia de incertezas, mas também de uma inesperada sensação de possibilidades.— Não pense demais, pequena. — Dominic orienta, soltando a mão dela, mas sem quebrar a conexão entre os dois. — Apenas deixe as coisas acontecerem.— Você sempre parece ler
Maximilian se aproxima novamente, suas mãos pousando no joelho de Florence, deslizando lentamente para cima, enquanto seu olhar a analisa com atenção. Ele procura algo nos olhos dela, aquela familiaridade inquietante que o faz pensar em Vivienne. Seus dedos percorrem a pele com calma, em um gesto ousado, até alcançar as coxas dela. Por um instante, ele hesita, como se estivesse avaliando o momento, e então sobe mais, os dedos se aproximando perigosamente da virilha.Antes que pudesse ir além, um tapa ecoa pelo gabinete, tão forte que vira seu rosto para o lado. Maximilian fecha os olhos por um momento, a ardência em sua pele não o incomodando tanto quanto o tom afiado que vem em seguida.— O que pensa que está fazendo? — Florence pergunta, a voz baixa, mas cortante, enquanto empurra-o com força suficiente para fazê-lo recuar. Ela desce da mesa com uma elegância estudada, ajustando a saia, enquanto caminha até sua bolsa. Com movimentos deliberados, retira de dentro um terço e o segura
As palavras atingem Florence de uma forma que ela não estava preparada para lidar. Sem pensar, ela ergue a mão e desfere um tapa violento no rosto de Maximilian, o som ecoando pelo gabinete. O impacto é tão brutal que faz sua cabeça virar, e desta vez não há pretensão de controle ou advertência. É ódio puro, cru e irreprimível, transbordando por cada gesto dela. Ele sente o ardor se espalhar por sua pele, mas quando ergue o rosto novamente, é com um sorriso torto e provocador.— A verdade dói, não é? — Maximilian murmura, a voz baixa e gélida, o tom ácido o suficiente para elevar ainda mais a tensão entre eles. — Eu nunca mandei você estuprar a minha filha! — Florence explode, a raiva emanando de cada palavra, como uma tempestade prestes a se descontrolar. Seus olhos queimam de fúria, sua voz carregada de frieza.Maximilian solta uma risada curta, carregada de desprezo, enquanto passa a língua lentamente pelo canto dos lábios, sentindo o leve gosto metálico do sangue deixado pelo gol
Em Trier, após o almoço, Vivienne e Dominic caminham lado a lado pelas proximidades da Porta Nigra, as mãos entrelaçadas em um gesto que parecia tão natural quanto respirar. O imponente portão romano se ergue à frente, como um guardião silencioso de segredos enterrados ao longo dos séculos. O sol da tarde tinge as pedras antigas com um tom dourado, projetando sombras que parecem dançar com histórias esquecidas. Vivienne desliza a ponta dos dedos pela superfície rugosa das pedras, como se tentasse se conectar à história que elas carregam.— Imagina quantas vidas passaram por aqui? — Vivienne comenta, a voz suave, mas carregada de admiração, enquanto seus olhos percorrem a estrutura que parecia tão imponente quanto eterna. — E quantas histórias ficaram enterradas? Algumas, provavelmente, para nunca mais serem encontradas.Dominic desvia o olhar das ruínas e fixa em Vivienne, capturado pelo brilho enigmático que percebe em seus olhos. Há algo nela que o cativa profundamente, uma complexid
A vendedora os conduz até os provadores, com passos firmes e discretos, mantendo o sorriso profissional que parecia parte de sua rotina. Ela organiza cuidadosamente as peças escolhidas por Vivienne, pendurando-as no interior do provador com a precisão de quem conhece bem o trabalho. Dominic, com a habitual calma que exalava controle, acomoda-se em uma das poltronas próximas, cruzando as pernas enquanto observa o ambiente com um interesse silencioso.— Senhora Wade, fique à vontade. — A vendedora orienta, o tom respeitoso acompanhado de um gesto que indica o provador. — Se precisar de algo, estarei por aqui. — Acrescenta, a voz suave, antes de fechar a porta com delicadeza. — O senhor deseja algo? — Pergunta, colocando as mãos discretamente para trás, a postura impecável e o tom profissional.— Sim. — Dominic responde, erguendo o olhar para fixá-lo nela, a expressão tranquila, mas carregada de autoridade. — Um champanhe, o melhor disponível, já que parece que vou investir uma pequena f
Dominic se levanta lentamente, seus lábios deslizando pelo corpo dela, saboreando cada centímetro de pele, até alcançar os lábios dela novamente. Ele a beija com um desejo que parece impossível de saciar, um beijo profundo e possessivo que deixa ambos ofegantes. Com um suspiro pesado, ele se afasta, encostando a testa na dela, os dois ainda compartilhando o mesmo ritmo acelerado de suas respirações.— Você é absolutamente irresistível. — Dominic murmura, os lábios roçando nos dela, a voz baixa e rouca, carregada de excitação contida. — Estou ficando perigosamente viciado em você. — Acrescenta, cada palavra pronunciada como uma confissão que fazia o corpo de Vivienne reagir, estremecendo sob o peso do desejo dele.— Parece que estou viciada também. — Vivienne confessa, a voz ofegante e carregada de libido, enquanto suas mãos deslizam lentamente pelo paletó dele, traçando cada linha de seu corpo até alcançarem a calça. Com movimentos precisos, ela abre o botão, mas o som de passos do la
Ao saírem da loja, Vivienne e Dominic fazem uma rápida parada em uma loja masculina, desta vez para compras destinadas a ele. A atividade, previsivelmente, leva bem menos tempo do que ela gastou escolhendo suas próprias roupas. Assim que finalizam, eles seguem de volta ao cartório para retirar a certidão de casamento.Com o documento nas mãos, Vivienne desliza os dedos pelas letras impressas, seus olhos fixos no papel, enquanto a incredulidade toma conta dela. Eles haviam realmente feito aquilo. A realidade do casamento, que antes parecia um impulso distante, agora pesava em suas mãos. As dúvidas começam a se infiltrar, silenciosas, mas persistentes. Qual era a probabilidade de algo tão repentino e impulsivo realmente dar certo?— Depende de nós, apenas de nós. — Vivienne sussurra, a voz baixa, mas cheia de significado, enquanto guarda a certidão na pasta cuidadosamente. — O que você disse? — Pergunta Dominic, inclinando levemente a cabeça, o olhar curioso e intenso fixo nela, como s