Os lábios de Dominic encontram os de Vivienne em um beijo cheio de ternura, selando suas palavras como uma promessa silenciosa. Não era uma declaração de amor, era a certeza de um futuro em que ela nunca mais precisaria fugir ou implorar por afeto. Dominic estava ali, inteiro, pronto para entregar seu coração, e tudo o que desejava em troca era que ela confiasse o dela a ele.— Obrigada. — Vivienne murmura, a voz baixa e ofegante, enquanto repousa a cabeça em seu ombro. O calor dele a envolve, e a mão que desliza suavemente por suas costas é um toque de carinho que acalma até as partes mais inquietas de sua alma.— Nunca mais nada te faltará, minha pequena. — Dominic afirma, sua voz carregada de doçura e determinação. Ele deposita um beijo delicado no topo da cabeça dela antes de erguer suavemente seu rosto pelo queixo, seus olhos encontrando os dela com uma intensidade que derrete qualquer resistência. — Vamos encerrar esse ciclo logo, para começarmos o nosso. — Conclui, dando-lhe ou
Vivienne o observa em silêncio, esperando por uma resposta que ele claramente não tem pressa de dar. Dominic mantém o olhar fixo na estrada, a expressão neutra, mas os pequenos gestos e o silêncio deliberado entregam a provocação. Ela solta um sorriso, ao mesmo tempo, satisfeito e amargo, ao perceber o quanto ele já parece conhecê-la. Ele parece saber que sua curiosidade é sua maior fraqueza, que surpresas a deixam inquieta e que sua ansiedade nunca a deixa esperar pacientemente.— Dominic, pare com esses mistérios. — Vivienne finalmente ordena, sua voz carregada de impaciência, enquanto observa o caminho, levando-os diretamente à fronteira com a Alemanha.— Casar aqui seria um pesadelo burocrático. — Dominic responde, em tom prático, mas com uma determinação que ela já aprendeu a decifrar. Seus olhos permanecem fixos na estrada, como se sua explicação fosse o suficiente. — Na Alemanha, com os contatos certos, isso se resolve em horas, não semanas.— Contatos certos? — Repete, arqueand
Noah permanece no quarto, as mãos pressionando o rosto com força, enquanto as esfrega freneticamente, como se isso pudesse dissipar o caos que o consome. Sua mente o transporta involuntariamente para Vivienne, a única mulher que conseguiu tocar seu coração. Mas o peso de suas falhas o esmaga, sua fraqueza, a dependência de viver para agradar aos outros, e a negligência com que a tratou. Ele a perdeu, e não para qualquer um, mas para Dominic, seu próprio irmão. A ironia é amarga, quase sufocante.E como se isso não bastasse, após uma noite de bebedeira, Natasha está grávida. Um filho que ele não deseja, fruto de um noivado que nunca deveria ter passado de um contrato. A pressão do peso que carrega parece esmagadora.— Droga! — Explode, pegando o celular e discando o número de Dominic. O tom de chamada soa vazio, até cair na caixa postal. — Claro, típico dele. Quando realmente preciso, ele não está disponível. — Murmura, irritado, antes de jogar o celular sobre a cama. O gesto é brusco,
Noah entra no quarto como um furacão, a porta se fechando com um estrondo que ecoa pelas paredes. Ele empurra a poltrona com violência, mas o gesto não é suficiente para conter a raiva que arde em cada célula de seu corpo. O celular vibra em cima da cama, a tela iluminada exibindo o nome de Dominic. Ele pega o aparelho com mãos trêmulas e o leva ao ouvido, nem se dando ao trabalho de controlar o tom.— Preciso conversar agora mesmo. — Noah dispara, a voz carregada de frustração e desespero, cada palavra um reflexo do caos que o domina.— Noah, não estou na cidade. Estou em Wasserbillig. — Dominic responde, a voz calma em contraste com o tom explosivo do irmão. Ele encosta no carro, observando à distância, enquanto Vivienne, despreocupada, se debruça no balcão de uma loja de conveniência. — O que está acontecendo? — Pergunta, o tom firme, mas atento, ao captar o estado perturbado do irmão.— Eu não aguento mais, Dom. — Confessa, a voz baixa e carregada de amargura. — É como se minha vi
Noah sentia o olhar penetrante de Grant cravado nele, o peso de décadas de controle e crueldade parecia concentrado naquele momento. O quarto, antes dominado pela imponência sufocante do avô, agora parecia menor, mais frágil, como se refletisse a tensão que pairava no ar. Determinado, ele caminha em direção ao closet, decidido a sair daquela casa e deixar aquele ciclo de dor e manipulação para trás. No entanto, antes que pudesse alcançar a porta, Grant o agarra pelo colarinho, a força e a fúria evidentes em cada movimento.— Repita o que disse, Noah. — Grant ordena, sua voz afiada. Não havia hesitação em suas palavras, apenas um comando intransigente.— Não era o Dominic que dirigia naquela noite. — Noah repete, o olhar fixo no avô, a voz firme, mas o peito queimando com a lembrança.— Era você? — Vocifera, empurrando-o com força, fazendo-o cambalear. — Você matou o meu neto! — Acusa, o rosto se contorcendo em uma expressão de puro ódio. — Como não percebi isso? — Continua, a voz reve
Noah reage instintivamente, seus olhos se arregalando ao ver o avô desabar no chão, a mão agarrada ao peito em um gesto desesperado. Grant se contorce, emitindo gemidos baixos que parecem ecoar pelo quarto, quebrando o silêncio de maneira quase cruel. O choque paralisa Noah por um momento, seus pés enraizados no chão, enquanto a cena se desenrola diante dele.— Vovô! — Noah chama, o tom vacilante entre o desespero e a incredulidade, mas não se move, paralisado pela confusão de emoções que o consome.— Algo está errado, Noah. — Grant murmura, a voz arrastada e abafada, enquanto uma mão treme contra a têmpora e a outra se crava em seu peito. O suor brota em sua testa, escorrendo em fios que pareciam carregar sua força junto. O rosto, antes corado, assume um tom vermelho intenso. — Por favor, Noah, me ajude. — Implora, estendendo a mão em um gesto desesperado, os dedos buscando o neto como se ele pudesse puxá-lo de volta à vida.— Pai? — A voz de Louis corta o ar, um grito de alarme que e
Vivienne sustenta o olhar dele, como se nada mais ao seu redor existisse. O sorriso dela se amplia, carregado de uma emoção que parecia maior do que o momento. O mundo lá fora desaparece por completo. Tudo o que resta é o calor reconfortante das mãos dele, o brilho intenso nos olhos que a observavam como se ela fosse tudo, e a certeza arrebatadora que toma conta de seu peito. Por mais louco que pudesse parecer, aquilo era mais do que um impulso, era uma convicção, uma certeza que fazia cada parte dela sentir que era a decisão certa.— É com você que eu me sinto pronta. — Vivienne responde, a voz suave, mas firme, carregada de uma certeza que parecia preencher o momento. Então, ela se inclina, deixando as palavras se fundirem ao gesto, selando a conexão com um beijo profundo e cheio de significado.— Não haverá mais volta, minha pequena. — Dominic sussurra, sua voz baixa e grave, enquanto seus lábios quase roçam os dela. Com um movimento lento, suas mãos deslizam para o bolso, retirando
Dominic se vira, um sorriso leve brincando em seus lábios ao se deparar com a expressão desgostosa do amigo, que logo se transforma em um sorriso irônico. Eles trocam um cumprimento breve e firme, característico de quem compartilha uma cumplicidade silenciosa que dispensa demonstrações exageradas.Enquanto, Vivienne observa a cena através da janela. Seus dedos tamborilam suavemente sobre o anel recém colocado em seu dedo, o nervosismo evidente na hesitação de sair do carro. — O que está fazendo aqui? — Dominic pergunta, arqueando uma sobrancelha. A surpresa em seu tom deixa claro que a presença do amigo naquele momento é inesperada. — Achei que só nos veríamos mais tarde, na reunião… — A reunião que, pelo visto, você não planejava honrar com sua presença. — Nicolas comenta, sua voz carregada de uma formalidade propositalmente exagerada. Seus dedos tocam distraidamente o piercing no lábio, um gesto quase imperceptível que contrasta com a compostura impecável que normalmente exibe. —