Noah sentia o olhar penetrante de Grant cravado nele, o peso de décadas de controle e crueldade parecia concentrado naquele momento. O quarto, antes dominado pela imponência sufocante do avô, agora parecia menor, mais frágil, como se refletisse a tensão que pairava no ar. Determinado, ele caminha em direção ao closet, decidido a sair daquela casa e deixar aquele ciclo de dor e manipulação para trás. No entanto, antes que pudesse alcançar a porta, Grant o agarra pelo colarinho, a força e a fúria evidentes em cada movimento.— Repita o que disse, Noah. — Grant ordena, sua voz afiada. Não havia hesitação em suas palavras, apenas um comando intransigente.— Não era o Dominic que dirigia naquela noite. — Noah repete, o olhar fixo no avô, a voz firme, mas o peito queimando com a lembrança.— Era você? — Vocifera, empurrando-o com força, fazendo-o cambalear. — Você matou o meu neto! — Acusa, o rosto se contorcendo em uma expressão de puro ódio. — Como não percebi isso? — Continua, a voz reve
Noah reage instintivamente, seus olhos se arregalando ao ver o avô desabar no chão, a mão agarrada ao peito em um gesto desesperado. Grant se contorce, emitindo gemidos baixos que parecem ecoar pelo quarto, quebrando o silêncio de maneira quase cruel. O choque paralisa Noah por um momento, seus pés enraizados no chão, enquanto a cena se desenrola diante dele.— Vovô! — Noah chama, o tom vacilante entre o desespero e a incredulidade, mas não se move, paralisado pela confusão de emoções que o consome.— Algo está errado, Noah. — Grant murmura, a voz arrastada e abafada, enquanto uma mão treme contra a têmpora e a outra se crava em seu peito. O suor brota em sua testa, escorrendo em fios que pareciam carregar sua força junto. O rosto, antes corado, assume um tom vermelho intenso. — Por favor, Noah, me ajude. — Implora, estendendo a mão em um gesto desesperado, os dedos buscando o neto como se ele pudesse puxá-lo de volta à vida.— Pai? — A voz de Louis corta o ar, um grito de alarme que e
Vivienne sustenta o olhar dele, como se nada mais ao seu redor existisse. O sorriso dela se amplia, carregado de uma emoção que parecia maior do que o momento. O mundo lá fora desaparece por completo. Tudo o que resta é o calor reconfortante das mãos dele, o brilho intenso nos olhos que a observavam como se ela fosse tudo, e a certeza arrebatadora que toma conta de seu peito. Por mais louco que pudesse parecer, aquilo era mais do que um impulso, era uma convicção, uma certeza que fazia cada parte dela sentir que era a decisão certa.— É com você que eu me sinto pronta. — Vivienne responde, a voz suave, mas firme, carregada de uma certeza que parecia preencher o momento. Então, ela se inclina, deixando as palavras se fundirem ao gesto, selando a conexão com um beijo profundo e cheio de significado.— Não haverá mais volta, minha pequena. — Dominic sussurra, sua voz baixa e grave, enquanto seus lábios quase roçam os dela. Com um movimento lento, suas mãos deslizam para o bolso, retirando
Dominic se vira, um sorriso leve brincando em seus lábios ao se deparar com a expressão desgostosa do amigo, que logo se transforma em um sorriso irônico. Eles trocam um cumprimento breve e firme, característico de quem compartilha uma cumplicidade silenciosa que dispensa demonstrações exageradas.Enquanto, Vivienne observa a cena através da janela. Seus dedos tamborilam suavemente sobre o anel recém colocado em seu dedo, o nervosismo evidente na hesitação de sair do carro. — O que está fazendo aqui? — Dominic pergunta, arqueando uma sobrancelha. A surpresa em seu tom deixa claro que a presença do amigo naquele momento é inesperada. — Achei que só nos veríamos mais tarde, na reunião… — A reunião que, pelo visto, você não planejava honrar com sua presença. — Nicolas comenta, sua voz carregada de uma formalidade propositalmente exagerada. Seus dedos tocam distraidamente o piercing no lábio, um gesto quase imperceptível que contrasta com a compostura impecável que normalmente exibe. —
Leon e Nicolas trocam olhares rápidos, daqueles que só amigos conspiradores sabem interpretar. Dominic, atento como sempre, arqueia uma sobrancelha e cruza os braços, inclinando ligeiramente a cabeça, enquanto observa ambos.— Certo, o que vocês dois estão tramando agora? — Dominic pergunta, a desconfiança evidente no tom, embora um sorriso discreto ameace surgir. Com aqueles dois, ele já sabia que o simples nunca era uma opção.— Tramando? — Nicolas repete, erguendo uma sobrancelha em um ultraje meticulosamente encenado. — Que acusação infundada e, permita-me dizer, profundamente ofensiva, senhor Wade. — Declara, sua voz carregada de falsa indignação, enquanto faz uma pausa dramática para efeito. — Estamos aqui, em silêncio, exemplares em nossa conduta. Santos, eu diria, se me permitem a modéstia. — Acrescenta, o tom exagerado, enquanto os cantos de sua boca tremem com o riso que ele mal consegue conter. — E você, ousando insinuar que seus amigos mais fiéis, íntegros e, devo acrescen
Nicolas e Leon conduzem Dominic a um estabelecimento que exala luxo e exclusividade, o tipo de lugar onde cada detalhe parecia cuidadosamente planejado para impressionar ou seduzir. As portas se abrem para revelar um ambiente iluminado por luzes de neon discretas, criando um contraste hipnotizante entre sombras e brilho. O ar é preenchido por uma música envolvente, enquanto dançarinas em trajes ousadamente sensuais movem-se com uma graça provocativa.Dominic balança a cabeça, soltando um suspiro longo e pesado. Ele podia praticamente ouvir a voz de Vivienne em sua mente, cheia de indignação que prometia consequências dolorosas. Não havia dúvida, se ela soubesse onde ele estava, não só arrancaria seus olhos como os dos dois amigos que o arrastaram até ali.— Meus caros amigos, possivelmente está mais do que claro que vocês precisam de uma introdução mais apropriada à minha noiva. — Dominic comenta, a voz carregada de uma ironia mordaz, enquanto cruza os braços e encara Nicolas e Leon.—
Dominic encara Nicolas e Leon com a expressão de quem já aceitou que um desastre iminente está a caminho, mas ainda assim luta contra a frustração de não conseguir evitá-lo. Sua mandíbula está visivelmente tensa, os músculos contraídos, enquanto ele reprime a irritação crescente.— Então, onde ela está? — Dominic pergunta, a voz seca e cortante, enquanto seus dedos tamborilam na mesa em um ritmo impaciente. Seus olhos se estreitam, acompanhando os sorrisos satisfeitos que Nicolas e Leon trocam, como dois conspiradores orgulhosos de seu plano perfeitamente arquitetado.— Ah, não, não, não, meu caro. — Nicolas declara, levantando o dedo como quem está prestes a ditar uma regra, o sorriso carregado de provocação. — Não é assim que funciona. Você realmente acha que vamos simplesmente entregá-la a você? — Continua, sua voz carregada de deboche, saboreando cada gota da irritação de Dominic. — Estamos em Trier, meu amigo. — Prossegue, inclinando-se levemente como quem explica algo de suma im
Sem pronunciar uma palavra, Dominic agarra as caixas com movimentos rápidos, quase abruptos, e empurra uma para cada amigo com mais força do que o necessário. O gesto é suficiente para transmitir sua frustração sem precisar de explicações. Nicolas ergue uma sobrancelha, enquanto Leon recua um passo, fingindo surpresa exagerada, embora o sorriso em seus lábios permaneça inabalado.Dominic os ignora completamente. Enquanto caminha em direção à saída, tira o celular do bolso e pesquisa no aplicativo de buscas por pubs que se encaixem na temática mencionada na segunda pista. Três resultados aparecem na tela, e ele solta um suspiro pesado. Seus olhos percorrem as opções, enquanto seus dedos tamborilam no aparelho, cada toque refletindo a irritação por todo o tempo perdido.— Que inferno. — Dominic murmura para si, sua voz carregada de exasperação. Nada podia ser simples com aqueles dois, podia?Após um breve cálculo, ele escolhe o PUB mais próximo da loja, memorizando o percurso antes de gu